TEORIA DO CRIME CONTINUAÇÃO. B.1) REPRESENTAÇÃO: O dolo é a mera previsão do resultado independentemente do resultado.
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- Luiza Tomé Ramires
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1 1 PONTO 1: TEORIA DO CRIME... CONTINUAÇÃO PONTO 2: a) FATO TÍPICO/ DOLO PONTO 3: b) CULPA TEORIA DO CRIME CONTINUAÇÃO 6 FATO TÍPICO 6.7 DOLO E CULPA DOLO A) CONCEITO: art. 18 CP 1, inc. I. B) TEORIA B.1) REPRESENTAÇÃO: O dolo é a mera previsão do resultado independentemente do resultado. - Crítica: esta teoria confundi o dolo eventual e a culpa consciente porque em ambos o agente prevê a possibilidade de produzir o resultado. b.2) vontade - O Dolo é a vontade livre e consciente de realizar a conduta e produzir o resultado. b.3) assentimento: o agente prevê, aceita e assume o risco de produzir o resultado, o que lhe é indiferente. Também chamada de teoria da anuência consentimento ou probabilidade. Obs: art. 18 CP. O CP adotou a teoria da vontade para o dolo direto (art. 18, inc. I, 1ª parte) e a do assentimento para o dolo eventual (art. 18, inc. I, in fine CP) c) ESPÉCIES DE DOLO: 1 Art Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) Crime doloso(incluído pela Lei nº 7.209, de ) I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(incluído pela Lei nº 7.209, de ) Crime culposo(incluído pela Lei nº 7.209, de ) II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei nº 7.209, de ) Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de )
2 2 c.1) DIRETO (IMEDIATO OU DOLO DETERMINADO): ocorre quando o agente quer produzir o resultado. Divide-se em: c.1.1) De 1º grau: é o dolo propriamente dito em que o agente visa determinado resultado e orienta a sua conduta na busca de sua realização. c.1.2) De 2º grau: também chamado de dolo de conseqüências necessárias configura-se quando para alcançar seu objetivo principal o agente sabe que necessariamente deverá ferir outros bens jurídicos. Pressupõe, portanto, a existência do dolo direto de 1º grau. Não se confunde com o dolo eventual porque neste o agente prevê e assume o risco de produzir um evento que é incerto, enquanto naquele a produção do resultado é certa. _ TEORIA DA AVESTRUZ OU TESE DA CEGUEIRA DELIBERADA: de origem norte americana tem sido aplicada em crime de lavagens de capitais e eleitorais. Foi adotada no assalto ao banco central do Ceará sobre os proprietários de concessionárias de carros de luxo que efetuaram vendas de valor voluptuoso. Parte da idéia de que embora elevada a probabilidade de que o dinheiro tenha origem ilícita o agente se demonstra indiferente a esse conhecimento o que configura dolo indireto. C.2) DOLO INDIRETO: quando a vontade do agente não se dirige a um resultado certo e determinado. É também chamado de dolo indireto ou indeterminado. c.2.1) Dolo eventual: o agente prevê aceita é indiferente e assume o risco de produzir o resultado. É bem representado pela fórmula de HANS FRANK, segundo a qual aconteça o que acontecer da mesma forma agirei. c.2.2) Dolo alternativo:o agente admite a produção de um ou outro resultado. C.3) DOLO CUMULATIVO: o agente visa ou aceita a produção de dois ou mais de dois resultados. (ex: ferir e matar). C.4) DOLO DE DANO: a conduta se dirige a efetiva produção de uma lesão ao bem jurídico. C.5) DOLO DE PERIGO: o agente quer ou assume o risco de produzir ameaça/perigo ao bem jurídico. C.6) DOLO NATURAL OU NEUTRO: é adotado pela teoria finalista da ação compreendendo a consciência da conduta resultado e nexo causal bem como a vontade de produzir o resultado descrito no tipo. C.7) DOLO NORMATIVO OU HÍBRIDO: adotado pela teoria causalista (causal, mecânica, mecanicista ou clássica) o dolo contempla a consciência da ilicitude. Integra a culpabilidade. C.8) DOLO GENÉRICO: adotado ao tempo do causalismo era assim considerado quando despido de uma finalidade especial. C.9) DOLO ESPECÍFICO: adotado pela teoria causalista era assim chamado quando a conduta visava determinada finalidade. Sob a ótica do finalismo tal situação é rotulada como elemento subjetivo do injusto.
3 3 - Homicídio tipo penal simétrico Tipicidade subjetiva intenção de matar alguém animus necandi e animus ociendi Tipicidade objetiva matar alguém -Furto tipo penal assimétrico Tipicidade subjetiva animus furandi Tipicidade objetiva intenção de subtrair Obs: sempre que o tipo penal exigir além do dolo a verificação de uma determinada finalidade o tipo penal apresenta estrutura assimétrica ou incongruente. C.10) DOLO CONCOMITANTE: é o que se verifica ao tempo da conduta. É o único aceito. C.11) DOLO ANTECEDENTE: é o que ocorre antes da conduta. Não é de regra aceito, salvo no caso em que o agente pratica o crime embriagado eis que no momento da conduta não havia dolo por quanto bêbado, mas antecipando a análise da voluntariedade pode-se encontrar o dolo antes da prática delitiva. Adota-se a teoria da ACTIO LIBERA IN CAUSA (ver aula de culpabilidade). C.12) DOLO SUBSEQUENTE: ocorre em momento posterior ao da conduta. Também não é aceito. C.13) DOLO GERAL (DOLO GENERALI ): ocorre quando o agente realiza a conduta e supondo ter alcançado o resultado pratica nova ação e esta é a que efetivamente produz o evento lesivo. É também chamado de aberratio causae ou erro sucessivo sobre o nexo causal. C) A QUESTÃO DO INIMPUTÁVEL: O inimputável age com dolo, pois o dolo está na conduta e não na culpabilidade CULPA A) CONCEITO: ART. 18, INC. II, CP. B) GRADUAÇÃO: o juiz leva em consideração o grau da culpa, ou seja, a intensidade da inobservância do dever de cuidado, na aplicação da pena quando da análise das circunstâncias judiciais (art CP), na primeira fase da dosimetria. 2 Art O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;(redação dada pela Lei nº 7.209, de ) II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;(redação dada pela Lei nº 7.209, de ) III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;(redação dada pela Lei nº 7.209, de )
4 4 - levíssima - leve - grave. C) ELEMENTOS DO CRIME CULPOSO: - conduta voluntária: nulo crime sine actio (não há crime sem conduta) não se confunde com a intenção/vontade, pois a voluntariedade exigida tanto pelo crime doloso quanto pelo culposo liga-se a idéia de inexistência de coação. - inobservância do dever de cuidado objetivo: é a quebra do dever de cuidado que de todos que convivem em sociedade é exigido, o que se manifesta por imprudência, imperícia e negligência. - previsibilidade objetiva: leva em conta o senso comum, ou seja, a capacidade de qualquer pessoa sem maiores conhecimentos de prever o resultado. - previsibilidade subjetiva: (ausência de previsão) leva em consideração o indivíduo em si, observando-se as suas condições pessoais como grau de cultura, econômico, social, escolaridade. - resultado involuntário: diferentemente da conduta o resultado é involuntário. Os crimes culposos necessariamente exigem resultado material. - nexo causal: é o vínculo/elo entre a conduta e o resultado. Evidencia-se pela previsibilidade. - tipicidade culposa: significa que a conduta deve estar expressamente prevista em lei. Ex: art. 121, 3º 3 CP. Trata-se da excepcionalidade do crime culposo. Obs: em determinados casos a tipicidade culposa é depreendida da estrutura do tipo. ex:. Art Lei /03 (Estatuto do desarmamento). D) EXTERIORIZAÇÃO DA CULPA (ESPÉCIES OU MODALIDADES): -imprudência: configura-se por um comportamento positivo, ou seja, um agir sem cautela. Ex: imprimir velocidade excessiva no veículo. IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de ) 3 Art 121. Matar alguem: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965). Pena - detenção, de um a três anos. 4 Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade: Pena detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.
5 5 - negligência: evidencia-se por um comportamento negativo, ou seja, pela ausência de cautela. - imperícia: pressupõe a habilitação para o exercício de atividade, arte, profissão ou ofício em que o agente não demonstra habilidade/conhecimento suficiente para exercê-la. E) ESPÉCIES DE CULPA e.1) CULPA INCONSCIENTE: O agente não prevê o que era previsível. É também chamada de culpa sem previsão ex ignorantia ou negligentia. Manifesta-se por imprudência, imperícia e negligência. e.2) CULPA CONSCIENTE: o agente prevê o resultado, mas acredita sinceramente que não vai ocorrer. É também chamada de culpa com previsão ex lascivia ou luxuria. Dolo eventual x culpa consciente (em ambos há previsão de culpa, mas no primeiro o sujeito é indiferente a produção do resultado e no segundo acredita que não ocorrerá). e.3) CULPA PRÓPRIA: é a culpa propriamente em que o agente não quer e não assume o risco de produzir o resultado (ausência de dolo). e.4) CULPA IMPRÓPRIA: ocorre na hipótese das descriminantes putativas por erro de tipo em que o agente imagina uma situação fática que se efetivamente existisse tornaria legítima a sua atuação (ex: legítima defesa putativa). Para determinar a responsabilidade do agente afere-se a sua possibilidade de evitar o erro. Assim, se o erro for invencível/inevitável (qualquer pessoa incidiria restam afastados dolo e culpa; se vencível/ evitável afasta-se o dolo e o agente responde por culpa se houver previsão de tipicidade culposa). Verifica-se, portanto, que embora tenha agido com dolo será responsabilizado por culpa por razões de política criminal. Por isso é chamada de culpa imprópria, por extensão, assimilação ou equiparação. e.5) CULPA DIRETA OU IMEDIATA: o próprio agente atinge o bem jurídico pessoalmente. e.6) CULPA INDIRETA OU MEDIATA: ocorre quando o agente produz indiretamente o resultado. EX: a patroa pede para empregada deixar um vaso de flores na sacada quando ventava. e.7) CULPA PRESUMIDA (ASSIMILADA OU FICTA): é proibida em matéria penal. A culpa tem que ser provada. e.8) CULPA COMPENSATÓRIA (COMPENSAÇÃO DE CULPAS): também é proibida em matéria penal. e.9) CULPA CONCORRENTE (CONCORRÊNCIA DE CULPAS): é perfeitamente possível hipótese em que cada agente responde pelo evento na medida de sua culpabilidade. F) SITUAÇÕES (CAUSAS/HIPÓTESES) DE AFASTAMENTO DA CULPA:
6 6 F.1) infelicitas facti : é um evento imprevisível que decorre de caso fortuito, força maior ou ainda culpa exclusiva da vítima. F.2) Falha da ciência: ocorre quando a culpa pelo evento não é a do agente, mas da ciência em que se demonstra insuficiente para evitá-lo. F.3) Princípio da confiança: parte da idéia que em atividades coletivas ou compartilhadas como é o caso das relações de trânsito e de equipes médicas, cada sujeito agirá dentro dos padrões de normalidade. G) CONCURSOS DE PESSOAS: prevalece na doutrina majoritária que só cabe coautoria em crimes culposos. Parcela minoritária admite a participação. (Fernando Capez) CRIMES QUALIFICADOS PELO RESULTADO: CONDUTA RESULTADO AGRAVADOR (1) DOLO DOLO (2) DOLO CULPA (3) CULPA DOLO (4) CULPA CULPA OBS: (1) Trata-se de crime de dupla tipicidade dolosa em que tanto a conduta quanto o resultado decorrem de dolo. Art. 129, 2º 5 CP. (2) É crime preterdoloso (preterintensional) que reúne o dolo no antecedente (na conduta) e a culpa no conseqüente (resultado). ex: art. 1º, inc. I 6, cominado com 3º 7 da lei 9455/97. (3) A conduta decorre de culpa e o resultado de dolo. Ex: art. 302, parágrafo único, inc. III 8 da Lei 9503/97. 5 Art Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. 2 Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incuravel; III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de dois a oito anos. 6 Art. 1º Constitui crime de tortura: I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 7 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. 8 Art Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Parágrafo único. No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de um terço à metade, se o agente: III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente;
7 7 (5) Trata-se de crime de dupla tipicidade culposa. Ex. art. 267, 2º 9 CP. (epidemia culposa com morte). _ A QUESTÃO DO LATROCÍNIO ART. 157, 3º 10, IN FINE, CP. ROUBO DOLO MORTE DOLO CULPA 9 Art Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos: Pena - reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de ) 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se resulta morte, de dois a quatro anos. 10 Art Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Vide Lei nº 8.072, de
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