JOGO E A SUA RELAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO ÁREA DO SUBPROJETO INTRODUÇÃO
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1 JOGO E A SUA RELAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO Helena ten Caten dos Santos (Apresentadora/ Acadêmica do 6º semestre do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Santa Maria/ Bolsista do subprojeto PIBID Pedagogia) Denise Machado Moraes (Co-autora/ Acadêmica do 6º semestre de curso de Pedagogia da Universidade Federal de Santa Maria/ Bolsista do Subprojeto PIBID Pedagogia) Lidiane Pereira Ferreira (Co-autora/ Acadêmica do 6º semestre do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Santa Maria/ Bolsista do subprojeto PIBID Pedagogia) Prof. Dr. Rosane Carneiro Sarturi (Orientadora/ Coordenadora do subprojeto PIBID Pedagogia) ÁREA DO SUBPROJETO Programa PIBID área do subprojeto Pedagogia. INTRODUÇÃO O jogo como prática educativa muitas vezes é esquecido, nos referimos com está convicção porque quando alunas no ensino fundamental não tivemos a oportunidade de realizar jogos como atividade educativa. Nossa experiência com jogo surgiu no subprojeto da área da Pedagogia da Universidade Federal de Santa Maria no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência nas atividades da Sala Multisseriada e Multidisciplinar. Os encontros são realizados três vezes por semana, com duração de duas horas cada, com alunos de segundo a quinto ano do ensino fundamental, que possuem alguma dificuldade de aprendizagem e ou defasagem idade/série, o programa envolve três eixos do conhecimento: o raciocínio lógico matemático, a lecto-escrita e a localização espaço temporal por estes eixos se permeiam as relação interpessoais. A escola na qual o projeto está inserido é da rede publica municipal de Santa Maria/RS, que possui o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica IDEB abaixo da média nacional. As atividades possuem como base o lúdico, como jogos e atividades diferenciadas das encontradas geralmente em sala de aula. Muitas vezes os jogos desenvolvem a autonomia do aluno, ele precisa escolher e encontrar o que fazer em determinada situação no jogo. Pois: Alguns jogos têm como objetivo o desenvolvimento da autonomia da criança: poder arriscar-se, ter de fazer a sua parte sozinha e ser responsável por suas escolhas e atos. (LOPES, 2011, p. 39).
2 O trabalho tem como objetivo analisar como o jogo contribui na construção do conhecimento dos educando, relacionando a autonomia do mesmo acerca de sua aprendizagem. REFERENCIAL TEÓRICO Para a fundamentação teórica foram utilizados os seguintes autores: Fernando Becker (2001), que contribui com seus estudos sobre a construção do conhecimento da criança, Maria da Glória Lopes (2011), que escreve sobre o jogo na educação e Paulo Freire (2011, 2000), que é essencial para compreendermos a importância da autonomia, as formas de realizar as atividades para os alunos, tendo sempre um olhar sensível acerca do aluno e da prática. METODOLOGIA O questionamento principal do trabalho vem a ser a importância do jogo para a construção do conhecimento dos alunos que frequentam a Sala Multi 1, e a autonomia que os alunos constroem frente à própria aprendizagem. As atividades analisadas para o trabalho foram realizadas em uma determinada escola publica municipal de Santa Maria, e tiveram inicio em 2012, sendo que ainda estão em andamento. Buscamos auxílio em autores como Paulo Freire (2011, 2001) e Maria da Glória Lopes (2011) e Fernando Becker (2001) e realizamos uma pesquisa qualitativa de cunho participante que visa apoiar o pesquisador nas necessidades com relação a sua pesquisa. (LAMEIRA, 1998). Para coleta de dados foram utilizados os relatórios e as observações dos encontros da Sala Multi. Realizamos a pesquisa para apresentar os resultados frente às atividades do PIBID subprojeto Pedagogia, nos encontros das bolsistas com os alunos, tendo jogos como material pedagógico. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os jogos utilizados nas atividades da Sala Multi causam um grande impacto nos alunos na primeira vez que os mesmo se deparam com eles, a primeira impressão é negativa. Para os alunos pode ser algo sem contextualização. Eles se negam em participar, alegando que 1 Forma de abreviar Sala Multisseriada e Multidisciplinar.
3 não sabem ou que o jogo é difícil, neste momento as bolsistas precisam conversar e tentar explicar o porquê do jogo ser importante, e que não será difícil, porque se acredita que: O professor não deve se preocupar em liberar o aluno do trabalho penoso; deve, sim, zelar para que as ações sejam significativas. É só acompanhar crianças e adolescentes em competições esportivas para verificar de quanto esforço eles são capazes, desde que a competição tenha significado; o mesmo podemos dizer de salas de aula que implementam propostas construtivistas. Os alunos costumam rejeitar atividades didático-pedagógicas não por serem difíceis, mas por serem desprovidas de significado. É o vazio de significado que amedronta o ser humano e não a dificuldade do empreendimento. Ou, melhor dito, uma ação não é difícil por si mesma; o significado que ela representa é que a torna mais fácil ou mais difícil. (BECKER, 2001 p. 98) Nesse sentido, a Sala Multi está organizada com mesas agrupadas, deixando os alunos um de frente para o outro, sendo que esta organização é propícia para jogar e desenvolver as atividades, com troca de ideias e dialogo. Isso causa um impacto dos alunos, porque estão preparados para ter uma aula tradicional, fundamentada em uma prática bancária em educação na qual: Basta entrarmos em uma sala de aula (é pouco provável que nos enganemos). O que encontramos aí? Um professor que observa seus alunos entrarem na sala, aguardando que sentem e que fiquem quietos e silenciosos. As carteiras estão devidamente enfileiradas e suficientemente afastadas umas das outras para evitar que os alunos conversem. (BECKER, 2001 p. 15) Essa é uma dinâmica que não atende aos objetivos dos trabalhos propostos, pois durante o jogo os alunos estão conversando, interagindo com os colegas, mostrando um envolvimento com a construção do conhecimento, eles somam os valores que sortearam nos dados, realizam cálculos com material de contagem, e no decorrer dos meses nós bolsistas observamos que é notório o crescimento da aprendizagem dos alunos. Eles também possuem uma autonomia para realizar as jogadas, ajudam os colegas, deixando a diferença de idade de lado, não sendo mais algo de exclusão entre colegas. A construção de jogos é uma atividade que faz parte dos encontros da Sala Multi e é algo muito significativo para os alunos. Eles gostam de construir e por fim manuseiam de varias formas explorando suas variantes. No meio da atividade eles encontram erros de ortografia deles mesmos e se questionam, como que se escreve está tal palavra pedem ajuda aos colegas e também para as bolsistas que muitas vezes utilizam o dicionário junto deles para procurar a palavra da qual estão com duvida. Percebe-se assim que: Durante o processo que envolve a confecção e o jogo, surgirão situações inesperadas, pois cada momento é único e possui características próprias. A partir
4 daí o professor poderá ter novos objetivos a alcançar, criando muitas possibilidades para ampliar os recursos mediante a confecção de jogos. (LOPES, 2011, p. 46). Assim, conclui-se que o jogo é uma atividade que abrange varias questão como a atenção do aluno, a criatividade, o raciocínio lógico, a localização espaço temporal, o jogo é uma atividade ampla e rica em informações. CONCLUSÕES Os jogos trabalhados geralmente possuem ganhadores e perdedores, mas o que está em jogo não é o ganhar e o perder mais sim o prazer de jogar e de aprender brincando, para isso muitas vezes nós bolsistas precisamos esclarecer com os alunos estas posições. Nos estudos de Lopes (2011) ela diz que: Coloco dessa forma porque a maioria das crianças não sabe jogar. Elas podem aprender rapidamente as regras do jogo, mas não sabem nem perder nem ganhar, fatores inerentes ao jogo e à própria vida. [...] É preciso, portanto que a criança aprenda a reagir de forma adequada a essas emoções, e o educador precisa estar atento a este aspecto ao propor um jogo. (LOPES, 2011 p. 45) Estas situações, que envolvem a posição de primeiro e segundo acabam fazendo parte das relações interpessoais porquê os alunos tem a tendência de se tornarem agressivos com os colegas, sendo este também um objetivo do jogo, trabalhar a igualdade, as possíveis chances que possuímos nos jogos e que estas atitudes não são as esperadas, precisamos aprender a perder e vencer. Os conhecimentos que as crianças constroem através dos jogos são enormes, e não necessariamente apenas o aluno está aprendendo algo, as bolsistas também aprendem com os alunos. Através de suas dificuldades, seus questionamentos, da forma que ela esta enxergando a atividade. Assim: Para Freire, o professor, além de ensinar, passa a aprender; e o aluno, além de aprender, passa a ensinar. Nessa relação, professor e alunos avançam no tempo. As relações de sala de aula, de cristalizadas com toda a dose de monotonia que as caracteriza passam a ser fluidas. O professor construirá, a cada dia, a sua docência, dinamizando seu processo de aprender. Os alunos construirão, a cada dia, a sua discência, ensinando, aos colegas e ao professor, novas coisas, noções, objetos culturais. (BECKER, 2001, p. 27)
5 Portanto, nesta constante construção de conhecimento, seguimos a pesquisar para trazer ideias novas para nossos alunos, em que possam realizar as atividades e construir as suas próprias aprendizagens. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BECKER. Fernando, Educação e construção do conhecimento. Porto Alegre: Artmed, FREIRE. Paulo, Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, LAMEIRA. Leocardio José Correia Ribas, Cadernos de pesquisa: programa de pós graduação em educação: mestrado, nº. 12, Santa Maria: Clenio Perlin Berni, Ilse Abegg, LOPES. Maria da Glória, Jogos na educação: criar fazer jogar. São Paulo: Cortez, 2011.
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