L RICARDÍ PRESIDENTE E RELATOR PODER JUDICIÁRIO

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1 6 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO P, \ TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO 114 ACORDAO/DECISÃO MONOCRÁTICA X X^.. REGISTRADO(A) SOB N ACÓRDÃO IIIIH lllll lllll mil lllll um mu um mi mi Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento n , da Comarca de São Paulo, em que é agravante DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO sendo agravado FLORA SALVIA COMERCIO DE PLANTAS LTDA. ACORDAM, em 19" Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores RICARDO NEGRÃO (Presidente), JOÃO CAMILLO DE ALMEIDA PRADO COSTA E MARKLJ)E OLIVEIRA. São 'Pãns-p^ 22 áp junho áe^2010, L RICARDÍ PRESIDENTE E RELATOR

2 PODER JUDICIÁRIO VOTON : AGRV. N : COMARCA: SÃO PAULO AGTE. : DEFENSQRIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO AGDO. : FLORA SALVIA COMERCIO DE PLANTAS LTDA INTERDO : ZENAIDE LINO BRANDO JÓIAS - ME CURADORIA ESPECIAL - Defensor Público - Função institucional (arts. 4, VI, da LC 80/94 e 5, VIII, da Lei Estadual n. 988/06) - Autonomia funcional e administrativa - Faculdade de o órgão designar defensor público ou solicitar à OAB a indicação de profissional habilitado para exercício da curadoria (art. 7, I, da Lei n. 988/06) - Admissão do exercício da curadoria especial pelo Defensor Público oficiante Agravo de instrumento não provido HONORÁRIOS DE ADVOGADO - Curadoria especial - Munua processual - Remuneração se verificada sucumbência da parte contrária - Verba não caracterizada como despesa processual (art. 20, 2, do CPC) Indeferimento do imediato arbitramento e adiantamento dos honorários advocatícios Agravo de instrumento não provido Trata-se de agravo de instrumento interposto pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo contra decisão interlocutória proferida pelo MM. Juiz de Direito da 33 a Vara Cível da Comarca de São Paulo que, na ação monitoria proposta por Flora Sálvia - Comércio de Plantas Ltda - ME, indeferiu (fl. 98) o pedido de arbitramento e adiantamento dos honorários advocatícios (fl. 81*97) devidos em decorrência da atuação da Defensoria Pública como Curadora Especial da demandada, citada por edital. Inconformado com a r. decisão, o i. Defensor Público interpôs o presente recurso afirmando que os honorários advocatícios devidos ao Curador Especial são despesas judiciais e, por isso, devem ser antecipadas (art. 19, 2 o, do CPC). Diz que o múnus público do curador especial não se confunde com a assistência judiciária e é função institucional e atípica da Defensoria Pública (art. 5 o, VIII, LC 988/06). Por isso, a verba percebida a esse título é destinada à FUNDEPE (Lei Estadual n /08) e não à Defensoria Pública. Pede o provimento do recurso para determinar o arbitramento de honorários em favor da Defensoria Pública do Estado, e determinar ao agravado a obrigação de adiantar os honorários em favor do curador especial (fl. 2*19). A tutela antecipada recursal foi indeferida (fl. 100). Em contraminuta a empresa agravada defende o improvimento do recurso (fl ). E o relatório. O Juiz de Direito indeferiu o arbitramento e adiantamento de honorários por entender que a intervenção do Defensor Público decorre de comando legal, não havendo qualquer requerimento expresso da agravada nesse/ sentido, não podendo a mesma ser onerada de forma indevida na busca da {/^

3 PODER JUDICIÁRIO 2 X *V tutela jurisdicional. Ao final, determinou ao curador nomeado a apresentação manifestação em defesa da ré citada por edital, sob pena de sofrer as providências cabíveis em seu desfavor (fl. 98). Nos termos dos arts. 4 o, VI, da Lei Complementar n. 80/94 e 5 o, VIII, da Lei Estadual n. 988/06 - que instituíram a Defensoria Pública na União e no Estado bandeirante, respectivamente - o exercício da curadoria especial é função institucional da Defensoria Pública. O órgão possui autonomia funcional e administrativa, incumbindo-lhe a escolha de designar defensor público ou solicitar à Ordem dos Advogados do Brasil a indicação de profissional habilitado para o exercício da curadoria (art. 7 o, I, da Lei n. 988/06). Nesse sentido^ AGRAVO REGIMENTAL - RECURSO ESPECIAL - TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE - AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DOS DISPOSITIVOS TIDOS POR VIOLADOS - DECRETAÇÃO REQUERIDA POR DEFENSOR PÚBLICO NOMEADO CURADOR ESPECIAL - POSSIBILIDADE. (...) No tocante à questão da ilegitimidade do Defensor Público como curador fiscal, o CPC é claro ao estabelecer a necessidade de nomeação de curador especial, como se vê pelo teor do inciso II do art. 9 o do referido diploma. Cuida-se de norma de direito público, de aplicação cogente que, portanto, deve ser aplicada a qualquer tempo. Incide, no caso em questão, a Súmula 196 desta egrégia Corte, in verbis: "Ao executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer revel, será nomeado curador especial, com legitimidade para a apresentação de embargos". Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp /MG, Rei. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/08/2006, DJ 28/08/2006 p. 266) "A criação da Defensoria Pública da União (Lei 9.020/95, alterada pela Lei /01) faz incidir nos seus integrantes a função de curador especial." (SEC.820/US, Rei. Ministra LAURITA VAZ, Rei. p/ Acórdão Ministro LUIZ FUX, CORTE ESPECIAL, julgado em 06/12/2006, DJ 28/02/2008 p. 68) Reconhecida a possibilidade de atuação do Defensor Público como Curador Especial da demandada citada por edital, resta examinar o momento da fixação e pagamento dos honorários advocatícios. Na melhor lição de Humberto Theodoro Júnior, "A curatela à lide é um munus processual que não dá direito a exigir honorários da parte representada, mas os serviços profissionais do advogado podem ser reclamados da parte contrária, quando ocorra a sua sucumbência" (Curso de Direitt Processual Civil, vol. 1, Rio de Janeiro, Forense, 2007, p. 92).

4 PODER JUDICIÁRIO ** 3 Os honorários do advogado, portanto, não foram incluídos no conceito de despesas processuais ("gastos feitos pelas partes na prática dos atos processuais", opus cit, p. 102), conforme leitura do 2 o, do art. 20, do diploma processual. O Código os trata de maneira diversa* as despesas processuais (art. 20, 2 o, do CPC) devem ser antecipadas (art. 19, I o e 2 o, do CPC)." os honorários do advogado, por sua vez, serão fixados na sentença em favor da parte vencedora (art. 20, 3 o e 4 o, do CPC). Destarte, descabe o imediato arbitramento de honorários advocatícios e adiantamento à Defensoria Pública bandeirante. Não é outra a orientação do Superior Tribunal de Justiça" "O curador especial que atua no processo de homologação de sentença estrangeira somente faz jus aos honorários acaso sucumbente o autor via oposição oferecido pelo exercente de munus público." (SEC.820/US, Rei. Ministra LAURITA VAZ, Rei. p/ Acórdão Ministro LUIZ FUX, CORTE ESPECIAL, julgado em 06/12/2006, DJ 28/02/2008 p. 68) Outro não é o entendimento desse E. Tribunal de Justiça' Ação de Busca e Apreensão - Defensor Público nomeado como curador especial - Pretensão de adiantamento dos honorários advocatícios - Valores que não se enquadram no conceito de despesas judiciais - Função institucional da Defensoria Pública - Recurso improvido. (AI , Relator Eduardo Sá Pinto Sandevüle, 28 a Câmara de Direito Privado, julgado em 04/11/2008, registrado em 12/11/2008). Monitoria. Defensor Público nomeado. Requerimento de arbitramento e antecipação de honorários em prol da Defensoria Pública do Estado. Indeferimento. Agravo de Instrumento. Direito do causídico aos honorários a serem arbitrados ao final da demanda. Convênio OAB/Procuradoria do Estado. Impossibilidade de interpretação analógica do artigo 19, 2 o, do CPC. Precedentes jurisprudenciais. De cisão mantida. Negado seguimento ao recurso, por decisão monocrática. (AI , Relator Virgílio de Oliveira Júnior, 14 a Câmara de Direito Privado, registrado em 24/11/2008) MONITORIA Citação do devedor por edital - Nomeação de curador especial - Defensona Pública - Arbitramento de honorários, adiantamento e depósito para o FUNDEPE - Indeferimento - Insurgência - Atribuição institucional da Defensona Pública - Decisão mantida (AI , Relator Sebastião Junqueira, 19 a Câmara de Direito Privado, julgado em 20/10/2008, registrado em 29/10/2008). AGRAVO DE INSTRUMENTO - ANTECIPAÇÃO DOí HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE CURADOR ESPECI Antecipar os honorários do Curador Especial, ainda que e^ \

5 PODER JUDICIÁRIO * 4 munus seja exercido por Defensor Público, significaria a inversão do critério de fixação de tal verba, já que o arbitramento de tais honorários deve ocorrer ao final da lide, após consideração de todo o trabalho realizado pelo advogado ao longo da marcha processual, que desencadeou a procedência ou a improcedência do pedido inicial. Os honorários advocaticios do Curador Especial não se confundem com as demais despesas processuais e não há sustentação para que a antecipação do pagamento ocorra. DECISÃO MANTIDA - RECURSO IMPROVIDO. (AI , Relator Eduardo Almeida Prado Rocha de Siqueira, 37 a Câmaras de Direito Privado, julgado em 08/10/2008, registrado em 20/10/2008) Agravo de instrumento. Curador Especial. Nomeação de Defensor Público. Verba honorária. Agravante que postula sua fixação, assim como o adiantamento pela parte autora. Impossibilidade. Verba honorária que não se enquadra no conceito de despesas previsto no artigo 19, 2 do CPC. Verba que comporta fixação apenas por ocasião do julgamento da lide. Recurso improvido. (AI , Relator Ruy Coppola, 32 a Câmara de Direito Privado, julgado em 25/09/2008, registrado em 08/10/2008) Em razão d(/éxposto,\iega-se provimento ao recurso. RlCARDO^ÍEGRÂO RELATOR