ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA [cargos 2 a 11]
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- Júlio Duarte Cabral
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1 TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO TRT 8ª REGIÃO ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA [cargos 2 a 11] AULA 00 DEMONSTRATIVA DIREITO ADMINISTRATIVO Professor Edson Marques
2 Olá! Eu sou o, vou ministrar o curso de Direito Administrativo, teoria e exercícios, voltado para o concurso da Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, para o cargo de Analista Judiciário, cargos 2 a 11. Então, a título de apresentação, deixe-me fazer uma breve apresentação. Ocupo o cargo de Defensor Público Federal, com atuação no STJ, sou mestrando em Direito, especialista em Direito Público e ministro aulas em cursos preparatórios para concursos, graduação e pós-graduação em Brasília nas cadeiras de Direito Administrativo e Direito Constitucional. Em relação a minha experiência sobre concursos públicos, que considero razoável, passa pelos cargos de Advogado da União, Analista Judiciário no STJ e STF, Técnico Judiciário no STJ, Técnico de Finanças e Controle no Min. Fazenda. Obtive, ainda, aprovação em diversos outros certames, tal como Procurador da Fazenda Nacional, Delegado de Polícia Federal, Advogado Junior da CEF, Técnico Judiciário TST, Analista Judiciário Execução de Mandados do TRF 1ª Região e do TJDFT, dentre outros. E o nosso curso? Bem, em relação ao nosso curso de Direito Administrativo, gostaria de enfatizar que trarei as questões mais recentes do CESPE, e que teremos 04 (quatro) aulas, além dessa demonstrativa, assim compreendidas: AULA 00: DEMONSTRATIVA AULA 01: 1 Princípios Básicos da Administração Pública; AULA 02: Lei nº 8.112/1990 (1ª PARTE) AULA 03: Lei nº 8.112/1990 (2ª PARTE) AULA 04: Lei nº /2006 Carreiras do Poder Judiciário da União. Então, sem mais delongas, vamos ao que interessa. 2
3 SUMÁRIO 1. AGENTE PÚBLICO QUESTÕES COMENTADAS QUESTÕES SELECIONADAS GABARITO
4 1. AGENTE PÚBLICO A noção de agente público se confunde de certo modo com a noção de servidor público, que durante muito tempo foi denominado funcionário público expressão já não tão usual. E mesmo a expressão servidor público pode ser visto sob o aspecto amplo, de modo que engloba os agentes públicos, ou sob aspecto mais restrito, daí somente dirá respeito àqueles que ocupam cargo público. Bem, de todo modo, atualmente é mais usual e adequado referirmo-nos de maneira geral ao conjunto de pessoas que realizam as diversas atribuições no âmbito da administração pública utilizando a expressão agente público, que, inclusive, goza de previsão legal, conforme expresso no art. 2º da Lei 8.429/92, que assim dispõe: Art. 2 Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. É preciso, no entanto, descortinarmos o alcance da expressão agente público, e, para tanto, utilizamos a divisão clássica de Hely Lopes Meirelles, para quem há as seguintes espécies de agentes públicos: a) Agentes políticos b) Agentes administrativos c) Agentes honoríficos d) Agentes delegados e) Agentes credenciados Agentes políticos são aqueles que ocupam cargos que compõe os órgãos constitucionais independentes, ou seja, dotados de 4
5 independência funcional, prerrogativas do cargo e sujeitos a regime especial, cujas funções advêm diretamente da Constituição, investidos, normalmente, por meio de eleição, nomeação ou designação. Dentre esses estariam compreendidos os magistrados, os membros do Ministério Público, dos Tribunais de Contas, além dos representantes do Poder Executivo (Presidente, Governador, Prefeito, e seus auxiliares diretos, Ministros, Secretários etc) e do Poder Legislativo (Deputados, Senadores, Deputados Estaduais, Distritais e Vereadores). Por outro lado, há forte corrente que defende serem os agentes políticos apenas aqueles que erigidos aos cargos eletivos, tal como o Presidente, Governador, Senador, Deputado, Vereador etc. Nesse sentido, vale salientar, e é preciso ficar atentos a isto, que o STF tem entendido que os agentes políticos são todos aqueles que exercem atribuições decorrentes diretamente da Constituição, não sendo, pois, apenas os detentores de cargos eletivos, de modo que englobam também outros agentes públicos tal como os magistrados, conforme orientação firmada no Informativo n Vejamos: Informativo 263 (RE ) Dano Moral e Atos Judiciais (Transcrições) RE SP* (v. Informativo 259) Relator: Min. Néri da Silveira EMENTA: - Recurso extraordinário. Responsabilidade objetiva. Ação reparatória de dano por ato ilícito. Ilegitimidade de parte passiva. 2. Responsabilidade exclusiva do Estado. A autoridade judiciária não tem responsabilidade civil pelos atos jurisdicionais praticados. Os magistrados enquadram-se na espécie agente político, investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica. (...) 5
6 (...) os magistrados se enquadram na espécie agente político. Estes, são investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica, requisitos, aliás, indispensáveis ao exercício de suas funções decisórias. (...) É o que elucida o saudoso HELY LOPES MEIRELLES, em sua obra "Direito Administrativo Brasileiro" (18ª ed., pág. 72): "Os agentes políticos exercem funções governamentais, judiciais e quase-judiciais, elaborando normas legais, conduzindo os negócios públicos, decidindo e atuando com independência nos assuntos de sua competência. São as autoridades públicas supremas do Governo e da Administração na área de sua atuação, pois não estão hierarquizadas, sujeitando-se apenas aos graus e limites constitucionais e legais de jurisdição. Em doutrina, os agentes políticos têm plena liberdade funcional, equiparável à independência dos juízes nos seus julgamentos, e, para tanto, ficam a salvo de responsabilidade civil por seus eventuais erros de atuação, a menos que tenham agido com culpa grosseira, má-fé ou abuso de poder. Nesta categoria encontram-se os Chefes de Executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares imediatos (Ministros e Secretários de Estado e de Município); os membros das Corporações Legislativas (Senadores, Deputados e Vereadores); os membros do Poder Judiciário (Magistrados em geral); os membros do Ministério Público (Procuradores da República e da Justiça, Promotores e Curadores Públicos)..." Por outro lado, agentes administrativos são todos aqueles agentes que estão submetidos à hierarquia funcional, não sendo membro de poder, não exercendo funções políticas ou governamentais, estando sujeitos ao regime jurídico da entidade a que servem. 6
7 Nesse conceito estão todos os que têm com os entes Políticos (Administração Direta) e entidades administrativas (Administração Indireta) vínculo funcional ou relação laboral, de natureza profissional e caráter não eventual, sob vínculo de dependência. Por isso, dividem-se em: servidores públicos, empregados públicos e funcionários ou servidores temporários. Servidores públicos são todas as pessoas físicas que ocupam um cargo público, submetidos a regime estatutário, e mantendo vínculo de subordinação com o Estado ou com suas entidades mediante retribuição pecuniária. Nesse sentido, vale lembrar que cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas em uma estrutura organizacional, que devem ser cometidas a um servidor (art. 3º, Lei nº 8.112/90), que são criados por lei e com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, cujo provimento poderá ser em caráter efetivo ou em comissão. Assim, teremos servidores públicos de cargos efetivos (concursados) e servidores públicos de cargos comissionados (cargos de Direção e Assessoramento Superior). Os empregados públicos são pessoas físicas que ocupam emprego público, ou seja, são os contratados sob o regime da legislação trabalhista (celetistas) por prazo indeterminado. Em regra tais agentes estão no âmbito das estatais, submetidos ao regime laboral, na medida em que tais entidades são regidas, preponderantemente, pelo regime de direito privado. Ocorre, no entanto, que com a EC n. 19/98, permitiu-se à Administração direta, autárquica e fundacional também contratar sob o regime celetista. Disposição que restou suspensa pela decisão proferida pelo STF na ADI n
8 Servidores ou funcionários temporários, ou simplesmente agentes temporários, são agentes contratados de forma temporária, por excepcional interesse público, para exercer função por prazo determinado, conforme estabelece a Constituição Federal em seu art. 37, inciso IX, ao permitir a contratação de servidor visando atender necessidade temporária em razão de excepcional interesse público (exemplo: recenseador do IBGE). Nesse sentido, a Lei nº 8.745/93 regulamentou na esfera federal a contratação de pessoal para o exercício de atividade temporária, dispondo que as pessoas jurídicas de direito público poderiam contratar pessoal observando as condições e os requisitos legais. Agentes delegados são particulares que, por força de contrato ou ato administrativo em que se delega a realização de uma atividade, obra ou serviço público, a executam sob sua conta e risco, sob fiscalização do Estado, por isso atuando em colaboração a este (descentralização por colaboração). Como exemplo pode-se citar os delegatários de serviço público, tal como os concessionários, permissionários, tabelião, leiloeiros etc. Agentes honoríficos são particulares que, em razão de sua condição cívica, honra, ou de sua notória capacidade profissional, são requisitados ou designados pelo Estado para exercerem, de forma provisória, certa atividade ou função, podendo ser remunerados ou não. (Exemplo: Mesário, Jurado, Membros dos Conselhos Tutelares das crianças e adolescentes etc). Por fim, temos ainda os chamados agentes credenciados, ou seja, aqueles que o Estado dá a incumbência de representá-lo para certa e específica atividade ou para um ato determinado, mediante remuneração. 8
9 É possível, ademais, constatarmos a existência de outras classificações, a exemplo daqueles que colocam dentre tais agentes os militares (agentes militares) e os terceirizados (agentes em colaboração). É o que explica a Profa. Di Pietro em relação aos militares, que antes da EC n. 18/98 enquadravam-se na categoria de servidores públicos, porém após a emenda retirou-se a expressão, por isso não são considerados como servidores, figurando-se como mais uma categoria de agente público, denominados simplesmente de militares. Cuidado, pois há pessoas que ainda utilizam a expressão funcionário público de forma indistinta para qualificar todos os agentes públicos. Trata-se de uma expressão, como ressaltado, em desuso, no entanto, ainda prevista no Código Penal Brasileiro no art. 327, que se refere a qualquer agente público para fins penais. Nesse sentido, os servidores públicos são divididos em servidores públicos civis e militares. Classificação decorrente da EC 18/98, como já ressaltado. Sendo os militares aqueles ligados às forças armadas, bombeiro militar ou policial militar. Em razão da natureza da função e do regime aplicável temos os servidores comuns e especiais. Os comuns são aqueles que exercem as funções administrativas, de apoio aos objetivos básicos do Estado, podendo ser submetidos ao regime comum (regime geral dos servidores) ou a regime especial (cargos organizados em carreiras específicas que têm tratamento próprio, tal como professores, fiscais, policiais civis etc.). São servidores públicos especiais os que executam certas funções especiais no contexto das funções essenciais do Estado, daí tendo regime jurídico diferenciado, regulamentado em diploma normativo específico, geralmente em lei complementar. A exemplo dos membros do MP, da Defensoria, dos Tribunais de Contas, da Advocacia Pública. 9
10 Há ainda, quanto à natureza do vínculo e das funções, os servidores públicos estatutários, trabalhistas e os temporários. Os estatutários são submetidos a regime jurídico de direito público, o qual é caracterizado por uma relação não contratual, de permanência, sendo que cada ente político vai elaborar o estatuto próprio. Poderá ser um regime geral ou regime especial, a depender da peculiaridade e das prerrogativas da atividade a ser desempenhada. Lembre-se que o regime jurídico é conjunto de regras que regulam a relação jurídico do servidor com o Estado, tutelando seus direitos, garantias, deveres e responsabilidades. O servidor público trabalhista é o que tem um vínculo empregatício, ou seja, mantém uma relação de contrato de trabalho regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Nesse sentido, vê-se que o regime jurídico aplicável será o trabalhista, de modo que haverá unicidade normativa, e a natureza da relação é trabalhista. Desse modo, eventual litígio entre o servidor e a Administração deve ser julgado pela Justiça Trabalhista. Importante destacar que, quanto ao tema, o prof. Carvalho Filho, lembra que há o regime de emprego a ser adotado na Administração direta, autárquica e fundacional, conforme já alertado. Quanto a este, teríamos a regulamentação estabelecida na Lei Federal, sendo aplicável o regime trabalhista a relação entre servidor e Administração. No tocante aos servidores temporários, conforme já ressaltado, trata-se de vínculo especial decorrente da excepcional necessidade do serviço, havendo um vínculo de contrato com prazo certo, porém não regido pela CLT, mas por regulamento próprio. Daí o STJ e STF entenderem que se trata de um especial vínculo administrativo e, com isso, entender que a competência para julgar eventual litígio não é da Justiça Trabalhista, mas da Justiça comum, estadual ou federal, conforme o caso. 10
11 Por fim, tome cuidado, pois há pessoas que ainda utilizam a expressão funcionário público de forma indistinta para qualificar todos os agentes públicos. Trata-se de uma expressão já bastante ultrapassada, prevista no Código Penal Brasileiro no art. 327, que se refere a qualquer agente público para fins penais tão-somente. E, ademais, vale lembrar que o prof. Carvalho Filho ainda cita a figura do agente de fato, ou seja, aquele que exerce uma função / cargo público sem ter um legítimo vínculo. Podendo ser agente necessário (casos de calamidades, guerra, ou situação de excepcional emergência em que se praticam atos ou executam atividades como se agente público fosse) e o agente putativo (aquele que pensa que está de forma legitima no exercício de um cargo ou função, porém não está, por não ter ocorrida a investidura de modo legítimo). Outrossim, o Prof. Carvalho Filho também traz interessante classificação dos agentes públicos, dividindo-os em três categorias, sendo: a) agentes políticos; b) agentes particulares colaboradores; c) servidores públicos. Os agentes políticos são aqueles que exercem efetivamente função de natureza política, realizando a execução das diretrizes traçadas pelo Poder Público, tal como os chefes do executivo e seus auxiliares direto e os membros do legislativo. Os agentes particulares colaboradores são particulares que executam funções qualificadas como públicas, tal como jurados, mesários, cartorários (tabelião), os concessionários e permissionários, ou seja, todos os particulares que venham a exercem uma função pública ou dessa natureza, sem vínculo efetivo com o Estado. Enfim, os servidores públicos são aqueles que têm vínculo permanente de trabalho com o Estado, seja de natureza efetiva ou temporária, estatutária ou celetista. Dito isso, vamos às questões. 11
12 2. QUESTÕES COMENTADAS 1. (AFCE TCU CESPE/2011) Em sentido estrito, todas as pessoas que servem ao poder público, de forma transitória ou definitiva, remuneradas ou não, são consideradas servidores públicos. Em sentido amplo, servidor público ou agente público é todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades integrantes da Administração Pública ou que prestem serviços públicos. Contudo, em sentido estrito, servidor público é o ocupante de cargo público efetivo ou comissionado. 2. (AGENTE ADMINISTRATIVO PRF CESPE/2012) Integram a categoria dos agentes administrativos aqueles que são contratados temporariamente para atender a uma necessidade temporária de excepcional interesse público. Os agentes administrativos são divididos em: servidores públicos, empregados públicos e os temporários, estes são contratados temporariamente para atender a uma necessidade temporária de excepcional interesse público. Gabarito: Certo. 12
13 3. (ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO MS CESPE/ adaptada) As empresas públicas e as sociedades de economia mista são entidades integrantes da administração indireta, portanto, aos seus funcionários aplica-se o regime jurídico dos servidores públicos civis, das autarquias e das fundações públicas federais. A CF/88, em seu artigo 39, estabeleceu a obrigatoriedade da Administração Pública Direta, autárquica e fundacional de adotar regime jurídico único para seus servidores, conforme assim expresso: Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. Portanto, tal regime não se aplica às empresas públicas e as sociedades de economia mista na medida em que o regime de seus empregados é o contratual (celetista). 4. (ANALISTA ECT CESPE/ adaptada) Os ocupantes de cargo público ou de emprego público têm vínculo estatutário e institucional regido por estatuto funcional próprio. Apenas os ocupantes de cargo público é que têm vínculo estatutário e institucional regido por estatuto funcional próprio. 13
14 5. (TÉCNICO JUDICIÁRIO TRE/RJ CESPE/2012) O regime jurídico único aplica-se aos servidores civis e das autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. O denominado RJU ou estatutário somente se aplica aos servidores civis (administração direta) e das autarquias e fundações públicas (de direito público). Portanto, não se aplica às pessoas jurídicas de direito privado integrantes da administração pública (empresa pública, sociedade de economia mista e fundação pública de direito privado). 6. (INVESTIGADOR DE POLÍCIA PC/BA CESPE/ adaptado) No que diz respeito aos seus empregados as empresas públicas são submetidas ao regime jurídico único (estatutário). O regime jurídico dos empregados públicos é o celetista. Com efeito, as empresas públicas não estão submetidas ao regime jurídico único ou estatutário. 7. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO MPU CESPE/2010) Os servidores temporários, ao serem contratados por tempo 14
15 determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público, exercem função pública e, portanto, passam a estar vinculados a emprego público. Os servidores temporários são agentes contratados de forma temporária, por excepcional interesse público, para exercer função por tempo determinado, conforme art. 37, inc. IX, CF/88, mantendo vínculo contratual, por prazo determinado, com a Administração Pública. Portanto, tais agentes não ocupam emprego público. Trata-se do exercício de uma função pública. 8. (TODOS OS CARGOS SUPERIOR ANEEL CESPE/2010) No que se refere aos vocábulos cargo, emprego e função pública, é correto afirmar que o servidor contratado por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público exerce função pública. De fato, o servidor temporário, muito embora mantenha vínculo contratual com a Administração, exerce função pública por prazo determinado. Gabarito: Certo. 9. (POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL PRF CESPE/2013) A nomeação para cargo de provimento efetivo será realizada mediante prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos ou, em algumas situações excepcionais, por livre escolha da autoridade competente. 15
16 Nos termos do art. 37, inc. II, CF/88, a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Ademais, não se trata de algumas situações excepcionais, mas nos casos em que a lei estabelece os cargos comissionados, que são de livre nomeação e exoneração. 10. (TÉCNICO JUDICIÁRIO TRE/MT CESPE/2010) Constitui requisito básico para a investidura em cargo público a nacionalidade brasileira, não se admitindo, portanto, o provimento de cargos com cidadãos estrangeiros, independentemente da instituição. É de se observar que os cargos públicos são acessíveis aos brasileiros, natos ou naturalizados. Porém, aos estrangeiros é assegurada, na forma da lei, conforme estabelece a Constituição Federal em seu art. 37, inc. I, CF/88 a possibilidade de ingressar em cargos públicos. Vejamos: I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação 16
17 dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 11. (ANALISTA JUDICIÁRIO ADMINISTRATIVA TRE/RJ CESPE/2012) Tendo em vista que a nacionalidade é um dos requisitos para investidura em cargos públicos, é correto afirmar que estrangeiro não pode exercer qualquer atividade de natureza pública. A CF/88 traz previsão de que o estrangeiro poderá ingressar em cargos públicos nos termos da Lei. 12. (TÉCNICO JUDICIÁRIO TRT 10ª REGIÃO CESPE/2013) A acumulação lícita de cargos públicos por parte do servidor é condicionada à demonstração de compatibilidade de horários. A regra é a vedação da acumulação de cargos. No entanto, permite-se a acumulação nos casos autorizados pela CF/88, desde que haja compatibilidade de horário, conforme o seguinte: Art. 37 XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: 17
18 a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; c) a de dois cargos privativos de médico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; Gabarito: Certo. 13. (TÉCNICO JUDICIÁRIO TRE/MT CESPE/2010) O concurso público tem validade de três anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período. Conforme estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 37, inc. III, o concurso público terá validade de até dois anos, podendo ser prorrogado por igual período. 14. (ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO MS CESPE/2010) O edital do concurso público é o instrumento idôneo para o estabelecimento do limite mínimo de idade para a inscrição no concurso. Dispõe o art. 37, inc. I, da CF/88 que os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei. 18
19 Importante dizer que o Supremo Tribunal Federal tem firme entendimento no sentido de que estabelecer limite de idade para inscrição em concurso público depende de expressa previsão legal, conforme a Súmula 14, que assim dispõe: Súmula 14: Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo público. Esse entendimento é aplicado não só para restringir a inscrição como também para investidura no cargo. Informativo 580: INFORMATIVO Nº 580 TÍTULO: Forças Armadas: Limite de Idade para Concurso de Ingresso e Art. 142, 3º, X, da CF - 2 PROCESSO: RE ARTIGO A Min. Cármen Lúcia, relatora, negou provimento ao recurso por entender que, tendo a Constituição Federal determinado, em seu art. 142, 3º, X, que os requisitos para o ingresso nas Forças Armadas são os previstos em lei, com referência expressa ao critério de idade, não caberia regulamentação por meio de outra espécie normativa. Considerou, por conseguinte, não recepcionada pela Carta Magna a expressão e nos regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, contida no art. 10 da Lei 6.880/80, que dispõe sobre o Estatuto dos Militares ( Art. 10 O ingresso nas Forças Armadas é facultado mediante incorporação, matrícula ou nomeação, a todos os brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei e nos regulamentos da marinha, do exército e da aeronáutica..). Afirmou ser inquestionável a prerrogativa das Forças Armadas de instituir por regulamento de cada Força, e até mesmo nos editais de concursos, os 19
20 procedimentos relativos a todo o certame. Aduziu que o conteúdo definido constitucionalmente como sendo objeto de cuidado a ser levado a efeito por lei haveria de ser desdobrado, de forma detalhada, nos atos administrativos, tais como os regulamentos e editais. Observou, contudo, que esses atos não poderiam inovar nos pontos em que a legislação não tivesse estatuído. Registrou, ainda, que, no item específico relativo à definição dos limites de idade, a fixação do requisito por regulamento ou edital, categoria de atos administrativos, esbarraria, inclusive, na Súmula 14 do STF ( Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo público. ). RE /SC, rel. Min. Cármen Lúcia, (RE ) 15. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO ANATEL CESPE/2012) O ato administrativo que motivadamente estabeleça idade mínima para preenchimento de determinado cargo público não viola o princípio da legalidade. Nos termos da Súmula 14-STF, não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo público, tampouco a exigência de idade por meio de ato administrativo, pois os requisitos devem ser previstos em lei. 20
21 3. QUESTÕES SELECIONADAS 1. (AFCE TCU CESPE/2011) Em sentido estrito, todas as pessoas que servem ao poder público, de forma transitória ou definitiva, remuneradas ou não, são consideradas servidores públicos. 2. (AGENTE ADMINISTRATIVO PRF CESPE/2012) Integram a categoria dos agentes administrativos aqueles que são contratados temporariamente para atender a uma necessidade temporária de excepcional interesse público. 3. (ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO MS CESPE/ adaptada) As empresas públicas e as sociedades de economia mista são entidades integrantes da administração indireta, portanto, aos seus funcionários aplica-se o regime jurídico dos servidores públicos civis, das autarquias e das fundações públicas federais. 4. (ANALISTA ECT CESPE/ adaptada) Os ocupantes de cargo público ou de emprego público têm vínculo estatutário e institucional regido por estatuto funcional próprio. 5. (TÉCNICO JUDICIÁRIO TRE/RJ CESPE/2012) O regime jurídico único aplica-se aos servidores civis e das autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. 6. (INVESTIGADOR DE POLÍCIA PC/BA CESPE/ adaptado) No que diz respeito aos seus empregados as empresas públicas são submetidas ao regime jurídico único (estatutário). 7. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO MPU CESPE/2010) Os servidores temporários, ao serem contratados por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público, exercem função pública e, portanto, passam a estar vinculados a emprego público. 21
22 8. (TODOS OS CARGOS SUPERIOR ANEEL CESPE/2010) No que se refere aos vocábulos cargo, emprego e função pública, é correto afirmar que o servidor contratado por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público exerce função pública. 9. (POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL PRF CESPE/2013) A nomeação para cargo de provimento efetivo será realizada mediante prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos ou, em algumas situações excepcionais, por livre escolha da autoridade competente. 10. (TÉCNICO JUDICIÁRIO TRE/MT CESPE/2010) Constitui requisito básico para a investidura em cargo público a nacionalidade brasileira, não se admitindo, portanto, o provimento de cargos com cidadãos estrangeiros, independentemente da instituição. 11. (ANALISTA JUDICIÁRIO ADMINISTRATIVA TRE/RJ CESPE/2012) Tendo em vista que a nacionalidade é um dos requisitos para investidura em cargos públicos, é correto afirmar que estrangeiro não pode exercer qualquer atividade de natureza pública. 12. (TÉCNICO JUDICIÁRIO TRT 10ª REGIÃO CESPE/2013) A acumulação lícita de cargos públicos por parte do servidor é condicionada à demonstração de compatibilidade de horários. 13. (TÉCNICO JUDICIÁRIO TRE/MT CESPE/2010) O concurso público tem validade de três anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período. 14. (ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO MS CESPE/2010) O edital do concurso público é o instrumento idôneo para o estabelecimento do limite mínimo de idade para a inscrição no concurso. 15. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO ANATEL CESPE/2012) O ato administrativo que motivadamente estabeleça idade mínima para 22
23 preenchimento de determinado cargo público não viola o princípio da legalidade. 4. GABARITO E C E E E E E C E E E C E E E
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