MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

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Nicholas Alcântara Castelo
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1 Autos n / Inquérito Civil Promoção de Arquivamento I RELATÓRIO O presente inquérito civil tem por objeto apurar possível deficiência na localização do radar do km 36 da BR-267, em Bataguassu/MS, com vistas a melhor prevenção de acidentes no trecho da rodovia que dá acesso ao distrito industrial daquele município 1. O feito originou-se da representação de fls. 5/12, a qual noticiou possíveis irregularidades nas sinalizações de trechos das rodovias BR-267 e BR-060, notadamente no que diz respeito à deficiência dos sinais indicativos de velocidade máxima. Trata-se, um dos trechos referentes à BR-267, localizado no município de Bataguassu/MS, de área de atribuição desta PRM. Inicialmente, então, o foco das investigações estava nas possíveis irregularidades na sinalização de trecho da BR-267, localizado em Bataguassu, especificamente quanto à deficiência dos sinais indicativos de velocidade máxima. Visando obter elementos a respeito da situação noticiada, houve a solicitação à Superintendência Regional do DNIT em Mato Grosso do Sul para que se manifestasse acerca da representação; outrossim, os critérios utilizados para a sinalização dos limites de velocidade e implantação dos respectivos equipamentos de fiscalização eletrônica, especificamente no trecho da BR-267 que corta Bataguassu. Em resposta, a fls. 17/18, o DNIT informou que, a respeito da travessia entre Bataguassu e Nova Casa Verde, são utilizados os equipamentos: barreira eletrônica e radar de aferição discreto de velocidade. A barreira eletrônica, cuja velocidade máxima permitida é 40 km/h, é instalada em locais em que haja a concentração de passagem de pedestres. Já o radar de velocidade é um aferidor discreto, a velocidade máxima permitida por ele é a do trecho da via, sendo esta orientação dada por placas. Disse, ainda, que, nos trechos destacados pelo representante, a velocidade estabelecida é 40 km/h nas barreiras e 60 km/h nos radares. 1 Destaca-se que, no objeto da portaria de conversão em Inquérito Civil, fls. 77/77-v, refere-se equivocadamente a BR-262, visto que trata-se da BR-267. Autos n / Inquérito Civil Arquivamento Pág. 1/5

2 Com a finalidade de tornar mais abrangente a instrução, ad cautelam, diligenciouse junto à Polícia Rodoviária Federal em Bataguassu visando a elaboração de relatório a respeito da adequação dos equipamentos e da respectiva sinalização mencionados na representação, especificamente nas imediações do trevo de Nova Casa Verde e Bataguassu, sob o ponto de vista do usuário e tendo em vista as informações prestadas pelo DNIT (fls. 19/19-v). Em atendimento à solicitação deste órgão, a PRF, por meio de ofício nº 468/2015- GAB, datado de 11 de maio de 2015 (fls. 23/26), procedeu a verificação in loco de todos os locais com radar no trecho compreendido 0 a 210 da BR-267, conforme mídia acostada a fl. 26, sendo elaborado, também relatório. Nesse relatório, observou-se que, referente à área de atribuição desta Procuradoria 2 : i) no radar do quilômetro 28 da BR-267, as placas de velocidade estão instaladas apenas no lado direito da rodovia, não sendo possível sua visualização no caso de um condutor de veículo pequeno porte efetue manobra de ultrapassagem em um veículo de grande porte ( 4º); ii) quanto ao radar do km 36, após o distrito industrial de Bataguassu/MS, foi sugerida ao DNIT, devido o grande fluxo de veículos, a alteração do equipamento para cerca de 500 metros no sentido decrescente, ficando, portanto, posicionado antes do trevo do frigorífico, proporcionando a redução de velocidade naquele local ( 6º). Não foram registradas deficiências dos sinais indicativos de velocidade máxima. Em prosseguimento, expediu-se ofício à Superintendência Regional do DNIT em Mato Grosso do Sul requisitando informações se a autarquia acatava/concordava ou não com as sugestões formuladas pela Delegacia da Polícia Rodoviária Federal em Bataguassu acerca das possibilidades supramencionadas. Por sua vez, por meio do ofício SR-MS/DNIT nº 565/2015, fls. 32/76, o DNIT encaminhou cópia dos Estudos Técnicos para instalação de instrumentos ou equipamentos medidores de velocidade de ambos os radares do trecho de Bataguassu na BR-267. Informou, ainda, que, uma vez que as fundamentações técnicas e legais determinadas pela Resolução do CONTRAN nº 396, de 22 de dezembro de 2011, conforme o Código de Trânsito Brasileiro, 2 O relatório abrangeu também trecho da rodovia que se situa na área de atribuição da PRM de Dourados trecho que passa por Nova Andradina, sendo encaminhada cópia do documento àquela unidade do MPF (fl. 31). Autos n / Inquérito Civil Arquivamento Pág. 2/5

3 estavam sendo seguidas, a autarquia resolveu não incorporar as sugestões apresentadas pela DPRF-Bataguassu. Na portaria de conversão em Inquérito Civil, de 9 de julho de 2015, registrou-se que, quanto ao radar do km 28 da BR-267, a Superintendência Regional do DNIT apresentou cópia de documentação que atende ao disposto na Resolução nº 396/2011 do CONTRAN e ao Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito (fls. 61/76). Já o radar localizado no km 36 necessitava de mais informações a serem prestadas pelo DNIT. Dessa maneira, delimitou-se o objeto deste procedimento para apurar apenas possível deficiência na localização do radar do km 36 da BR-267, em Bataguassu, com vistas a melhor prevenção de acidentes no trecho da rodovia que dá acesso ao distrito industrial do município. Em prosseguimento, oficiou-se à Superintendência Regional do DNIT requisitando informações que complementassem a resposta ao ofício anterior, e que o órgão se manifestasse acerca das razões contidas na não modificação do radar, tomando por referência a fundamentação contido no 6º do relatório apresentado pela PRF (fls. 23/26). Por meio de ofício SR-MS/DNIT nº 739/2015 (fls. 92/107), o DNIT enviou cópia de Estudo Técnico para implementação de radar fixo no km 36,640 sentido decrescente; e informou que, quanto ao questionamento do local de implementação do radar fixo, a localização está correta; analisando, ainda, a situação e a velocidade padrão de 60 km/h conclui-se disse a autarquia que o início do dispositivo de trânsito que cria um trecho em faixa dupla para disciplinar as entradas e saídas das indústrias nesse distrito industrial de Bataguassu está antecipado 500 m, consequentemente, o radar está adequado. Foi oficiado, também, à Delegacia de Polícia Rodoviária Federal em Bataguassu solicitando que informasse o número e as espécies de acidentes que ocorreram, nos últimos 12 meses, mil metros antes do km 36 da BR-267 sentido crescente (trecho de acesso ao distrito de Bataguassu). Em resposta, a Delegacia de Polícia Rodoviária Federal enviou ofício nº 66/15-7ªDEL/3ªSR/DPRF/MJ (fls. 90/90-v) informando que, nos últimos 12 meses, não ocorreu nenhum acidente até mil metros antes do radar instalado no km 36 da BR-267. Autos n / Inquérito Civil Arquivamento Pág. 3/5

4 II ANÁLISE Insta salientar que, conforme exposto no relatório acima, na portaria de conversão em Inquérito Civil, delimitou-se o objeto deste procedimento para apurar apenas possível deficiência na localização do radar do km 36 da BR-267, em Bataguassu, com vistas a melhor prevenção de acidentes no trecho da rodovia que dá acesso ao distrito industrial daquele município. Isso porque verificação da PRF não constatou deficiências dos sinais indicativos de velocidade máxima e não se concluiu, após a obtenção de documentos junto ao DNIT, pela irregularidade da sinalização quanto ao radar do km 28. No que se refere ao radar do km 36, da análise das informações e dos documentos coligidos durante a instrução, observa-se que, não obstante a ponderação trazida no 6º do ofício 468/2015-GAB (fls. 23/26) possa despertar interesse, o fato é que, segundo informado pela própria Delegacia de Polícia Rodoviária Federal em Bataguassu, não houve acidente, nos últimos 12 (doze) meses, mil metros antes do radar do km 36 da BR-267 sentido crescente (trecho de acesso ao distrito industrial de Bataguassu/MS) e consta que o DNIT realizou estudos técnicos antes da instalação dos equipamentos. De modo que não se vislumbra elemento que possa infirmar a decisão administrativa da autarquia federal no exercício regular de suas atribuições. III CONCLUSÃO Ante o exposto, com fulcro no artigo 17, caput, da Resolução nº 87/2006 do Conselho Superior do Ministério Público Federal (art. 10, caput, da Res. CNMP 23/07), promove-se o arquivamento do Inquérito Civil nº / , com a consequente remessa dos autos à Egrégia 1ª Câmara de Coordenação e Revisão, nos termos do disposto no artigo 9º, parágrafo 1º, da Lei nº 7.347/1985 combinado com a disposição contida no artigo 62, inciso IV, da Lei Complementar nº 75/1993. Cientifique-se o representante, Sr. Milton Loureiro Filho (fl. 10), nos termos do disposto no artigo 10, 1º, da Resolução nº 23/2007 do Conselho Nacional do Ministério Público, para, desejando, manifestar-se até que seja homologada ou rejeitada a promoção de Autos n / Inquérito Civil Arquivamento Pág. 4/5

5 arquivamento deste Inquérito Civil pela 1ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal. No prazo de 3 (três) dias, contado da comprovação da efetiva cientificação pessoal do interessado, remetam-se os autos à 1ª Câmara de Coordenação e Revisão. Cumpra-se o art. 16, 1º, I, da Res. 87 do CSMPF. Três Lagoas/MS, 7 de outubro de Davi Marcucci Pracucho Procurador da República JMC Autos n / Inquérito Civil Arquivamento Pág. 5/5

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