1. APRESENTAÇÃO E HISTÓRICO
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- Luciana de Barros Bayer
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1 1. APRESENTAÇÃO E HISTÓRICO As Universidades Católicas possuem um estatuto que lhes imprime um caráter diferenciado baseado na Constituição Apostólica para as Universidades Católicas, promulgadas por Sua Santidade, o Papa Bento XVI 1. Esta Constituição exige que as mesmas não forneçam uma formação exclusivamente técnica, mas também humanística que possibilite a seus egressos compreenderem os problemas da sociedade atual e a se comprometerem socialmente com a solução dos mesmos. Esse diferencial marca profundamente a concepção e elaboração desse projeto acadêmico. Em fevereiro de 2001, o Conselho de Ensino e Pesquisa e Extensão - CEPE aprovou alteração curricular nos cursos de Fisioterapia das unidades de Belo Horizonte e Betim. Estas alterações tinham o objetivo de adequar a matriz curricular proposta no projeto de implantação do curso, ocorrida em agosto de 1997, com a criação de novos conteúdos e de novas práticas pedagógicas, além de indicar as estratégias para a implantação do ciclo de estágio, previstas para aquele semestre. A experiência vivida e a reflexão coletiva sobre o impacto destas alterações na formação dos alunos coincidiram com transformações da universidade na sua concepção pedagógica para os cursos de graduação, refletidas no documento Diretrizes para Graduação da PUC Minas e em novas demandas sociais e científicas que têm moldado os atuais modelos de formação em Fisioterapia, expressos principalmente nas Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Fisioterapia CNE/ CES 04/2002. A compreensão do papel da Fisioterapia dentro da saúde como atividade terapêutica capaz de produzir benefícios à população é um de seus requisitos para que a sociedade desenvolva a necessidade da manutenção desta saúde nos campos físico, social, econômico, político e ambiental.o direito de todos à Fisioterapia de qualidade permeia, novamente, as discussões sobre a formação e a atuação profissional saindo do campo técnico em que muitas escolas de Fisioterapia insistem em permanecer. O debate sobre a função social do fisioterapeuta retoma sua relevância. É possível ainda perguntar-se sobre a existência de uma definida função social e preventiva do fisioterapeuta que agora deve atuar em vários papéis no cenário da saúde. Os avanços tecnológicos, os crescentes esforços em controlar e reduzir os cursos de saúde com investimentos prioritários nas ações de promoção e prevenção, a mudança de orientação dos cuidados na saúde com a valorização dos atendimentos ambulatorial e domiciliar, assim como a busca de toda população em melhorar o seu potencial de saúde e qualidade de vida em todas as suas fases, constituem-se em importantes indicadores que 1 1 Universidades Católicas. Constituição Apostólica do Sumo Pontífice João Paulo II. 2.ed. São Paulo: Paulinas,
2 deverão orientar a formação dos futuros profissionais e garantir à Fisioterapia um lugar de destaque no cenário das profissões no Brasil. Uma série de mudanças no campo político e social tem afetado os sistemas de saúde e a forma com que os problemas têm sido enfrentados, não tem respondido às demandas de modo eficiente. O conceito de saúde centrado na doença e no assistencialismo individual e curativo, com ênfase no atendimento hospitalar, respaldado por tecnologia cara supervalorizada de abordagem tecnicista e resolubilidade pontual, dispersa a visão de conjunto contextualizado do estado de saúde do indivíduo e da sociedade deslocando a promoção da saúde e a prevenção de agravos para um segundo plano. As mudanças nos perfis demográfico e epidemiológico e na concepção do processo saúde doença, afetam diretamente a formação de recursos humanos para o setor saúde, considerando que esses profissionais atuarão no planejamento e nos métodos de intervenção sobre essa nova realidade. O futuro profissional deverá ser capaz de enfrentar esses desafios de forma responsável, ética, econômica, tecnicamente pertinente e aceitável, atuando de acordo com a realidade sanitária. Ainda nesse cenário atual, os modelos de reabilitação também refletem uma mudança de paradigma e definem saúde através de elementos mais amplos e contextualizados envolvendo não só físicos e biológicos, mas também fatores psicológicos, sociais e ambientais que interferem na qualidade de vida do indivíduo. O projeto proposto busca ainda, adequar o curso às atuais exigências expressas na orientação da formação do Profissional Fisioterapeuta, contidas nos documentos oficiais (anexos). As diretrizes de graduação do curso de Fisioterapia têm orientado os atuais modelos com o objetivo de garantir o desenvolvimento de habilidades e competências do profissional desejado pela sociedade, conferindo-lhe um caráter generalista e apto a atuar nos diferentes níveis de atenção à saúde. Torna-se portanto, necessário demarcar o papel do fisioterapeuta na sociedade atual, reformulando sua formação para um modelo teórico que guie sua prática para novas habilidades e atitudes voltadas para a promoção da saúde, possibilitando uma maior compreensão do processo vivenciado pelo indivíduo desde o período pré-instalação da doença até suas conseqüências funcionais que alteram sua qualidade de vida, suas atividades e sua participação social. 1.1 JUSTIFICATIVA DO PROJETO PROPOSTO O presente projeto apresenta as reflexões realizadas coletivamente desde o início da implementação do Projeto Pedagógico vigente, apresentando propostas fundamentadas nas trocas de experiência e saberes promovida pelo colegiado de coordenação didática do curso, e 2
3 indicadores presentes na avaliação institucional, auto-avaliação do Curso, avaliação das condições de ensino e exame nacional de cursos. Aliado a isso se propõe à manutenção da qualidade embasada nas exigências expressas para a formação do profissional Fisioterapeuta, contidas nos seguintes documentos: Padrão Mínimo de Qualidade para o Curso de Fisioterapia (1998) e Diretrizes Curriculares do Curso de Fisioterapia publicados pelo Ministério de Educação e Cultura MEC e Secretaria de Educação Superior - SESu - Parecer: CNE/CES 1210/ 2001 e Parecer CNE/CES Nº329/2004 do Conselho Nacional de Educação / Câmara de Educação (anexos). Com o objetivo de enriquecimento e engrandecimento, propõem-se ainda, adequações sugeridas pela Comissão de avaliação das condições de ensino / INEP, rica em marcas sugestivas de formatação para a projeção do Curso de Fisioterapia. Desde a promulgação da LDBEN/96, quando se reafirmou o princípio da autonomia universitária, as Universidades brasileiras foram instigadas a refletirem sobre si mesmas e, simultaneamente, a ter clareza de seus objetivos, metas e ações. Neste sentido, as adequações propostas visam tornar a estrutura curricular do Curso de Fisioterapia mais eficiente e adequada às atuais e emergentes necessidades de formação profissional, considerando o estágio atual de desenvolvimento científico da Fisioterapia e as transformações sociais e culturais que têm operado mudanças significativas no mercado de trabalho para o profissional da saúde, além de buscar atender as necessidades da região na qual estamos inseridos. O currículo em vigor já representa um avanço em relação aos modelos vigentes para a formação do fisioterapeuta no Brasil. A sua reformulação reforça, entretanto, a necessidade de viabilizar novas estratégias ainda não contempladas, visando à adequação regional no formato de oferecimento do curso e o aperfeiçoamento do projeto, baseado nas reflexões da comunidade acadêmica. Este considerou que: Há necessidade de maior flexibilização do ensino, buscando a sua diversidade e qualidade, É necessária a garantia de uma sólida formação, interpelando os meros instrumentos de transmissão de conhecimento e/ou informações e introduzindo agentes facilitadores do aprendizado ativo, com vistas a oferecer ao graduando competências e habilidades para enfrentar os desafios das transformações sociais e das condições de exercício profissional. Como cita também as Diretrizes Curriculares para o Curso de Fisioterapia (2001): Estimular práticas de estudo independente, visando uma progressiva autonomia intelectual e profissional (Diretrizes Curriculares, 2001). O mercado de trabalho sinaliza a necessidade de adequações curriculares a fim de permitir variados tipos de formação, com habilitações diferenciadas. O fortalecimento da relação teórico-prática, o reconhecimento do saber científico através de práticas investigativas e a humanização do ser, imbuídos nos projetos e atividades de 3
4 cunho social constroem o perfil pedagógico do curso e da instituição. A trajetória do curso retrata a necessidade de incluir instrumentos de avaliação do desenvolvimento das atividades do processo ensino-aprendizagem assim como da relação e atuação em comunidade, com os egressos e com as políticas de atendimento ao estudante, avaliando ainda as práticas investigativas, extensão universitária, docentes do curso e a relação com a gestão de desenvolvimento institucional. Por isto o Curso se compromete com: A formação generalista, sensível às transformações da sociedade e da ciência aberta à diversidade e à pluralidade sócio-cultural, comprometida com o ato de cuidar, gerenciar, de educar para a qualidade de vida, de pesquisar e de proporcionar condições para a busca do preparo contínuo, com liberdade e autonomia; A prática pedagógica que rompe com a fragmentação do conhecimento, com a formação baseada em conteúdos e centrada nas disciplinas e nas cargas-s, posta a favor das experiências acumuladas, da capacidade e da autonomia do aluno-sujeito para produzir e apropriar-se do conhecimento. Deverá, ainda, buscar a ruptura com os métodos de ensino fundamentados na transmissão, memorização e reprodução do conhecimento que, verdadeiramente, não ultrapassam o espectro da informação. O processo educativo defendido pelo Projeto Pedagógico deverá, também, superar a concepção de avaliação como meramente mensurativa e reprodutora, que nada mais faz senão promover o ranqueamento dos alunos, além de não considerar e não estimular o seu potencial criativo e reflexivo. Compromete-se, portanto, com a construção do processo de avaliação formativa, que envolve conjuntamente professores e alunos. Por último, deve buscar a unidade entre ensino, pesquisa e extensão, como cita o autor Tomaz Silva: O ensino e a organização curricular centrado nos conteúdos NEUTROS, CIENTÍFICOS, DESINTERESSADOS, bem como a ênfase na carga, nas avaliações de desempenho, nas metodologias, na didática, nos objetivos da aprendizagem, dentre outros, configuram as teorias tradicionais de ensino e de currículo (SILVA, Tomaz Tadeu. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo, 199, p. 1-17). Op cit. Nota 2, p A proposta de formação orientada pelos princípios do Sistema Único de Saúde, dentre os quais estão a integralidade do ensino e da atenção a saúde. Além disso, distingue o curso com uma posição de vanguarda no cenário da formação de profissionais para a saúde, isto porque o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Gestão da Educação na Saúde, tem implementado ações, tais como: APRENDER SUS, Ver SUS E POLOS DE CAPACITAÇÃO, com vistas a mobilizar e comprometer as instituições de ensino superior que oferecem cursos na área de saúde, a cumprirem o que dispõe a Constituição Federal, acerca de formação de recursos humanos para a área da saúde, nos dizeres do Sistema Único de Saúde: 4
5 Ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da Lei: III Ordenar a formação de Recursos Humanos na área da saúde.o Sistema Único de Saúde se baseia em princípios e valores inovadores tais como: conceito ampliado de saúde que passa a ser considerada como um processo socialmente determinado, ação intersetorial, integralidade da atenção (Ministério da Saúde Aprender SUS: O SUS e os Cursos de Graduação da Área de Saúde, 2004, p. 3). A organização de corpo docente adequadamente titulado, mas, sobretudo, composto por educadores que se responsabilizem pela formação de homens e mulheres para o mundo. Corpo docente com experiência profissional na área objeto de sua atuação educativa comprometido com o avanço técnico-científico, social e político da profissão. Corpo docente flexível, capaz de uma reconversão em favor das exigências da ciência contemporânea e da mudança do paradigma de formação de profissionais fisioterapeutas; O compromisso com a pesquisa, extensão e estágios curriculares, faz junção com o perfil profissional do egresso PUC Minas. Na perspectiva deste projeto de curso, a prática de pesquisa deverá ser assumida como um princípio pedagógico, que fomente a formação crítica e reflexiva do aluno, despertando-lhe a criatividade, a autonomia e a capacidade de apropriação de novos conhecimentos. Entende-se, também, que a pesquisa é a possibilidade real de construção e desenvolvimento de um saber próprio e que é preciso educar através da pesquisa, superando a dicotomia ensino e pesquisa e a condição do aluno como mero receptor de conhecimento. Na busca da formação comprometida com o desenvolvimento da crítica, da reflexão e da construção do saber, a extensão se configura como geradora de ensino e de pesquisa. Não se destina a ela lugar marginal no contexto da academia e, tampouco, o lugar do assistencialismo ocupando o vazio deixado pela ausência do Estado em setores vitais para a qualidade de vida e desenvolvimento pleno da cidadania da população, especialmente, carente. Resta, ainda, propor atualização pedagógica figurada nos moldes da aprendizagem ativa, buscando embasamento nas retratações do estudo baseado em problemas e casos PBL / CBL. O incentivo ao aprendizado e a prática baseada em evidências são modelos a serem implementados no curso de forma a enriquecer o ensino de qualidade já prestado pela Universidade. 2. PROPOSTA DE FORMAÇÃO O Curso é oferecido com carga de 4515 horas/aula e duração de 5 (cinco) anos, distribuídos em 10 (dez) períodos, sendo 150 horas de ACG. Refletindo sobre os resultados do Exame Nacional de Cursos ENADE, o Curso propôs, ainda, a promoção e incentivo ao conhecimento geral, introduzindo leituras e debates 5
6 nos diversos níveis de conhecimento, em seus diferentes núcleos de formação. Os princípios assumidos como norteadores pela Universidade Católica asseguram a formação humanística, visando à educação irrestrita à formação de técnicos para o mercado de trabalho, com foco na integralidade. O princípio de uma instituição a serviço da comunidade deve orientar o aluno através do eixo estrutural da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, fortalecendo o compromisso com os valores democráticos, como diz o Conselho Universitário de Ensino e Pesquisa: [...] uma Universidade Católica não teria razão de existir se não pudesse prever que seus ex-alunos não apenas iriam figurar como números ampliando as estatísticas de várias profissões, mas seriam pessoas comprometidas com a verdade e a justiça.ata de Sessão Solene dos Conselhos Universitários e de Ensino e Pesquisa, comemorativa dos 25 anos de fundação da Universidade Católica de Minas Gerais, citada na Revista do Centro de Ciências Humanas (1987:7). Segundo o Código de Ética Profissional: Compete ao fisioterapeuta: prestar assistência ao homem, participando da promoção, tratamento e recuperação de sua saúde. Das responsabilidade fundamentais expressas no Código de Ética Profissional de Fisioterapia Capítulo I Resolução COFFITO 10 de 03 de julho de Exercer sua atividade com zelo, probidade e decoro e obedecer aos preceitos da ética profissional, da moral, do civismo e das leis em vigor, preservando a honra, o prestígio e as tradições de sua profissão... Respeitar a vida humana... respeitar a dignidade e os direitos da pessoa humana.do Exercício Profissional expresso no Código de Ética Profissional de Fisioterapia Capítulo I Resolução COFFITO 10 de 03 de julho de A construção de um projeto político-pedagógico exige de seus formuladores e da instituição que o abriga e executa a explicitação de concepções, posturas e opções que nortearão o processo de formação e que, aos poucos, vão constituindo uma identidade dentro da própria instituição de ensino, na sociedade, no mercado de trabalho e na prática profissional cotidiana. Importa, pois, neste momento, afirmar as crenças e valores acerca do que seja formar fisioterapeutas-cidadãos, no contexto da sociedade contemporânea, em face das políticas de saúde e de educação e dos compromissos da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Tais atitudes deverão permear todas as ações do curso como uma bússola a orientar todo o corpo docente e discente, os gestores universitários, as instituições de saúde, partícipes da formação acadêmica, em direção à construção consistente do conhecimento técnicocientífico, em direção à ética, à cidadania e à consolidação do modelo de formação centrado na integralidade da atenção, como cita o Ministério da Saúde. 6
7 A integralidade da atenção é um dos princípios norteadores do sistema de saúde brasileiro. Deve ser pensado tanto no campo da atuação, quanto no campo da gestão de serviços e sistemas. Supõe, entre outros aspectos, desenvolvimento da dimensão do cuidado por parte dos profissionais de saúde, maior capacidade de acolhimento e de vínculo com os usuários dos serviços de saúde, conhecimento das dimensões do processo saúde-doença, tradicionalmente entendido como disfunção orgânica, desconsiderando seus determinantes sócio-econômicos e políticos. O princípio da integralidade implica, ainda, em mudanças nas relações de poder entre profissionais da saúde para que se constituam de fato, equipes multiprofissionais e interdisciplinares (Ministério da Saúde: Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde; Departamento de Gestão de Educação na Saúde. Aprender SUS: o SUS e os cursos de graduação da área da saúde. Ago/2004, p. 2) 2.1. PERFIL DO EGRESSO O ensino de graduação de Fisioterapia da PUC Minas pretende formar um profissional preparado para o exercício pleno da cidadania, em todas as suas dimensões. Este profissional deve estar comprometido com a realidade brasileira, no sentido de buscar soluções democráticas e humanistas, para os problemas enfrentados no nosso país. O graduando em Fisioterapia da PUC Minas deverá ter formação generalista, ser sujeito da própria aprendizagem, atuando de maneira crítica, reflexiva e criativa. Deve ter uma adequada fundamentação teórica e prática que o permita atuar de forma autônoma nas diferentes áreas e níveis de atenção a saúde, assim como na pesquisa e no ensino. Deve ter uma visão ampla e global do contexto de sua atuação profissional, respeitando os princípios éticos e culturais do indivíduo e da coletividade. Deve ter como objeto de estudo o movimento humano em todas as suas formas de expressão e potencialidades, quer nas alterações patológicas, cinético-funcionais, quer nas suas repercussões psíquicas e orgânicas, objetivando preservar, desenvolver, restaurar a integridade de órgãos, sistemas e funções, desde a elaboração do diagnóstico físico e funcional, eleição e execução dos procedimentos fisioterapêuticos pertinentes a cada situação PERFIL DO FORMADOR O projeto proposto pressupõe o trabalho coletivo entre a coordenação, corpo docente e discente do curso de Fisioterapia, uma vez que objetiva estabelecer melhorias significativas no processo de formação dos alunos, através da criação de movimentos que propiciem uma prática interdisciplinar. Entretanto, um projeto pedagógico, antes de ser institucional ou de um curso, deve ser do educador, uma vez que é no domínio da sala de aula que tal projeto é efetivado. 7
8 Assim, é desejado que o docente do curso de Fisioterapia, não apenas tenha conhecimento acerca do projeto educativo do curso, mas esteja comprometido com o desafio de sua implantação, rompendo com o paradigma tradicional, de característica disciplinar, para uma prática que favoreça a troca de experiências e o diálogo com o grupo, necessários para o estabelecimento da interdisciplinaridade. Espera-se dos professores, uma atitude de abertura, de reflexão de suas práticas pedagógicas e de busca por contínua atualização, para que possamos superar gradativamente os principais obstáculos à efetivação do trabalho interdisciplinar. Nesse contexto, é coerente que o projeto pedagógico do curso de Fisioterapia, proponha e contemple atividades e ações pedagógicas que propiciem o permanente diálogo e a contínua capacitação de seu corpo docente, visando à implantação das diversas propostas de trabalho descritas no projeto de curso. Portanto é necessário que o corpo docente do curso de Fisioterapia da PUC Minas, seja capaz de: - Buscar a superação da visão tradicional do professor, do aluno, dos métodos de ensino e de avaliação. - Desenvolver a percepção de que os conteúdos que domina não são verdades absolutas e inquestionáveis, e compreender que o saber e o conhecimento estão em contínua construção. - Disponibilizar-se a participar de forma crítica da construção, implantação, avaliação e monitoramento do projeto pedagógico do curso, assegurando sua efetivação. - Ter uma atitude de abertura, não preconceituosa, onde todo conhecimento é igualmente importante. - Conhecer o objeto de estudo da disciplina por ele ministrada relacionando-a com o exercício profissional em Fisioterapia. - Promover uma boa relação com o corpo docente e discente que estimulem o trabalho em equipe. - Assumir o papel de parceiro do aluno no processo de ensino aprendizagem. - Compartilhar e socializar experiências e conhecimentos. - Praticar a interdisciplinaridade. - Assumir a postura de valorização do exercício profissional do Fisioterapeuta, contribuindo para a auto-estima do corpo discente. 3. DIRETRIZES PEDAGÓGICAS PROPOSTAS 3.1. INTERDISCIPLINARIDADE O trabalho interdisciplinar no curso de Fisioterapia tem como objetivo promover o diálogo entre as várias disciplinas, com outras áreas do conhecimento. Esse trabalho se 8
9 caracteriza como um dos pontos importantes do Projeto Pedagógico do curso e pode ser considerando uma oportunidade impar para a formação de um profissional em sintonia com os novos tempos. Através dele objetiva-se o desenvolvimento de novas habilidades, tornando alunos e professores mais competentes para uma abordagem multidisciplinar, o que representa uma forma eficaz de se alcançar os objetivos educacionais propostos nesse Projeto Pedagógico Características gerais do trabalho interdisciplinar Atualmente, o trabalho interdisciplinar é realizado no quarto e oitavo períodos, a partir de temas escolhidos pelos professores das disciplinas destes períodos. A orientação, o desenvolvimento dos trabalhos e a apresentação destes, ocorrem no horário regular das disciplinas envolvidas na referida atividade. É nossa proposta, a partir do segundo semestre de 2007, que: - O Trabalho Interdisciplinar seja realizado em todos os períodos do curso. - Do primeiro ao quinto período o trabalho será realizado no âmbito do período e se organizará conforme linhas de investigação a serem propostas pelas disciplinas do período ou poderá se optar pelo desenvolvimento de trabalhos baseados em um eixo temático comum a todos os períodos do curso (Tema gerador). - Do sexto ao décimo período o trabalho será relativo às práticas investigativas compreendendo as práticas de estágio supervisionado. - O trabalho interdisciplinar deverá apresentar graus de complexidade crescentes ao longo dos períodos. - Para todos os períodos se exigirá a entrega de trabalho escrito nos moldes científicos. - Os temas desenvolvidos pelos alunos também serão apresentados em forma de Folder, Pôster científico, Banner, etc., na Mostra Acadêmica de Fisioterapia que acontecerá semestralmente, em data previamente planejada e agendada com os professores. - O dia da Mostra Acadêmica deverá constar no cronograma de curso de todas as disciplinas, havendo substituição de atividades. - O trabalho interdisciplinar deverá constar no plano de ensino de todas as disciplinas envolvidas Normas do trabalho interdisciplinar - É obrigatório que todos os alunos desenvolvam, no semestre letivo, um trabalho de investigação sob a orientação de um professor. - O trabalho interdisciplinar será realizado em grupos de alunos. 9
10 - Os alunos que se encontrarem matriculados em diferentes períodos (alunos irregulares) deverão desenvolver o trabalho integrado em um único período escolar, preferencialmente no período em que estiverem cursando o maior número de disciplinas. - O trabalho interdisciplinar será avaliado em 20 pontos, sendo 10 pontos referentes à avaliação do trabalho escrito e 10 pontos da apresentação (Folder, Pôster científico, Banner, etc.) A nota do aluno no trabalho interdisciplinar - O professor deverá ser um dos partícipes do trabalho interdisciplinar - O professor que não estiver envolvido diretamente nessa ação pedagógica deverá propor outra ação avaliativa, com o mesmo valor e nível de complexidade. - A nota do trabalho investigativo do aluno não será aproveitada por outra disciplina que não estiver envolvida diretamente no trabalho, seja no âmbito do período ou não. Em suma, não haverá migração de notas (entre períodos, entre disciplinas) Sugestão de cronograma de atividades interdisciplinares - Início do trabalho: Apresentação da proposta aos alunos, formação de grupos de trabalho, distribuição de temas e professor orientador entre os grupos, estabelecimento de prazos junto aos alunos. - Decorrer do trabalho: Orientação e monitoramento da execução dos trabalhos. - Final do trabalho: Socialização dos trabalhos entre os colegas e professores do curso (Mostra acadêmica) Coordenação das atividades interdisciplinares Para que o trabalho interdisciplinar seja efetivado, propõe-se a definição de horas de dedicação para a coordenação de períodos que, entre outras atribuições, fará a coordenação das atividades integradas e projetos interdisciplinares. a) Compete ao professor orientador - Auxiliar o Colegiado do curso na implantação, monitoramento e avaliação do Projeto Pedagógico. Determinar o objeto de estudo e à metodologia a ser empregada. - Sugerir as fontes (textos, livros, artigos científicos, etc.) necessárias para a fundamentação teórica do assunto escolhido. - Acompanhar os alunos durante as diversas etapas de elaboração do trabalho interdisciplinar. - Cuidar para que sejam cumpridos os prazos estabelecidos no calendário dos projetos. 10
11 - Orientar para a apresentação pública dos mesmos Efetivação dos trabalhos interdisciplinares no curso de Fisioterapia Para a efetivação da interdisciplinaridade no curso de Fisioterapia, propõem-se as seguintes estratégias de ação pedagógica: - Definição de horas de dedicação para coordenadores de períodos. - Estimulação dos docentes à participação em núcleos de estudo e pesquisa em temas atuais, potencializando discussões científicas e educacionais, que venham fomentar os temas geradores. - Desenvolvimento de projetos e trabalhos interdisciplinares utilizando a carga das disciplinas, por período, ou interperíodos. - Realização de atividades e projetos que valorizem a interdisciplinaridade nas disciplinas ambulatoriais e campos de estágios. - Criação da Mostras Acadêmicas do Curso de Fisioterapia, onde se realizarão atividades tais como: mini-cursos, conferências, seminários além da apresentação dos diversos trabalhos desenvolvidos no período. - Criação de disciplinas que viabilizem a integração e interdisciplinaridade ao longo do curso PESQUISA O desenvolvimento da pesquisa científica no curso de Fisioterapia tem como finalidade não só a produção do conhecimento, mas principalmente o incentivo à metodologia investigativa, proporcionando ao aluno a participação do processo de construção e reconstrução do conhecimento. A pesquisa tem a vantagem de transformar a prática investigativa em um processo pedagógico de elaboração do conhecimento, promovendo maior interação entre professores e alunos que juntos elaboram, pesquisam e constroem, fazendo do ensino um processo contínuo e reflexivo. A atual proposta do colegiado e coordenação de pesquisa do curso de Fisioterapia da PUC-BH é de criar um vinculo maior e mais formalizado dos professores que atualmente participam de projetos científicos e tal produção cientifica. Com esse intuito, e ainda, respeitando a interdisciplinaridade como vertente do nosso projeto pedagógico, serão inicialmente criados 4 grupos de pesquisa com focos bem definidos em áreas diversas da fisioterapia. A adesão aos grupos de pesquisa será incentivada àqueles professores que participam de projetos de pesquisa, como por exemplo projetos de monografia e iniciação científica, grupos de discussão e leitura crítica, dentre outros. Cada pesquisador membro de um grupo de pesquisa, registrará sua, ou suas linhas de pesquisa. Um pesquisador poderá fazer parte de mais de um grupo de pesquisa, contanto que demonstre produtividade dentro do 11
12 mesmo. A produtividade de cada pesquisador será acompanhada através das publicações provenientes dos projetos desenvolvidos, publicações essas podendo ser na forma de artigo completo, anais de congresso, resumo em periódicos e outros. Espera-se com isso, incentivar a formalização das produções cientificas realizadas pelos docentes do curso de Fisioterapia, o que auxiliara na avaliação mais justa e fiel do crescimento cientifico do nosso curso. Parcerias entre diferentes pesquisadores em uma ou mais linhas de pesquisa serão incentivadas, para facilitar possíveis publicações. Seminários internos com a apresentação de projetos, alem de cursos de capacitação e atualização de docentes e pesquisadores na área de pesquisa também serão incentivados. Os diferentes grupos de pesquisa podem e devem solicitar fomento para aquisição de material de pesquisa através de programas como o Fundo de Incentivo à Pesquisa (FIP) e Programa de Iniciação Científica (PROBIC). Ao fim de cada semestre, o andamento dos projetos de pesquisa dentro dos grupos deverá ser relatado ao coordenador de pesquisa do curso de Fisioterapia, que terá ainda as seguintes funções: a. mobilizar e incentivar a mobilização de fontes de recursos financeiros para o desenvolvimento de pesquisa; b. promover a normalização dos processos científicos; c. incentivar a divulgação científica através de seminários e publicação em periódicos científicos; d. incentivar a participação em eventos científicos como congressos, conferencias e simpósios; e. promover cursos/palestras de atualização em pesquisa Propostas de Linhas de Pesquisa Os grupos de pesquisa do curso de fisioterapia serão: 1. Grupo 1: Biomecânica Aplicada a Fisioterapia; 2. Grupo 2: Reabilitação Baseada em Evidência; Esta área inclui as seguintes sub-áreas: a. eficácia de protocolos de tratamento fisioterapêuticos b. validação de métodos diagnósticos 3. Grupo 3: Pesquisa Básica Aplicada a Fisioterapia; 4. Grupo 4: Ergonomia Estagiários de Pesquisa: O curso de Fisioterapia possui quatro estagiários (dois bolsistas e dois voluntários) para os laboratórios de pesquisa, contratados semestralmente, com as seguintes funções: a. acompanhar a coleta de dados dentro dos laboratórios do curso de Fisioterapia; 12
13 b. registrar os projetos de pesquisa em andamento nos laboratórios de pesquisa; c. organizar e zelar pelos equipamentos de pesquisa dos laboratórios do curso de Fisioterapia Laboratórios de Pesquisa do Curso de Fisioterapia: Estão disponíveis para alunos e professores do curso de Fisioterapia, dois laboratórios de pesquisa, um deles localizado no prédio 46, junto à clínica de Fisioterapia, e outro localizado no prédio 38, reservado para reuniões entre orientadores e alunos de iniciação científica e trabalhos de conclusão de curso Equipamentos de pesquisa do Curso de Fisioterapia: O curso de Fisioterapia possui os seguintes equipamentos de pesquisa: a. Eletromiógrafo b. Instrumento de avaliação de amplitude de movimento da coluna cervical CROM c. Instrumento de avaliação de amplitude de movimento da coluna lombar BROM d. Computadores e. Software de análise estatística SPSS f. Software de avaliação postural g. Sistema de análise de movimento (desenvolvido pelos alunos e professores do curso com fomento do FIP) Gait Grabber h. Sistema de análise de descarga de peso durante a marcha (desenvolvido pelos alunos e professores do curso com fomento do FIP) Footswitch i. Inclinômetro digital j. Dinamômetro manual k. Biofeedback de contração muscular l. Espirômetro m. Manovacuômetro 3.3 EXTENSÃO Concepção da Extensão O ensino, a pesquisa e a extensão, como os pilares da Universidade, devem ser ações que a levem a cumprir o seu objetivo maior de produzir o conhecimento científico e social tornando-o acessível e integrado à sociedade. A produção do conhecimento produzido junto à comunidade, através da extensão, se faz através da participação efetiva da comunidade na Universidade, produzindo um confronto 13
14 direto com a realidade, permitindo a troca de saberes acadêmicos e populares, de modo sistematizado e finalmente democratizando o conhecimento. Simultaneamente, esse contato retroalimenta o ensino e a pesquisa possibilitando o desenvolvimento de novos conhecimentos científicos. De acordo com o Plano Nacional de Extensão Universitária, de 2001, a Extensão é o processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre Universidade e Sociedade 1. Ela é uma via de mão-dupla, com trânsito assegurado à comunidade acadêmica, que encontrará, na sociedade, a oportunidade de elaboração da práxis de um conhecimento acadêmico. No retorno à Universidade, docentes e discentes trarão um aprendizado que, submetido à reflexão teórica, será acrescido àquele conhecimento 1. Justificativa Em 1998, a Unesco, em sua Declaração Mundial sobre a Educação Superior do Século XXI já apontava que deveriam acontecer mudanças de rumos na missão do ensino superior, tais como:... A relevância na educação superior deve ser avaliada nos termos do ajuste entre o que a sociedade espera das instituições e o que é feito. Isto requer padrões éticos, imparcialidade política, capacidades críticas e, ao mesmo tempo, uma melhor articulação com os problemas da sociedade e do mundo do trabalho, baseando suas orientações a longo prazo nos objetivos e necessidades sociais, incluindo o respeito às culturas e a proteção ambiental. Para isto é necessário fornecer acesso à instrução geral ampla e dirigida, carreira específica, freqüentemente interdisciplinar, focalizando nas habilidades e aptidões dos indivíduos, pois ambas devem equipá-los para viver em uma variedade de ambientes, ajustando-se às mudanças, e aptos a mudar suas ocupações....ela deve contribuir para o desenvolvimento durável e para o melhoramento do conjunto da sociedade, a saber: formar diplomados altamente qualificados e cidadãos responsáveis, capazes de atender às necessidades de todos os aspectos da atividade humana; promover, gerar e difundir conhecimentos através da pesquisa; constituir um espaço aberto para a formação superior que propicie a aprendizagem permanente (...). E ainda: A educação superior deve reforçar suas funções de serviço à sociedade e mais concretamente suas atividades dirigidas a erradicar a pobreza, a intolerância, a violência, o analfabetismo, a fome, a deterioração do meio ambiente e as enfermidades, principalmente mediante um delineamento interdisciplinar e transdisciplinar para analisar os problemas e as questões propostas. Sob essa nova perspectiva, a extensão deve constituir-se a partir dos interesses múltiplos entre a universidade e a comunidade em um processo mútuo de aprendizagem. O aprendizado nessa relação possibilita a troca de conhecimentos e experiências, onde alunos e professores da Universidade, bem como a comunidade, são educadores e educandos, estabelecendo relações inter, multi e transdisciplinares. 14
15 Nessa interlocução, as práticas extensionistas favorecem a ampliação dos horizontes da formação acadêmica acrescentando-lhe, mais que competência técnico-científica, sensibilidade para as questões sociais. Portanto, alunos, professores e a comunidade tornamse sujeitos no ato de aprender, de produzir conhecimentos e novas tecnologias, de formar recursos humanos comprometidos com a transformação da realidade A extensão na PUC Minas Segundo as diretrizes do Plano Nacional de Extensão a prática extensionista na universidade deve considerar os seguintes pressupostos: 1.a extensão deve ser entendida como uma atividade pedagógica, pois suas atividades possibilitam a reflexão acerca do conhecimento, sua produção e seu destino. Desta forma evidencia-se a necessidade de se partilhada entre professores universitários, alunos e membros da sociedade. a extensão universitária, além de revelar o compromisso social da universidade é parte integrante e necessária à formação de profissionais sensíveis à realidade social. Portanto, deve ser integrada às atividades de ensino e de pesquisa, produzindo, assim, uma prática pedagógica crítica e renovada; 2.as práticas de extensão, além de possibilitarem o processo dialético entre teoria e prática, têm caráter inter, multi e transdisciplinar, extrapolando a abordagem própria de cada área de conhecimento ou a abordagem especializada de cada curso e favorecendo a visão integrada do social 3. a extensão universitária promove o movimento da inclusão social, orientado pelos princípios da liberdade, da igualdade, da pluralidade e da autonomia humana; 4.a extensão deve ser considerada como uma atividade formadora de profissionais cidadãos, que pautem suas ações pela ética fundada no entendimento de que o ser humano tem valor por si mesmo. Assim, as ações de extensão se orientam para a defesa da justiça, do respeito às diferenças, da autonomia e da liberdade entre os homens. A necessidade da inclusão da Extensão, como atividade essencial à formação acadêmica, já foi expressa em diversos documentos que regulam a educação superior no Brasil (Constituição Federal de art ; LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional aprovada em 20 de dezembro de 1996 Lei nº 9394/96 4 ; orientações do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - nº / ). Na PUC Minas, no processo de institucionalização da extensão, esta já se encontra contemplada no Estatuto da Universidade, no Regimento Interno; no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI); no Plano Institucional Acadêmico (PIA); no PROPAV (Programa Permanente de Avaliação); nas Diretrizes da Graduação da PUC Minas e no Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (CEPE). 15
16 De outra forma, sensível aos resultados das ações extensionistas já realizadas pela sua comunidade acadêmica e atenta às exigências legais, a Pró-Reitoria de Extensão da PUC Minas vem investindo na construção coletiva de uma política que integre a extensão nas ações de ensino e pesquisa, à luz das necessidades acadêmicas, políticas e sociais. A base utilizada como referência para as discussões da política de extensão na universidade e para a consolidação de sua estrutura tem sido a opção pela organização de uma ação pedagógica que contemple e conjugue as três áreas acadêmicas e que possa considerar as diretrizes curriculares nacionais que implicam na articulação entre ensino, pesquisa e extensão, a articulação entre teoria e prática; a flexibilização curricular; a formação humanista e a interdisciplinaridade Gestão da extensão do curso Ao se afirmar que a extensão é parte indispensável do pensar e fazer universitários propõe-se um esforço pela institucionalização dessas atividades, tanto do ponto de vista administrativo como acadêmico o que implica a adoção de medidas e procedimentos que redirecionam a própria política das universidades. O Curso de Fisioterapia da PUC Minas pretende desenvolver procedimentos que venha a proporcionar uma prática intensa da articulação entre pesquisa, ensino e extensão desde os primeiros semestres da Graduação, através dos seguintes procedimentos metodológicos: I. Definir formas de atribuição de créditos curriculares aos alunos que participarem de atividades de extensão, como prática possibilitadora da flexibilização curricular (60 horas nas ACG por projeto realizado, totalizando no máximo 120 horas, ou dois projetos de extensão); II. Apoio e incremento aos docentes e discentes nas atividades de extensão, através de programas com previsão de recursos para custeio de horas-aula e bolsas; III. Definição de propostas fundamentadas na realidade regional, e previamente obtidas através de levantamentos epidemiológicos; IV. Estabelecimento de critérios para julgamento do mérito e relevância dos projetos de extensão, pela Coordenação da Extensão e Colegiado, caso os mesmos não tenha sido apresentados à PROEX, através do seu Edital anual, em tempo hábil; V. Definição de áreas temáticas e linhas programáticas para orientação das atividades de extensão universitária; VI. Participação da comunidade nos trabalhos de extensão, tanto na sua elaboração, fornecendo indicadores sociais, como na avaliação dos programas e projetos de extensão, através de questionários e outros instrumentos de medida; 16
17 VII. Sensibilizar e capacitar a comunidade acadêmica, através de seminários e encontros, para a prática indissociada das atividades de ensino, pesquisa e extensão, através da realização de pelo menos um Seminário de Extensão anual no Curso de Fisioterapia, com mostra dos projetos desenvolvidos e em desenvolvimento; VIII. Definir um coordenador para acompanhar as atividades da Extensão no Curso, com 8 horas de dedicação/semanal, definindo também local físico específico para o acompanhamento das atividades da mesma - Centro Clínico de Fisioterapia, com seleção de monitores que atuem especificamente no acompanhamento delas; IX. Capitação de recursos externos à Universidade, como fonte de financiamento para ações da extensão Avaliação e monitoramento das atividades da extensão A avaliação da universidade revela-se como um processo político-técnico, não se restringindo apenas à tomada de decisão administrativa, e, enquanto tal, deve envolver todos os segmentos da universidade. A avaliação deve contemplar os fatores relacionados com a função acadêmica e aqueles relacionados com a função social da universidade. Os indicadores importantes na avaliação da atividade extensionista são as características eminentemente sociais da Universidade, exercidas através da articulação entre Extensão, Ensino e Pesquisa, bem como a interdisciplinaridade e a relevância social da atividade a ser considerada, não apenas pelo ângulo da universidade, mas a partir da definição conjunta com a comunidade. Os objetivos da avaliação das práticas extensionistas passam pela contribuição na elaboração do perfil da extensão universitária na PUC Minas, nas suas dimensões políticas de gestão, programas e infra-estrutura, bem como pelo subsídio ao Programa Permanente de Avaliação Institucional e o Plano de Desenvolvimento Institucional e para possibilitar a análise comparativa das mudanças e avanços ocorridos nas IES do Brasil. As dimensões da Avaliação da extensão a serem consideradas no Curso serão: - Programas e projetos desenvolvidos; - Infra-estrutura da Extensão dentro do Curso de Fisioterapia; - Produção acadêmica; - Relevância das ações de extensão para os alunos, professores do Curso e para as comunidades atendidas; - Divulgação e incentivo à prática das atividades extensionistas. 17
18 3.4. TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Considerada atividade importante para o enriquecimento do processo ensinoaprendizagem, o aluno do Curso de Fisioterapia deverá realizar ao longo do curso, trabalho científico, de caráter obrigatório, o qual deverá ser concluído e apresentado para ser avaliado ao final do curso, por comissão composta por docentes do curso, designada pelo Colegiado de Coordenação Didática. Este trabalho, realizado sob supervisão e orientação do corpo docente da Universidade, será desenvolvido e concluído nas disciplinas de Trabalho de Conclusão de Curso I e Trabalho de Conclusão de Curso II. Os objetivos gerais Trabalho de Conclusão de Curso são de contribuir para a pesquisa acadêmica sobre temas pertinentes aos conteúdos do currículo pleno, propiciar a ocasião de demonstrar o grau de habilidades adquiridas, o aprofundamento temático, o estímulo à consulta bibliográfica especializada, a produção científica, bem como proporcionar ao fisioterapeuta especialização em todas as áreas de atividade científica necessária a seu futuro exercício profissional. O Trabalho de Conclusão de Curso é desenvolvido por intermediário de três (3) programas distintos e obrigatórios, oferecidos durante os semestres letivos do Curso de Graduação em Fisioterapia da seguinte forma: 1) Metodologia do Trabalho Científico: ministrada no segundo período do curso, que tem como objetivo ensinar os passos para a pesquisa científica dentro da área de fisioterapia, através da busca de artigos relacionados com a área fisioterápica. Além disso, é objetivo da disciplina desenvolver noções conceituais sobre a pesquisa científica e aplicação de técnicas de coleta de dados e elaboração de anteprojeto de pesquisa a ser desenvolvido no Trabalho de Conclusão de Curso de final de curso; 2) Trabalho de Conclusão de Curso I (TCC-I): elaboração do artigo de revisão científica ou do projeto de pesquisa, baseado em normas metodológicas pré-determinadas pelo Curso de Fisioterapia, ministrada no nono período do curso. 3) Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC-II): apresentação do relatório final, contendo o artigo final ou o resultado e as conclusões do trabalho realizado com base no projeto apresentado no TCC-I, ministrada no décimo período do curso Coordenação do Trabalho de Conclusão de Curso A Coordenação do Trabalho de Conclusão de Curso será exercida pelos professores responsáveis pela disciplina de TCC I e TCC II, que deverão fazer cumprir as determinações legais e regimentais referentes ao Trabalho de Conclusão de Curso, organizar seu processo de desenvolvimento, promover as sessões para avaliação de resultados do trabalho 18
19 desenvolvido e controlar o calendário escolar e a orientação do professor orientador, encaminhando as informações aos órgãos competentes Orientação do Trabalho de Conclusão de Curso A orientação do trabalho de conclusão ocorre durante as disciplinas de Trabalho de Conclusão de Curso I e Trabalho de Conclusão de Curso II, nos 9º e 10º períodos respectivamente. O atendimento às demandas de orientação do TCC é feito através da utilização de horas do banco de horas do curso e executada por um professor orientador escolhido entre docentes do curso e de acordo com a sua disponibilidade e formação na área de Fisioterapia. DISCIPLINAS CH Total NÚMERO DE CH SEMANAL PARA GRUPOS DE ORIENTAÇÃO TRABALHOS POR DISCIPLINA Trabalho de Conclusão de Curso I grupos de 4 alunos Trabalho de Conclusão de Curso II grupos de 4 alunos 15hs/semanais 15hs/semanais Normas gerais do Trabalho de Conclusão de Curso O Orientando deve elaborar seu projeto de Trabalho de Conclusão de Curso de acordo com as normas emanadas pela Coordenação de Trabalho de Conclusão de Curso e com as orientações do Professor Orientador. A estrutura formal do projeto deve seguir os critérios técnicos estabelecidos nas normas da ABNT sobre documentação, no que forem aplicáveis. A estrutura do projeto de Trabalho de Conclusão de Curso compõe-se de: Nos casos de projeto: I Título do Projeto; II Introdução; III Justificativa; IV Objetivos; V Revisão literária; VI Metodologia; VII Resultado; VIII Discussão; IX Conclusão; X Agradecimentos; XI Anexos. Nos casos de artigo de revisão: I Título do artigo; II Introdução; III Justificativa; IV Objetivos; V Revisão literária; VI Conclusão; VII Agradecimentos; VIII Anexos; IX Referências bibliográficas. 19
20 O projeto de Trabalho de Conclusão de Curso deve ser entregue ao Professor Orientador e ao Coordenador até o prazo limite estabelecido em conjunto. - Cabe ao Professor Orientador a avaliação e aprovação do trabalho apresentado pelo Orientando e ao Coordenador a avaliação do formato metodológico do projeto. - O trabalho reprovado deve ser devolvido ao Orientando no prazo de até cinco (5) dias, para sua reformulação e nova entrega ao Professor Orientador e Coordenador no mesmo prazo. - Aprovado o Trabalho de Conclusão de Curso pelo Professor Orientador e pelo Coordenador, um exemplar é arquivado na Coordenação de Trabalho de Conclusão de Curso, sendo o outro enviado ao Professor Orientador. Para aprovação do Trabalho de Conclusão de Curso deve ser levada em consideração a existência ou não de Trabalho de Conclusão de Curso já apresentada e defendida com base em projeto idêntico. Aprovado o Trabalho de Conclusão de Curso, a mudança de tema somente é permitida mediante a elaboração de um novo projeto e preenchimento dos seguintes requisitos: I - Ocorrer à mudança durante o desenvolvimento do nono (9º) semestre letivo regular; II - Haver a aprovação do Professor Orientador; III - Existir a concordância do Professor Orientador em continuar com a orientação, ou a concordância expressa de outro docente em substituí-lo; IV - Haver a aprovação da Coordenação; Pequenas mudanças que não comprometam as linhas básicas do projeto são permitidas a qualquer tempo, desde que autorizadas pelo Professor Orientador. O TCC deve ser apresentado, preenchendo: I - Texto datilografado ou impresso em espaço um e meio (1,5), utilizando-se espaço três (3), nas passagens do parágrafo, em folha de papel branco, formato A-4 (21,0 x 29,7); II - Margem superior com quatro (4) centímetros; inferior com três (3) centímetros; III - Margens esquerda com quatro (4) centímetros; margem direita com três (3) centímetros, mantendo-se as distâncias uniformemente; IV - Encadernada em brochura ou espiral; V - Corpo do trabalho (introdução, desenvolvimento e conclusão) possuindo no mínimo trinta (30) páginas de texto escrito. Tratando-se de impressão, utilizar formato Times New Roman número doze (12) ou Arial número doze (12). O orientando deve apresentar quatro (4) cópias, encadernadas em brochura ou espiral para apresentação à Coordenação do Trabalho de Conclusão de Curso e aos membros da banca examinadora. 20
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