ANO XXVII ª SEMANA DE SETEMBRO DE 2016 BOLETIM INFORMARE Nº 38/2016
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- Sílvia Pereira de Carvalho
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1 ANO XXVII ª SEMANA DE SETEMBRO DE 2016 BOLETIM INFORMARE Nº 38/2016 IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA ELEIÇÕES, CANDIDATOS E PARTIDOS POLÍTICOS - ASPECTOS TRIBUTÁRIOS... Pág. 559 TRIBUTOS FEDERAIS DADOS NÃO PROTEGIDOS POR SIGILO FISCAL - FORMA DE DISPONIBILIZAÇÃO PELA RFB... Pág. 561
2 IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA Sumário 1. Introdução 2. Pis - Folha de Pagamento 3. Cofins 4. Retenções na Fonte 4.1 Partidos Políticos Candidatos 5. IRPJ e CSLL 6. Obrigações Acessórias 7. CNPJ 8. Guarda de documentos 1. INTRODUÇÃO ELEIÇÕES, CANDIDATOS E PARTIDOS POLÍTICOS Aspectos Tributários Os partidos políticos são equiparados à pessoa jurídica para fins tributários, tendo que cumprir as obrigações tributárias principais e acessórias, seja na condição de contribuinte ou de responsável. Nos itens a seguir trataremos sobre os aspectos tributários (Pis/Pasep, Cofins, IRRF, CSLL, e IRPJ) aplicáveis aos partidos e candidatos a cargos eletivos nas eleições municipais, com base na cartilha elaborada pela RFB e pelo Tribunal Superior Eleitoral, e outras fontes citadas no texto. 2. PIS - FOLHA DE PAGAMENTO As entidades de partidos políticos estão obrigadas ao recolhimento do Pis/Pasep calculado pela folha de salário, sendo recolhido em seu próprio CNPJ com a incidência de 1% (um por cento) sobre a folha de pagamento, utilizando para o recolhimento o código de DARF A contribuição para o PIS-Folha de Pagamento deve ser paga, até o 25º dia do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores (art. 18 da Medida Provisória no , de 24 de agosto de 2001, com a redação dada pelo o art. 1º da Lei nº , de 2009). Se o dia do vencimento não for dia útil, considerar-se-á antecipado o prazo para o primeiro dia útil que o anteceder. 3. COFINS Não há incidência da COFINS sobre as receitas relativas às atividades próprias dos partidos políticos (Art. 13 e inc. X do art. 14 da Medida Provisória nº /2001). Os partidos políticos terão que recolher a Cofins incidente sobre as receitas não derivadas das atividades próprias do partido politico, mediante incidência da alíquota de 3% (três por cento) sobre a totalidade das receitas. As contribuições a COFINS devem ser pagas, de forma centralizada na matriz (Art. 18 da Medida Provisória nº /2001, com a redação dada pelo art. 1º da Lei nº /2009) até o 25º dia do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores, pelas pessoas jurídicas. Se o dia do vencimento não for dia útil, considerar-se-á antecipado o prazo para o primeiro dia útil que o anteceder. 4. RETENÇÕES NA FONTE 4.1 Partidos Políticos Os partidos políticos, ao contratarem serviços e trabalhadores, exclusivamente para as campanhas eleitorais, sujeitam-se às seguintes obrigações: a) reter e recolher, o IRRF incidente sobre a remuneração de serviços prestados por pessoa física; IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE SETEMBRO - 38/
3 b) os pagamentos efetuados pelos partidos políticos a outras pessoas jurídicas de direito privado, pela prestação de serviços de limpeza, conservação, manutenção, segurança, vigilância, transporte de valores e locação de mãode-obra, pela prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, bem como pela remuneração de serviços profissionais, estão sujeitos a retenção na fonte de Imposto de Renda, da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido- CSLL, da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep (art. 30 da Lei nº , de 29 de dezembro de 2003; arts. 647 e 649 do RIR/1999). Nota: a contratação de pessoal para prestação de serviços exclusivamente nas campanhas eleitorais não geram vínculo empregatício com o candidato ou partidos políticos contratantes. Assim, as pessoas físicas contratadas assumem a qualidades de contribuintes individuais (art. 100, da Lei nº 9.504/1997). Observação: todas as normas de cálculo e recolhimento do IRRF sobre os serviços do trabalho assalariado e sem vínculo empregatício foram abordadas no boletim nº 09/2016 e 17/2015 deste caderno Candidatos Os candidatos, ao contratarem serviços e trabalhadores, exclusivamente para as campanhas eleitorais, sujeitamse a obrigação de reter e recolher, o imposto de renda retido na fonte IRRF incidente sobre a remuneração de serviços prestados por pessoa física; Nota: a contratação de pessoal para prestação de serviços exclusivamente nas campanhas eleitorais não geram vínculo empregatício com o candidato ou partidos políticos contratantes. Assim, as pessoas físicas contratadas assumem a qualidades de contribuintes individuais (art. 100, da Lei nº 9.504/1997). Observação: todas as normas de cálculo e recolhimento do IRRF sobre os serviços do trabalho assalariado e sem vínculo empregatício foram abordadas no boletim nº 09/2016 e 17/2015 deste caderno. 5. IRPJ E CSLL Os partidos políticos, inclusive suas fundações, por expressa determinação constitucional (CF, art. 150, VI, c), são imunes a impostos sobre patrimônio, renda e serviços. Por conta disso, não estão sujeitos ao pagamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e do Imposto Territorial Rural (ITR). Adicionalmente, os valores recebidos em razão de serviços prestados não sofrem retenção do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF). Em relação à CSLL, A RFB através do Ato Declaratório Interpretativo nº 1/2014, esclarece o seguinte: a) a imunidade prevista nas alíneas b e c do inciso VI do art. 150 da Constituição aplica-se exclusivamente a impostos incidentes sobre o patrimônio, renda ou serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas, não se estendendo a qualquer outro tributo; b) o art. 57 da Lei nº 8.981, de 1995, determina que se apliquem à Contribuição Social sobre o Lucro as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas, mas não autoriza estender-se àquela a imunidade aplicável a este. 6. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Os partidos políticos e os candidatos deverão apresentar: a) a Escrituração Contábil Fiscal ECF (somente para os partidos políticos), de acordo com as normas estabelecidas pela Instrução Normativa RFB nº 1.422, de (DOU de ), alterada pela IN RFB nº 1.489/2014, IN RFB nº 1.524/2014, IN RFB nº 1.574/2015, IN RFB nº 1.595/2015, IN RFB nº 1.633/2016, e a IN RFB nº 1.659/2016; b) Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais mensal - DCTF mensal (somente para os partidos políticos), de acordo com a Instrução Normativa RFB nº 1.599, de 11 de dezembro 2015 (DOU de ), com as alterações introduzidas pela Instrução Normativa RFB nº 1.626/2016 e 1.646/2016; c) Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte - Dirf, desde que: c.1) tenham pago ou creditado rendimentos que tenham sofrido retenção do imposto de renda na fonte (IRRF), ainda que em um único mês do ano-calendário a que se referir a declaração, por si ou como representantes de terceiro; IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE SETEMBRO - 38/
4 c.2) tenham efetuado retenção, ainda que em único mês do ano-calendário a que se referir a declaração, da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição para o PIS/Pasep sobre pagamentos efetuados a outras pessoas jurídicas, nos termos do art. 30 da Lei nº , de 29 de dezembro de 2003; Nota: no caso dos partidos políticos, considerando-se o disposto no parágrafo único do art. 100 da Lei nº 9.504/1997, a obrigação ocorre em razão de contratação de empregados ou contribuintes individuais contratados não exclusivamente para prestar serviço na campanha eleitoral, de contratação de serviços mediante cessão de mão-de-obra, bem como de ocorrência de outros fatos geradores de contribuições previdenciárias. d) Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep, da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição Previdenciária - EFD Contribuições (somente para os partidos políticos e respeitadas as condições de obrigatoriedade constante da Instrução Normativa RFB nº 1.252, de 2012); e) de acordo com o art. 3º da IN RFB nº 1.420/2013, alterada pela IN RFB nº 1.510/2014, ficam obrigadas a adotar a ECD, nos termos do art. 2º do Decreto nº 6.022, de 2007, em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2014, as pessoas jurídicas imunes e isentas que, em relação aos fatos ocorridos no ano calendário, tenham sido obrigadas à apresentação da Escrituração Fiscal Digital das Contribuições, nos termos da Instrução Normativa RFB nº 1.252, de 1º de março de Nota: alertamos que a cartilha sobre os aspectos tributários dos partidos políticos e candidatos, elaborada pela Receita Federal do Brasil e pelo Tribunal Superior Eleitoral não comenta sobre a obrigatoriedade de entrega da ECD dos partidos políticos. 7. CNPJ Com vistas ao cumprimento de obrigações tributárias, a inscrição dos Partidos Políticos e candidatos dar-se-á pelo número do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ. Os partidos já o possuem. Os candidatos receberão um número de CNPJ transitório para controle de suas obrigações tributárias e eleitorais. Esse número transitório é originado e baixado automaticamente, a partir das informações recebidas da Justiça Eleitoral. Nota: o número do CNPJ provisório não se confunde e nem substitui o CPF do candidato. 8. Guarda de documentos Os documentos comprobatórios que originaram as obrigações tributárias, bem como os documentos declaratórios e de pagamentos, devem ser guardados, no mínimo, por 5 anos. Fundamento Legal: os citados no texto. TRIBUTOS FEDERAIS Sumário 1. Introdução 2. Dados Que Serão Disponibilizados 3. Forma de Acesso Aos Dados 4. Responsável Pela Operacionalização Dos Dados 5. Responsável Pela Utilização Dos Dados 1. INTRODUÇÃO DADOS NÃO PROTEGIDOS POR SIGILO FISCAL Forma de Disponibilização Pela RFB De acordo com a Portaria RFB nº 1.384, de 09 de setembro de 2016 (DOU de ), os dados não protegidos por sigilo fiscal constantes de base de dados da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE SETEMBRO - 38/
5 serão disponibilizados a órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional. Nos itens a seguir trataremos sobre a forma de disponibilização dos dados com base na citada Portaria. 2. DADOS QUE SERÃO DISPONIBILIZADOS Serão disponibilizados dados constantes das seguintes bases: a) Cadastro de Pessoas Físicas (CPF); b) Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); c) Cadastro de Imóveis Rurais (Cafir); d) Consulta e Gerencial da Declaração de Operações Imobiliárias (DOI); e) Nota Fiscal Eletrônica (NF-e); f) Sistemas de controle de débitos de pessoas jurídicas de direito público; g) Sistemas de controle de débitos parcelados; e h) Sistema de emissão de Certidão de Regularidade Fiscal perante a Fazenda Nacional. Os dados, passíveis de disponibilização, estão discriminados nos Anexos I a VIII da Portaria RFB nº 1.384/ FORMA DE ACESSO AOS DADOS Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional que desejarem acesso aos dados deverão formalizar sua solicitação à RFB, com as seguintes informações: a) identificação: a.1) do órgão ou entidade solicitante: nome, número e data do ato de criação, número do CNPJ e endereço; a.2) do dirigente máximo: nome, número da identidade e do CPF e endereço eletrônico institucional; b) relação detalhada dos dados solicitados; c) descrição da forma e da periodicidade em que deseja receber os dados solicitados (eventual ou continuada); d) demonstração da necessidade do compartilhamento e das finalidades de uso dos dados solicitados; e) indicação das bases de dados administradas pelo órgão ou entidade solicitante, a fim de que a RFB verifique quais informações são de interesse da Administração Tributária Federal; e f) concordância com os termos e as disposições desta Portaria. Recebida a solicitação de compartilhamento de dados e formalizada em processo eletrônico específico (eprocesso), a RFB terá 20 (vinte) dias para manifestação conclusiva sobre a viabilidade ou não de atender à solicitação. 4. RESPONSÁVEL PELA OPERACIONALIZAÇÃO DOS DADOS Depois da autorização da RFB, o fornecimento de dados será operacionalizado por seus prestadores de serviços de tecnologia da informação, observado o seguinte: a) compete ao órgão ou à entidade solicitante a prévia celebração de contrato com o prestador de serviços de tecnologia da informação da RFB, responsável pela operacionalização do fornecimento dos dados, bem como a assunção dos custos dele decorrentes; IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE SETEMBRO - 38/
6 b) o órgão ou a entidade solicitante deverá garantir total rastreabilidade das informações fornecidas, em conformidade com as definições da RFB, sendo facultado a ela solicitar, a qualquer tempo, a demonstração da implementação das referidas definições; c) o fornecimento de dados será implementado com estrita observância às normas pertinentes à segurança da informação editadas pela RFB. 5. RESPONSÁVEL PELA UTILIZAÇÃO DOS DADOS O órgão ou a entidade solicitante é responsável pela correta utilização dos dados que receber ou a que tiver acesso, observado o seguinte: a) os dados poderão ser utilizados somente nas atividades que, em virtude de lei, são de competência do órgão ou da entidade solicitante, que não poderá transferi-los a terceiros ou divulgá-los de qualquer forma; b) a utilização dos dados fornecidos pela RFB, em desconformidade com a legislação pertinente, implicará o imediato cancelamento do compartilhamento, sem prejuízo de apuração da responsabilidade na forma prevista em lei específica. A RFB publicará, em seu sítio na Internet, catálogo de suas bases de dados não protegidos por sigilo fiscal. Fundamentos legais: os citados no texto. IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE SETEMBRO - 38/
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