Bianco. perita. COmpetiçãO :: Volta a Portugal. quinta vez a Volta a Portugal, tornando-se assim no recordista de vitórias da prova rainha

Transcrição

1 COmpetiçãO :: Volta a Portugal Bianco * ia 9 Li e ±. perita 11 David Blanco (Efapel/Glassdrive) "meteu a 5. a ". Sonhou, prometeu, lutou e conquistou pela quinta vez a Volta a Portugal, tornando-se assim no recordista de vitórias da prova rainha do ciclismo português. Depois de abrir a porta do clube dos pentacampeões, uma questão se sobrepõe a todas as outras: atacará o espanhol, em 2013, o sexto triunfo? Texto: Fernando Lebre Fotos: Direitos Reservados e Lagos Sports o ciclista espanhol, a 74.» edição da Volta a Portugal foi, Paranão só, sinónimo de glória, mas também de história, pois o triunfo final saboreado na cidade de Lisboa transformou-o no recordista de vitórias da Volta, suplantando o longo reinado protagonizado por Marco Chagas. Alicerçado no estatuto de primeiro pentavencedor da prova, o nome de David Blanco ficará, desta maneira, definitivamente para a posteridade. A competição foi viva, emotiva e bem disputada, com o nome do vencedor final a permanecer uma incógnita constante quase até às pedaladas finais. Blanco e a sua equipa Efapel/Glassdrive foram protagonistas da corrida desde a primeira hora. Aliás, a formação liderada por Carlos Pereira fez jus ao favoritismo que muitos lhe atribuíam à partida e venceu quatro etapas, tendo arrebatado a camisola amarela na etapa rainha, em pleno alto da Torre, com Blanco a fechar com mestria as contas da corrida no decisivo contrarrelógio de 32,6 km entre Pedrógão e Leiria.

2 David Blanco (de amarelo) fez questão de liderar o pelotão na chegada a Lisboa Com um plantei fortíssimo, a Efapel/ Glassdrive tinha mais do que um potencial vencedor da Volta No final o espanhol, ex-corretor da Bolsa de Madrid, era o espelho da felicidade: "Fiz todos os possíveis para alcançar esta vitória. Queria-a muito. Quando se persegue um sonho e se consegue alcançá-lo isso é a coisa mais bonita do mundo. Agradeço por me tratarem como português. Realmente, sinto-me melhor aqui do que na minha própria casa", confessou Blanco. DUELO DE GIGANTES Falar da 74. a Volta a Portugal/Liberty Seguros significa necessariamente falar de Hugo Sabido (LA Alumínios/Antarte). Aos 32 anos, o português viveu finalmente o seu ano de afirmação na mais mítica competição do ciclismo nacional. Compenetrado e demonstrando uma regularidade invejável ao longo de todo o evento, Sabido foi o ciclista que durante mais dias envergou a camisola amarela. No final, a vice-liderança da pauta classificativa permitiu-lhe ser "coroado" como o melhor atleta português em prova. Embora este não fosse certamente o resultado que durante alguns dias lhe terá pautado os sonhos, o certo é que a visibilidade mediática obtida por aquele corredor trouxe a LA Alumínios/Antarte para as luzes da ribalta, algo que terá levado uma onda de satisfação ao técnico Mário Rocha e aos patrocinadores daquela equipa. Uma coisa é certa, em 2013 Hugo Sabido entrará em cena com um estatuto reforçado. 0 mais baixo lugar do pódio ficou reservado para outra das figuras de proa do ciclismo nacional: Rui Sousa

3 Jav Thomson (United Healthcare inscreveu o seu nome mima das grandes Voltas europeias Em Lisboa, a consagração final das várias camisolas (líder, montanha, pontos, ete) foi saudada com champanhe (Efapel/Glassdrive). 0 seu espírito abnegado fez dele o fiável lugar-tenente de David Blanco. Os seus dotes de trepador de excelência permitiram-lhe obter uma suada, mas deveras saborosa, vitória na mítica Senhora da Graça e regressar a casa com a camisola azul, símbolo do rei da Montanha. Em suma, uma Volta que Rui Sousa não mais esquecerá. OS OUTROS VENCEDORES Para além dos três melhores classificados da geral houveram outros atletas que contaram com honras de destaque no bonito pódio final erigido na capital. Na classificação da Juventude, a vitória final sorriu ao espanhol David de La Cruz (Cajá Rural), atleta que demonstrou a sua valia por estradas portuguesas e que deixou indicações de que será um nome que continuará a dar que falar futuramente no panorama velocipédico internacional. Outro dos protagonistas da corrida foi Reinardt Van Rensburg (MTN Qhubeka). Primeiro líder da prova e sprinter de cada vez maior gabarito, o sul-africano viu a sua regularidade ser premiada ao tornar-se no destinatário final da camisola vermelha, recompensa para o vencedor da classificação dos Pontos. Também a disputa por equipas foi vibrante, com a Efapel/Glassdrive a receber a calorosa ovação do público lisboeta, depois de superar a La Alumínios/Antarte e a Onda/Boavista, respetivamente segunda e terceira classificadas no duelo coletivo. AS RESTANTES "ESTRELAS" Composto por 17 equipas, o pelotão que percorreu a Volta a Portugal era maioritariamente de cariz internacional.

4 Francesco Lasca (Cajá Rural) e Alejandro Marque (Prio/Tavira) foram também protagonistas na maior prova por etapas lusitana Num ano particularmente difícil para a economia nacional, a Lagos conseguiu levar avante a realização da Volta a Portugal Parabéns à organização! Rui Sousa voltou a mostrar o seu poderio na alta montanha Hugo Sabido deu a Mário Rocha a devida recompensa, já que era a sua principal aposta para a Volta a Portugal

5 Lisboa enche-se de magia quando a Volta invade a capital Se formações estrangeiras houve que passaram por terras lusitanas de forma quase incógnita, existiram duas que conseguiram uma notoriedade praticamente diária: a United Healthcare e a MTN/Qhubeka. O primeiro conjunto teve em Jay Thomson, Jason McCartney e Kai Réus as vedetas de serviço, colocando a sua assinatura na vitória em três etapas e vestindo no corpo de Thomson a vistosa camisola amarela. Da África do Sul chegou outra boa surpresa. Com Reinardt Van Rensburg à cabeça, a MTN/Qhubeka deu espetáculo e parece ser uma formação cujo desenvolvimento merece ser seguido com atenção no futuro. Em foco na competição lusitana esteve também José Gonçalves (Onda/ Boavista). 0 campeão nacional de contrarrelógio deu boa conta de si. A sua irreverência e o espírito combativo permitiram-lhe encetar quase diariamente fugas que, de forma constante, exibiram ao país as cores do equipamento axadrezado. Contudo, foi o quarto posto da pauta classificativa obtido pelo jovem Daniel Silva a encher de contentamento os adeptos das "panteras". Na 74. a Volta a Portugal/Liberty Seguros também Brice Feillu (Saur/ Sojasun) teve honras de destaque. Depois de ter sentido na "pele" as agruras da Volta a França, o corredor gaulês decidiu experimentar os desafios da grande corrida portuguesa e desde as primeiras pedaladas que demonstrou ter aspirações aos lugares de topo. 0 sexto lugar final assenta-lhe bem e ficámos com vontade de o ver novamente no nosso país em anos vindouros. Uma palavra de apreço merece também a Seleção Nacional. Embora os comandados de José Poeira não tivessem alcançado o triunfo em qualquer tirada, não deixa de ser verdade que a camisola das quinas destacou-se em diversas escapadas. Sérgio Ribeiro e César Fonte. Para além de serem colegas de equipa na Efapel/Glassdrive e de ambos terem vencido uma etapa nesta edição, têm ainda em comum o facto de durante vários dias terem "ameaçado" os primeiros da geral. 0 seu desempenho foi primordial para que a turma liderada por Carlos Pereira tivesse colocado seis corredores no top- 1 5, assumido desse modo o estatuto de "dona e senhora" das voltas... da Volta. O