A REPRESENTAÇÃO GRÁFICA EM ARQUITETURA UMA TRANSIÇÃO ALUNO - JACKSSON DEPOLI ORIENTADORA Profª. Ms. SÔNIA GUTIERREZ
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- Nina Amado Sequeira
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1 A REPRESENTAÇÃO GRÁFICA EM ARQUITETURA UMA TRANSIÇÃO ALUNO - JACKSSON DEPOLI ORIENTADORA Profª. Ms. SÔNIA GUTIERREZ
2 De um traço nasce a arquitetura, e quando ele é bonito e cria surpresa, ela pode atingir, sendo bem conduzida, ao nível superior da arte. (OSCAR NIEMEYER)
3 RESUMO A presente pesquisa pretende contribuir para a discussão crítica sobre a representação manual e digital no processo projetual dentro do panorama da arquitetura, com enfoque na substituição da ferramenta milenar do traçado por uma ferramenta digital de vanguarda, responsável por simular o hiper-realismo. No entanto, no presente momento não se pode afirmar que esta transição é satisfatória ou insatisfatória. Este estudo atenta à diferenciação na maneira de concepção do projeto a partir de um processo de hipóteses, pesquisa e planejamento para um processo avançado de avaliação, visto que até então nos restam vislumbramentos e pressupostos do futuro próximo dos meios de expressão e representação em arquitetura. A pesquisa fará relações entre as artes visuais e os meios de representação em arquitetura. Ao longo de sua história, a arquitetura sempre esteve atrelada à arte de seu tempo. A concepção e as características arquitetônicas sempre tiveram um laço estreito com as artes visuais, como podemos verificar na historicidade das artes, onde geralmente arquitetos eram artistas plásticos e vice-versa.
4 INTRODUÇÃO Este trabalho teve início, a partir da experiência em sala de aula, e nos questionamentos de alunos a respeito da representação gráfica em arquitetura; Analisaremos a apresentação de projetos do escritório do arquiteto americano Thom Mayne (Morphosis) e do escritório da arquiteta iraquiana radicada na Inglaterra Zaha Hadid, ambos ganhadores do premio pritzker em arquitetura;. O desenho manual é um meio muito eficiente para expor o primeiro raciocínio projetual, assim como outros artistas e designers que tratam de forma, função e estética, fazendo com que por meio da escrita, os aspectos formais, funcionais e estéticos estejam comprometidos; A partir de 1981 começa a ser comercializado em larga escala o microcomputador, o qual popularizou-se como ferramenta para representação gráfica em arquitetura, primeiramente tentando somente substituir as pranchetas com informações gráficas bidimensionais, mas após uma década, este mesmo equipamento permitiu ao utilizador e empreendedor experimentar alternativas de espaço.
5 ANTECEDENTES HISTÓRICOS A reflexão sobre o desmembramento tecnológico não é recente, já observado em grandes momentos da história, sendo que a estaca zero, dentro do mundo moderno, foi a Revolução Industrial; [...] Ciência e tecnologia, revolução industrial e revolução burguesa estão intimamente ligadas entre si; geraram, no decorrer do século passado, novas e complexíssimas relações antagônicas e nãoantagônicas, âmbito sócio-histórico, econômico e cultural. (PIGNATARI, 2004, p. 43) Em 1907 foi criada na Alemanha a Werkbund (Associação de Artes e Ofícios) a qual tinha a finalidade de ser uma cooperação entre indústria e artesanato para a melhoria das atividades por meio de educação, tornando-se assim a associação artística mais importante antes da Primeira Guerra Mundial; A Bauhaus ( ) foi uma escola totalmente voltada para as artes aplicadas, com intuito de gerar artistas preparados para a produção em série de seus objetos de design, ou seja, uma das primeiras escolas que revolucionara o método do ensino e o produto final; O curso de arquitetura e planejamento urbano dentro da Bauhaus iniciou no outono de 1919 organizado em um semestre intermediário ao currículo oficial da escola, dirigido pelo simpatizante da Bauhaus Paul Klopfer.
6 ANTECEDENTES HISTÓRICOS Em maio de 1920 foi fundado o departamento de arquitetura dentro da Bauhaus sob coordenação de Adolf Meyer, Gropius adquire um terreno onde entrevê um planejamento urbano e residências em madeira, as quais seriam suas próprias casas;
7 ANTECEDENTES HISTÓRICOS As aulas de arquitetura de Meyer, um pouco diferentes do seu antecessor, Meyer ainda colocava que construir não era um processo estético, mas um processo de organização social, técnica, econômica e psíquica;
8 ANTECEDENTES HISTÓRICOS O ensino de arquitetura nesta terceira fase da escola estava dividido em três estágios: no primeiro os alunos aprendiam as bases técnicas como matemática, física, estudo de materiais, aquecimento, ventilação, dentre outros; no segundo estágio aprendiam a construção de uma malha urbana, criando um planejamento urbano, fazendo com que as quadras dispusessem as casas a receber melhores condições climáticas (imagem 06); e a terceira fase baseada no projeto de edificação como peça principal da arquitetura, a qual Mies tinha um alto grau de exigência. Talvez como que muitos dos estudantes seguissem as características do mestre, poderia-se afirmar que os alunos copiavam as obras de seu tutor.
9 RECORTE TEMPORAL FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS Em 1906 com, a invenção de Lee de Forest, engenheiro americano, a válvula eletrônica de três pólos, permitiu com que fossem passadas informações sonoras através da propagação de ondas eletromagnéticas, dando início à eletrônica moderna; A primeira geração de computadores começa a aparecer na década de O engenheiro e cientista Ted Hoff construiu o primeiro microprocessador, que só pôde ser lançado comercialmente em 1971; Em 1969, foi elaborado um software pela Computervision Corporation, tornando possível o desenvolvimento do Computer Aided Design (CAD) ou Projeto Auxiliado por Computador; Em 1981 foi lançado o IBM PC, popularizando ainda mais os microcomputadores, pela capacidade de processamento e custo baixo IBM PC Personal Computer ou Computador Pessoal, computador compatível com as especificações da IBM; Após os anos 1980, o microcomputador e os programas CAD ganharam novas versões, mais rápidas e mais eficientes; Em 1987 a Graphisoft lança o sistema Building Information Modeling (BIM); Em novembro de 2003 é patenteado um programa para modelagem em três dimensões, patenteado pela Google, o programa SketchUp.
10 RECORTE TEMPORAL FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS AUTO CAD R14 REVIT AUTO CAD 2010 SKETCHUP
11 DESENHO NA ARQUITETURA O desenho, assim como a escrita e a fala, é uma forma natural de linguagem do homem. Como linguagem, permite-lhe expressar-se e registrar suas idéias, para que os outros possam compreendê-lo; Para o arquiteto, o desenho adquire uma maior importância, pois é através dele que se criará o diálogo entre a mente (a idéia) e o suporte (o papel), permitindo-o refletir sobre o projeto; Os desenhos de croquis representam as etapas intermediárias do processo de criação e concepção da obra arquitetônica. O traço dá conta de definir espaços, criar volumes, aferir proporções. Conceito não tem forma, são questões que devem ser repensadas a fim de se estabelecer um caminho de inter-relações não lineares, pois se dá por associação de idéias, às vezes por similaridade e por proximidade.
12 TRANSIÇÃO OBSERVADA: ZAHA HADID Os projetos do início de carreira de Hadid se assemelham muito ao suprematismo e, ao passar dos anos, nota-se uma transformação formal, passando a moldar de formas puras e geométricas, quadrados e círculos, para formas mais orgânicas, criando um aspecto unificador; Verificamos também nos croquis de Zaha que há uma velocidade em seu traço, criando uma arquitetura fluida, veloz e orgânica. Estas características peculiares da arquiteta Iraquiana fizeram com que por um longo período suas obras não fossem construídas, ou por gerar altos custos ao empreendedor ou por problemas de resolução estrutural.
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22 TRANSIÇÃO OBSERVADA: MORPHOSIS Mayne foi um dos primeiros arquitetos de prestígio a adotar conscientemente o desenho assistido por computador em seu escritório, muito antes de outros dos grandes nomes dentro da arquitetura mundial. Considerando a excelente capacidade de Mayne para o desenho, segundo os métodos tradicionais, a substituição foi surpreendente, pois, segundo ele próprio, esta transição não alterou sua forma de fazer seus projetos. O arquiteto segue confiando na sua maneira intuitiva de conceber as fases iniciais do projeto, além da abundância de maquetes e análises contextuais do entorno que propõe em seus projetos.
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29 CONCLUSÃO Com esta pesquisa, observamos que o meio manual é, ainda, preservado nas primeiras fases da concepção arquitetônica. Alguns autores colocam em evidência que a melhor maneira de expressar uma idéia é o desenho manual com a utilização de papel e lápis, ou seja, por meios físicos da representação. E, este meio é o que melhor corresponde a um impulso criativo real. Esta representação manual, considerada ágil e como extensão de nossos raciocínios, pode estar comprometida devido ao avanço tecnológico. Como pudemos ver, já encontramos programas computacionais no mercado que são tão ágeis e de utilização tão simples quanto a de um lápis. As novas gerações de arquitetos, cada vez mais, estarão atreladas e comprometidas ao uso do microcomputador. Vivemos numa época em que brincadeira de criança é jogo eletrônico e não mais esportes coletivos, os meios de inter-comunicação tornam-se virtuais, o meio físico está sendo cada vez menos utilizado e o foco de todo o funcionamento e relacionamento está mudando do mecânico/físico para o eletrônico/virtual.
30 BIBLIOGRAFIA ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. Trad. Denise Bottmann e Frederico Caroti. São Paulo: Companhia das Letras, Walter Gropius e a Bauhaus. 2.ed. Lisboa: Presença, p. ARNHEIM, Rudolf. Arte e Percepção Visual: Uma psicologia da visão criadora. Trad. Ivonne Terezinha de Faria. São Paulo: Tomson Learning, DROSTE, Magdalena. Bauhaus Archiv. Trad. Casa das Línguas. Berlin Taschen, FLORIO, Wilson. Da Representação à Simulação Infográfica dos Espaços Arquitetônicos. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo). Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, O Uso de Ferramentas de Modelagem Vetorial na Concepção de uma Arquitetura de Formas Complexas. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo). FAUUSP, São Paulo, Contribuições do Building Information Modeling no Processo de Projeto em Arquitetura. Representação Gráfica Projeto. São Paulo, jul 2007, p.10. JANSON, H. K. História Geral da Arte. Adaptação e preparação Mauricio Balthazar Leal. 2ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, KLICZKOWSKI, Guillermo Raúl. Casas International: Morphosis. Editado por Pablo Bransburg. Madrid: Kliczkowski Publisher, LEVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Trad. Carlos Irineu da Costa. Rio de Janeiro: Editora 34, O que é o Virtual?. Trad. Sandro Patrício Gamma Nóbrega. Coimbra: Quarteto Editora, LIMA, PERRONE, Rafael; FLORIO, Wilson. O Desenho como Oficio: Um Percurso de Projeto. Representação Gráfica Projeto, São Paulo, 2007, p. 8. OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de criação. 6a ed. Petrópolis: Vozes, Universos da arte. 7ª ed. Rio de Janeiro: Campus, PIGNATARI, Décio. Semiótica da Arte e da Arquitetura. Atelier Editorial, 3ª Ed. Cotia, São Paulo, PIÑON, Helio. Representação gráfica do edifício e construção visual da arquitetura. Arquitextos n Portal de Arquitetura Vitruvius, janeiro, Disponível em <http// RIBEIRO, Orlando. Ciberespaço Projetual: Uma Abordagem Critica sobre A Representação Digital no Processo Projetual da Arquitetura. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo). UFRGS; PUC PR; PROPAR. Curitiba, ROSSI, Maria Cristina de Barros. Suporte Analógico: Desenho de Superficie. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo). Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, TAMASHIRO, Heverson Akira. Desenho Técnico Arquitetônico: Constatação do Atual Ensino nas Escolas Brasileiras de Arquitetura e Urbanismo. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo). Universidade de São Carlos, São Carlos, ZAHA HADID Complete Works. London: Thames e Hudson Ltd
31 VIDEO A REPRESENTAÇÃO GRÁFICA EM ARQUITETURA UMA TRANSIÇÃO
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