PARTICIPANTE: Participou deste estudo um menino de

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1 Introdução As queixas de aprendizagem são a principal causa de encaminhamento para a Avaliação Neuropsicológica e respondem por boa parte da demanda de consultas em Neuropediatria. Dados epidemiológicos indicam que de cinco a nove por cento da população escolar apresenta algum Transtorno de Aprendizagem e de 15 a 20% da população apresenta queixas de Dificuldade de Aprendizagem, sendo o diagnóstico diferencial entre os vários Transtornos do Neurodesenvolvimento e outras condições de fundamental importância. O objetivo deste estudo foi relatar a Avaliação Neuropsicológica realizada com uma criança com queixas de mal rendimento escolar e dificuldade de aprendizagem.

2 PARTICIPANTE: Participou deste estudo um menino de 10 anos, estudante do 5ª ano em uma escola municipal. INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS: Procedeu-se à Avaliação Neuropsicológica utilizando-se de técnicas de entrevista e observação psicológica bem como aplicação de testes padronizados. Realizaram-se 10 sessões de atendimento com vistas à administração das seguintes técnicas: Entrevista/Anamnese (Spreen & Strauss, 1998) Hora de Jogo Diagnóstica (Efron, Fainberg, kleiner, Sigal, & Woscoboinik, 2001). Escala de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade TDAH (Benzick, 2000). Escala de Inteligência Wechsler para crianças 3 edição WISC - III. (Figueiredo, 2002). Casa-árvore-pessoa HTP. Técnica Projetiva de Desenho: manual e guia de interpretação. (Buck, 2003) Teste Gestáltico Bender Sistema de Pontuação Gradual SPG (Sisto, 2006). Torre de Hanói (Gonsalez, et al. 2010). Teste de Desempenho Escolar (Stein, 1994). Teste D2 (Brickenkamp, 2000) Matrizes Progressivas Coloridas J.C Raven (Angelini, et al. 1999). PROLEC (Capellini, Oliveira & Cuetos, 2010). Entrevista Devolutiva

3 Resultados Os resultados indicaram antecedentes pré (abuso de substâncias), peri (fórceps), pósnatais e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Nível intelectual Médio. Melhor performance práxica do que verbal, baixo rendimento acadêmico, especialmente em leitura, com trocas fonêmicas e dificuldades de consciência fonológica. Os resultados indicaram Inteligência dentro da média e Indice de Compreensão Verbal limítrofe com performance práxica superior (Tabela 1). Encontrou-se histórico de perda auditiva leve. Desempenho em leitura deficitário com alterações de consciência fonológica (Tabela 2).

4 Tabela 1. WISC III Resultados de QI - Índices Fatoriais - (Figueiredo, 2002). QIV QIE QIT ICV IOP IRD IVP QI/ Índices Fatoriais Percentil Inter. de Conf.-90-% Classificação L S M L MS M M Tabela 2 Prolec (Capellini, Oliveira e Cuetos, 2010) Médi DP Pont. Clas. a Som das letras 19,97 0,17 17 Dif. Grande Igual-diferente 19,37 1,33 17 Dif. Grande Decisão léxica 28,56 1,66 22 Dif. Grande Leit. de palav. 29,50 0,92 21 Dif. Grande Pseudopalavras 27,99 2,34 14 Dif. Grande Palavras freq. 19,49 0,89 17 Dif. Grande Leit. de pal. NF 19,21 1,24 16 Dif. Pequena Pseudo 19,33 1,07 14 Dif. Pequena Est. Gramat. 12,04 1,89 13 Normal Pontuação 6,67 2,32 12 Normal Comp. Orações 11,81 0,44 12 Normal Comp. textos 14,01 1,76 16 Normal

5 Discussão e Conclusão Discutiu-se que como há histórico e suspeita de baixa sensorial auditiva descarta-se o Transtorno específico da linguagem escrita Dislexia atribuindo-se as Dificuldades de Aprendizagem como secundárias à perda auditiva. O diagnóstico diferencial ainda permitiu o estabelecimento de condutas que visam o melhor encaminhamento do caso no âmbito escolar. Referências Capellini S.A, Oliveira A.M, Cuetos F.(2010). Provas de Avaliação dos Processos de Leitura (PROLEC). São Paulo: Casa do Psicólogo. Lezak, M.D.(1995). Neuropsychological Assessment. Third Edition, Oxford/ New York: Oxford Universit Press. Smith, C. & Strick, L. (2012) Dificuldades de Aprendizagem de A a Z: um guia completo para pais e educadores (2ª ed.). Porto Alegre: Artmed