Tudo o que você sabe está errado

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1 trans texto Gabriela Loureiro e Helena Vieira foto julia rodrigues Mulher trans, pesquisadora em Teoria Queer na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira e transfeminista design fernanda didini e rafael quick Tudo o que você sabe está errado 44

2 46 Valentim* nasceu em Colorado, no interior do Paraná, há 16 anos. Desde pequeno, seu comportamento fugia do padrão esperado para um menino: gostava de brincar de bonecas, preferia andar com garotas e às vezes vestia as roupas de suas tias. Não pegou muito bem na família. Era comum Valentim ouvir coisas como vira homem e viadinho durante a infância. O assédio machucava, mas, ao mesmo tempo, deixava-o confuso. Como ele poderia ser gay se também se sentia atraído por meninas? Como só tinha referências de homo e heterossexualidade, Valentim acabou se definindo como gay. Até que a modelo transgênera Andreja Pejic veio ao Brasil para um desfile e foi entrevistada por uma rede de TV aberta. Na época, ela se apresentava como um menino andrógino. A identificação foi imediata, e Andreja tornou-se sua grande referência. Valentim começou a pesquisar sobre a modelo na internet e conheceu a página Travesti Reflexiva, no Facebook. Foi quando entendeu o que é gênero e a diferença entre este e a orientação sexual. Entrou em contato com outras pessoas trans nas redes sociais e descobriu sua identidade: não binário e bissexual. Assim como a cantora Miley Cyrus e a atriz Kristen Stewart (que têm falado bastante sobre o tema na imprensa), Valentim não quer saber de classificações homem x mulher ou gay x hétero. E ele não está sozinho: segundo pesquisa do instituto norte-americano YouGov, 46% dos jovens entre 18 e 24 anos se definem heterossexuais, e outros 6% se dizem homossexuais. Isso significa que 48% das pessoas estão fora desse espectro. É que a identidade de gênero é um pouco mais complexa do que nos ensinaram: diz respeito sobre quem somos, mas é regulada por instituições sociais e por nossa necessidade de categorizar indivíduos e suas atividades. O conceito de transgênero ainda é muito complexo para a maioria das pessoas, que não entendem o que isso tem a ver com identidade. Muitos acreditam que transexuais são apenas pessoas que nasceram no corpo errado, um homem preso no corpo de uma mulher ou vice-versa. Outros acham que para ser considerado transgênero é preciso ter feito cirurgia de mudança de sexo. Quando se fala em transexualidade há uma imensa confusão entre identidade de gênero e orientação sexual. É comum pensar que mulheres trans e travestis são tão gays que viraram mulher o que, obviamente, não é verdade. Sexo biológico é diferente de gênero e orientação sexual. O primeiro é referente ao órgão sexual do corpo humano. O gênero é a identidade do que é considerado feminino ou masculino, que não é universal e pode variar ao longo do tempo. Já a orientação sexual diz respeito ao tipo de atração, que pode ser por pessoas do mesmo sexo, do sexo oposto, os dois ou nenhum (veja quadro na pág. XX). Ou seja, uma pessoa transexual não é necessariamente homossexual. Na verdade, transgênero é um termo que abriga todos que não se identificam com o gênero atribuído a eles no nascimento e também quem não se identifica com gênero de forma alguma, que é neutro, fluido. Como Valentim. Não nasci no corpo errado, a sociedade é que tem uma leitura errada dele, diz. Bruce Jenner era um jogador de futebol universitário quando seu treinador o convenceu a tentar o atletismo. Depois de muito treinamento, competiu pelos Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de 1976, quando ganhou a medalha de ouro na prova de decatlo. O último atleta a levar o título, quatro anos antes, era um soviético. Em meio à Guerra Fria, Jenner foi aclamado como o grande herói norte-americano. Foi convidado a dar palestras motivacionais para inspirar seus compatriotas durante o conflito. Mas o maior símbolo vivo do sonho norte-americano era só uma encenação. Jenner, na verdade, sempre foi uma mulher presa no corpo de um homem no caso, o de um atleta famoso no mundo inteiro. Apenas recentemente ele anunciou que é transexual e, na capa da edição de julho da revista Vanity Fair, declarou: Me chame de Caitlyn. Em várias partes do mundo, transexuais ganham espaço na mídia, como a modelo brasileira Lea T e a ex-bbb Ariadna. Se por um lado isso ajuda a aumentar a visibilida- de para o tema, por outro cresce a polêmica: a palavra gênero virou sinônimo de maldição para grupos religiosos conservadores. No Brasil, nunca se falou tanto no assunto como nos últimos meses, depois que o Plano Nacional de Educação entrou em votação e o termo gênero foi banido do texto após discussões acaloradas no Congresso. Corpos binários Durante milhares de anos, as hijras o terceiro gênero, composto por transgêneros, eunucos e intersexos foram líderes espirituais e políticos que celebravam casamentos, abençoavam crianças e ocupavam posições de prestígio na justiça indiana. Elas estão presentes em textos sagrados do hinduísmo, como o Mahabharata e o Kama Sutra. Foi assim até que a Grã-Bretanha colonizou a Índia e adotou uma lei, em 1897, que estabelecia que ser hijra era um crime. Desde então elas foram marginalizadas e obrigadas a mendigar ou se prostituir para sobreviver só voltaram a conquistar seus direitos no ano passado, quando o governo indiano instituiu a categoria terceiro gênero nos documentos oficiais e as cotas de emprego e de educação para o grupo. As hijras são uma prova de que gênero tem muito mais a ver com a sociedade na qual vivemos do que com nossa identidade em si. E trazem à tona o debate: só há uma forma de ser homem ou mulher? Ou há uma multiplicidade de masculinidades e feminilidades possíveis? É menino ou menina? costuma ser a primeira pergunta depois do anúncio de uma gravidez. Se a criança não se adaptar ao que é esperado do comportamento de uma menina ou menino, é provável que passe o resto da sua vida ouvindo a mesma pergunta só que em for- ABC do gênero As palavras usadas nas discussões sobre gênero podem ser incompreensíveis. Em caso de dúvida, recorra a este glossário: AssexuaDO Pessoa que não sente atração sexual por ninguém nem vontade de fazer sexo Cisgênero Pessoa que se identifica com o gênero designado a ela no nascimento. Exemplo: nasceu com vagina, foi designada mulher e assim se identifica Cissexismo Ideias e discursos segundo os quais o gênero é definido pelo corpo, não pela identidade Crossdresser Pessoa que usa roupas associadas ao gênero diferente daquele designado a ela na hora do nascimento Drag queen e drag king Artista performático(a) que se veste com roupas femininas (queen) ou masculinas (king) para apresentações, independentemente do gênero Homofobia Repulsa e preconceito contra pessoas homossexuais Intersexual Pessoa que nasceu com genitália ambígua, antigamente chamada de hermafrodita (essa palavra não se aplica à espécie humana) ma de xingamentos e ataques. Não é por acaso que essa é a primeira pergunta feita a respeito de um ser humano, e também uma das mais importantes. Mesmo quando não se fala abertamente sobre isso, é como se só existissem dois grupos de pessoas: o dos homens e o das mulheres. Ao nascer, você é automaticamente colocado num dos dois, baseado nos seus órgãos genitais. Se tiver um pênis é menino, se tiver uma vagina, menina. Dali em diante, sentirá a pressão para se conformar com as características designadas a você. Meninos gostam de azul, jogam videogame e são agressivos, enquanto meninas gostam de rosa, brincam de boneca e são naturalmente passivas e emotivas. Duas categorias para toda a raça humana. Será o bastante? De acordo com os estudos de gênero, um campo de pesquisa acadêmica que surgiu dos estudos feministas e pós-estruturalistas dos anos 1960, a resposta é não. NB Não binária, ou seja, neutra não se identifica com o gênero masculino nem com o feminino Pansexual Aquele que sente atração sexual por pessoas, independentemente do gênero Queer Originalmente era uma ofensa, já que em inglês significa estranho, mas passou a ser um termo de afirmação política de todos os dissidentes isto é, aqueles que não se encaixam na categoria heterossexual e cisgênero Transgênero / transexual Pessoa que não se identifica com o gênero determinado no nascimento. Exemplo: foi designada como homem, mas se identifica como mulher Transfobia Preconceito e discriminação contra pessoas trans, aversão Travesti Definição em disputa. É sinônimo de transexual, mas marginalizado. Ou um terceiro gênero. O termo é usado como afirmação política em razão do estigma enfrentado pelos travestis no país *Nome fictício para proteger a identidade do personagem

3 As desvantagens de ser invisível Como é a discriminação de pessoas trans nos EUA, onde há pesquisa sobre o tema: 48 Ainda ligamos gênero ao sexo biológico e nos acostumamos a pensar que isso é natural. No âmbito da patologia, os indivíduos que fugiam dessa naturalidade foram chamados de transexuais ou seja, desviantes. Recentemente, com os estudos de gênero, começaram a pensar que essa designação inicial e tida como natural é também arbitrária. Não há uma naturalidade exclusiva na relação gênero-genital. O que existe é uma identidade, uma forma de se reconhecer. Ela pode ser um sentimento de pertencimento, no caso da pessoa cisgênero (aquela que se reconhece com o gênero que lhe foi atribuído ao nascer), ou uma identificação diferente, no caso da trans, que pode se reconhecer com o gênero oposto, com nenhum gênero ou com uma experiência de si que escapa ao sistema binário homem/mulher. Mas nem toda pessoa que não se reconhece como cisgênero é trans, já que existem nuances e variações de pertencimento. É o caso da queer, classe de pessoas que não se reconhecem em nenhum extremo (veja o dicionário na página anterior). Gênero e disciplina Alex era um menino de 8 anos da periferia do Rio de Janeiro que gostava de dança do ventre e de lavar louça. Seu pai, Alex André Moraes Soeiro, de 34 anos, não aprovava o jeito afeminado da criança e tentava corrigi-lo. As surras eram recorrentes e tinham como objetivo ensinar o filho a andar como homem. Como o pequeno não chorava enquanto apanhava, o pai batia ainda mais. Um dia, a criança se recusou a cortar o cabelo para ir à escola e o pai resolveu acabar com aquela desobediência. De tanto apanhar, o fígado de Alex foi perfurado e ele sofreu uma hemorragia interna. Chegou ao hospital morto, com hematomas pelo corpo todo e sinais de desnutrição. Alex pagou com a vida o preço de não se adequar às normas de gênero impostas pela sociedade e aplicadas de forma implacável pelo próprio pai. Ele não foi o único. Em 2014, 326 pessoas foram assassinadas no Brasil por não se encaixarem nessas regras, segundo relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB). É um número 4% maior do que o registrado no ano anterior. Entre as vítimas, 134 gays, 134 travestis, 14 lésbicas, 3 bissexuais, 7 amantes de travestis e 7 heterossexuais confundidos com homossexuais. A mensagem que essas estatísticas sobre violência contra a população LGBT passa é clara: se você desobedecer às regras de gênero vai sofrer uma punição física e pode até morrer. É o poder coercitivo de gênero como forma de policiar as pessoas, de Aos 8 anos, Alex morreu por não se adequar às normas de gêneros acordo com Judith Butler, uma das mais respeitadas filósofas de gênero da atualidade. Judith parte das premissas do filósofo francês Michel Foucault para explicar como as regras de gênero são performáticas e não passam de fenômenos repetidos para simular uma ideia de naturalidade. Foucault disse que a disciplina é um instrumento de dominação e controle para domesticar comportamentos divergentes. Com o Iluminismo, várias instituições de assistência e proteção aos cidadãos família, hospitais, prisões e escolas foram consolidadas como mecanismos de controle. Mas o filósofo não acreditava que o poder de coerção tinha uma só origem, como o Estado, e sim que surgia de diversas fontes: são os micropoderes que transformam as condutas das pessoas. Uma das formas de exercer poder é por meio de discursos. Assim, as piadas, o modo como nos referimos a alguém e até os xingamentos contribuem para normalizar alguns comportamentos e estigmatizar outros exemplo: usar a expressão que gay! quando alguém demonstra seus sentimentos ou a palavra viado ou travesti como xingamento. Judith utiliza essa premissa do discurso para tentar dissolver a dicotomia sexo versus gênero. Para ela, vivemos numa ordem compulsória que exige coerência total entre sexo, gênero e desejo sexual, que são obrigatoriamente heterossexuais. A autora sugere, então, a contestação das expressões de gênero, já que a identidade é formada com base na repetição de atos performativos, ou seja, atitudes e gestos que constroem o que é feminino e masculino. Fora dos livros Por mais que a diferenciação de gêneros pareça natural, ela não é. Boa parte dessa explicação está no papel da medicina na Europa no final do século 18. Com a Revolução Industrial, a população europeia começou a se concentrar em áreas urbanas, migrando do campo para as cidades. A concentração de pessoas de diferentes regiões num mesmo lugar provocou surtos e doenças, que alavancaram a importância e o desenvolvimento da medicina. Áreas como psiquiatria, sexologia e psicanálise viram nisso a oportunidade de categorizar doenças para atrair mais pacientes aos consultórios. Assim, os especialistas substituíram os padres no papel de guardiões das práticas sexuais e determinaram os comportamentos aceitáveis e os patológicos. Tudo que não tinha fins reprodutivos foi considerado degeneração: homossexualidade, transexualidade, masturbação, prostituição. Ainda hoje, a transexualidade é considerada um transtorno mental pela medicina, como era a homossexualidade até os anos Os critérios ditos biológicos (anatomia, hormônios, cromossomos, glândulas) são contraditórios, às vezes incoerentes. É só ver como os endocrinologistas forçam 57% foram rejeitados ou abandonados pela família Entre 0,25% e 1% da população norte-americana se declara transgênera 69% já ficaram desabrigados Fontes: Fundação Americana para Prevenção de Suicídio. Instituto Williams (Ucla) Vergonha nacional O Brasil é o país mais violento para pessoas trans, segundo a ONG TransGender Europe: pessoas trans foram mortas entre 2008 e dos assassinatos aconteceram na América Latina 70% Violência sofreram física ou sexual da polícia 3 em cada 4 transgêneros sofrem abuso sexual na escola 45% Brasil 689 foram no *As pesquisas foram feitas com dados de assassinatos reportados à polícia. Não se sabe quantos assassinatos aconteceram até agora no total 30% das pessoas trans tentaram o suicídio antes de completar 24 anos no restante da América Latina, 60% dos assassinatos de pessoas trans* 49

4 50 um antagonismo hormonal entre testosterona e estrogênio que não existe. Essas explicações de transexualidade estão impregnadas de hormônios como os fetos estão grudados ao ventre de suas mães. E não estamos preocupados com a origem biológica da heterossexualidade, disse a GALILEU Marie-Hélène Bourcier, professora da Universidade de Lille II e uma das principais teóricas queer da França. Mais ou menos no mesmo período, cientistas começaram a definir as principais diferenças entre homens e mulheres com base no conhecimento da época, que era fortemente marcado pelas políticas de gênero ou seja, a dominação do feminino pelo masculino. Não é por acaso que a primeira figura de um esqueleto feminino só apareceu em um livro em 1759, com o objetivo de deixar evidente a diferença entre homens (fortes e com o crânio maior que o feminino) e mulheres (muito mais frágeis). Pouco mais de um século mais tarde, o biólogo escocês Patrick Geddes usou a fisiologia celular para explicar que mulheres são mais passivas e conservadoras do que os homens, que seriam mais ativos e passionais. Segundo Thomas Laqueur, conhecido sexólogo norte-americano, não há dúvidas de que a criação de teorias sem embasamento sobre diferenças entre os sexos influenciou o progresso científico, bem como as interpretações dos experimentos. Ainda Rodrigo Zanini, 22 anos, não é modelo. Trabalha com moda, é homossexual e se veste de forma andrógina: seu visual é feminino, mas ele procura mesclar com roupas masculinas desconstrução hoje transbordam estudos supostamente científicos que garantem explicar por que ho- B i n á r i a mens e mulheres se comportam de determinada maneira. Nem todos são descartáveis, claro, mas é interessante questionar qual é o interesse por trás dessas pesquisas e suas influências históricas. A produção de categorias binárias e estáveis consolida relações de poder entre elas: homem sobre mulher, heterossexual sobre homossexual etc. O binário é uma projeção arbitrária do dimorfismo corporal, ou seja, a ideia de que existem principalmente jovens, que ainda estão em período de descoberta e querem trocar experiências sobre corpo e identidade. Ninguém contrata travesti, e às vezes nem sequer estudo elas têm, mas precisam de um emprego cada vez mais cedo para ajudar ou sustentar a família, custear o mínimo que puder para fugir do iminente futuro de prostituição, Identidade de gênero Ainda hoje persiste a ideia de que só podemos ser homem ou mulher. Mas essas são apenas duas categorias, e há uma variação enorme entre elas, que pode ser entendida como queer dois organismos distintos na espécie disse Liége a GALILEU. Segundo a Sexo humana, um com pênis, outro com vagina. Mas essa taxonomia Associação Nacional das Travestis (Antra), 90% das travestis e transexuais Expressão A forma como nos comportamos genitais brasileiras se prostituem. Há é influenciada biológica é falha, pois ela é incapaz pelo que sempre foi Expressão Orientação de dar conta dos corpos intersexos, quem pense que essa é uma escolha considerado feminino movimentos coração aqueles que nascem com pênis e vagina, ou com genitália ambígua/ indefinida. Enquadrar as pessoas quando, na verdade, a comunidade TT (Travestis e Transexuais) sofre imensa discriminação no mercado e masculino, mas essas características são mais fluidas do que parecem Andrógino Heterossexual Identidade em gêneros, desejos e categorias de trabalho o que resta é a prostituição cérebro estáveis é também uma forma de castração. Quando nos limitamos a isso, reduzimos e aniquilamos as possibilidades múltiplas de vivência do prazer e do desejo. E, claro, marginalizamos os desviantes. Vida de desviante Liége Martins é uma jovem transexual de 19 anos que mora em uma favela no Rio de Janeiro e iniciou em segredo um tratamento hormonal. Cresceu com a mãe e a irmã, com quem dividia as brincadeiras sem estereótipos de gênero. Tem dificuldades para sobreviver em e empregos como atendentes de telemarketing ou cabeleireiras. Bernardo Mota foi designado menina quando nasceu, mas desde pequeno fugia dos papéis ditos femininos ao jogar bola e empinar pipa. Quando se descobriu trans, contou à família e foi massacrado: tentaram reprimi-lo, foi alvo de piadas e insultos verbais. Sentiu-se expulso de casa mesmo sem ninguém tê-lo mandado embora. Sofreu crises depressivas por ser ridicularizado e, desamparado, tentou suicídio. Rompeu relações com a família e mudou-se de Brasília, onde seus pais moram Sexo Nem mesmo os órgãos sexuais do ser humano, extensivamente estudados pela biologia, são tão binários assim Orientação sexual Nascer com determinado órgão sexual e identificar-se com certo gênero não define por quem nos sentimos atraídos um ambiente tão hostil e escasso até hoje, para Uberlândia, uma das Sexo, gênero, sexualidade e identidade são coisas diferentes de possibilidades como a periferia poucas cidades do Brasil que disponibilizavam acompanhamento para carioca. Por isso, criou um grupo no e podem variar num espectro bastante amplo. Entenda: Facebook chamado Cismitério, que reúne milhares de pessoas trans, transição hormonal. Assim que chegou à cidade, esse ambulatório foi Intersexo Queer Fonte: It s Pronounced Metrosexual.com Ícone: LVIS / The Noun Project Bissexual / Pansexual / Etc Homossexual Mulher Pênis Masculino Feminino Vagina Homem

5 52 Não existe uma forma correta de ajudar pessoas trans* na família, no grupo de suspenso, o que o fez se hormonizar por conta própria, com base em informações encontradas na internet e com medicamentos clandestinos. Ativista trans bissexual e membro do Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (Ibrata), Mota tem sofrido para conseguir uma vaga no mercado de trabalho. Desde que saí de casa fiz entrevistas para todo tipo de emprego, levava meu currículo com meu nome social e passava em todas as fases, até mostrar meus documentos, onde consta o nome de registro. A vaga desaparecia. Passei por no mínimo dez entrevistas em que fui dispensado quando souberam que sou transgênero, conta. O que aconteceu com Bernardo no mercado de trabalho e na família é chamado de transfobia aversão à transexualidade e preconceito. Infelizmente, no Brasil não há legislação que a criminalize, o que significa que Bernardo não pode tomar nenhuma medida judicial contra o preconceito. Em geral, a situação de direitos de indivíduos trans é precária no país. Não existe legislação específica que reconheça a identidade de gênero, apesar de haver um projeto de lei para isso: a Lei João Nery, de autoria do deputado federal Jean Willys (PSOL/RJ) em parceria com a deputada Érika Kokay (PT/DF). O projeto reconhece a identidade de gênero como um direito e o tratamento de acordo com sua identidade pessoal. Outro projeto de lei, o PL 8.032/2014, da deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ), prevê a aplicação da Lei Maria da Penha às pessoas transexuais que se identifiquem como mulheres. É possível citar também outros avanços, como a alteração de nome conforme o gênero sem a obrigação de cirurgia de transgenitalização, burocracia imposta anteriormente, e a publicação da Resolução 12/2015 do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoções dos Autora das fotos desta matéria, Julia Rodrigues criou o #mamilolivre, projeto que promove a discussão sobre igualdade de gênero como lidamos Direitos LGBT, que determinou o instituições educacionais não estavam preparados para atender e orientar outros alunos Pode ser difícil de Não abandone. reconhecimento do uso de nome 1 entender o que é social em documentos, formulários e sistemas de informação de trangimento, diz Wilker Cerqueira, cientista mas acredite: a transição para conforme a mudança, causando grande cons- transgênero no início, escolas e universidades, além da jurídico especializado em direitos humanos. a pessoa trans* é muito mais. Respeite-a incondicionalmente utilização de banheiros, vestiários e No final do século 19, o biólogo Patrick uniformes, segundo a identidade de Geddes disse que o que foi decidido entre Se você não entende as gênero. Ainda assim, sem um debate amplo sobre discriminação de lado por leis do Parlamento. Será mesmo que peito e, se possível, pro- protozoários pré-históricos não pode ser anu- necessidades dela, busque informações a res- 2 gênero, o tabu continua impedindo o ser humano, única espécie conhecida capaz cure profissionais aliados à causa que esses avanços saiam do papel de criar o fogo e desenvolver tecnologias de Pergunte como a no Brasil. O grande problema nesse processo é que as instituições rios? Ou de definições biológicas e religiosas chamada ou seja, seu exploração espacial, é escravo de protozoá- Davi nasceu menina, pessoa prefere ser 3 mas aos 7 anos molhou todas as suas roupas educacionais pouco investem na de anos atrás, focadas na diferença e não na nome social e quais cor-de-rosa para não ter pronomes usar (por exemplo educação e orientação sobre o real semelhança? Se a espécie humana tem um de usá-las. Hoje é bem seu ou sua, ele ou ela ). andrógino e gosta de objetivo do nome social. Tal afirmação é corroborada com os diversos dades como raciocínio abstrato, linguagem e cérebro altamente desenvolvido, com capaci- E passe a se referir a ela assim pessoas, não importa se homens ou mulheres Não faça suposições sobre a orientação sexual casos em que introspecção, não faz muito sentido continuar professores e tentando decifrar o código dos comportamentos sexuais com base em pesquisas de laro diz respeito a identi- 4 da pessoa trans*. Gêne- servidores de dade; orientação sexual trata-se de boratório que tentam explicar como as por quem a pessoa se sente atraída pessoas funcionam na média. Ou insistir que só existe preto e branco, Jamais pergunte se ela fez cirurgia de mudança e não nuances de tudo. Se é apenas um gene a cada 100 mil Se a pessoa se sentir 5 de sexo. É indelicado. que diferencia homens de confortável, falará a respeito. Entenda que terapia de hormônios mulheres, por que ainda e cirurgia não são algo necessário para a transição de todos focamos as diferenças? A natureza humana Apoie iniciativas de pode ser muito mais inclusão, como banheiro fluida e flexível do 6 neutro, escolha de que nos acostumamos a me etc. E passe as informações nome em documentos oficiais, escolha de tipo de unifor- pensar. que aprendeu adiante, quando o assunto for transexualidade amigos ou na relação amorosa, mas algumas dicas podem ajudá-lo a ser mais empático:

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