PATRICIA RIDDELL MILLAR

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CENTRO DE CIÊNCIAS MÉDICAS FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA MESTRADO EM HIGIENE VETERINÁRIA E PROCESSAMENTO TECNOLÓGICO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL PATRICIA RIDDELL MILLAR SOROPREVALÊNCIA DE ANTICORPOS ANTI-Toxoplasma gondii EM TRABALHADORES DE UM MATADOURO-FRIGORÍFICO NA CIDADE DE PALMAS, PARANÁ, BRASIL. NITERÓI/RJ 2005

2 PATRICIA RIDDELL MILLAR SOROPREVALÊNCIA DE ANTICORPOS ANTI-Toxoplasma gondii EM TRABALHADORES DE UM MATADOURO-FRIGORÍFICO NA CIDADE DE PALMAS, PARANÁ, BRASIL. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre. Área de Concentração: Higiene Veterinária e Processamento Tecnológico de Produtos de Origem Animal. Orientadores: Prof a. Dra. LEILA GATTI SOBREIRO - UFF Prof a. Dra. MARIA REGINA REIS AMENDOEIRA - FIOCRUZ Niterói/RJ 2005

3 PATRICIA RIDDELL MILLAR SOROPREVALÊNCIA DE ANTICORPOS ANTI-Toxoplasma gondii EM TRABALHADORES DE UM MATADOURO-FRIGORÍFICO NA CIDADE DE PALMAS, PR, BRASIL. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre. Área de Concentração: Higiene Veterinária e Processamento Tecnológico de Produtos de Origem Animal. Aprovado em 31 / 08 / 2005 BANCA EXAMINADORA Prof a. Dra. Leila Gatti Sobreiro Universidade Federal Fluminense Prof. Dr. Elmiro Rosendo do Nascimento Universidade Federal Fluminense Dr. Wilson Jacinto Silva de Souza Fundação Oswaldo Cruz Niterói/RJ 2005

4 SUMÁRIO RESUMO, p.13 ABSTRACT, p.14 1 INTRODUÇÃO, p.15 2 OBJETIVOS, p GERAL, p ESPECÍFICOS, p.18 3 REVISÃO DE LITERATURA, p HISTÓRICO, p ETIOLOGIA, p MORFOLOGIA E BIOLOGIA, p Morfologia, p Biologia, p CICLO BIOLÓGICO, p Fase assexuada ou extra-intestinal, p Fase sexuada ou ciclo entero-epitelial, p MECANISMOS DE TRANSMISSÃO E PREVALÊNCIA DO Toxoplasma gondii, p Importância dos oocistos, p Importância dos cistos teciduais, p Importância dos taquizoítas, p TOXOPLASMOSE EM HUMANOS, p Toxoplasmose congênita, p Toxoplasmose adquirida, p TOXOPLASMOSE NOS ANIMAIS DOMÉSTICOS, p Animais de companhia, p Felinos, p Animais de Abate, p Suínos, p.34

5 Ovinos e Caprinos, p Eqüinos, p Bovinos, p Galinhas e Frangos de Corte, p DIAGNÓSTICO, p TRATAMENTO, p PREVENÇÃO E CONTROLE, p.44 4 MATERIAL E MÉTODOS, p ÁREA ESTUDADA, p POPULAÇÃO ESTUDADA, p MÉTODOS LABORATORIAIS, p Pesquisa de anticorpos da classe IgG e IgM anti-t. gondii por meio da Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) em soros humanos., p Preparo do antígeno, p Procedimento técnico, p Pesquisa de anticorpos anti-t. gondii da classe IgG por meio da técnica Enzyme linked immunosorbent assay (ELISA) em soros humanos, p Preparo do antígeno, p Procedimento técnico, p MÉTODOS ESTATÍSTICOS, p Índice de Concordância Ajustada Kappa (K), p Cálculo da co-positividade e co-negatividade entre as técnicas de ELISA e RIFI, p Co-positividade, p Co-negatividade, p.53 5 RESULTADOS, p INQUÉRITO SOROLÓGICO, p Perfil dos trabalhadores avaliados, nesta pesquisa, para anticorpos IgG anti- Toxoplasma gondii, p Sexo, p Faixa etária, p Tempo de trabalho, p. 59

6 Função dentro do frigorífico, p Fatores de exposição à infecção pelo Toxoplasma gondii nos indivíduos avaliados, p Exposição à ingestão de oocistos, p Tipo de abastecimento de água, p Contato com solo, p Tipo de coleta de lixo, p Contato com gatos, p Contato com roedores, p Exposição à ingestão de cistos, p Ingestão de carne crua ou mal cozida, p Ingestão de Embutidos, p Exposição à forma de taquizoítas, p Ingestão de leite cru, p.66 6 DISCUSSÃO, p INQUÉRITO SOROLÓGICO, p Perfil dos trabalhadores avaliados, nesta pesquisa, para anticorpos IgG anti- Toxoplasma gondii, p Sexo, p Faixa etária, p Tempo de trabalho,p Função dentro do frigorífico, p Fatores de exposição à infecção pelo Toxoplasma gondii nos indivíduos avaliados, p Exposição à ingestão de oocistos, p Tipo de abastecimento de água, p Contato com solo, p Tipo de coleta de lixo, p Contato com gatos, p Contato com roedores, p Exposição à ingestão de cistos, p Ingestão de carne crua ou mal cozida, p Ingestão de Embutidos, p.77

7 Exposição à forma de taquizoítas, p Ingestão de leite cru, p.78 7 CONCLUSÕES, p.79 8 OBRAS CITADAS, p APÊNDICE, p MODELO DO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA EXAME SOROLÓGICO DE TOXOPLASMOSE EM FUNCIONÁRIOS DE INDÚSTRIAS DE PALMAS, PR, BRASIL, p INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO, p.93

8 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - RESULTADO DA RIFI PARA ANTICORPOS ANTI-Toxoplasma gondii DA CLASSE IgG NOS 174 INDIVÍDUOS ESTUDADOS NA CIDADE DE PALMAS, PARANÁ, BRASIL, p.55 TABELA 2 - RESULTADO DO TESTE DE ELISA PARA ANTICORPOS ANTI-Toxoplasma gondii DA CLASSE IgG NOS 174 INDIVÍDUOS ESTUDADOS NA CIDADE DE PALMAS, PARANÁ, BRASIL, p.55 TABELA 3 - COMPARAÇÃO ENTRE AS TÉCNICAS DE RIFI E ELISA PARA ANTICORPOS anti- Toxoplasma gondii DA CLASSE IgG NOS 133 TRABALHADORES DO FRIGORÍFICO DE SUÍNOS DA CIDADE DE PALMAS, PARANÁ, BRASIL, p.55 TABELA 4 - COMPARAÇÃO ENTRE AS TÉCNICAS DE RIFI E ELISA PARA ANTICORPOS ANTI- Toxoplasma gondii DA CLASSE IgG NOS 41 INDIVÍDUOS REPRESNETANTES DO GRUPO CONTROLE HABITANTES DA CIDADE DE PALMAS, PARANÁ, BRASIL, p.56 TABELA 5 SOROPOSITIVIDADE A ANTICORPOS ANTI-Toxoplasma gondii DA CLASSE IgG NAS TÉCNICAS DE RIFI E/OU ELISA DE ACORDO COM CADA GRUPO, FRIGORÍFICO OU CONTROLE, NOS HABITANTES DA CIDADE DE PALMAS, PARANÁ, BRASIL, p.56 TABELA 6 - DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DO GRUPO FRIGORÍFICO QUE ERAM REAGENTES A ANTICORPOS ANTI-T. gondii DA CLASSE IgG NA TÉCNICA DE ELISA E/OU RIFI, DE ACORDO COM O SEXO, p.58 TABELA 7 - DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DO GRUPO CONTROLE QUE ERAM REAGENTES À ANTICORPOS ANTI-T. gondii DA CLASSE IgG NA TÉCNICA DE ELISA E/OU RIFI DE ACORDO COM O SEXO, p.58 TABELA 8 DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DO GRUPO FRIGORÍFICO QUE ERAM REAGENTES À ANTICORPOS ANTI-T. gondii DA CLASSE IgG NA TÉCNICA DE ELISA E/OU RIFI DE ACORDO COM A IDADE DE CADA INDIVÍDUO, p.58 TABELA 9 - DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DO GRUPO CONTROLE QUE ERAM REAGENTES À ANTICORPOS ANTI-T. gondii DA CLASSE IgG NA TÉCNICA DE ELISA E/OU RIFI DE ACORDO COM A IDADE DE CADA INDIVÍDUO, p.59 TABELA 10 - DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DO GRUPO FRIGORÍFICO QUE ERAM REAGENTES À ANTICORPOS ANTI-T. gondii DA CLASSE IgG NA TÉCNICA DE ELISA E/OU RIFI DE ACORDO COM O TEMPO DE SERVIÇO NA INDÚSTRIA, p.59 TABELA 11 DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DO GRUPO FRIGORÍFICO QUE ERAM REAGENTES À ANTICORPOS ANTI-T. gondii DA CLASSE IgG NA TÉCNICA DE ELISA E/OU RIFI, DE ACORDO COM A FUNÇÃO DENTRO DA INDÚSTRIA, p.60 TABELA 12 DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DO GRUPO FRIGORÍFICO QUE ERAM REAGENTES À ANTICORPOS ANTI-T. gondii DA CLASSE IgG NA TÉCNICA DE ELISA E/OU RIFI, DE ACORDO COM O ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE SUAS RESIDENCIAS, p.61

9 TABELA 13 DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DO GRUPO CONTROLE QUE ERAM REAGENTES À ANTICORPOS ANTI-T. gondii DA CLASSE IgG NA TÉCNICA DE ELISA E/OU RIFI, DE ACORDO COM O ABASTECIMENTO DE ÁGUADE SEUAS RESIDENCIAS, p.61 TABELA 14 DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DO GRUPO FRIGORÍFICO QUE ERAM REAGENTES À ANTICORPOS ANTI-T. gondii DA CLASSE IgG NA TÉCNICA DE ELISA E/OU RIFI, DE ACORDO COM O CONTATO OU NÃO DOS INDIVÍDUOS COM SOLO, p.62 TABELA 15 - DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DO GRUPO CONTROLE QUE ERAM REAGENTES À ANTICORPOS ANTI-T. gondii DA CLASSE IgG NA TÉCNICA DE ELISA E/OU RIFI, DE ACORDO COM O CONTATO OU NÃO DOS INDIVÍDUOS COM SOLO, p.62 TABELA 16 DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DO GRUPO FRIGORÍFICO QUE ERAM REAGENTES A ANTICORPOS ANTI-T. gondii DA CLASSE IgG NAS TÉCNICAS DE ELISA E/OU RIFI, DE ACORDO COM AS CONDIÇÕES DE MORADIA QUANTO AO DESTINO DO LIXO, p.62 TABELA 17 DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DO GRUPO CONTROLE QUE ERAM REAGENTES A ANTICORPOS ANTI-T. gondii DA CLASSE IgG NAS TÉCNICAS DE ELISA E/OU RIFI, DE ACORDO COM AS CONDIÇÕES DE MORADIA QUANTO AO DESTINO DO LIXO, p.63 TABELA 18 - DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DO GRUPO FRIGORÍFICO QUE ERAM REAGENTES À ANTICORPOS ANTI-T. GONDII DA CLASSE IgG NA TÉCNICA DE ELISA E/OU RIFI DE ACORDO COM O CONTATO OU NÃO DOS INDIVÍDUOS COM GATOS, p.63 TABELA 19 - DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DO GRUPO CONTROLE QUE ERAM REAGENTES À ANTICORPOS ANTI-T. gondii DA CLASSE IgG NA TÉCNICA DE ELISA E/OU RIFI DE ACORDO COM O CONTATO OU NÃO DOS INDIVÍDUOS COM GATOS, p.64 TABELA 20 - DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DO GRUPO FRIGORÍFICO QUE ERAM REAGENTES À ANTICORPOS ANTI-T. GONDII DA CLASSE IgG NA TÉCNICA DE ELISA E/OU RIFI DE ACORDO COM A PRESENÇA OU NÃO DE ROEDORES NA RESIDÊNCIA DOS INDIVÍDUOS, p.64 TABELA 21 - DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DO GRUPO CONTROLEO QUE ERAM REAGENTES À ANTICORPOS ANTI-T. gondii DA CLASSE IgG NA TÉCNICA DE ELISA E/OU RIFI, DE ACORDO COM A PRESENÇA OU NÃO DE ROEDORES NA RESIDÊNCIA DOS INDIVÍDUOS, p.64 TABELA 22 - DISTRIBUIÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS DO FRIGORÍFICO ESTUDADO, COM ANTICORPOS ANTI-T. gondii DA CLASSE IgG NA TÉCNICA DE ELISA E/OU RIFI, DE ACORDO COM O HÁBITO DE INGERIR CARNE CRUA OU MAL COZIDA, p.65 TABELA 23 - DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DO GRUPO-CONTROLE, COM ANTICORPOS ANTI- T. gondii DA CLASSE IgG NA TÉCNICA DE ELISA E/OU RIFI, DE ACORDO COM O HÁBITO DE INGERIR CARNE CRUA OU MAL COZIDA, p.65 TABELA 24 - DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DO GRUPO FRIGORÍFICO COM ANTICORPOS ANTI-T. gondii DA CLASSE IgG NA TÉCNICA DE ELISA E/OU RIFI, DE ACORDO COM O HÁBITO DE INGERIR OU NÃO PRODUTOS EMBUTIDO, p.66

10 TABELA 25 - DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DO GRUPO CONTROLE COM ANTICORPOS ANTI- T. gondii DA CLASSE IgG NA TÉCNICA DE ELISA E/OU RIFI, DE ACORDO COM O HÁBITO DE INGERIR OU NÃO PRODUTOS EMBUTIDOS, p.66 TABELA 26 DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DO GRUPO FRIGORÍFICO COM ANTICORPOS ANTI-T. gondii DA CLASSE IgG NA TÉCNICA DE ELISA E/OU RIFI, DE ACORDO COM O HÁBITO DE INGERIR OU NÃO LEITE CRU, p.67 TABELA 27 - DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS DO GRUPO CONTROLE COM ANTICORPOS ANTI- T. gondii DA CLASSE IgG NA TÉCNICA DE ELISA E/OU RIFI, DE ACORDO COM O HÁBITO DE INGERIR LEITE CRU, p.67

11 LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1. CICLO BIOLÓGICO E MECANISMOS DE TRANSMISSÃO DO Toxoplasma gondii, p.24 FIGURA 2. LOCALIZAÇÃO DA CIDADE DE PALMAS NO ESTADO DO PARANÁ, BRASIL., p.47 FIGURA 3. PERCENTUAL DOS TÍTULOS DE ANTICORPOS IgG ANTI-Toxoplasma gondii EM FUNCIONÁRIOS DO FRIGORÍFICO ESTUDADO, QUE SE MOSTRAVAM POSITIVOS NA RIFI, p.57

12 A Deus por iluminar sempre o meu caminho e por mais essa vitória. À minha família pelo carinho e incentivo. Por serem a minha força nos momentos de incerteza. À meus pais, Graça e Riddell, meus irmãos e meu namorado por todo imenso amor e dedicação em todos os momentos da minha vida.

13 AGRADECIMENTOS À Profa Dra Leila Gatti Sobreiro, por sua dedicação, pelos ensinamentos, pela paciência e confiança. Por ser hoje mais que uma orientadora, uma amiga. À Dra Maria Regina Amendoeira por ter me recebido em sua equipe com tanto carinho e tanto ter me ensinado. Aos Funcionários do Matadouro-frigorífico Palmali que se propuseram a ser voluntários nesta pesquisa. Ao Médico Veterinário Dr. Heitor Daguer, por ter confiado em mim sem nem ao menos me conhecer, pela amizade, ajuda e colaboração inestimável para a conclusão deste trabalho. À equipe do Laboratório de Toxoplasmose do Instituto Oswaldo Cruz, em especial à Regiane Trigueiro, pela ajuda preciosa em todas as etapas deste trabalho, pelo carinho com que me receberam, por serem todos, sempre, tão prestativos e pela grande amizade construída. Ao Prof Dr. Sérgio Borges Mano e à Coordenação da Pós Graduação em Higiene Veterinária e Processamento Tecnológico de Produtos de Origem Animal pela cooperação e por acreditar nas minhas atitudes profissionais. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES pelo auxilio concedido. Ao Prof. Dr. Elmiro Rosendo do Nascimento pela ajuda na parte estatística deste trabalho. Ao Farmacêutico, proprietário do Laboratório Gram Análises Clínicas, Alexandre Carli pela ajuda na coleta do sangue dos participantes dessa pesquisa. À Profa Beatriz Brener por toda ajuda e conselhos, por me ouvir nos momentos de dúvida e por ser essa grande amiga que vem, já há muito tempo, acompanhando meu crescimento profissional. Agradeço por tudo! Ao Prof. Rogerio Tortelly pelo apoio e incentivo nos momentos mais difíceis, pela amizade e atenção dedicadas, sempre. Ao Drausio de Paiva Ferreira, pela amizade, carinho e, por ser sempre, tão atencioso, eficiente, prestativo e paciente. À Fernanda Martinez pela valiosa amizade, pelos momentos compartilhados e por ser essa pessoa maravilhosas que eu espero, ter sempre ao meu lado.

14 À Raquel Salgado, Davi de Oliveira e todos os amigos da Pós graduação, por todo o incentivo, pela torcida e pelas experiências dividias, com as quais tanto tenho aprendido. À todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a execução deste trabalho.

15 RESUMO A toxoplasmose é uma zoonose de distribuição mundial, causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, que acomete o homem e outros animais de sangue quente. Os felídeos são chamados hospedeiros definitivos, por serem os únicos que eliminam oocistos do parasita, formas estas resultantes da fase sexuada do ciclo. Os demais animais, incluíndo os seres humanos, não podem manter senão as fases assexuadas do ciclo e, portanto, desempenham o papel de hospedeiros intermediários, transmitindo a protozoose principalmente quando sua carne serve para alimentação ou por via congênita. O objetivo deste trabalho foi o de contribuir para o estudo da epidemiologia da toxoplasmose e detectar o risco de infecção por Toxoplasma gondii ao qual os trabalhadores de um frigorífico na cidade de Palmas, Paraná, Brasil, estão expostos, comparativamente a outros indivíduos, cujo trabalho não os coloca em contato com animais e suas carcaças. Para tanto, foram coletados soros de 174 indivíduos, divididos em um grupo de funcionários de um Matadourofrigorífico de suínos (133) e um grupo controle (41). Paralelamente ao ato da coleta, os funcionários responderam a um questionário epidemiológico onde foram tratadas as seguintes variáveis: sexo, idade, tempo de serviço e função na empresa, contato com gatos, contato com solo, tipo de abastecimento de água, tipo de coleta de lixo, hábito de ingerir carne crua ou mal cozida, hábito de ingerir embutidos e hábito de tomar leite cru. Todos os 174 indivíduos examinados eram IgM soro não reagentes. No que diz respeito aos anticorpos anti-t. gondii da classe IgG, obtivemos soropositividade de 58,6% e 51,2% para os indivíduos do grupo frigorífico e do grupo controle, respectivamente. Não obtivemos diferença estatisticamente significativa entre os grupos frigorífico e controle, nem tão pouco na maioria das variáveis citadas, com exceção do tipo de abastecimento de água e ingestão de leite cru que, para o grupo controle, foram estatisticamente significativa. A manipulação de carcaças provavelmente não foi o único fator que contribuiu para o aumento da freqüência de indivíduos sororeagentes na população estudada. PALAVRAS-CHAVE: toxoplasmose; matadouro de suínos; soro-epidemiologia.

16 ABSTRACT Toxoplasmosis is a zoonotic disease spread throughout the world, caused by the protozoan Toxoplasma gondii, that attacks humans and other warm blooded species. Members of the Felidae family are called definitive hosts, for they are the only group that expel the oocysts. This formation is a result of the sexuated stage of the parasites life cycle. Other species, including human beings, can only keep assexuated stages. Due to this, they act as intermediate hosts, transmitting the protozoosis vertically by transplacental transmission or, mainly, when its meat serves for feeding. The aim of this study is to contribute to the epidemiological study of the toxoplasmosis and to detect the risk of infection for Toxoplasma gondii to which the workers of a swine abattoir in Palmas, Paraná, Brazil are displayed, comparatively to other individuals whose work does not place them in contact with animals and its carcasses, so that we can point prophylactic procedures to this population. Serum samples were collected from 174 individuals. These individuals were separated into two groups: 1) a group of slaughtered workers (133), and 2) a control group (41). During the collection, the employees answered an epidemiological questionnaire where the following variable were considered: sex, age, time of service in the industry, function in the industry, contact with cats, contact with ground, type of water supply, type of garbage collection, habit of ingesting raw or badly cooked meat, habit of ingesting sausages and habit of drinking raw milk. All the 174 examined individuals were not IgM reacting. In relation to the IgG antibodies, we got a seroprevalence of 58,6% for the swine abattoir workers and 51,2% for the group control. We did not get a significant statistical difference between the slaughterhouse group and the control group. Except for the "raw milk ingestion" and "water supply" (statistically significant for the control group), the majority of the mentioned variables were not statiscally significant. The manipulation of carcasses probably was not the only factor that contributed to the increase of the frequency of seroreacting individuals in the studied population. KEY WORDS: toxoplasmosis; swine abattoir; sero-epidemiology.

17 16 1 INTRODUÇÃO A toxoplasmose é uma zoonose de distribuição mundial, causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, que acomete o homem e outros animais de sangue quente. Os felídeos são os únicos hospedeiros que eliminam oocistos do parasita, formas estas resultantes da fase sexuada do ciclo. As condições climáticas são fundamentais para a esporulação dos oocistos eliminados imaturos no meioambiente e, conseqüentemente, na propagação da infecção, por meio da contaminação de água e alimentos. Os demais animais não podem manter senão as fases assexuadas e, portanto, desempenham o papel de hospedeiros intermediários, transmitindo a protozoose apenas quando sua carne serve para alimentação ou por via congênita (AMENDOEIRA et al., 1999). Segundo Chaplin et al. (1984), a relação de convivência do homem junto aos felinos, a possibilidade de eliminação de oocistos por essas espécies, a preservação dos mesmos por longos períodos no meio ambiente, bem como a contaminação de produtos hortifrutigranjeiros poderia explicar a ocorrência de altas prevalências em seres humanos. Porém, como o homem também pode se infectar por meio dos animais produtores de carne, é importante, do ponto de vista médico e de saúde pública, que se esclareçam as vias de transmissão, bem como os potenciais reservatórios da infecção (ARIAS et al., 1994). Além da transmissão da toxoplasmose pela ingestão de carne crua ou mal cozida contendo cistos pode-se, também, ressaltar a possibilidade de infecção de indivíduos que manuseiam de forma contínua produtos de origem animal, como por exemplo, magarefes e donas de casa ao manusear carne crua no preparo das refeições (JAMRA, 1964; AMENDOEIRA, 1995). Segundo Rey (2001), a importância desta parasitose decorre de fatores como: ser uma infecção mundialmente disseminada; atacar fetos e crianças pequenas (mais de três mil casos por ano só nos Estados Unidos da América); constituir uma infecção oportunista, que se manifesta com gravidade, sempre que o paciente venha a sofrer de imunodeficiência de qualquer natureza. A toxoplasmose tem adquirido grande importância com o advento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), podendo causar cegueira e encefalite, sendo esta última uma doença letal em 20% dos pacientes HIV positivos (LUFT e REMINGTON, 1992). Além disso, na

18 17 forma congênita o parasita infecta a placenta e posteriormente o feto, que pode apresentar lesões severas como hidrocefalia, calcificações cerebrais e retinocoroidite. Pode ocorrer também nascimento de crianças normais que posteriormente apresentem alterações como, por exemplo, a retinocoroidite (HILL e DUBEY, 2002). A manifestação dos sinais clínicos da toxoplasmose animal ou humana depende, principalmente, da resposta imune do hospedeiro infectado e da virulência da amostra de T. gondii (AMENDOEIRA et al., 1999). Assim, a transmissão congênita é importante, tanto para a saúde pública quanto para a sanidade animal e pode ocorrer quando fêmeas não infectadas contraem a toxoplasmose durante a prenhez (HILL e DUBEY, 2002). Nos animais, o T.gondii causa danos reprodutivos tais como aborto, repetição de cio, natimortalidade e natimorbidade, provocando sérias perdas econômicas aos produtores (URQUAHRT et al., 1996). Os estudos até então realizados não demonstram claramente qual seria a principal via de infecção para seres humanos; se a exposição aos oocistos eliminados pelos felinos ou se a ingestão de cistos na carne crua ou mal cozida, onde dentre as espécies animais, os suínos têm apresentado relativa freqüência da infecção (ISHIZUKA, 1978a; DAVIES et al.,1998; FIALHO e ARAÚJO, 2003). O manuseio de carcaças e vísceras também representaria um risco de infecção, uma vez que há relatos de consideráveis níveis de anticorpos anti-toxoplasma gondii em trabalhadores de frigoríficos (ISHIZUKA, 1978a; SOUZA, 1995; DAGUER et al., 2004). Porém, Coutinho et al (1982) verificaram um surto epidêmico de toxoplasmose adquirida, após a ingestão de carne crua ou mal cozida em um churrasco onde havia sido servida a carne de porco. A seguir, observaram, na mesma região, um novo surto epidêmico que ocorreu após a ingestão de oocistos presentes nas fezes de felinos domésticos, usados para o combate de roedores, que infestavam a estocagem de milho em celeiro daquele local, sendo o Toxoplasma gondii isolado do solo. Segundo Abreu Jr. e Cheade (2002), qualquer que seja o ambiente de trabalho, o indivíduo se expõe a riscos ambientais, ou seja, os agentes físicos, químicos e biológicos existentes naqueles locais que, em função da sua natureza, concentração, intensidade ou tempo de exposição, podem vir a ocasionar danos à saúde do trabalhador.

19 18 Daguer et al. (2004) sugerem que os manipuladores de carnes devem ser alertados quanto ao risco de infecção por T. gondii por meio desse produto e orientados quanto à necessidade de adoção de medidas higiênicas e preventivas, que visam minimizar a possibilidade de infecção desses indivíduos em seu ambiente de trabalho. O levantamento sorológico, realizado em animais e humanos, constituiu uma importante ferramenta na epidemiologia desta parasitose, a fim de que se possam apontar medidas profiláticas para estas populações.

20 20 2 Objetivos 2.1 GERAL Contribuir para o conhecimento epidemiológico da infecção pelo Toxoplasma gondii no Brasil. 2.2 ESPECÍFICOS Estimar, por meio das técnicas RIFI e ELISA, a freqüência de soro-reagentes em funcionários de um matadouro sob Inspeção Federal na cidade de Palmas, Paraná, Brasil. Avaliar a distribuição dos funcionários soro-reagentes em uma indústria de carnes (Matadouro-frigorífico) e comparar os resultados com o grupo controle, constituído de trabalhadores cujas atividades não os colocava em contato com animais e suas carcaças. Correlacionar, estatisticamente, os resultados sorológicos obtidos nos seres humanos com as variáveis: sexo, idade, tempo de serviço na indústria, função na indústria, contato com gatos, contato com solo, tipo de abastecimento de água, tipo de coleta de lixo, hábito de ingerir carne crua ou mal cozida, hábito de ingerir embutidos e hábito de tomar leite cru.

21 21 3 REVISÃO DE LITERATURA 3.1 HISTÓRICO No início do século XX, Nicolle & Manceaux (1908) relataram a presença de um parasita intracelular no baço e fígado de um roedor, no norte de África, chamado Ctenodactylus gundi Pallas, Eles acreditaram se tratar de uma forma particular de Leishmania, denominando-o Leishmania gondii. No Brasil, Splendore (1908) observou o mesmo parasita no coelho, também o comparando ao agente da leishmaniose visceral. Entretanto, em 1909, os primeiros autores constataram que o protozoário em questão não apresentava cinetoplasto, organela característica dos tripanossomatídeos e, portanto, tratava-se de um novo parasita. Assim, renomearam o parasita como Toxoplasma gondii em referência à sua evidenciação no roedor (NICOLLE e MANCEAUX, 1909). Jankú 1 (1923, apud AMENDOEIRA et al., 1999), um pediatra de Praga, descreveu o primeiro caso reconhecido em seres humanos. Ele encontrou um cisto do parasita na retina de um bebê de onze meses, com hidrocefalia e microftalmia congênitas. Torres 2 (1927 apud AMENDOEIRA et al., 1999) detectou, no Brasil, um parasita intracelular no cérebro e outros tecidos de uma criança que morreu aos dois dias de vida. Mesmo afirmando que as lesões assemelhavam-se com as observadas em relatos de toxoplasmose experimental, classificou-o como Encephalitozoon chagasi. Nos anos seguintes, vários investigadores encontraram, em diversos animais, parasitos morfologicamente semelhantes ao T. gondii, que foram denominados de acordo com a espécie animal onde eram detectados: T. canis, T. columbae, T. gallinarum, T. cuniculi. Porém, os estudos realizados por Sabin 3 (1939 apud 1 Jankú. J. Pathogenesa pathologická anatomie taknazvénho vrozoného kolobomu sluté skvrny v oku normalie velikém a mikrophtalmichén s nálezem parasitu v sítniey. Cas. Lék.Cesk., v.62, p , , , , , TORRES, M.Sur u nouvelle maladie de L'Homme, caractérisée par la présence d'un parasite intracellulaire, très proche du Toxoplasma et l'encephalitozoon, dans le tissu muscullaire cardiaque, les muscles du squelette, le tissu cellulaire souscutané et le tissu nerveux. C.R.Soc. Biol. (Paris), v.32, p , SABIN, A. Zoological and immunological identity of Toxoplasma of animal and human origin. Proceedings of the Society for Experimental Biology and Medicine, New York: Society for Experimental Biology and Medicine, v. 41, p , 1939.

22 22 ARAÚJO, 1999) levaram-no a concluir que se tratava de uma única espécie de protozoário. A Toxoplasmose clinica foi descrita pela primeira vez em suínos em 1952 por Farrel et al. (1952), em Ohio, nos Estados Unidos. Existia uma forte evidência de que, na natureza, os suínos seriam portadores do T. gondii e de que os cistos do protozoário encontrados na carne desses animais estariam viáveis quando esta chegasse às cozinhas. Assim, as pessoas que se alimentassem de carne de porco crua ou mal cozida teriam probabilidade de terem títulos de anticorpos IgG mais elevados que os demais (WEINMAN e CHANDLER, 1956). Sete anos mais tarde, a toxoplasmose em suínos foi descrita, no Brasil, por Silva (1959), no estado de Minas Gerais. Enquanto o progresso na caracterização da doença em homens e animais ocorria de forma evidente, as rotas de transmissão ainda permaneciam obscuras. A transmissão congênita ocorria de forma muito rara para explicar a grande dispersão da infecção tanto em humanos quanto em animais. Jacobs et al. (1960) descrevem a primeira demonstração da presença de cistos do T.gondii na carne de animais, dando considerável suporte à hipótese de que o homem poderia se infectar pelo consumo de carne mal cozida. Hutchison (1967) encontrou, pela primeira vez, formas infectivas do Toxoplasma em fezes felinas. Naquele momento, ele suspeitou que a transmissão do T.gondii poderia ocorrer através de ovos do nematóide Toxocara cati, mas a teoria foi descartada por Frenkel et al. (1970), ao observarem que a infectividade do T.gondii em fezes de gatos estava ligada a uma pequena estrutura, um oocisto coccidiano, elucidando, então, o ciclo sexuado do parasita. Atualmente, a taxa de infecção da toxplasmose humana, varia de 0 a 100% em todo o mundo (TENTER et al., 2000). No Brasil, tem-se demonstrado que, em indivíduos adultos, a prevalência de reagentes para anticorpos anti-t. gondii pode chegar também a 80,4% em determinadas populações (AMENDOEIRA et al., 2003). 3.2 ETIOLOGIA Segundo Amendoeira et al. (1999) a classificação vigente proposta pelo Comitê de Sistemática e Evolução da Sociedade de Protozoologia identifica o Toxoplasma gondii, parasita unicelular, eucariota, como pertencente ao:

23 23 Reino: Protista Whittaker, 1977 Filo: Apicomplexa Levine, 1970 Classe: Sporozoa Leuckart, 1879 Sub-classe: Coccidia Leuckart, 1879 Ordem: Eucoccidiida Léger & Duboscq, 1910 Sub-ordem: Eimeriina Léger, 1911 Família: Sarcocystidae Poche, 1913 Ainda segundo estes autores, na década de 90 Cavalier-Smith fez algumas alterações no Filo Apicomplexa Levine, Neste estudo, o autor criou o novo infra Phylum Sporozoa Leuckart, 1879: Super-classe Coccidida Leuckart, 1879 e Classe Eucoccididea Cavalier-Smith, 1993 classificou o Gênero Toxoplasma Nicolle & Manceaux, MORFOLOGIA E BIOLOGIA Morfologia O T. gondii pode infectar os hospedeiros por meio de três formas evolutivas principais: oocistos, taquizoítas e bradizoítas. Oocistos são formas imaturas, não esporuladas, produzidas no epitélio intestinal dos felídeos, eliminadas junto com as fezes desses animais para o meio ambiente. São arredondadas, medem de 10 a 13 μm de largura por 9 a 11μm de comprimento e têm uma parede que confere resistência às condições adversas do meio ambiente. Após a evolução no meio ambiente, com temperatura e umidade adequadas, apresenta em seu interior quatro esporozoítas dentro de cada um dos dois esporocistos (ZAMAN, 1970). Os taquizoítos (do grego tachys, rápido) são formas de multiplicação rápida, características da fase aguda. Estas são encontradas no interior de várias células nucleadas, assim como nos líquidos corporais (sangue, saliva, leite, etc.). A multiplicação ocorre por sucessivas endodiogenias dentro de vacúolos parasitóforos, formados pela célula hospedeira. Apresentam forma alongada, ligeiramente

24 24 arqueada, medindo de 2 a 4 μm de largura por 4 a 8 μm de comprimento, com extremidade anterior mais afilada que a posterior (FRENKEL 3, 1974 apud AMENDOEIRA et al., 1999). Por fim, os bradizoítas (do grego bradys, lento) são normalmente encontrados no interior de cistos teciduais no organismo hospedeiro, caracterizando a fase crônica da infecção. Também podem ser chamados de cistozoítas (DUBEY et al., 1998). Morfologicamente semelhantes aos taquizoítas, diferem do primeiro por reproduzirem-se lentamente no interior dos cistos, também por endodiogenia (CARUANA, 1974). Os principais tecidos onde os cistos com bradizoítas podem ser encontrados são: nervoso, muscular esquelético e cardíaco, assim como na retina (AMENDOEIRA et al., 1999, HILL e DUBEY, 2002). Os cistos crescem com o tempo, mas permanecem intracelulares (DUBEY et al., 1998) Biologia O Toxoplasma gondii é um parasito intracelular obrigatório, heteroxênico facultativo que infecta o gato e diferentes outras espécies de vertebrados, entre mamíferos e aves. Nesses dois últimos, ocorre apenas a fase assexuada do ciclo e, portanto, os mesmos desempenham o papel de hospedeiros intermediários. A reprodução sexuada ocorre nos gatos e nos demais felídeos que são, desse modo, considerados os hospedeiros definitivos. Nestes observam-se, ao nível do epitélio intestinal, a esquizogonia, a endopoliogenia e a gametogonia, resultando na formação de estruturas denominadas oocistos que serão eliminados, imaturos, juntamente com as fezes dos felídeos (FRENKEL et al., 1970). As três principais vias de disseminação são a transmissão transplacentária, a ingestão de tecidos infectados com cistos contendo bradizoitas ou a ingestão de alimentos ou água contaminadas com oocistos maduros (DUBEY, 1976; AMENDOEIRA et al., 1999; TENTER et al., 2000; HILL e DUBEY, 2002). Os taquizoítas e bradizoítas desenvolvem-se em quase todas as células e tecidos de mamíferos e aves, o que faz do Toxoplasma gondii um dos parasitas de menor especificidade para células e tecidos (OKOLO, 1985). 3.4 CICLO BIOLÓGICO 3 FRENKEL, J.K.. Advances in the biology of sporozoa. Z. Parasitenkd. V.45, p ,1974.

25 25 Segundo Frenkel et al. (1970) relataram, o ciclo biológico do parasita encontra-se dividido em duas fases: fase assexuada (extra-intestinal), que ocorre nos hospedeiros intermediários e definitivos, e a fase sexuada (entero-epitelial), que ocorre somente nos hospedeiros definitivos. FIGURA 1. CICLO BIOLÓGICO E MECANISMOS DE TRANSMISSÃO DO Toxoplasma gondii Fase assexuada ou extra-intestinal Essa fase ocorre tanto nos hospedeiros definitivos como nos intermediários, estando associada à ingestão de formas infectantes (taquizoítas, bradizoítas e esporozoítas) por esses hospedeiros, iniciando uma reprodução rápida, por

26 26 endodiogenia, dentro de qualquer célula nucleada. Posteriormente a essa intensa multiplicação, a célula se rompe e deixa em liberdade os parasitas, que podem invadir qualquer outra célula e, ainda, ser encontrados em qualquer fluido biológico. O ritmo de multiplicação pode ser alterado por fatores relacionados principalmente à resposta imunológica do hospedeiro; assim, a endodiogenia passa a ocorrer de forma lenta pelos bradizoítas. Estas estruturas são geralmente observadas no interior dos cistos encontrados com mais freqüência no sistema nervoso central e em músculos cardíacos ou esqueléticos. Numa fase inicial, os cistos formados no meio intracelular, na medida em que vão crescendo, rompem a célula hospedeira, porém mantêm a sua própria parede (DUBEY, 1998a; TENTER et al., 2000) Fase sexuada ou ciclo entero-eptelial O ciclo no hospedeiro definitivo tem inicio após a ingestão dos cistos ou oocistos. Os processos digestivos levam à ruptura da parede cística e liberação dos bradizoítas ou esporozoítas, que irão penetrar em células do intestino delgado, iniciando outra fase de multiplicação assexuada por endodiogenia, seguida de repetidas endopoligenias (TENTER et al, 2000). A fase sexuada do ciclo (gametogonia) ocorre com a diferenciação do gamonte que origina o macro (feminino) e os microgametas (masculino). Os microgametas, que apresentam flagelos, saem da célula hospedeira para fecundar o gameta feminino que permanece no interior de uma outra célula. A fusão dos dois gametas origina o zigoto. Este sintetiza em torno de si, uma parede mais resistente, cística, sendo denominado então de oocisto não esporulado. O oocisto não esporulado é liberado para a luz intestinal após o rompimento da célula em que se encontra (DUBEY e FRENKEL, 1972). A esporogonia ocorre no meio ambiente, de um a 21 dias após a liberação, em condições ideais de temperatura e oxigenação e vai dar origem ao oocisto com dois esporocistos e quatro esporozoitas no interior (FRANKEL et al, 1970). 3.5 MECANISMOS DE TRANSMISSÃO E PREVALÊNCIA DO Toxoplasma gondii.

27 27 A Toxoplasmose é uma zoonose de distribuição mundial, sendo encontrada em todos os continentes, nos mais variados climas (ECKERT, 1996; AMENDOEIRA et al., 1999; REY, 2001). O Toxoplasma gondii é um dos mais comuns parasitos encontrados em todo o mundo e sua prevalência está estimada em um a dois bilhões de pessoas (CHANG, 1996), porém, a freqüência da infecção é extremamente variável nas diferentes regiões do planeta. Nos Estados Unidos, estima-se que 26 a 40% da população esteja infectada, enquanto nas Américas Central e do Sul e na Europa as estimativas variam entre 50 a 80% (HILL e DUBEY, 2002). A variabilidade da freqüência da infecção está ligada a diversos fatores, tais como: padrões culturais da população, hábitos alimentares, idade, procedência rural ou urbana, entre outros (AMENDOEIRA; et al., 1999; SPALDING et al., 2005). A transmissão da toxoplasmose parece ocorrer, principalmente, por três vias: pela ingestão ou manuseio de carne crua ou mal passada (principalmente ovina e suína) contendo cistos com bradizoítas; pela ingestão de oocistos que, após sofrerem a esporulação, podem contaminar água e alimentos crus; e pela passagem de taquizoítas por via transplacentária (DUBEY, 1986a; AMENDOEIRA, 1995; DUBEY, 1998a). A ingestão de leite de vaca ou de cabra, ovos de galinha, patos e outras espécies contaminadas com taquizoítas, pode ser considerada uma forma potencial de transmissão do T. gondii, embora os parasitos sejam raramente isolados nestes produtos (TENTER et al., 2000; HIRAMOTO et al., 2001). Há possibiliade de transmissão do T. gondii ao homem e aos outros animais por meio dos taquizoitas que podem ser transmistidos transplacentariamente ao feto (AMENDOEIRA et al., 1999). De modo geral, isso ocorre quando a fêmea contrai a primo-infecção durante a gestação. O T. gondii se multiplica na placenta e então se dissemina pelos tecidos fetais. Na grande parte dos animais, inclusive no homem, apesar da infecção transplacentária poder ser desenvolvida em qualquer estágio da gestação, o feto é mais severamente afetado quando a fêmea prenhe se infecta durante a primeira metade da gestação (DUBEY et al., 1994, HILL e DUBEY, 2002). Porém, na população humana, apenas um baixo percentual de infecções com T. gondii são adquiridas verticalmente, com incidências de infecção pré-natal variando de 1 a 120 para cada nascimentos, dependendo da localização geográfica e da população estudada (TENTER et al., 2000). Outras vias de transmissão do T. gondii têm sido discutidas e, embora apresentem menor importância na epidemiologia da toxoplasmose, não devem ser

28 28 negligenciadas. Podem-se citar como exemplos a transmissão através da transfusão de sangue e de componentes sanguíneos (WENDEL, 1994) e transplantes de órgãos (ROSE et al., 1983). A busca de artrópodes como vetores foi tema de diversos estudos, porém, nenhum deles, conseguiu demonstrar a transmissão do parasita através da picada propriamente dita. Sendo assim, os artrópodes (moscas e baratas), assim como anelídeos (minhocas) podem servir de carreadores mecânicos de oocistos, podendo contaminar alimentos que serão consumidos pelo homem, bem como as chuvas e os ventos podem carrear estas estruturas para outros locais (AMENDOEIRA, 1995) Importância dos oocistos Somente o felino pode liberar oocistos em suas fezes, uma vez que este é o único que apresenta a multiplicação sexuada do parasita em seu intestino delgado. A liberação dos oocistos ocorre por uma a duas semanas, coincidindo com a fase aguda da infecção neste animal. Após tal período, a resposta imunológica do hospedeiro inibe o processo. Pensava-se que esta imunidade duraria por toda a vida do animal (DUBEY e FRENKEL, 1972; DUBEY, e BEATTIE, 1988), entretanto, outros estudos demonstraram que a imunidade perduraria por cerca de seis anos após primeira infecção (DUBEY, 1995). Os oocistos liberados com as fezes felinas precisam esporular no meio ambiente para serem infectantes (JACKSON, 1989). Os oocistos esporulados são bastante resistentes às condições ambientais, permanecendo viáveis por até 18 meses na maioria dos solos e vegetações. Resistem, ainda, a curtos períodos de frio e baixa umidade (TENTER et al., 2000). Um único felino pode liberar cerca de 100 milhões de oocistos com suas fezes, durante a fase aguda da infecção (JACKSON, 1989) Importância dos cistos teciduais Animais de abate têm sido apontados como fonte de infecção para o homem. A manipulação de carcaças e vísceras nos abatedouros, açougues e em nível

29 29 doméstico, e a ingestão de carne, vísceras e produtos cárneos crus ou mal cozidos são importantes na transmissão da infecção quando os mesmos alojam bradizoítas encistados (ISHIZUKA, 1978a; ARIAS et al., 1994; AMENDOEIRA et al., 1999). Vem sendo descrito na literatura que ovinos, caprinos e suínos são os animais mais acometidos, sendo estes últimos, do ponto de vista médico e de saúde pública, a espécie que tem merecido especial atenção dos epidemiologistas, por ser um importante reservatório e fonte de infecção às populações humanas. Isto deve-se ao fato de ser freqüentemente consumido e apresentar longevidade dos cistos teciduais estimada em 171 dias (DUBEY et al., 1984). A infecção a partir de eqüinos, búfalos e bovinos não é tão comum quanto à causada pela ingestão de carne ovina ou suína (HILL e DUBEY, 2002). Há evidências epidemiológicas de que em alguns países, como a França, a ingestão de cistos teciduais em carnes infectadas seja a fonte principal de infecção da protozoose (ROBERTS et al., 1994; CHOI et al., 1997), devido à crença popular de que a carne crua é um alimento saudável e fortificante, fazendo com que seu consumo seja mais freqüente (AMENDOEIRA, 1995). A localização e o número de cistos teciduais diferem com o hospedeiro e com a cepa do T. gondii. Em camundongos e ratos, mais cistos são observados no tecido nervoso do que nas vísceras. Entretanto, em outros mamíferos (bovinos, suínos, gatos, ovelhas, cabras) essas estruturas são mais comuns no tecido muscular (DUBEY, 1997a; DUBEY et al., 1998). Os cistos teciduais podem permanecer infectantes em carcaças refrigeradas de 1 a 4ºC por mais de três semanas e em peças congeladas entre -1 e -8ºC por mais de uma semana (DUBEY, 1988; KOTULA et al., 1991). Em condições experimentais, já foi comprovado que os cistos podem permanecer viáveis após aquecimento a 60º por até 4 minutos ou 50ºC por até 10 minutos. Tais dados mostram que alguns cistos podem resistir ao processo de cozimento da carne, principalmente se este processo não ocorrer de modo uniforme, como acontece no aquecimento pelo microondas (DUBEY et al., 1990; LUNDÉN e UGGLA, 1992). O processamento por cura de alguns produtos cárneos pode inviabilizar os cistos dependendo da concentração de sal e temperatura de estocagem. Em condições laboratoriais, os cistos foram mortos quando em solução de 6% de NaCl em temperaturas que variavam entre 4 a 20ºC, mas resistiram por diversas semanas em soluções de 0,85%, 2,0% e 3,3% de sal nas mesmas temperaturas (DUBEY, 1997b).

30 30 Embora o consumo de carne crua ou mal cozida seja considerado um importante fator de risco para a infecção pelo T. gondii, o tipo de carne apontada com o maior risco varia de acordo com a situação de cada região, levando-se em conta a taxa de consumo e a soroprevalência em cada espécie animal na região estudada (COOK et al., 2000). O contato dos trabalhadores de frigoríficos com os animais, suas carcaças e vísceras pode, também, representar uma maior exposição ao risco de infecção pelo Toxoplasma gondii, segundo Ishizuka (1978a), Souza (1995) e Daguer et al. (2004) Importância dos taquizoítas Os taquizoítas são importantes, principalmente, no que se refere à transmissão vertical do T. gondii. Estes são muito sensíveis às condições ambientais, não sobrevivendo muito tempo fora de um hospedeiro (TENTER et al., 2000). Os taquizoítas podem ser encontrados em diversos fluidos corporais durante a fase aguda da infecção. A presença destes já foi observada no leite de diversas espécies de hospedeiros intermediários, incluindo ovelhas, cabras e vacas e mulheres (SACKS et al., 1982; AMENDOEIRA, 1995; BONAMETTI et al., 1997a; BONAMETTI et al., 1997b). A via digestiva não é muito importante, no que se refere a taquizoítas, pois estes seriam sensíveis às enzimas proteolíticas presentes na digestão gástrica, o que é demonstrado no estudo feito por Dubey (1998b), onde os mesmos são inativados após duas horas em soluções ácidas de pepsina. Outros fluidos corporais como saliva, urina, lágrimas e sêmen ainda não foram relacionados a nenhum caso de transmissão horizontal por nenhuma via; entretanto, a presença de taquizoítas nestes já é conhecida (AMENDOEIRA e COUTINHO, 1982). Um estudo feito com galinhas experimentalmente infectadas isolou taquizoítas em ovos crus liberados por estas, sugerindo ser mais uma possível fonte de infecção (JACOBS e MELTON, 1966). 3.6 TOXOPLASMOSE EM HUMANOS

31 31 A toxoplasmose pode ser classificada em duas formas, de acordo com o momento da transmissão: a forma congênita, que ocorre quando a gestante adquire a primo-infecção e a transmissão (de mãe para filho) se dá durante a gestação, e a forma adquirida, que ocorre em qualquer momento da vida do indivíduo, após seu nascimento Toxoplasmose congênita A forma congênita foi considerada a principal forma clínica da toxoplasmose até a década de 80, quando começaram a surgir os casos da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS), nos quais o T. gondii desempenha importante papel como agente oportunista (AMENDOEIRA et al, 1999). Ainda segundo esses autores, a toxoplasmose congênita, freqüentemente, ocorre quando a mulher infecta-se pela primeira vez com o Toxoplasma gondii durante a fase gestacional, desenvolvendo a fase aguda da infecção e podendo conseqüentemente infectar o concepto (AMENDOEIRA et al, 1999). No entanto, quando uma mulher grávida está imunocomprometida, pode reativar uma infecção previamente adquirida. Esta modalidade da toxoplasmose vem tornando-se mais comum com o aumento do número de mulheres portadoras do vírus HIV (SCHANTZ e McAULEY, 1991). Os taquizoítas são transmitidos transplacentariamente e invadem todos os órgãos fetais e dependendo do período gestacional, a severidade dos danos vai ser de forma mais ou menos lesiva ao feto. Se a infecção se der no primeiro trimestre da gestação, ocorrerá, na maioria das vezes, um aborto espontâneo devido ao parasita ter se disseminado por todo os órgãos do concepto (SPALDING, 2000; TENTER et al 2000). No segundo trimestre da gestação, cerca de 10% apresentam a tríade clássica da toxoplasmose congênita: hidrocefalia, retinocoroidite e calcificações intracraniais, enquanto nos outros períodos gestacionais a infecção pode acarretar uma variedade de sintomas que vão do comprometimento do sistema nervoso até sinais inespecíficos de uma infecção aguda tais como convulsões, hepatoespelenomegalia, febre e anemia (DUBEY e BEATTIE, 1988; ROBERTS et al., 1994).

32 32 Se a infecção pelo T. gondii tiver início no terço final da gestação, os efeitos no feto serão menos severos, os bebês não apresentarão sinais ou sintomas no momento do nascimento, podendo, no entanto, posteriormente, evidenciar lesões oculares que podem vir a ocasionar alterações visuais ou mesmo a cegueira (SPALDING, 2000) Toxoplasmose adquirida A evolução clínica da toxoplasmose adquirida em pacientes imunocompetentes é habitualmente benigna e a infecção é, na maioria das vezes, assintomática. Os sintomas mais comumente observados são linfadenopatia cervical ou cervical/axilar, febre baixa, cefaléia, mialgia, artralgia e sensação de fadiga. Outras manifestações menos comuns são: miocardite, polimiosite, pneumonite, hepatite e encefalite (TENTER et al., 2000; YAMAMOTO et al., 2000). Têm sido relatados diversos casos de retinocoroidite (toxoplasmose ocular) em indivíduos com a forma adquirida, como resultado de uma infecção aguda ou de reativação em casos de infecção adquirida. As lesões oculares ocasionadas por T. gondii podem estar relacionadas com alguns casos de cegueira. Estas lesões podem ocorrer na retina, na coróide e na úvea, com evolução arrastada e períodos de reagudização, podendo ocorrer necroses com seqüelas irreversíveis (MARTINS et al., 1990). Infecções crônicas e totalmente assintomáticas podem assumir caráter agudo em indivíduos que venham a sofrer depressão imunológica ou por alguma enfermidade ou, ainda, por conseqüência de terapia imunodepressora (como em pacientes com câncer). Nestes casos, a toxoplasmose costuma evoluir para quadros bastante severos e muitas vezes letais (REY, 2001). Mais de 40% dos indivíduos com AIDS sofrem com quadros graves de encefalite por T. gondii (TENTER et al., 2000). As manifestações clínicas incluem, ainda, tremores, deficiências motoras focais, distúrbios de nervo cranial, anormalidades sensoriais, sinais cerebelares, desordens de movimentos e achados neuropsiquiátricos (TORREY e YOLKEN, 2003). 3.7 TOXOPLASMOSE NOS ANIMAIS DOMÉSTICOS

33 33 Como já foi dito, a infecção por T. gondii pode se disseminar por meio dos mais variados mecanismos de transmissão. Entretanto, apesar desses mecanismos serem conhecidos, o papel dos animas domésticos como fonte de infecção para o ser humano continua sendo objeto de discussão. Acredita-se que, pelo fato desses animais coabitarem com o homem, passariam a funcionar como fonte de infecção para este, que se contaminaria através do contato direto com suas secreções e ingestão de carne, leite e ovos contaminados (CAMARGO et al., 1995) Animais de companhia Felinos Os felídeos são o ponto-chave da epidemiologia da infecção, sendo os únicos hospedeiros da forma sexuada, e definitivos do parasita. Por eliminarem oocistos nas fezes, são a única fonte de infecção dos animais herbívoros (LANGONI et al., 2001). Gatos domésticos podem excretar milhões de oocistos provenientes de um bradizoíta após terem ingerido um cisto tecidual e muitos cistos teciduais podem estar presentes em apenas um rato (HILL e DUBEY, 2002). A infecção pelo T. gondii em gatos é geralmente assintomática e a transmissão vertical só ocorre raramente, embora infecções latentes sejam comuns em gatos domésticos e felinos selvagens por todo o mundo (DUBEY, 1986b). A eliminação do oocisto do Toxoplasma gondii já foi relatada em pelo menos 17 espécies de felinos selvagens e muitos desses animais já foram pesquisados quanto à presença de anticorpos específicos contra esse parasito (LUKESOVÁ e LITERÁK, 1998). Em gatos domésticos, anticorpos anti-toxoplasma gondii podem ser detectados em mais de 74% da população adulta, dependendo do tipo de alimentação e se os gatos são mantidos dentro ou fora dos domicílios. Gatos domésticos e outros felinos vão se infectar com o T. gondii tanto pela ingestão de oocistos infectantes que estejam contaminando o meio ambiente, quanto pela ingestão de cistos de bradzoitas presentes nos tecidos dos hospedeiros intermediários. Gatos que façam da predação um meio para sua alimentação estão

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