PONTO 1: Distinção entre Concessão e Permissão PONTO 2: Formas de Extinção da Concessão e Permissão 1. DISTINÇÃO ENTRE CONCESSÃO E PERMISSÃO

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Raíssa Figueiroa Wagner
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1 1 DIREITO ADMINISTRATIVO PONTO 1: Distinção entre Concessão e Permissão PONTO 2: Formas de Extinção da Concessão e Permissão 1. DISTINÇÃO ENTRE CONCESSÃO E PERMISSÃO 1.1 CONCESSÃO A concessão é um contrato que pode envolver a realização de obra pública e a prestação de serviço público. Ex: as estradas com pedágio, a atividade de telefonia (expandir o sinal é a obra, a linha é o serviço). Regra geral, exige licitação na modalidade concorrência. Ex: Lei 8.987/95, art. 2º e Lei /04, art. 10. Exceção: Lei 9.074/95, art. 27 e 29. Nesse caso há a entrega não apenas da concessão, mas também do patrimônio da antiga entidade. Ex: prédios da extinta CRT, com a privatização, hoje são da BrasilTelecom. Concessão é um contrato com prazo determinado, podendo alcançar em alguns casos, 35 anos, nos termos da Lei /04, art. 5º, inciso I. Somente pessoas jurídicas e consórcio de pessoas jurídicas podem ter acesso a essa forma de contratação. Exige grandes investimentos e divide-se em três tipos: a) Concessão Comum São contratos regidos pela Lei 8.987/95 e que por característica, não podem ser enquadrados na Lei /04, pois não atingiram o patamar de R$ ,00, pretendem ultrapassar o prazo de 35 anos ou transferem apenas ao usuário a responsabilidade de remunerar a concessionária pela prestação do serviço. comum. Todas as estradas pedagiadas que conhecemos, são exemplos de concessão b) Concessão Patrocinada São contratos que envolvem pelo menos R$ ,00, tem uma duração que pode variar de 5 a 35 anos e, tem o poder concedente como responsável por subsidiar parte do valor da tarifa. Lei /04, art. 2º e 10, 3º. Quando o poder concedente quiser assumir mais de 70% do valor da tarifa precisará de autorização legislativa específica.

2 2 c) Concessão Administrativa Lei /04, art. 4º, inciso III. Nesse modelo, a concessionária assume competências do Poder Público e o poder concedente responde sozinho pelos custos da atividade. Esses contratos devem envolver, no mínimo, R$ ,00 e, a duração ficará entre 5 e 35 anos. Contudo, não se admite a delegação das funções de regulação, da função jurisdicional, do exercício do poder de polícia e de outras atividades exclusivas do estado. Ex: privatização dos presídios (órgãos públicos da Administração direta), escolas públicas (órgãos públicos da Administração direta). O art. 8º da Lei oferece garantias para o caso de o poder concedente não cumprir a sua obrigação. Os artigos 2º e 3º da Lei trazem as modalidades de concessão. Concessão, Permissão e autorização de uso possibilidade de uso do bem público para satisfazer interesse privado. Difere das concessões supra citadas. 1.2 PERMISSÃO É um contrato de adesão que envolve apenas a prestação de serviço público. Lei 8.987/95, art. 2º e 40. Ex: transporte coletivo municipal (também pode ser de concessão). Segundo parte da doutrina e a Lei 9.472/97, art. 118, a permissão é um ato e não um contrato. Em situações excepcionais, com relação ao serviço de telefonia, é possível atribuir a responsabilidade para um particular a partir da produção de um ato de permissão e não de um contrato. Lei 9.472/97, art Tem prazo determinado, mas o caráter do vínculo é precário pois admite revogação a qualquer tempo, sem direito a indenização. Exemplo de prazo de permissão: Lei 9.074/95, art. 1º, 2º e 3º. Exige licitação, mas não impõem uma modalidade; não exige grandes investimentos; pode ser viabilizado para pessoas físicas e jurídicas. 2. FORMAS DE EXTINÇÃO DA CONCESSÃO E DA PERMISSÃO Lei 8.987/95, art. 35 e Lei 9.472/97, artigos 122 ao 124.

3 3 a) O advento do termo contratual. Lei 8.987/95, art. 35 e 36. Os contratos de concessão têm prazo determinado e poderão se encerrar pelo decurso desse prazo. O art. 36 da Lei 8.987/95 assegura às concessionárias a amortização dos investimentos feitos, logo, se no final apurou-se prejuízo, é caso de indenização. Lei 8.987/95, art. 42, 3º ao 6º - contratos anteriores a essa lei, devem terminar dia 31 de dezembro de Necessário uma auditoria desse contrato para que o contrato seja encerrado, o prazo de conclusão dessa auditoria é 30 de junho de /97: O advento do termo contratual é também forma de extinção da permissão. Lei Art A permissão extinguir-se-á pelo decurso do prazo máximo de vigência estimado, observado o disposto no art. 124 desta Lei, bem como por revogação, caducidade e anulação. Na permissão não há indenização. b) Encampação. Lei 8.987/95, artigos 37 e 36. Forma de extinção unilateral da concessão, por decisão do poder concedente e com base no interesse público. Procedimento: 1º) Motivar o ato discricionário, demonstrar o interesse público; 2º) Autorização legislativa específica; 3º) Pagamento de prévia indenização. A prévia indenização compreende apenas a amortização do investimento feito, assim como está previsto na Lei 8.987/95, art. 36 e Lei 9.427/96, art.19. 4º) Encerrar o contrato e retomar a responsabilidade pela obra e pelo serviço. PERGUNTA: Existe encampação na permissão? Não, na permissão basta a revogação por decisão de conveniência ou oportunidade. Art. 40 da Lei 8.987: Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.

4 4 c) Caducidade. Lei 8.987/95, artigos 35, 38 e 27. Não confundir caducidade de ato com caducidade de contrato; caduca o ato quando a lei é revogada. Na caducidade de contrato, a concessionária descumpriu o contrato. É forma de extinção unilateral da concessão em face do descumprimento do contrato pela concessionária. PERGUNTA: Decretar a caducidade é exercício do poder vinculado ou discricionário? Regra geral, é exercício de um poder discricionário e depende de um ritual. Procedimento para decretação da caducidade: 1º) Notificar a concessionária da inexecução total ou parcial do contrato; 2º) Abertura de processo administrativo e viabilização do exercício do contraditório; Não necessita de autorização legislativa. 3º) Provado o descumprimento, é possível encerrar o contrato decretando a sua caducidade. IMPORTANTE: Art. 38 (Lei 8.987). A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre as partes. 1 o A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo poder concedente quando: I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade do serviço; II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão; III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior; IV - a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido; V - a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações, nos devidos prazos;

5 VI - a concessionária não atender a intimação do poder concedente no sentido de regularizar a prestação do serviço; e VII - a concessionária for condenada em sentença transitada em julgado por sonegação de tributos, inclusive contribuições sociais. 5 4º) Eventual pagamento de indenização. Indenização que garanta a amortização dos investimentos feitos. Exceção: O art. 27 da Lei 8.987/95 torna ato vinculado decretar a caducidade quando a concessionária transferiu a concessão para terceiros sem a anuência do poder concedente. Art. 27. A transferência de concessão ou do controle societário da concessionária sem prévia anuência do poder concedente implicará a caducidade da concessão. PERGUNTA: Cabe decretação de caducidade na permissão? Sim, nos contratos de permissão admite-se o decreto de caducidade, conforme o disposto na Lei 9.472/97, art. 122.

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