AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS AO SUL DO MUNICÍPIO DE BOA VISTA-PB

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1 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS AO SUL DO MUNICÍPIO DE BOA VISTA-PB *DÉBORA SAMARA CRUZ ROCHA FARIAS 1 SOAHD ARRUDA RACHED FARIAS 2 JOSÉ DANTAS NETO 3, SILVIA NOELLY RAMOS DE ARAUJO 4, RAYANE MARIA GOMES SILVA Engenheira Agrícola, UFCG, Campina Grande, PB; Fone:(83) , debisancruz@yahoo.com.br 2 Dra. em Engenheira Agrícola UFCG, Campina Grande, PB; Fone: (83) , soahd@deag.ufcg.edu.br 3 Dr. em Engenheira Agrícola UFCG. Campina Grande, PB; Fone: (83) , zedantas1955@gmail.com 4 Engenheira Agrícola, UFCG, Campina Grande, PB; noelly_cg@hotmail.com 5 Aluna da E.E.F.M. Teodósio de Oliveira Ledo. rayanegomes747@gmail.com Apresentado no Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia - Fortaleza-CE, Brasil RESUMO: Toda água superficial ou subterrânea contém certo teor de sais em solução, mas em região áridas e semiáridas essa concentração é maior por causa dos períodos secos, que favorecem a evaporação da água e em consequência, se concentram os sais nas águas remanescentes dos reservatórios, causando grandes problemas de salinização e sodificação do solo quando utilizadas para diversos usos de consumo. Objetivou-se com o estudo realizar um monitoramento temporal em corpos hídricos que fazem parte do município de Boa Vista, de fontes hídricas que pertencem a ao Rio Santa Rosa e afluentes na região sul da sede do município e inserir o conhecimento de sais incorporado a água e suas aptidões para fins de consumo humano e animal nos parâmetros estudados. As análises de água realizadas no lado sul do Rio Santa Rosa e seus afluentes, mostraram uma parcial oferta de qualidade de água do município de Boa Vista para consumo humano e animal. Das 29 amostras analisadas, para a qualidade da água através do potencial hidrogeniônico (ph) de modo geral, não há restrição nesse parâmetro para consumo humano e, animal. Para o sódio e o cloreto em 14 amostras houve restrições isoladas ou conjuntas para consumo humano. PALAVRAS-CHAVE: superficial, temporal, sais. EVALUATION OF WATER QUALITY TO THE MUNICIPALITY OF SOUTH BOA VISTA-PB ABSTRACT: All surface or underground water contains some salt content in solution, but in arid and semi-arid region that concentration is higher because of the dry period, favoring the evaporation of water and as a result, are concentrated salts in the remaining water reservoirs causing major problems of salinization and sodification soil when used for various consumer uses. The objective of the study conduct a temporal monitoring of water bodies that are part of the city of Boa Vista, of water sources belonging to the Rio Santa Rosa and tributaries in southern county seat and insert the salts of knowledge embodied water and their skills for the purpose of human and animal consumption in the studied parameters. Water analyzes on the south side of the Rio Santa Rosa and its tributaries, showed a partial supply of quality water from Boa Vista municipality for human and animal consumption. Of the 29 samples analyzed for water quality through the hydrogenic potential (ph) in general, there is no restriction on this parameter for human consumption and animal. For sodium chloride and was isolated in 14 samples or joint constraints for human consumption. KEYWORDS: superficial, temporal, salts. INTRODUÇÃO

2 Segundo AYERS & WESTCOT, (1999) nas regiões áridas e semiáridas, o gado, em geral, consome águas de qualidade inferior durante vários meses do ano. De vez em quando, as águas contêm altos níveis de sais e provocam desarranjos fisiológicos e até a morte dos animais. O efeito mais comum é a falta de apetite que tem sua origem não apenas de um desequilíbrio no conteúdo de água nos tecidos, mas também, de uma toxidade iônica, sendo o magnésio o íon que pode provocar mais facilmente diarreia no gado. E sendo o município, detentor da criação de bovinos e caprinos de leite, uma grande preocupação promove em observar tais teores de sais, nos maiores mananciais do município e de cacimbas ao longo do leito do maior rio, o Santa Rosa. Toda água superficial ou subterrânea contém certo teor de sais em solução, mas em região áridas e semiáridas essa concentração é maior por causa dos períodos secos, que favorecem a evaporação da água e em consequência, se concentram os sais nas águas remanescentes dos reservatórios, causando grandes problemas de salinização e sodificação do solo quando utilizadas para diversos usos de consumo. A orientação comum é determinar à qualidade a água quanto ao teor de sais através de leituras para determinar a concentração e a composição desses sais (DAKER,1970). Objetivou-se com o estudo realizar um monitoramento temporal em corpos hídricos que fazem parte do município de Boa Vista, de fontes hídricas que pertencem a ao Rio Santa Rosa e afluentes na região sul da sede do município e inserir o conhecimento de sais incorporado a água e suas aptidões para fins de consumo humano e animal nos parâmetros estudados COLETA E CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS DE ÁGUAS Foram coletadas amostras de água no período de março de 2013 a março de 2014 dentro do Rio Santa Rosa e afluentes, sendo até outubro da primeira etapa da bolsa, e prorrogado para julho de 2014, adicionou coleta de outros meses para bolsista seguinte. Coletou-se 38 amostras do lado Norte do Município, sendo ao longo do Rio Santa Rosa que corre de Norte a Sul e seus afluentes, um importante afluente do Rio Taperoá e que deságua no maior manancial da região do cariri, o açude Epitácio Pessoa, localizado no município de Boqueirão, em diversos trechos e em diversos tipos de fontes superficiais e subsuperficiais. AVALIAÇÃO DA ÁGUA PARA CONSUMO ANIMAL Segundo Academia Nacional de Ciências dos EUA (1972) citado por Ayers & Westcot (1999), existe limites de tolerância para consumo animal, baseado na condutividade elétrica da água, conforme pode ser observado na descrição da Tabela 1. Tabela 1. Classificação das águas quanto ao aspecto de consumo animal, utilizaram-se os parâmetros da Academia Nacional de Ciências dos EUA (1972) citado por Ayers;Westcot (1999). Salinidade da Classe Observações água (ds m -1 ) < 1,5 (A)Excelente Adequada para todas as classes de gado e aves confinadas. 1,5 5,0 (B)Muito satisfatória Adequada para todas as classes de gado e aves confinadas. Provoca diarreia temporária em gado não acostumado e 5,0 8,0 (C)Satisfatória para o gado. Não apta para as aves 8,0 11,0 (D)De uso limitado para o gado. Não apta para as aves excrementos aquosos nas aves. Pode produzir diarreia temporária ou não ter aceitabilidade por animais não acostumados a ela. Provoca frequentemente excrementos aquosos, aumento de mortalidade e redução de crescimento, especialmente em perus. Adequada com razoável segurança para bovinos de leite, de corte, ovinos, suínos e eqüinos. Evitar para fêmeas prenhas e em lactação. Não adequadas para aves domésticas. 11,0 16,0 (E)De uso Não adequada para aves e provavelmente para suínos. Grande

3 limitado > 16,0 (F) Não recomendável risco para vacas lactentes ou prenhas, ovinos e eqüinos. Evitar seu uso, embora os ruminantes, cavalos, suínos e aves mais velhos possam subsistir em certas condições. Riscos muito grandes. AVALIAÇÃO DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO A qualidade adequada da água é definida por legislação própria, no Brasil, o Ministério da Saúde, através de Portaria nº 2914/2011 que estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade para todo o Território Nacional, determinando que toda água fornecida coletivamente deve ser submetida a processo de desinfecção, concebido e operado de forma a garantir o atendimento ao padrão microbiológico desta Norma. Conforme determinação pelo Art. 39. da portaria 2914/11, a água potável deve estar em conformidade com o padrão organoléptico de potabilidade expresso no Anexo X e no paragrafo 1º Recomenda-se que, no sistema de distribuição, o ph da água seja mantido na faixa de 6,0 a 9,5, desta forma, nesta pesquisa foram avaliados apenas em 03 parâmetros do padrão organoléptico de potabilidade: o ph, cloreto e sódio, da água analisada (tabela 2) Tabela 2. Dos padrões organoléptico de potabilidade do anexo X, da portaria nº 2914/11, são observados 04 parâmetros de avaliação das águas coletadas e convertidas em unidades existentes nas analises de água da pesquisa. Valores máximos permissíveis Parâmetro avaliado na pesquisa Unidade (VMP) ph 6,0 9,5 (intervalo) Cloreto ml/l meq/l 250 7,05 Sódio mg/l - mel/l 200 8,70 RESULTADOS Realizada a análise química no laboratório de irrigação e salinidade da UFCG com as 31 amostras verificaram-se os seguintes resultados pela tabela 3. De acordo com os valores obtidos dos parâmetros físico-químicos de ph, sódio e cloretos e se considerando, ainda os padrões exigidos para consumo humano pela Portaria 2914 de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde, das 29 amostras de água, foram classificadas sem restrição para o parâmetro de ph e restrições isoladas para os de sódio e cloreto. (Tabela 3). Tabela 3. Classificação para fins de consumo humano nos parâmetros ph, cloreto e sódio conforme portaria 2914/11. ph < 6,5 ou ph Cl > 7,05 meq/l Na > 8,70 meq/l > 9,5 (CH) ( (CH) ( fora do (CH) ( fora do fora do padrão padrão Valor = 1) padrão =1 ) MÊS/ANO valor = 1) Abr/set 0 41,38% 41,38% Os açudes foram os que apresentaram maior excelência de uso para consumo humano quanto aos parâmetros analisados, já para o consumo animal, as águas analisadas dos rios apresentaram maior risco, sendo imprópria para consumo humano, e até imprópria para uso para consumo até animal (Tabela 3). Os parâmetros químicos e físicos que definem os limites de qualidade da água para o consumo animal, são muito variados. Segundo Nacional de Ciências dos EUA (1972), as águas para consumo animal são definidas por classe A, B, C, D, E e F. De acordo com os resultados das análises das águas, mostrados na tabela 4. As três amostras de água da classe F, por apresentarem condutividade elétrica acima de 16 ds/m, são consideradas de alto risco e o seu uso não é

4 recomendado para consumo animal, as referidas amostras localizadas nas fontes 3S e 4S em alguns meses isolados. Tabela 4: Classificação da água para fins de consumo animal baseado nas recomendações da academia nacional de ciência dos EUA. MÊS/ANO A (CA) B (CA) C (CA) D (CA) E (CA) F (CA) Valor =1 Valor =1 Valor =1 Valor =1 Valor =1 Valor =1, CE <, 1500, 5000<, 8000, 11000<, CE> 1500 <CE < CE < <CE < CE < Abr/set CONCLUSÕES As análises de água realizadas no lado sul do Rio Santa Rosa e seus afluentes, mostraram uma parcial oferta de qualidade de água do município de Boa Vista para consumo humano e animal. Das 29 amostras analisadas, para a qualidade da água através do potencial hidrogeniônico (ph) de modo geral, não há restrição nesse parâmetro para consumo humano e, animal. Para o sódio e o cloreto em 14 amostras houve restrições isoladas ou conjuntas para consumo humano. Com relação ao nível de sais, as águas são consideradas qualidade de nenhuma a baixo moderado restrição por possuírem mediana de 930. Os açudes apresentaram as melhores águas da pesquisa quanto ao teor de sais, o que exigia retirada do solo depositado (assoreamento), para aumentar a capacidade do açude. Identificação de um local com águas salinas superficiais e baixa precipitação indica que melhores obras de captação de água devem está direcionadas em cisternas e cisternões com calçadões, para prover águas de melhor qualidade para consumo humano e pequenos animais sensíveis à salinidade. AGRADECIMENTOS Agradecimento ao CNPq pela disponibilidade de bolsa PIBIC JR, o qual permitiu adicionar conhecimento e proventos financeiros durante a execução deste trabalho. O presente trabalho foi realizado com apoio do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Brasil. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS AYRES, R.; Westcot, D. W. A qualidade da água na agricultura. Water Quality for Agriculture. FAO. Tradução Gheyi. H. R. & Medeiros, JF de, UFPB.Campina Grande- PB, 217p Agência Nacional das Águas, ANA 2005.Disponível em, %81GUAS.pdf BRASIL. Portaria Nº 2.914, de 12 DE Dezembro de Ministério da saude. DAKER, A. Irrigação e Drenagem 4ª ed. Rio de Janeiro. Liv. Freitas Bastos S.ª p (A Água na Agricultura 3ª edição). BARRETO, F.J. Avaliação dos Recursos Hídricos da Sub-Bacia Hidrográfica Do Rio Taperoá, Diponível em RRIGA%C7%C3O/2007/JO%C3O%20FALC%C3O%20BARR%CATO.pdf MOURA M.S.B,2011, Disponível em, edt3nd3c63l.html, acesso em abril de 2014

5 Política Nacional de Recursos Hídricos, disponível em acesso em abril de 2014.