SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 121, DE 2016
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- Dina Vilarinho Gil
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1 SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 121, DE 2016 Dispõe sobre a expansão da oferta de energia elétrica por fonte primária renovável, mediante a instituição do Programa de Incentivo à Fontes Solar Fotovoltaica para Geração de Energia Elétrica de Energia Elétrica - Prosolar e dá outras providências. Art. 1º Fica instituído o Programa de Incentivo à Fontes Solar Fotovoltaica para Geração de Energia Elétrica de Energia Elétrica - Prosolar, com o objetivo de aumentar a participação da energia elétrica produzida por empreendimentos de Produtores Independentes Autônomos ou autoprodutores, concebidos com base na fonte solar fotovoltaica no Sistema Elétrico Interligado Nacional, mediante os seguintes procedimentos: I - na primeira etapa do programa: a) os contratos serão celebrados pelo Poder Executivo, por meio de órgão definido em regulamento, em até 24 (vinte e quatro) meses da publicação desta Lei, para a implantação de MW de capacidade, em instalações de produção com início de funcionamento previsto para até 30 de dezembro de 2025, assegurando a compra da energia a ser produzida no prazo de 15 (quinze) anos, a partir da data de entrada em operação definida no contrato, observando o valor piso definido na alínea b; b) a contratação a que se refere a alínea a deverá ser feita pelo valor econômico referente à tecnologia da fonte solar; c) o valor pago pela energia elétrica adquirida segundo a alínea b na contratação serão rateados entre todas as classes de consumidores finais atendidas pelo Sistema Elétrico Interligado Nacional - SIN, proporcionalmente ao consumo individual verificado; d) a contratação das instalações de que trata este inciso far-se-á mediante Chamada Pública para conhecimento dos interessados, primeiramente, as que já tiverem a
2 2 Licença Ambiental de Instalação LI e, posteriormente, as que tiverem a Licença Ambiental Prévia LP; e) no caso de existirem instalações com LI e LP em número maior do que a disponibilidade de contratação pelo Poder Executivo, por meio de órgão definido em regulamento, serão contratadas aquelas cujas licenças ambientais possuam menores prazos de validade remanescentes; f) será admitida a participação direta de fabricantes de equipamentos de geração, sua controlada, coligada ou controladora na constituição do Produtor Independente Autônomo, devendo o índice de nacionalização obedecer às seguintes etapas: 10% (dez por cento), até 31 de dezembro de 2018; 40% (quarenta por cento), até 31 de dezembro de 2020; 80% (oitenta por cento), até 31 de dezembro de 2022; 100% (cem por cento), até 31 de dezembro de g) concluído o processo sem a contratação do total previsto na primeira etapa do programa até 2020, o saldo remanescente deverá ser alcançado mediante chamadas públicas anuais subsequentes, obedecendo-se o constante nas alíneas d e e; II - na segunda etapa do programa: a) atingida a meta de MW, o desenvolvimento do Programa será realizado de forma que a fonte solar fotovoltaica atenda a 15% (dez por cento) do consumo anual de energia elétrica no País, objetivo a ser alcançado em até 20 (vinte) anos, aí incorporados o prazo e os resultados da primeira etapa; b) os contratos serão celebrados pelo Poder Executivo, por meio de órgão definido em regulamento,, com prazo de duração de 15 (quinze) anos e preço equivalente ao valor econômico referente à tecnologia da fonte solar fotovoltaica; c) a aquisição far-se-á mediante programação anual de compra da energia elétrica de cada produtor independente autônomo ou autoprodutor, compensando-se os desvios verificados entre o previsto e realizado de cada exercício, no subsequente; d) até o dia 30 de janeiro de cada exercício, os produtores emitirão um Certificado de Energia Solar - Csolar, em que conste, no mínimo, a qualificação jurídica do agente produtor e a quantidade de energia elétrica efetivamente comercializada no exercício anterior, a ser apresentado à Aneel para fiscalização e controle das metas anuais; e) o pelo Poder Executivo regulamentará os procedimentos e diligenciará no sentido de que a satisfação dos créditos complementares de que trata a alínea d) não ultrapasse 30 (trinta) dias da requisição de pagamento feita pelo agente produtor; f) na ordenação da contratação, que será precedida de Chamada Pública para conhecimento dos interessados, o Poder Executivo, por meio de órgão definido em regulamento, aplicará os critérios constantes do inciso I, alíneas d, e, e f, observando,
3 3 ainda, o prazo mínimo de 12 (doze) meses entre a assinatura do contrato e o início de funcionamento das instalações; g) os valores pagos pela energia elétrica adquirida na contratação serão rateados entre todas as classes de consumidores finais atendidos pelo Sistema Elétrico Interligado Nacional - SIN, proporcionalmente, ao consumo verificado. 1º Produtor Independente Autônomo é aquele cuja sociedade não é controlada ou coligada de concessionária de geração, transmissão ou distribuição de energia elétrica, nem de seus controladores ou de outra sociedade controlada ou coligada com o controlador comum. 2º Autoprodutor de Energia Elétrica é a pessoa física ou jurídica ou empresas reunidas em consórcio que recebam concessão ou autorização para produzir energia elétrica destinada ao seu uso exclusivo e que só comercializa sobras eventuais e temporárias, após autorização específica da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL. 3º Poderá o Poder Executivo realizar contratações com Produtores Independentes que não atendam aos requisitos do 1º, desde que o total contratado não ultrapasse a 25% (vinte e cinco por cento) da programação anual e dessas contratações não resulte preterição de oferta de Produtor Independente Autônomo. Art. 2º Os recursos financeiros da primeira etapa do Prosolar serão obtidos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES que utilizará para a fonte solar fotovoltaica seu programa de financiamento para fontes renováveis. Art. 3º O Poder Executivo diligenciará para que a entrada de novas usinas de fonte solar fotovoltaica, decorrente da primeira etapa e da segunda etapa do PROSOLAR, beneficie a acumulação de água nos reservatórios das usinas hidroelétricas do Sistema Elétrico Interligado Nacional - SIN. 1º O Poder Executivo, anualmente, disponibilizará relatório específico que demonstre a situação de acumulação de água nos reservatórios das usinas hidroelétricas do SIN, com base no incremento anual de geração a partir da fonte solar fotovoltaica, objeto do PROSOLAR. Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. JUSTIFICAÇÃO
4 4 A efetiva participação da energia solar fotovoltaica no Brasil passa por uma série de medidas, sendo as institucionais, as mais decisivas. As medidas tecnológicas também têm papel importante neste processo, no entanto, para que as medidas produzam resultados no curto, médio e longo prazos são necessários mecanismos realmente eficazes. É o caso do PROSOLAR. Há décadas que o País discute a inserção das fontes alternativas em sua Matriz Elétrica, porém, apenas em 2002, foi criado o Proinfa com o objetivo de aumentar a participação da energia elétrica produzida por empreendimentos com base em fontes eólica, pequenas centrais hidrelétricas e biomassa. O resultado do programa foi inferior ao desejável porque naquela época o custo de geração para usinas eólicas, principalmente, estava acima do aceitável. A energia solar no Brasil tem muitas vantagens, sendo oportuno mencionar: é uma fonte segura e abundante em todo território nacional; a usina solar apresenta maior rapidez de instalação quando comparada com outras fontes; sua manutenção é quase nula e permanece em operação por mais de duas décadas. Dessa forma, é uma alternativa viável para a oferta contínua de energia elétrica ao mercado. No Brasil, predomina a geração hidroelétrica, sendo que hoje a participação da energia solar fotovoltaica na nossa Matriz Elétrica é insignificante. Com a inclusão da energia solar fotovoltaica haverá um resultado prático imediato: a utilização de água dos reservatórios das hidroelétricas poderá ser reduzida e, quanto maior for a energia elétrica gerada pela fonte solar, maior será a redução no uso da água dos reservatórios das hidroelétricas. Isto trará maior segurança ao sistema elétrico nacional. Hoje, os custos de implantação de usinas solares fotovoltaicas ainda estão acima dos custos de outras fontes renováveis disponíveis. Todavia, são necessárias ações efetivas como o PROSOSAR para alterar esta situação. Nota-se que os custos de implantação de usinas solares têm decrescido continua e fortemente. Por outro lado, a energia solar fotovoltaica pode concorrer para diminuir os custos do sistema elétrico nacional, tendo em conta que nos períodos secos, as usinas fotovoltaicas podem gerar mais energia do que geram em períodos chuvosos. Neste caso, haverá uma complementariedade entre estas fontes geradoras em benefício do sistema elétrico e, por conseguinte, da sociedade brasileira. Ainda hoje, o investimento inicial médio para sistemas fotovoltaicos pode apresentar tempos de retorno entre 6 e 7 anos. Isso tem trazido dificuldades para o desenvolvimento da energia solar no Brasil. Por isso, que esta proposta de PLS determina a utilização de linhas de financiamento específicas do BNDES. Este banco tem sido utilizado há muito tempo para alavancar empreendimentos de grande porte, os chamados estruturantes. Todavia, a geração distribuída com a contribuição de todas as fontes
5 5 renováveis, inclusive a energia solar fotovoltaica, pode ser uma eficaz alterativa aos empreendimentos estruturantes e de grande porte. A geração solar fotovoltaica tem a enorme vantagem de estar no denominado centro de carga do sistema. Essa vantagem minimiza custos, não provoca danos ambientais, pode diminuir a dependência das chuvas e pode diminuir a utilização das dispendiosas usinas termoelétricas. Estabelecer contratações compulsórias de energia de uma determinada fonte, como é o caso do PROSOLAR, tem o objetivo precípuo de estimular a utilização dessa fonte, até que alcance condições de competir naturalmente com outras fontes de geração. Nesse contexto, o PROSOLAR na primeira etapa, tem o objetivo de estimular a fonte solar e na segunda objetiva permitir uma maior contribuição da fonte solar fotovoltaica na Matriz Elétrica Nacional. Por fim, no que se refere à sustentabilidade ambiental este PLS encontra respaldo na medida em que a geração solar fotovoltaica não representa ameaça ambiental. Em suma, mediante providências desta ordem o Brasil poderá se tornar referência mundial em energia solar e continuar a apresentar uma matriz elétrica predominantemente renovável. Sala das Sessões, em Senador HÉLIO JOSÉ (Às Comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle; e de Serviços de Infraestrutura, cabendo à última decisão terminativa)
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