Controle da Osmolalidade dos Líquidos Corporais. Prof. Ricardo Luzardo

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1 Controle da Osmolalidade dos Líquidos Corporais Prof. Ricardo Luzardo

2 Osmolalidade é uma função do número total de partículas em solução, independente de massa, carga ou composição química. As partículas dissolvidas (osmólitos) exercem uma força que tendem a atrair água através de membranas semi-impermeáveis. Qual é a faixa normal de osmolalidade plasmática? mosm/kg H 2 0 Super-hidratação Desidratação NORMAL Porque a osmolalidade plasmática deve ser mantida em faixas tão estreitas? Manutenção das funções celulares. Hiposmolalidade: Naúseas, mal-estar, dor de cabeça, confusão, letargia, convulsões e coma. Hiperosmolalidade: sintomas neurológicos letargia, fraqueza, convulsões e coma.

3 Vias normais de ganho e perda de água em adultos (23 0 C) Ingestão de Água ml/dia Líquidos Água dos alimentos Água produzida metabolicamente 300 TOTAL Perda de Água ml/dia Pulmão (insensível) 350 Pele (insensível) 350 Suor 100 Fezes 200 Urina TOTAL No equilíbrio o a quantidade de água perdida é igual a quantidade de água ingerida

4 Como o rim controla a osmolalidade plasmática?

5 O equilíbrio entre a perda e a ingestão de água sede INGESTÃO DE ÁGUA PERDA DE ÁGUA (*) BALANÇO DA ÁGUA formação de urina (*) respiração, suor, urina e fezes Adaptado de Color Atlas of Physiology, Ed. A. Despopoulos

6 O equilíbrio entre a perda e a ingestão de água sede INGESTÃO DE ÁGUA PERDA DE ÁGUA (*) BALANÇO DA ÁGUA formação de urina (*) respiração, suor, urina e fezes Adaptado de Color Atlas of Physiology, Ed. A. Despopoulos

7 O equilíbrio entre a perda e a ingestão de água aumenta a sede INGESTÃO DE ÁGUA PERDA DE ÁGUA (*) BALANÇO DA ÁGUA diminui a formação de urina (*) respiração, suor, urina e fezes Adaptado de Color Atlas of Physiology, Ed. A. Despopoulos

8 Manipulação renal de água O hormônio antidiurético (ADH), ou vasopressina, age nos rins para regular o volume e a osmolaridade da urina. Quando os níveis de ADH no plasma estão baixos, um grande volume de urina é excretado (Diurese); Quando os níveis de ADH no plasma estão elevados, um pequeno volume de urina é excretado (Antidiurese).

9 Síntese e secreção de ADH Cérebro Hipotálamo Hipófise

10 Regulação da secreção do ADH Sensores Osmorreceptores Neurônios altamente especializados, capazes sentir variações na osmolaridade. Parâmetro aferido Elevação da osmolaridade plasmática ADH é sintetizado nos núcleos Supra-óptico e Paraventricular hipotalâmicos transportado nos axônios até a neurohipófise e secretado na circulação sangüínea nas terminações dos axônios na neurohipófise.

11 A secreção do ADH é regulada por fatores osmóticos e hemodinâmicos Fatores osmóticos - mais sensíveis (Variações de 1%); Fatores hemodinâmicos - menos sensíveis (Variações de 5-10%).

12 Controle osmótico da secreção do ADH água corporal sede Hipotálamo água corporal osmolaridade do sangue reabsorção de água Neurohipófise Hormônio Antidiurético osmolaridade do sangue reabsorção de água urina concentrada e volume reduzido urina diluída e volume aumentado

13 Controle hemodinâmico da secreção do ADH Sinais captados por barorreceptores localizados tanto no local de baixa pressão do sistema circulatório (átrio esquerdo e vasos pulmonares) como no de alta pressão (arco aórtico e seio carotídeo) são conduzidos pelos nervos vago e glossofaríngeo, convergem para os núcleos supra óptico e paraventricular Estimulam a liberação do ADH Queda do volume ou pressão do sangue Ex.: severa hemorragia intensa, diarréia e vômitos Sensibilidade do sistema barorreceptor é muito MENOR que do osmorreceptor

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15 Mecanismo da Sede Desejo consciente por água; Garante a reposição das perdas diárias obrigatórias de água: diurese e perdas insensíveis;

16 Estímulos a sensação de sede aumento da osmolaridade do LEC > 4mOsm/L: estímulo a osmorreceptores do hipotálamo anterior: sede; queda da pressão arterial: liberação de renina: formação de Angiotensina II: sede.

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18 Regulação da liberação de ADH Aumento do ADH osmolalidade do plasma volume de sangue pressão sangüínea Calor corporal Fármacos (morfina) Diminuição do ADH osmolalidade do plasma volume de sangue pressão sangüínea frio álcool

19 Osmolaridade plasmática Regulação da secreção do ADH + reabsorção de água pelo TC

20 Osmolaridade plasmática Regulação da secreção do ADH - reabsorção de água pelo TC

21 Manipulação de água no néfron

22 Manipulação renal de água quando a osmolalidade do plasma é menor que 290mOsm/Kg H 2 O

23 Manipulação renal de água quando a osmolalidade do plasma é maior que 290mOsm/Kg H 2 O

24 Ações de ADH nos rins: 1. permeabilidade do ducto coletor à água

25 Ações de ADH nos rins: 3. reabsorção de NaCl - síntese do simporter Na + -K + -2Cl - na membrana apical da porção grossa ascendente da alça de Henle, - síntese do simporter Na + -Cl - na membrana apical do túbulo distal, - síntese do canal de Na + (ENaC) no túbulo distal e ducto coletor.

26 Alteração dos níveis plasmáticos de ADH durante os exercícios físicos

27 ADH e exercício

28 Após a queda inicial, o volume plasmático permanece relativamente constante durante o exercício, devido a: 1. As ações da aldosterona e ADH, 2. O retorno da água dos músculos exercitados para o sangue, 3. O aumento na quantidade de água produzida pela oxidação metabólica nos músculos.

29 Bebidas isotônicas Isotônicos são bebidas à base de água, sais minerais e carboidratos, ideais para reposição de líquidos e eletrólitos perdidos através do suor durante atividade física. São chamados isotônicos por possuírem formulação semelhante ao plasma, o que facilita a absorção. Só há necessidade de consumi-los se você perder mais de 2% de peso corporal durante a atividade física.

30 Uma forma fácil de verificação é você pesar-se antes do exercício e imediatamente após, aplicando a fórmula abaixo: PESO PÓS -TREINO X PESO PRÉ TREINO Resultado menor ou igual a 2: só a água será suficiente; Resultado maior que 2: beba um isotônico, além da água; Nos dois casos, o resultado dessa fórmula também indica a quantidade (em litros) que você deve ingerir.

31 Hiponatremia Hiponatremia: e um desequilíbrio hidroeletrolitico que resulta na queda anormal da concentração plasmatica de sódio (< 135 meq/l ; normal = meq/l). Em exercícios prolongados, que ultrapassam uma hora de duração, recomendase beber líquidos contendo de 0,5 a 0,7 g/l de sódio (similar ou até mesmo inferior ao suor do indivíduo).

32 Hiponatremia durante o exercício [Na+] Sérico 136 meq/l (Sintomas Leves) [Na+] Sérico 130 meq/l (Sintomas Graves) Principal Causa: ingestão excessiva de líquidos sem sódio Hiponatremia: Sintomas Cefaléia; Confusão; Mal-estar; Náuseas; Câimbras. Crises convulsivas; Coma; Edema pulmonar; Morte Mcardle et al, 2001

33 Fatores que predispõem a hiponatreimia Exercício de alta intensidade prolongado em um clima quente. Maior perda de sódio associada a produção de suor contendo uma alta concentração de sódio. Inicio de uma atividade física em estado com depleção de sódio Uso de medicação diurética para hipertensão Ingestão frequente de grandes quantidades de liquido isento de sódio durante exercício prolongado. Mcardle et al, 2001

34 Doenças: Diabetes Insipidus nefrogênica/central A DI é uma doença caracterizada pela excreção de grandes quantidades de urina muito diluída (poliúria). Esta diluição não diminui quando a ingestão de líquidos é reduzida. Isto denota a incapacidade renal de concentrar a urina. A DI é ocasionada pela deficiência do hormônio antidiurético ou pela insensibilidade dos rins a este hormônio. Ocorre geralmente por traumas na cabeça, neoplasias cerebrais ou infecções cerebrais. Síndrome da secreção inadequada de ADH Secreção de altos níveis de ADH aumenta a reabsorção de água nos ductos coletores. Urina concentrada e baixa osmolaridade dos líquidos corporais. Pode ser causada por infecções e neoplasias cerebrais, drogas (agente anti-tumoral), doenças pulmonares e carcinma de pulmão.