C. Co. cre, '"qrj., n144 n4lik: PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA GABINETE DO DES. MANOEL SOARES MONTEIRO

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1 C. Co cre, '"qrj., n144 n4lik: PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA GABINETE DO DES. MANOEL SOARES MONTEIRO ACÓRDÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO N /001 RELATOR: DES. MANOEL SOARES MONTEIRO AGRAVANTE: Município de João Pessoa, representado por seu Prefeito ADVOGADOS: Norton Ferreira Moreira da Cruz Filho e outros AGRAVADA: Marilene Bezerra de Almeida (Auto Escola Liderança) AGRAVO DE INSTRUMENTO Execução Fiscal Penhora on une Possibilidade Desnecessidade de esgotamento dos meios para localização de outros bens Art. 11, da LEF Provimento do recurso. - "A despeito de não terem sido esgotados todos os meios para que a Fazenda obtivesse informações sobre bens penhoráveis, faz-se impositiva a obediência à ordem de preferência estabelecido no artigo 11 da Lei n 6.830/1980, que indica o dinheiro como o primeiro bem a ser objeto de penhora. Nesse panorama, objetivando cumprir a lei de execuções fiscais, é válida a utilização do sistema BACENJUD para viabilizar a localização do bem (dinheiro) em instituição financeira" (STJ, Resp /BA, DJ ). - Provimento do agravo de instrumento. Vistos, relatados e discutidos estes autos, antes identificados: Acorda a Egrégia ia Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, à unanimidade, DAR PROVIMENTO AO RECURSO. Relatório O Município de João Pessoa, representado por seu Prefeito Constitucional, interpôs AGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido liminar, em face da decisão de fl. 14, que indeferiu o pedido de penhora on fine formulado nos autos da Ação de Execução Fiscal movida contra Marilene Bezerra de Almeida (Auto-Escola Liderança) Conclusos os autos, o pedido de efeito suspensivo formulado restou deferido, determinando que o Magistrado de primeiro grau realizasse o bloqueio dos valores executados através do sistema BACENJUD (f Is. 40/41). Oficiado, o Exmo. Juiz prestou os informes de estilo (fls. 51/53). (

2 54). Devidamente intimada, a parte agravada não ofertou contra-razões (fl. Com vista dos autos, a douta Procuradoria de Justiça, em parecer (fls. 55/61), opinou pelo desprovimento do agravo. É o relatório. Voto Des. Manoel Soares Monteiro: Depreende-se dos autos que o Município de João Pessoa propôs Execução Fiscal contra Marilene Bezerra de Almeida (Auto-escola Liderança), com o objetivo de ver adimplido o valor de R$ ,43, constante da Certidão da Dívida Ativa n 2005/ (fl. 18). Citada, a executada não pagou o débito, tampouco garantiu o juízo, motivando a Fazenda Municipal a requerer a penhora de tantos bens quanto bastassem para solver o valor executado. Acolhida a súplica, esta restou infrutífera, em face da não localização de bens passíveis de constrição (fl. 29). Instado a se pronunciar, o exeqüente pugnou pela penhora on fine do valor executado (fls.31), pedido este que foi indeferido, sob o fundamento de que tal medida poderia acarretar prejuízos para a executada, notadamente diante da deficiência do sistema BACEN-JUD, que por vezes bloqueia o numerário executado em mais de uma conta; e do número reduzido de servidores, que impede o imediato desbloqueio da quantia em excesso. É contra esta decisão que se insurge o recorrente. Pois bem, a execução dos valores inscritos na dívida ativa da Fazenda Pública é regida pela Lei n /80 Lei de Execução Fiscal, segundo a qual "O executado será citado para, no prazo de cinco dias, pagar a divida com os juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir a, execução" (art. 8 ). Não ocorrendo o pagamento, a penhora recairá sobre qualquer bem do executado exceto os que a lei declare absolutamente impenhoráveis, obedecendo ao constante do art. 11: "A penhora ou arresto de bens obedecerá à seguinte ordem: 1 dinheiro". No mesmo sentido, a norma constante do art. 655, inciso I, do Código de Processo Civil (com redação determinada pela Lei n /06), a seguir transcrita: Art A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: 1 - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; Da redação constante dos dispositivos acima referidos, portanto, percebe-se que antes de se perquirir sobre a existência de outros bens em nome do executado, deve-se diligenciar para que se realize a penhora em dinheiro, em espécie ou aplicado em instituição financeira. A respeito do método de penhora on une, o Código de Processo Civil é bastante claro ao estabelecer, em seu art. 655-A (incluído pela Lei n /06), que LU-

3 "Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exeqüente, requisitará à autoridade supervisora do sistema bancário, preferencialmente por meio eletrônico, informações sobre a existência de ativos em nome do executado, podendo no mesmo ato determinar sua indisponibilidade, até o valor indicado na execução" (grifei). Igualmente, o mesmo comando normativo encontra-se inserto no art. 185-A do Código Tributário Nacional, incluído pela LC n. 118/05: Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo leaal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. 1 A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valor total exigível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite. 2 Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput deste artigo enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem promovido. Com a devida vênia ao ilustre parecer do Ministério Público, não entendo haver qualquer consignação legal acerca da necessidade da realização de diligências outras para obtenção de informações de bens do devedor, notadamente quando resultou infrutífera a tentativa de constrição anteriormente procedida. Nesse sentido, os recentes julgados do STJ: "EXECUÇÃO FISCAL. ESGOTAMENTO DOS MEIOS PARA LOCALIZAÇÃO DE BENS PENHORÁVEIS. PRESCINDIBILIDADE. QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO. SISTEMA BACEN JUD. PENHORA DE DINHEIRO. ORDEM LEGAL DE PREFERÊNCIA. LEI 6.830/1980. I - A despeito de não terem sido esgotados todos os meios para que a Fazenda obtivesse informações sobre bens penhoráveis, faz-se impositiva a obediência à ordem de preferência estabelecida no artigo 11 da Lei n 6.830/1980, que indica o dinheiro como o primeiro bem a ser objeto de penhora. II - Nesse panorama, objetivando cumprir a lei de execuções fiscais, é válida a utilização do sistema BACEN JUD para viabilizar a localização do bem (dinheiro) em instituição financeira. III - Observe-se ademais que, de acordo com o artigo 15 da Lei de Execuções Fiscais, a Fazenda Pública pode a qualquer tempo substituir os bens penhorados por outros, não sendo obrigada a preferir imóveis, veículos ou outros bens, o que realça o pedido de quebra de sigilo, indo ao encontro do princípio da celeridade processual. Precedente: Resp /MT, Rel. Ministro Francisco Falcão, julgado em 06/11/2007. IV - Recurso especial provido." (Resp /BA, Rel. Ministro Francisco Falcão, 12 Turma, DJ ). '

4 i 1 'r IP lik "PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. SALDO BANCÁRIO. POSSIBILIDADE. SÚMULA 7/ST.I. 1. A constrição efetivada sobre valores depositados em conta corrente bancária encontra respaldo no art. 11 da Lei n 6.830/80, que prevê a penhora sobre dinheiro em primeiro lugar na ordem nele estabelecida. 2. Na hipótese em que o devedor não tem bens que satisfaçam a penhora, ou em que houve a realização de infrutíferas tentativas de constrição de outros bens suficientes a garantir a execução, tem-se admitido como possível proceder-se a penhora sobre o saldo bancário da empresa. 3. Tendo o Tribunal a quo concluído pela configuração da hipótese extremada, afastar tal premissa esbarra no óbice da Súmula 7/STJ. 4. Recurso especial desprovido." (Resp SP, Rel. Ministro José Delgado, Rel. p/ Acórdão Ministro Luiz Fux, i a Turma, DJ ). É preciso se entender de uma vez por todas, que "a execução se opera em prol do exeqüente e visa a recolocar o credor no estágio de satisfatividade que se encontrava antes do inadimplemento. Em conseqüência, realiza-se a execução em prol dos interesses do credor (arts. 612 e 646, do CPC). Por conseguinte, o princípio da economicidade não pode superar o da maior utilidade da execução para o credor, propiciando que a execução se realize por meios ineficientes à solução do crédito exeqüendo"1. Destarte, havendo elementos suficientes para se proceder à penhora de dinheiro depositado em instituição financeira através do sistema BACENJUD, não há que se investigar sobre a existência de outros bens em nome da recorrida. Por tal razão e com base nos fundamentos táticos e jurídicos acima expostos, DOU PROVIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO, DETERMINANDO QUE O JUIZ DE PRIMEIRO GRAU REALIZE O BLOQUEIO DOS VALORES EXECUTADOS ATRAVÉS DO SISTEMA BACENJUD, confirmando a liminar anteriormente concedida. Por votação indiscrepante, deu-se provimento ao agravo. Participaram do julgamento, além do Relator, os Exmos. Des. José Di Lorenzo Serpa e Miguel de Britto Lyra Filho, Juiz de Direito convocado em razão do afastamento do Des. Marcos Antônio Souto Maior. Presente a Exma. Dra. Dinalba Araruna Gonçalves, representante da douta Procuradoria de Justiça. Sala de Sessões da Egrégia Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, aos 14 dia do Tês de j maio do ano Des. anoel Soares Monteiro Relator 1 STJ, Resp /RS, Rel. Ministro Luiz Fux, ia Turma, DJ

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