O Requerente salienta mesmo que é a única pessoa que sabe que as tornas agora exigidas foram efectivamente pagas.

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1 - Dispensa de Segredo Profissional nº 168/ Requerimento O Exmo. Sr. Dr. ( ), Advogado (CP nº ( )), com escritório na ( ), em ( ), veio requerer a dispensa de guardar segredo profissional para prestar depoimento como testemunha no processo que corre termos no ( )º Juízo Cível do Tribunal Judicial ( ), sob o nº ( ). Liminarmente, por despacho de 03/10/2008, e pelas razões aí vertidas, o Requerente foi convidado a aperfeiçoar o seu pedido, o que deu origem a nova peça, instruída com cópia de peças dos autos indicados. Vem referido que esses autos respeitam a uma oposição à execução, em que o executado e oponente alega ter procedido, há vários anos, ao pagamento da quantia peticionada na execução, sendo que tal quantia respeita a tornas que foram devidas num inventário em que exequentes e executado foram interessados. Acrescenta o Requerente que, no dito inventário, era mandatário dos ora exequentes, assegurando ser do seu conhecimento que as ditas tornas foram mesmo pagas, na ocasião, aos ora exequentes. O Requerente salienta mesmo que é a única pessoa que sabe que as tornas agora exigidas foram efectivamente pagas. Na sequência disso, o Requerente foi novamente notificado para prestar esclarecimentos, nos termos definidos no despacho de fls Em resposta, o Requerente adiantou que, à época, e na qualidade de mandatário dos credores das tornas (hoje exequentes no processo indicado), recebeu em mãos do então mandatário do devedor das tornas (hoje executado) um cheque destinado ao pagamento dessas tornas. Mais adiantou que, por carta, remeteu aos então seus clientes um cheque seu, sacado sobre a CGD, em valor correspondente ao das ditas tornas, deduzido dos seus honorários. 1

2 Adiantou ainda que, nessa missiva, solicitou aos então seus clientes que passassem pelo escritório para assinarem o recibo de quitação, o que nunca chegou a suceder, apesar de a carta não ter sido devolvida e o cheque ter sido apresentado a pagamento. Concluiu enfatizando a injustiça da pretensão dos seus anteriores clientes, querendo receber, segundo diz, um valor que já lhes foi pago em devido tempo, com intervenção pessoal e directa do Requerente. 2. Enquadramento O dever de guardar segredo profissional corresponde a um princípio basilar do exercício da advocacia. O segredo profissional está previsto no art. 87º do Estatuto da Ordem dos Advogados (EOA), estabelecendo-se que o Advogado é obrigado a guardar segredo relativamente aos factos cujo conhecimento lhe tenha advindo do exercício das suas funções ou da prestação dos seus serviços. O segredo profissional abrange ainda documentos que se relacionem com a matéria sujeita a sigilo (art. 87º.3 do EOA). Neste domínio, a regra é, pois, o dever de guardar segredo profissional. Verificados, todavia, certos pressupostos, mas sempre a título excepcional, admite-se seja concedida dispensa daquele dever. Como é evidente, a concessão da dispensa supõe que exista mesmo o dever de guardar segredo, isto é, só faz sentido dispensar do dever caso se trate de matéria coberta pelo regime do segredo profissional. 3. Apreciação No caso vertente, face ao que vem referido, é de meridiana clareza que a revelação que o Requerente pretende fazer em juízo respeita a matéria cujo conhecimento obteve por via da sua actividade profissional. 2

3 Como tal, trata-se de matéria coberta pelo regime da obrigação de guardar segredo profissional (art. 87º do EOA). Nessa conformidade, para ser deferido o pedido, há que verificar se ocorrem as circunstâncias indicadas no nº 4 do art. 87º do EOA. Nos termos deste preceito, a dispensa do dever de guardar segredo pode ter como beneficiário o próprio Advogado ou o seu cliente, na perspectiva da defesa da dignidade, direitos e interesses legítimos de um ou de outro. No caso em apreço, o propósito tido em vista com o depoimento do Requerente é demonstrar que a quantia peticionada na execução já foi recebida, em devido tempo, pelos ora exequentes. Quer dizer, desse depoimento não serão beneficiários os exequentes. No entanto, esses exequentes foram clientes do Requerente. Em contrapartida, o executado nesses autos, e potencial beneficiário do depoimento do Requerente, não foi e não é cliente do Requerente. Por referência ao nº 4 do art. 87º do EOA, está excluída (por não verificada) uma das vertentes passíveis de justificar a dispensa do segredo profissional, já que, e em termos simplistas, o Requerente pretende depor e revelar factualidade desfavorável aos seus (antigos) clientes. Assim sendo, para que o pedido do Requerente pudesse ainda obter deferimento, seria necessário concluir que, neste caso, o levantamento do sigilo profissional se justificaria pela necessidade de assegurar a defesa da dignidade, direitos e interesses legítimos do próprio Requerente. Esta ponderação ganha particular acuidade, pois que, a crer no que vem relatado, até poderemos estar perante uma execução injusta. O que dizer? 3

4 O caso vertente tem algumas peculiaridades, não só pelo tempo decorrido entre a ocorrência do alegado pagamento e a demanda executiva, mas ainda porque não se afigura existirem meios de prova quanto a esse alegado pagamento. Analisada documentação remetida, verifica-se que o executado, além de insistir que efectuou o pagamento, faz menção expressa à intervenção do Requerente nessa situação, como decorre do teor de fls Ora, se é alegado o pagamento, se é alegado que o mesmo foi feito através do então mandatário do credor das tornas (aqui Requerente), mas se esse credor das tornas vem a juízo afirmar que o valor nunca lhe chegou a ser pago, então passa a estar também em causa a actuação do próprio Requerente, enquanto mandatário constituído no dito processo de inventário. Dito de outro modo, é posta em crise a rectidão da conduta do Requerente, pois o dinheiro que se destinava aos então seus clientes terá passado primeiro pelas mãos do Requerente. Se os antigos clientes do Requerente afirmam que não receberam tal dinheiro, mas se esse dinheiro foi entregue ao Requerente (para o fazer chegar aos então seus clientes), pode instalar-se a dúvida acerca do destino que o Requerente terá dado ao dinheiro. Ora, tal hipótese é de molde a atingir a dignidade do Requerente enquanto mandatário. Nessa medida, sempre a crer no alegado, afigura-se que estamos perante uma situação em que, de modo a salvaguardar a dignidade e o bom nome do Requerente, enquanto Advogado, se justifica seja o mesmo autorizado a depor no processo acima identificado, em termos de explicar os termos em que interveio na questão do alegado pagamento e, ao mesmo tempo, pôr termo a quaisquer dúvidas acerca da lisura do seu patrocínio. Em face disso, mostrando-se preenchido o critério contido nº 4 do art. 87º do EOA, o pedido merece deferimento. 4. Decisão Em face do exposto, defere-se o pedido e autoriza-se o Sr. Dr. ( ) a depor como testemunha no processo que corre termos no ( ) Juízo Cível do Tribunal Judicial 4

5 ( ), sob o nº ( ), depoimento que deve limitar-se à questão do alegado pagamento das tornas e à intervenção que o Requerente teve nessa vertente. Notifique. Porto, 9 de Fevereiro de 2009 O Vogal no uso do poder delegado que lhe foi conferido pelo Presidente do Conselho Distrital do Porto. Paulo Pimenta 5

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