DIREITO DO CONSUMIDOR

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1 1 Belo Horizonte 2015 DIREITO DO CONSUMIDOR Lei nº 8.078/90 Roteiro de Estudos PROF. ANDRÉ LUIZ LOPES ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA

2 2 ÍNDICE 1. A Contextualização do Código de Defesa do Consumidor O Código de Defesa do Consumidor como microssistema 1.2 Norma de ordem pública e interesse social 1.3 Autonomia e heteronomia 1.4 O CDC como uma lei de função social 1.5 O Fundamento constitucional do CDC 2. Princípios do Código de Defesa do Consumidor Princípio da vulnerabilidade 2.2 Princípio da transparência 2.3 Princípio da informação 2.4 Princípio da segurança 2.5 Princípio do equilíbrio das prestações 2.6 Princípio da reparação integral 2.7 Princípio da solidariedade 2.8 Princípio da interpretação mais favorável ao consumidor 2.9 Princípio da boa-fé objetiva 2.10 Princípio da reparação objetiva 2.11 Princípio do venire contra factum próprium 2.12 Princípio da conservação do contrato 2.13 Princípio da harmonia nas relações de consumo 3. Relação de consumo Conceito de consumidor 3.2 Correntes de interpretação da definição jurídica de consumidor: finalista e maximalista 3.3 Destinatário final 3.4 Pessoa jurídica como consumidora 3.5 Consumidores equiparados 3.6 Conceito de fornecedor 3.7 Conceito de produto 3.8 Conceito de serviço 4. Direitos básicos do consumidor Direito à proteção da vida, saúde e segurança 4.2 Direito à liberdade de escolha 4.3 Direito à informação 4.4 Direito à transparência e boa-fé 4.5 Direito à proteção contratual 4.6 Direito à prevenção e reparação de danos materiais e morais 4.7 Direito ao acesso à Justiça 4.8 Direito à facilitação da defesa de seus direitos 4.9 Direito a serviços públicos adequados e eficazes 5. Responsabilidade civil nas relações de consumo Conceito 5.2 Responsabilidade pelo fato do produto (Fato do produto, Produto defeituoso) 5.3 Responsabilidade pelo fato do serviço (Fato do serviço, Serviço defeituoso) 5.4 Responsabilidade por vício do produto (Vício do produto, Alternativa do consumidor) 5.5 Responsabilidade por vício do serviço (Vício do serviço, Alternativa do consumidor, Vício aparente, Vício oculto) 5.6 Responsabilidade objetiva (Elementos) 5.7 Excludentes da responsabilidade civil 5.8 Responsabilidade solidária 5.9 Responsabilidade subsidiária e solidária do comerciante 5.10 Exceção à responsabilidade objetiva no CDC 5.11 Decadência do direito de reclamar do vício 5.12 Prescrição 6. Dano material e dano moral nas relações de consumo Conceitos 6.2 Quantificação do dano moral 6.3 Dúplice função da condenação por dano moral 6.4 Pessoa jurídica vítima de dano moral

3 3 6.5 Dano moral coletivo 7. Da desconsideração da personalidade jurídica Teorias (maior e menor) 7.2 Requisitos 7.3 Desconsideração inversa 8. Das práticas comerciais Da oferta 8.2 Da oferta ou venda por telefone ou reembolso postal 8.3 Vinculação da oferta 8.4 Recusa de cumprimento da oferta, apresentação ou publicidade 8.5 Da publicidade (enganosa e abusiva) 8.6 Das práticas abusivas 8.7 Da cobrança de dívida (repetição de indébito) 9. Dos bancos de dados e cadastros de consumidores Conceito de cadastros 9.2 Conceito de banco de dados 9.3 Acesso às informações 9.4 Proibição de manutenção de informações negativas referentes a período superior a cinco anos 9.5 Obrigação de comunicação 9.6 Responsabilidade pela comunicação 10. Da proteção contratual Prévio conhecimento do conteúdo do contrato 10.2 Interpretação favorável ao consumidor 10.3 Vinculação de documentos 10.4 Direito de desistência imotivada 10.5 Garantia contratual complementar 10.6 Das cláusulas abusivas 10.7 Hipóteses de presunção de vantagem exagerada 10.8 Outorga de crédito ou concessão de financiamento 10.9 Limitação das multas de mora Liquidação antecipada do débito Perda total das prestações pagas na resolução do contrato Dos contratos de adesão Cláusula resolutiva Padrão legal de redação do contrato de adesão Cláusulas restritivas de direito 11. Da defesa do consumidor em juízo Defesa coletiva 11.2 Direito difuso, coletivo e individual homogênio 11.3 Legitimação concorrente para defesa coletiva 11.4 Honorários e custas nas ações coletivas 11.5 Aplicação subsidiária do C.P.C e Lei 7.347/ Ações coletivas para a defesa de interesses individuais homogêneos 11.7 Competência para conhecer e julgar o pedido 11.8 Necessidade de publicação de edital 11.9 Sentença de procedência do pedido Legitimados para a execução da sentença Ações de responsabilidade do fornecedor de produtos e serviços Coisa julgada e litispendência BIBLIOGRAFIA 40 LEI 8.078/90 41

4 4 I - A CONTEXTUALIZAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR O Código de Defesa do Consumidor como microssistema Microssistema legislativo é a denominação daquela lei que inclui, em um único diploma, várias disciplinas jurídicas (civil, penal, administrativo, processo civil, dentre outras), sem se importar com a divisão de ramos e sim com a efetividade. 1, conforme é o caso do CDC. A estrutura do CDC possui características de codificação por dar tratamento abrangente à relação jurídica especifica que elege para regular, estruturando-se a partir da identificação do âmbito de incidência da lei, seus princípios (art. 4º) e direitos básicos do sujeito protegido (art. 6º), assim como os aspectos principais do direito material do consumidor (contratos e responsabilidade civil), direito processual (tutela especial do consumidor), direito administrativo (competências e sanções) e direito penal (crimes de consumo). 2 Norma de ordem pública e interesse social - O CDC é uma lei de função social que traz em seu bojo normas de direito privado, mas de ordem pública (direito privado indisponível), e normas de direito público, conforme preceitua seu art. 1º, e interesse social, ou seja, de natureza cogente, não sendo facultado às partes de determinada relação de consumo a possibilidade de optar pela aplicação ou não de seus dispositivos, autorizando, inclusive, o magistrado de conhecê-los de ofício, sem que seja necessária a provocação das partes envolvidas. O caráter cogente do CDC fica bem evidente, sobretudo, quando trata das praticas abusivas (arts. 39 a 41), bem como das cláusulas abusivas, fulminadas de nulidade pelo art. 51. Recentemente o STJ decidiu que As normas de proteção e defesa do consumidor têm índole de ordem pública e interesse social. São, portanto, indisponíveis, pois resguardam valores básicos e fundamentais da ordem jurídica do Estado Social, daí a possibilidade de o consumidor delas abrir mão ex ante e no atacado. (REsp /MG, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/04/2007, DJe 19/03/2009). No que diz respeito ao interesse social, o CDC visa resgatar a imensa coletividade de consumidores da marginalização não apenas em face do poder econômico, mas também dotá-la de instrumentos adequados para o acesso à Justiça. Assim, embora destinatária final de tudo o que é produzido em termos de bens e serviços, a comunidade de consumidores é sabidamente frágil em face da outra personagem das relações de consumo, motivo do CDC pretender 1 BRAGA NETTO, Felipe Peixoto. Manual de direito do consumidor: à luz das jurisprudência do STJ. 9ª ed. Salvador: Edições Juspodivm, 2014, p MIRAGEM, Bruno. Curso de direito do consumidor. 4ª ed. ver., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p. 44.

5 5 estabelecer o necessário equilíbrio de forças, tratando, muitas vezes, desigualmente consumidores e fornecedores por serem claramente desiguais. 3 Autonomia e heteronomia - Por muito tempo o direito privado, em especial o direito civil, foi sinônimo de autonomia da vontade, ou autonomia privada. Por intermédio dela os particulares auto-regulavam seus próprios interesses, mediante contratos escritos ou verbais. Há na sociedade contemporânea um decréscimo da autonomia buscando, justamente, proteger os mais fracos, os hipossuficientes. O Código Civil bem reflete essa tendência ao dispor no seu art. 421 que a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. Mais adiante, o art , parágrafo único, dita que Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos. Assim, reduz-se a autonomia da vontade para proteger a parte mais fraca nas relações contratuais, através do princípio da função social dos contratos, flexibilizando o valor do pacta sunt servanda (princípio da força obrigatória dos contratos, que reza que os contratos devem ser cumpridos a qualquer custo). Atualmente o conteúdo dos contratos não corresponde apenas à vontade das partes, sendo composto por padrões mínimos de razoabilidade, que remetem à boa-fé objetiva, ao equilíbrio material entre as prestações e à vedação ao abuso de direito. O STJ decidiu ser abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segurado Súmula 302. Recentemente essa mesma corte reafirmou a nulidade, de pleno direito, da cláusula, inserida em contratos de plano ou de seguro-saúde, que limite o tempo de cobertura para a internação (AgRg no Ag /RS, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 10/12/2013, DJe 03/02/2014). Autonomia, etimologicamente falando, vem do grego nomos, que significa regra, aliado ao prefixo auto, relativo a si próprio. É, portanto, o poder de dar regras para si mesmo. Já heteronomia é o poder de estabelecer regras para os outros. As leis são heterônomas. Verifica-se, na sociedade atual, uma elevação da heteronomia, seja através das leis de ordem pública (heteronomia desejável e necessária), seja através do que poderíamos chamar de heteronomia privada, que se traduz no poder dos grandes complexos econômicos de ditar o conteúdo dos contratos para os consumidores, que outra alternativa não têm senão aceitar o que lhes é imposto, 3 GRINOVER, Ada Pellegrini et al. Código Brasileiro de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto. 7ª. ed., Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001, p. 26.

6 6 sob pena de não contratar. São os contratos de adesão, disciplinados pelo CDC no art O CDC como uma lei de função social As normas de ordem pública estabelecem valores básicos e fundamentais de nossa ordem jurídica e, apesar de serem normas de direito privado, têm forte interesse público, motivo de serem indisponíveis e inafastáveis, conforme é o caso do CDC, dispondo seu art. 1º que suas normas se dirigem à proteção dos consumidores, provocando a intervenção imperativa nas relações jurídicas de direito privado, antes dominadas pela idéia de autonomia da vontade, através de política nacional de relações de consumo, prevista no art. 4º, do mesmo codex, onde dita os objetivos e princípios que devem ser observados nas relações de consumo 5, além dos princípios da boa-fé objetiva e o equilíbrio das relações de consumo. Já o art. 5º, estabelece os instrumentos para realização da política nacional das relações de consumo: a) manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita, para o consumidor carente; b) instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério Público; c) criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo; d) criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo; 4 Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. 5 Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor: a) por iniciativa direta; b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas; c) pela presença do Estado no mercado de consumo; d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho; III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170 da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo; V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo; VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores; VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos; VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.

7 7 e) concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de Defesa do Consumidor. Assim, as leis de função social caracterizam-se por importar as novas noções valorativas que devem orientar a sociedade, positivando uma série de direitos assegurados ao grupo tutelado, impondo deveres a outros agentes da sociedade para transformar a realidade social e conduzi-la a um novo patamar de harmonia e respeito nas relações jurídicas. No caso do CDC, é a concretização do art. 5º, XXXII 6, da Constituição Federal, presente no título dos direitos e garantias fundamentais, além do art. 170, V 7 e art. 48, ADCT 8. O Fundamento constitucional do CDC O CDC foi a concretização da vontade da Constituição Federal de 1988 que no art. 5º, XXXII, situado no capítulo dos direitos e garantias fundamentais, estabelece: o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor, caracterizando a defesa do consumidor como direito fundamental, que se justifica no reconhecimento de uma situação de desigualdade a qual as normas de proteção do consumidor realizam a equalização de condições, colocando-o, também, a salvo da possibilidade de reforma art. 60, 4º, IV cláusula pétrea. 9 Também o art. 170, V - relativo aos princípios gerais da atividade econômica, que prescreve ser a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados, dentre os princípios, a defesa do consumidor. Há ainda o art. 48 das Disposições Constitucionais Transitórias, que determinou ao Congresso Nacional a elaboração do CDC, 120 dias após a promulgação da Constituição Federal, o que aconteceu em 1990 através da Lei 8.078/90. Além das menções explícitas, existem muitas normas na Constituição da República que importam não só para as relações de consumo, mas para todas as 6 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; 7 Art A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: V - defesa do consumidor; 8 Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do consumidor. 9 MIRAGEM, Bruno. Curso de direito do consumidor. 4ª ed. ver., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p

8 8 outras. A dignidade da pessoa humana, fundamento da República (art. 1º, III), é norma que perpassa qualquer relação jurídica, modelando-lhe o conteúdo. Também de alta importância são os objetivos fundamentais da República, dentre os quais se coloca a igualdade substancial (art. 3º, III) bem como a solidariedade (art. 3º, I). Portanto, o direito do consumidor seria, assim, o conjunto de normas e princípios especiais que visam cumprir um triplo mandamento constitucional: 1. promover a defesa dos consumidores art. 5º, XXXII; 2. observar e assegurar como princípio geral da atividade econômica e princípio imperativo da ordem econômica constitucional a necessária defesa do consumidor art. 170, V; 3. sistematizar e ordenar esta tutela especial infraconstitucionalmente através de código (microcodificação), que reúna e organize normas tutelares de direito privado e público, com base na idéia de proteção do consumidor art. 48, ADCT. 10 II PRINCÍPIOS DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR O direito do consumidor é dotado de uma base principiológica que visa à correta interpretação, compreensão e aplicação das regras previstas no CDC, que incidem sobre as relações jurídicas de consumo, sendo elas: 1) PRINCÍPIO DA VULNERABILIDADE É o princípio básico que fundamenta a existência e aplicação do direito do consumidor às relações de consumo. O art. 4º, I, do CDC estabelece, dentre os princípios informadores da Política Nacional das Relações de Consumo, o reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo. A vulnerabilidade do consumidor constitui presunção absoluta no CDC, que informa se suas normas devem ser aplicadas e como devem ser aplicadas na relação jurídica desequilibrada, existente entre o consumidor e o fornecedor de produto e/ou serviços, não se confundindo vulnerabilidade com hipossuficiência. A noção de vulnerabilidade no CDC está associada à identificação de fraqueza ou debilidade de um dos sujeitos da relação jurídica de consumo (o consumidor) em razão de determinadas condições ou qualidades que lhes são inerentes ou, ainda, de uma posição de força que pode ser identificada no outro sujeito da relação jurídica, que direcionam para uma aplicação restrita ou ampliada das normas consumeristas ao destinatário final da relação de consumo. 10 BENJAMIM, Antônio Herman V.; MARQUES, Claudia Lima; BESSA, Leonardo Roscoe. Manual de direito do consumidor. 6ª ed. ver., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014, p. 35.

9 9 Ocorre a vulnerabilidade técnica quando o consumidor não possui conhecimentos especializados sobre o produto ou serviço que adquire ou utiliza em determinada relação jurídica, presumindo-se ter o fornecedor conhecimento aprofundado sobre o produto ou serviço oferecido. A vulnerabilidade jurídica ocorre quando falta ao consumidor conhecimentos sobre os direitos e deveres inerentes à relação de consumo estabelecida, bem como a ausência da compreensão sobre as conseqüências jurídicas dos contratos que celebra. Também ocorre a vulnerabilidade fática quando tratar-se de consumidor criança ou idoso, por conta do reduzido discernimento ou falta de percepção ou, ainda, no caso do analfabeto, que não tem pleno acesso à informação sobre a relação de consumo estabelecida, além do doente, em face da debilidade física. 2) PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA O dever de agir com transparência permeia o CDC, motivo da Política Nacional das Relações de Consumo incluir dentre seus objetivos assegurar a transparência nas relações de consumo, impondo às partes o dever de agir de forma transparente e leal - art. 4º. O STJ entende que "O art. 6º, III, do CDC institui o dever de informação e consagra o princípio da transparência, que alcança o negócio em sua essência, porquanto a informação repassada ao consumidor integra o próprio conteúdo do contrato. Trata-se de dever intrínseco ao negócio e que deve estar presente não apenas na formação do contrato, mas também durante toda a sua execução" (REsp /SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 27/03/2012, DJe 17/04/2012). 3) PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO É direito básico do consumidor a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem art. 6º, III. Assim, é direito do consumidor ser informado e dever do fornecedor de produto ou serviço informar. 4) PRINCÍPIO DA SEGURANÇA Ao fornecedor de produto e/ou serviço cabe assegurar que esses, ao serem ofertados no mercado de consumo, sejam seguros, não causem danos, de qualquer espécie, aos consumidores. O art. 6º prescreve, dentre os direitos básicos do consumidor, a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos. O art. 8º prescreve que os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito.

10 10 Já o art. 10 prescreve que o fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança e, acaso tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários (recall art. 10, 1º). 5) PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO DAS PRESTAÇÕES O reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor e o caráter desigual com que este se relaciona com o fornecedor, ressaltaram a importância do princípio do equilíbrio do direito nas relações de consumo, consolidando o princípio da isonomia constitucional, previsto no art. 5º, caput, da Constituição Federal. O art. 4º, III, cita o equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores, sendo nulas as disposições que ponham em desequilíbrio e em situação de inferioridade o consumidor art. 51. Além disso, o art. 6º, V prescreve a possibilidade de modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas. Também é demonstração desse equilíbrio a proteção contratual e extracontratual com a adoção da responsabilidade civil objetiva, além da proteção processual com a inversão do ônus da prova, quando o consumidor for a parte hipossuficiente da relação de consumo, facilitando a defesa de seus direitos em juízo art. 6º, VIII. 6) PRINCÍPIO DA REPARAÇÃO INTEGRAL Refere-se à efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos causados ao consumidor, ressarcindo-o ou compensando-o de forma integral, prevista no art. 6º, VI. 7) PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE Orienta-se por este princípio a divisão de riscos estabelecidos pelo CDC, estendendo a toda cadeia de fornecedores que participaram do ciclo econômico do produto ou serviço no mercado a responsabilidade civil objetiva, arcando todos, solidariamente com os danos causados ao consumidor, cuja previsão está no art. 7º, parágrafo único. Nesse sentido decidiu o STJ: o parágrafo único do art. 7º do Código consumerista adotou o princípio da solidariedade legal para a responsabilidade pela reparação dos danos causados ao consumidor, podendo, pois, ele escolher quem acionará. E, por tratar-se de solidariedade, caberá ao responsável solidário acionado, depois de reparar o dano, caso queira, voltar-se contra os demais responsáveis solidários para se ressarcir ou repartir os gastos, com base na relação de consumo existente entre eles. (REsp /RS, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 17/04/2012, DJe 26/04/2012). 8) PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO MAIS FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR o intérprete, diante de uma relação de consumo, deverá interpretar as cláusulas

11 11 contratuais de maneira mais favorável ao consumidor, parte vulnerável na relação de consumo art ) PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA É o dever imposto, a quem quer que tome parte em relação negocial, de agir com lealdade, honestidade e cooperação, abstendo-se de condutas que possam esvaziar as legítimas expectativas da outra parte. 10) PRINCÍPIO DA REPARAÇÃO OBJETIVA A responsabilidade civil por danos causados ao consumidor é objetiva, que dispensa o elemento culpa, bastando que a vítima prove o dano, a ação ou omissão e o nexo causal entre um e outro. O art. 12 prescreve que o fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. A dispensa do elemento culpa também ocorre no art. 14, ao prescrever que o fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos, exceto quanto aos profissionais liberais, relação onde é necessária a prova da culpa. Contudo, demonstrado pelo fornecedor de que ele não colocou o produto no mercado; que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste ou a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, exclui-se sua responsabilidade civil. A responsabilidade civil do hospital é objetiva pelos danos causados, na condição de fornecedor, aos consumidores, nos termos do art. 14, caput, do Código de Defesa do Consumidor. A exceção prevista no 4º do referido dispositivo legal, cuidando da responsabilidade subjetiva, é restrita aos profissionais liberais, incluindo-se aí os médicos. (EDcl no AgRg no Ag /SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 22/04/2014, DJe 15/05/2014) 11) PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DO CONTRATO A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes art. 51, 2º. 12) PRINCÍPIO DA HARMONIA NAS RELAÇÕES DE CONSUMO Pressupõe a igualdade substancial das partes com a proteção do consumidor, observada a

12 12 boa-fé, com a finalidade de obter maior justiça no mercado de consumo art. 4º, III. 13) PRINCÍPIO DO ACESSO À JUSTIÇA Dentre os direitos básicos do consumidor, está previsto no art. 6º o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados, além a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências (art. 6º, VII e VIII). Para a defesa dos direitos e interesses do consumidor o CDC admite todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela art. 83. III RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO A relação de consumo é composta, sempre, pelos mesmos sujeitos: o fornecedor de produtos e/ou serviços e o consumidor. 1 - CONSUMIDOR - É toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final, equiparando-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo art. 2º. Assim, tanto a pessoa física quanto a jurídica podem ser consumidoras protegidas pelas normas do CDC. Nesse passo, somente se desnatura a relação consumerista se o bem ou serviço passa a integrar a cadeia produtiva do adquirente, ou seja, torna-se objeto de revenda ou de transformação por meio de beneficiamento ou montagem ou, ainda, quando demonstrada sua vulnerabilidade técnica, jurídica ou econômica frente à outra parte. Correntes de interpretação da definição jurídica de consumidor A existência de correntes doutrinárias e jurisprudenciais acerca do conceito de consumidor se extrai da expressão destinatário final, da redação do art. 2º: corrente da interpretação finalista e corrente da interpretação maximalista. a) Finalista sustenta que o conceito de consumidor deve ser estabelecido de acordo com o critério do art. 2º, do CDC, a partir da noção de destinatário final fático e econômico de um produto ou serviço. Assim, por esta corrente, consumidor é aquele que adquire ou utiliza de um produto ou serviço de modo a exaurir sua função econômica, da mesma forma como, ao fazê-lo, determina com que seja retirado do mercado de consumo, não

13 13 havendo a finalidade de lucro na relação jurídica, nem de insumo ou incremento a uma determinada atividade negocial. Nesta visão, o consumidor seria aquele que adquire ou utiliza produto ou serviço para satisfação de interesse próprio ou de sua família. 11, sendo a corrente dominante. b) Maximalista sustenta que a definição de consumidor deve ser interpretada extensivamente em face da abertura conceitual da expressão destinatário final, referida no art. 2º, quanto pela previsão relativa aos consumidores equiparados presentes no art. 2º, parágrafo único, art. 17 e art. 29, todos do CDC. Esta corrente considera consumidor o destinatário fático do produto ou serviço, ainda que não o seja necessariamente seu destinatário econômico, ou seja, a partir do ato de consumo não é preciso ser retirado do mercado, ou que não seja reempregado na atividade econômica, defendo ser o CDC norma regulamentadora do mercado de consumo e não protetoras apenas do consumidor. Segundo esta visão, serão consumidores as empresas que adquirem automóveis ou computadores para realização de suas atividades, o agricultor que adquire adubo para o preparo do plantio. 12 Destinatário final É aquele que ultima a atividade econômica, ou seja, que retira de circulação do mercado o bem ou o serviço para consumi-lo, suprindo uma necessidade ou satisfação própria, não havendo, portanto, a reutilização ou o reingresso dele no processo produtivo. (REsp /SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/08/2014, DJe 08/09/2014). Assim, não se pode considerar destinatário final para efeito da lei protetiva aquele que, de alguma forma, adquire o produto ou serviço com intuito profissional, com a finalidade de integrá-lo no processo de produção, transformação ou comercialização. Pessoa jurídica como consumidora O que qualifica uma pessoa jurídica como consumidora é a aquisição ou utilização de produtos ou serviços em benefício próprio, isto é, para satisfação de suas necessidades pessoais, sem ter o interesse de repassá-los a terceiros, nem empregá-los na geração de outros bens ou serviços. Por exemplo, aplica-se o Código de Defesa do Consumidor às relações jurídicas estabelecidas entre pessoas jurídicas e bancos, porquanto os serviços de manutenção de contas correntes e aplicações financeiras prestados pelos 11 MIRAGEM, Bruno. Curso de direito do consumidor. 4ª ed. ver., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p MIRAGEM, Bruno. Curso de direito do consumidor. 4ª ed. ver., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p

14 14 bancos configuram relação de consumo, sendo a empresa a destinatária final do produto. Segundo o entendimento do STJ, O critério adotado para determinação da condição de consumidora da pessoa jurídica é o finalista. Desse modo, para caracterizar-se como consumidora, a pessoa jurídica deve ser destinatária final econômica do bem ou serviço adquirido. (AgRg no REsp /DF, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 17/10/2013, DJe 06/11/2013). Consumidores equiparados o parágrafo único do art. 2º, do CDC equiparou a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. Assim, quem quer que intervenha nas relações de consumo, ainda que de modo indeterminado, é equiparado a consumidor, recebendo a proteção do CDC. Ex: Se o sujeito compra uma pasta de dentes, que é usada por toda a família, cujo uso causa inflamação nas gengivas dos usuários, todos os que a usuram são consumidores, ainda que não tenham firmado contrato de consumo. A segunda modalidade de consumidor por equiparação está no prevista no art. 17, do CDC, onde todas as vítimas do evento são equiparadas ao consumidor, disposição localizada na seção da responsabilidade civil pelo fato do produto ou serviço, que no prazo de 05 anos (art. 27), contados do conhecimento do dano ou sua autoria, poderá ingressar com ação de reparação civil por dano moral e/ou material. A norma do art. 17 do CDC equipara aos consumidores (bystanders) o terceiro que, alheio à preexistente relação de consumo, sofre danos decorrentes do produto ou do serviço vinculado à mencionada relação. (EDcl no REsp /SP, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 02/10/2014, DJe 10/10/2014). Ex: Se um ônibus de transporte público atropela pessoas na calçada, haverá, em relação às vítimas, relação de consumo de acordo com o art. 17, CDC. A terceira previsão está no art. 29, do CDC, onde equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas da oferta, publicidade, abusivas, cobrança de dívidas, dos bancos de dados e cadastro de consumidores, ou seja, qualquer pessoa exposta à publicidade abusiva, por exemplo, mesmo sem ter adquirido o produto ou usado o serviço, pode, na condição de consumidor equiparado, reivindicar a proteção do CDC. De acordo com o art. 29 do CDC, "equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas". Nesse dispositivo, encontra-se um conceito próprio e amplíssimo de consumidor, desenhado em resposta às peculiaridades das práticas comerciais, notadamente os riscos que, in abstracto, acarretam para toda a coletividade, e não apenas para os eventuais contratantes in concreto.

15 15 A pessoa jurídica exposta à prática comercial abusiva equipara-se ao consumidor (art. 29 do CDC), o que atrai a incidência das normas consumeristas e a competência do Procon para a imposição da penalidade. (RMS /TO, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/08/2009, DJe 27/04/2011) A jurisprudência do STJ, tomando por base o conceito de consumidor por equiparação previsto no art. 29 do CDC, tem evoluído para uma aplicação temperada da teoria finalista frente às pessoas jurídicas, num processo que a doutrina vem denominando finalismo aprofundado, consistente em se admitir que, em determinadas hipóteses, a pessoa jurídica adquirente de um produto ou serviço pode ser equiparada à condição de consumidora, por apresentar frente ao fornecedor alguma vulnerabilidade, que constitui o princípio-motor da política nacional das relações de consumo, premissa expressamente fixada no art. 4º, I, do CDC, que legitima toda a proteção conferida ao consumidor. A doutrina tradicionalmente aponta a existência de três modalidades de vulnerabilidade: técnica (ausência de conhecimento específico acerca do produto ou serviço objeto de consumo), jurídica (falta de conhecimento jurídico, contábil ou econômico e de seus reflexos na relação de consumo) e fática (situações em que a insuficiência econômica, física ou até mesmo psicológica do consumidor o coloca em pé de desigualdade frente ao fornecedor). Mais recentemente, tem se incluído também a vulnerabilidade informacional (dados insuficientes sobre o produto ou serviço capazes de influenciar no processo decisório de compra). (REsp /RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/11/2012, DJe 21/11/2012). 2 - FORNECEDOR - É toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços art. 3º. Assim, fornecedor é qualquer pessoa física ou jurídica que, de forma habitual, desempenhe atividade mercantil ou civil, ofertando no mercado produtos ou serviços, não distinguindo o legislador a natureza, regime jurídico ou nacionalidade do fornecedor, devendo este conceito ser interpretado de acordo com os conceitos de produto e serviço art. 3º, 1º e 2º. Desta forma, incide as regras do CDC à prestação de serviço somente se este for remunerado, indicando a atividade econômica no fornecimento de

16 16 serviços para caracterizá-lo fornecedor. 13, contudo, a remuneração pode ser indireta, numa interpretação ampla. 3 - PRODUTO É qualquer bem, móvel (ex: automóveis) ou imóvel (ex: apartamentos), material (ex: jóias) ou imaterial (ex: aplicação de renda fixa, software) art. 3º, 1º. 4 SERVIÇO - É qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista - art. 3º, 2º. IV DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR O art. 6º enumera os direitos básicos do consumidor, em rol meramente exemplificativo que busca destacar toda a principiologia do CDC, preservando, sobretudo, a pessoa humana consumidora em suas relações jurídicas e econômicas concretas, protegendo seu aspecto existencial e seus interesses legítimos no mercado de consumo. 1 DIREITO À PROTEÇÃO DA VIDA, SAÚDE E SEGURANÇA - contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos, impondo o dever de segurança e cuidados aos fornecedores quando colocam produtos e serviços no mercado de consumo art. 6º, I. 2 DIREITO À LIBERDADE DE ESCOLHA O consumidor tem o direito à educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações, realçando a necessidade do fornecedor apresentar todas as informações sobre o produto ou serviço e sua fruição adequada, assegurando ao consumidor a liberdade de escolha do produto/serviço bem como do fornecedor, em igualdade de condições art. 6º, II. 3 - DIREITO À INFORMAÇÃO O consumidor tem o direito à informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem, visando à melhor escolha na contratação, sendo, inclusive, um direito constitucional previsto no art. 5º, XIV, CF. Está implícito no dever de informar o princípio da boa-fé objetiva, através da apresentação do produto/serviço pelo fornecedor art. 6º, III. 4 DIREITO À TRANSPARÊNCIA E BOA-FÉ O consumidor tem o direito à proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais 13 MIRAGEM, Bruno. Curso de direito do consumidor. 4ª ed. ver., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p. 156.

17 17 coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços. Impõe-se na transparência e a boa-fé nos métodos comerciais, na publicidade e nos contratos art. 6º, IV. 5 DIREITO À PROTEÇÃO CONTRATUAL O consumidor tem o direito à modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas art. 6º, V. Sobrevindo, na execução do contrato, onerosidade excessiva para uma das partes, é possível a revisão da cláusula que gera o desajuste, a fim de recompor o equilíbrio da equação contratual. (REsp /SP, Rel. Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 08/04/2003, DJ 05/05/2003, p. 306) 6 DIREITO À PREVENÇÃO E REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS É o direito à efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos. Assim, deve-se eliminar ou reduzir, antecipadamente, causas capazes de produzir um determinado resultado danoso ao consumidor ou, se já produzido o dano, sua reparação integral, seja ele material ou moral art. 6º, VI. 7 DIREITO AO ACESSO À JUSTIÇA Trata-se do direito de acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados, possibilitando a defesa dos interesses do consumidor, quando violado seus direitos, atendendo a previsão constitucional do direito de acesso ao Judiciário e assistência judiciária integral e gratuita (art. 5º, XXXV e LXXIV) art. 6º, VII. 8 DIREITO À FACILITAÇÃO DA DEFESA DE SEUS DIREITOS É direito do consumidor à facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências. Assim, para facilitar a defesa do consumidor em juízo, pode-se até inverter o onus probandi, quebrando a regra do art. 333, I, do C.P.C art. 6º, VIII. É assegurando a facilitação da defesa do consumidor em juízo, outras benesses podem ser admitidas. Em se tratando de relação de consumo, a competência é de natureza absoluta, podendo ser declinada de ofício pelo magistrado em razão do princípio da facilitação de defesa do consumidor (art. 6º, VIII, do CDC). (AgRg no AREsp /MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 26/08/2014, DJe 01/09/2014) 9 DIREITO A SERVIÇOS PÚBLICOS ADEQUADOS E EFICAZES É o direito à adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral, devendo os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou

18 18 sob qualquer outra forma de empreendimento, fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos (art. 22) art. 6º, X. V RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO Conceito - É a obrigação legal que é imposta ao fornecedor de produto e/ou serviço no sentido deste ressarcir os danos causados ao consumidor e equiparados. O art. 6º, VI, prescreve, dentre os direitos básicos do consumidor, o direito a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos. 1 RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO - O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos art. 12. Fato do produto quando há um dano ao consumidor provocado por produto defeituoso atingindo-o em sua integridade física ou moral art. 12. Ex: aquisição de celular que vem a explodir no rosto do consumidor. Produto defeituoso - quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais sua apresentação, o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam e a época em que foi colocado em circulação. 2 RESPONSABILIDADE PELO FATO DO SERVIÇO - O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos art. 14. Fato do serviço quando há um dano ao consumidor provocado por serviço defeituoso atingindo-o em sua integridade física ou moral art. 14. Ex: acidente de ônibus lesionando o usuário do serviço. Serviço defeituoso - quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais o modo de seu fornecimento, o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam e a época em que foi fornecido.

19 19 3 RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO - Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas art. 18. Vício do produto são os vícios de qualidade ou quantidade que tornem os produtos impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária. Há um descompasso entre o produto oferecido e as legítimas expectativas do consumidor art. 18. Ex: aquisição de um veículo cujo ar condicionado não funciona. a) Vício que torne o produto impróprio ao consumo; b) Vício que diminua o valor do produto; c) Vício de disparidade das características do produto com àquelas veiculadas na oferta e/ou publicidade. Alternativa do consumidor - Não sendo o vício sanado no prazo máximo de 30 dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: a) a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; b) a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; c) o abatimento proporcional do preço art. 18, 1º, I a III. 4 RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO SERVIÇO - O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária art. 20. Vício do serviço são os vícios que tornam os serviços impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária art. 20. Ex: aquisição pacote turístico em hotel 3 estrelas e na verdade ele não tem estrela alguma. a) Vício que torne o produto impróprio ao consumo; b) Vício que diminua o valor do produto; c) Vício de disparidade das características do serviço com àquelas veiculadas na oferta e/ou publicidade.

20 20 Alternativa do consumidor - pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: a) a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; b) a restituição imediata da quantia paga monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; c) o abatimento proporcional do preço art. 20, I a III. Vício aparente É o vício de fácil constatação, verificado de imediato pelo consumidor. Vício oculto É o vício que não se percebe quando da aquisição do produto ou serviço, ou seja, sua constatação não é facilmente percebida, pois apenas no decorrer de seu uso o defeito aparece. O vício atinge o produto e o fato atinge a pessoa do consumidor. 5 - RESPONSABILIDADE OBJETIVA - A regra geral é a responsabilidade civil aquiliana ou subjetiva. Porém, nossa legislação, com finalidade protetiva, criou certas exceções, aplicando em determinados casos a responsabilidade objetiva, que elimina de seu conceito o elemento culpa, ou seja, haverá responsabilidade pela reparação do dano quando presentes a conduta, o dano e o nexo de causalidade entre estes, conforme adotado pelo CDC nos seus artigos 12 e 14. Elementos: a) Conduta; b) Dano; c) Nexo de causalidade entre a conduta e o dano sofrido. A responsabilidade civil do fornecedor está inspirada na teoria do risco proveito, devendo, assim, quem aufere o bônus (lucro) da atividade, deve responder pelos ônus (danos) que elas venham causar a terceiros. 6 - EXCEÇÃO À RESPONSABILIDADE OBJETIVA NO CDC - A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa art. 14, 4º. 7 - EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE CIVIL ART. 12, 3º - O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando: a) provar que não colocou o produto no mercado;

21 21 b) provar a inexistência do defeito; c) provar a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 8 RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA Trata-se da solidariedade de todos aqueles que participam da cadeia de produção ou da prestação de serviços. Para a responsabilização de todos os integrantes da cadeia de consumo, apura-se a responsabilidade de um deles, objetiva ou decorrente de culpa, caso se verifiquem as hipóteses autorizadoras previstas no CDC. A responsabilidade dos demais integrantes da cadeia de consumo, todavia, não decorre de seu agir culposo ou de fato próprio, mas de uma imputação legal de responsabilidade que é servil ao propósito protetivo do sistema. (REsp /MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 21/06/2012, DJe 06/08/2012). Assim, pode o consumidor acionar judicialmente um ou de todos os que participaram da cadeia de consumo. 9 - RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA E SOLIDÁRIA DO COMERCIANTE ART. 13 O comerciante será igualmente responsável pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos, quando: a) o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados; b) o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador; c) não conservar adequadamente os produtos perecíveis. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso art. 13, parágrafo único. 10 DECADÊNCIA DO DIREITO DE RECLAMAR DO VÍCIO - O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em: a) 30 dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis; b) 90 dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis. Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços e, tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito art. 26.

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