Desenvolvimento de mudas de cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum) submetidas a diferentes tipos de substrato

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1 Desenvolvimento de mudas de cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum) submetidas a diferentes tipos de substrato Ricardo de Sousa Nascimento 1, Dalton Mazzutti 2, Juliana Pereira da Silva 2, Janailson Pereira de Figueredo 1, Francisca Joseanny Maia e Oliveira 3 1 Universidade Federal da Paraíba (Rodovia PB Km 12 - Caixa Postal 66 CEP: Areia, PB); 2 Faculdade da Amazônia FAMA (Rua 743, nº 2043, Cristo Rei, CEP , Vilhena, RO); 3 Faculdade Evolução do Alto Oeste Potigua (Rua José Paulina do Rêgo, 45 Piso 2, CEP: Pau dos Ferros Rio Grande do Norte); ricardosousapb@gmaill.com; telefone: (83) RESUMO O cupuaçuzeiro Theobroma grandiflorum é uma frutífera que se desenvolve espontaneamente nas matas da região Amazônica, dessa forma o interesse pela produção comercial do cupuaçu e com demanda crescente na produção de mudas mostra-se a necessidade de desenvolvimento de pesquisas que auxiliem na otimização de sua produção. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento de mudas de cupuaçu submetidas a diferentes tipos de substratos e a comercial. O experimento foi desenvolvido na área urbana do município de Vilhena- RO, o plantio foi realizado em sacolas de polietileno medindo 15x22 cm. Foram adquiridas 80 sementes distribuídas em 8 tratamentos com 10 repetições, sendo a unidade experimental constituída por cada muda. As sementes de cupuaçu submetidas às diferentes composições de substratos apresentaram poder de germinação entre o 17 e 25 dias, houve diferença significativa para a variável comprimento da planta e caule, os substratos que apresentaram maior percentual de germinação foram o substrato comercial, areia, fibra de coco. Os substratos contendo fibra de coco reduziram o tempo de germinação, em torno de 17 dias após plantio. PALAVRAS CHAVE: Cupuaçuzeiro, Produção de mudas,substrato ABSTRACT DEVELOPMENT OF SEEDLINGS CUPUAÇU (Theobroma grandiflorum) UNDER DIFFERENT TYPES OF SUBSTRATE The cupuaçu Theobroma grandiflorum is a fruit that develops spontaneously in the forests of the Amazon region, thus the interest in commercial production of cupuaçu and growing demand in the production of seedlings shows the need of development of research to assist in the optimization of their production. Thus, the aim of this study was to evaluate the development of cupuaçu seedlings subjected to different types of substrates and commercial growth promoter. The experiment was conducted in the urban area of Vilhena- RO, planting was carried out in polyethylene bags measuring 15x22 cm. 80 seeds distributed in 8 treatments with 10 replicates, and the experimental unit consists of each seedling were acquired. Cupuaçu seeds subjected to different substrate compositions showed the power of germination between 17 and 25 days, there was a significant difference for the variable length of the plant and stem, the substrates that showed higher germination percentage were the commercial substrate, sand, coconut fiber. The substrates containing coir reduced the germination time, about 17 days after planting.

2 KEYWORDS: Cupuaçuzeiro, Seedling production, Substrate INTRODUÇÃO O cupuaçuzeiro Theobroma grandiflorum é uma frutífera que se desenvolve espontaneamente nas matas da região Amazônica. Geralmente procurado pelo sabor típico de seus frutos, para aproveitamento de sua polpa e sementes pelas indústrias alimentícias e de cosméticos, em virtude de suas propriedades sensoriais e químicas. A produção do cupuaçuzeiro no Brasil concentra-se na região Amazônica, sendo o Estado do Pará o principal produtor, seguido do Amazonas, Rondônia e Acre (LOPES, 1999). Com o interesse pela produção comercial do cupuaçu e com demanda crescente na produção de mudas mostra-se a necessidade de desenvolvimento de pesquisas que auxiliem na otimização de sua produção, visando baixo custo e qualidade morfofisiológica, capaz de atender aos objetivos dos plantios. A produção de mudas é a primeira etapa para obter culturas comercialmente viáveis Souza et al. (2007). E para uma produção de uma boa muda é necessário a utilização de substratos que atendam requisitos como: boa porosidade, baixa densidade, adequada capacidade de retenção de água e capacidade de troca catiônica (CTC). O substrato deve ser uniforme em sua composição, não conter pragas, organismos patogênicos e sementes de plantas daninhas, bem como ser de baixo custo (LOPES, 1999). Com base nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento de mudas de cupuaçu submetidas a diferentes tipos de substratos e a comercial. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi desenvolvido na área urbana do município de Vilhena- RO, o plantio foi realizado em sacolas de polietileno medindo 15x22 cm. As sementes foram adquiridas na Chácara Paraíso, no município de Vilhena. Foram adquiridas 80 sementes distribuídas em 8 tratamentos com 10 repetições, sendo a unidade experimental constituída por cada muda. O experimento foi avaliado a cada dois dias, durante um período de 70 dias. Foram utilizados quatro diferentes substratos areia lavada, substrato comercial vivatto plus, palha de arroz e fibra de coco. Os tratamentos constaram de oito combinações de diferentes substratos seguindo de areia lavada (testemunha absoluta), substrato comercial, Substrato vivatto plus, palha de arroz e fibra de coco todos com mistura adicionada de terra de vegetal, bem como todas as quatro combinações de substratos mais a utilização do Stimulate (Ácido Indolalcanóico + Giberelina + Citocinina) adicionado através de imersão das sementes por 25 minutos.

3 As variáveis analisadas foram quanto ao percentual de germinação (%), dias de germinação, altura das plantas (cm), diâmetro do caule (mm). As mensurações foram através de fita métrica. Os dados foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo teste Tukey ao nível de 5% de probabilidade, através do programa estatístico Sisvar versão 5.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO As sementes de cupuaçu submetidas às diferentes composições de substratos apresentaram poder de germinação entre o 17 e 25 dias. As sementes que foram expostas ao substrato comercial, areia e fibra de coco, todos com a composição de terra vegetal apresentaram índice de 90% de germinação, bem como a composição de fibra de coco com terra vegetal e. A composição de palha de arroz mais terra vegetal apresentou porcentagem de germinação de 80%. Já os substratos em composição com terra vegetal e, substrato comercial, areia e palha de arroz apresentaram baixa germinação, 30%, 20% e 70%, respectivamente. Ficou evidente que a composição com não apresentou bons resultados, interferindo na germinação das sementes de cupuaçus, já que não precisam de quebra de dormência. Mesmo com o a mistura com a fibra de coco, apresentou bons resultados de germinação, isso demonstra que esse substrato apresenta condições favoráveis para produção de mudas mesmo havendo adicional ou não de produtos estimulantes. Em relação ao desenvolvimento vegetativo de mudas de cupuaçu submetidas a diferentes substratos, houve diferença significativa para a variável comprimento da planta, entre a composição de substratos de fibra de coco com terra vegetal e os substratos comercial e areia, ambos com terra vegetal e, sendo as médias de 11,47 cm para 0,62 e 0,82cm, respectivamente (tabela 1). Já para a variável diâmetro do caule, ficou evidente diferença significativa entre as composições substrato comercial, Areia, Fibra de coco, todos com terra vegetal e fibra de coco com terra vegetal e a adição de, com médias de 0,31, 0,35, 0,36, 0,34cm respectivamente, em comparação com o substrato comercial e areia, ambos com terra vegetal e, com médias de 0,09 e 0,08cm, seguindo o parâmetro de crescimento uniforme, os resultados confrontados demonstram que as mudas de maiores comprimento da planta são proporcional ao diâmetro do caule. Tabela 1. Médias de diferentes composições de substratos, comparadas em relação ao desenvolvimento vegetativo de mudas de cupuaçu, quando submetidas as condições edafoclimáticas do município de Vilhena- RO.

4 Diferentes Substrato 9 CONGRESSO DE EDUCAÇÃO AGRÍCOLA SUPERIOR Desenvolvimento vegetativo Comprimento da planta (cm) Diâmetro do caule (cm) Substrato Comercial + terra vegetal T 6,02 1 ab 0,31 a relativa Areia + terras vegetal T absoluta 9,92 ab 0,35 a Palha de arroz + terra vegetal 9,28 ab 0,27 ab Fibra de coco + terra vegetal 11,47 a 0,36 a Substrato Comercial + terra vegetal + 0,62 b 0,09 b Areia + terras vegetal + 0,82 b 0,08 b Palha de arroz + terra vegetal + Fibra de coco + terra vegetal + 7,04 ab 0,26 ab 7,47 ab 0,34 a C.V. (%) 53,92 5,90 1 Médias de 10 (dez) repetições. Médias seguidas pela mesma letra na vertical, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Entre os resultados obtidos, a fibra de coco + terra vegetal foi a que apresentou o comprimento da planta de forma significativa, mostrando-se a melhor opção de substrato para o cultivo de mudas de cupuaçu, seguido da areia + terra vegetal (Testemunha absoluta) e da palha de arroz + terra vegetal. Provando que o uso da terra vegetal ao ser misturada com outro substrato estimula um maior crescimento e desenvolvimento da planta, ao contrário do uso de que obteve resultados muito abaixo do esperado. CONCLUSÃO Os substratos que apresentaram maior percentual de germinação foram o substrato comercial, areia, fibra de coco, todos com combinação de terra vegetal e o fibra de coco junto com a terra vegetal e mais a adição do, com 90% de germinação; Os substratos contendo fibra de coco reduziram o tempo de germinação, em torno de 17 dias após plantio;

5 Os melhores resultados para tamanho da planta e diâmetro do caule foi observado no substrato contendo fibra de coco mais terra vegetal. REFERÊNCIAS LOPES, J. R.M; LUZ, E. D. M. N; BEZERRA, J. L. Situação atual do cupuaçuzeiro no Sul da Bahia. Agrotrópica, Ilhéus, v. 11, n.3,p , set,1999. SOUZA, H. A. de; PIO, R.; CHAGAS, E. A.; REIS, J. M. R.; RODRIGUES, H. C. de A.; RAMOS, J. D.; MENDONÇA, V. Doses de nitrogênio e fósforo na formação de mudas de Tamarindo. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 23, n. 1, p , 2007.