Conflitos e paixões levam jovens a fugir de casa

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1 NESTA EDIÇÃO REVISTA O SEMANÁRIO DA REGIÃO E DO DISTRITO Semanário Regional Director José Ribeiro Vieira Director-Adjunto João Nazário Ano XXV Edição de Agosto de 2010 Preço 1 Euro IVA incluído JORLIS-Edições e Publicações, Lda. Rua Comandante João Belo, nº 31 Apt Leiria Tel Fax geral@jornaldeleiria.pt RICARDO GRAÇA Adolescentes entre 12 e 18 anos regressam poucos dias depois Conflitos e paixões levam jovens a fugir de casa Segundo a Polícia Judiciária, até domingo tinham desaparecido 22 pessoas no distrito de Leiria durante este ano, na sua maioria jovens. As principais razões apontadas prendem-se com problemas familiares, escolares e passionais. Criar uma boa relação entre os educadores e os adolescentes é essencial para evitar as fugas. Estes jovens têm habitualmente entre 12 e 18 anos. PÁGINA 10 Rui Reininho, músico A cultura é ignorada em Portugal ENTREVISTA PÁGS. 16 E 17 Câmara de Leiria reanalisa concurso das AEC Prestadores de serviços ao 1.º ciclo não cumprem regulamento O Académico de Leiria, o Atlético Clube da Sismaria, a Associação Bairro dos Anjos e a Janela Redonda, entidades que venceram o concurso internacional de prestação de serviços no âmbito das Actividades Extracurriculares (AEC) do 1º ciclo, não entregaram toda a documentação exigida pela autarquia, pelo que correm o risco de ser afastadas. PÁGINA 6 RICARDO GRAÇA Escassez de cereais faz disparar gastos com alimentação PÁGINA 21 Enriquecer com o futebol só está ao alcance dos craques Existe o mito que quem envereda pela carreira de futebolista tem o futuro assegurado. A verdade não é, de todo, essa. Exceptuando os Ronaldos e os Figos, quase todos os ex-profissionais têm de trabalhar quando a carreira acaba, com a agravante de muito poucos terem estudado e assim enveredar por profissões mais modestas. ABERTURA PÁGS. 4 E 5 REGIÃO Educação Caldas e Pombal fecham mais escolas do 1.º ciclo PÁGINA 14 Política CDS do distrito com maior aumento de militantes PÁGINA 13 Marinha Grande Foz do rio Lis reabilitada em 2011 PÁGINA 6 Porto de Mós Multiusos cultural abre em Dezembro PÁGINA 6

2 2 26 de Agosto de 2010 SOCIEDADE JORNAL DE LEIRIA LHO CLÍNICO C a r t o o n PAULO GRAÇA MOURA Está de parabéns a promotora do resort Bom Sucesso, em Óbidos, administrada por Paulo Graça Moura, que, em tempo de crise recebe um incentivo de 13.6 milhões de euros para construir um hotel de cinco estrelas naquele empreendimento. No total, a BS Actividades Hoteleiras e Turismo vai investir 27 milhões de euros no novo hotel Hilton. MANUEL ISAAC O número de militantes do CDS-PP cresceu 35% nos últimos oito meses no distrito de Leiria, na sequência da reactivação de algumas concelhias. O delegado distrital do CDS-PP, Manuel Isaac, destaca o contributos das jotas, mas o mérito também é seu. Até ao final do ano, pretender activar as concelhias da Marinha Grande, Nazaré, Óbidos e Peniche. TELMO FARIA A partir de Setembro, Óbidos será o primeiro concelho do distrito a ter todos os alunos a estudar em complexos escolares. A diferença em relação aos centros escolares que estão a ser construídos por todo o País é que aquelas infraestruturas são dotadas de laboratórios científicos e não têm jardins de infância. A intenção de Telmo Faria é contribuir ainda para que os complexos escolares funcionem como centros de desenvolvimento comunitário, abertos à população. I m p r e s s õ e s Portugal, uma costa imensa para preguiçar Moisés Espírito Santo Sociólogo, docente do Ensino Superior Neste fim de Agosto, ao deixar a praia, os veraneantes pensem que, há anos, essa praia era um reboliço de pescadores, de barcos, redes e canastas de peixe. Os banhistas até eram um incómodo. Hoje, esses areais imensos só servem para preguiçar. Lemos no DN de 14/8: «Dois terços do peixe consumido no nosso país são importados, com um défice da balança comercial a atingir cerca de 350 mil toneladas em 2009, no valor de 740 milhões de euros» [...]. E as quotas de pesca também não são esgotadas [...]. Portugal não tem navios suficientes porque a frota tem sido desmantelada». Então o mar infinito e os areais passaram a servir para quê? Para bronzear, preguiçar, e para construir «vivendas» nas dunas. As povoações costeiras passaram a ser pensadas em função dos veraneantes. Este tema das pescas vai com o da agricultura: Lemos no mesmo DN (20/8): «A crise que vivemos na agricultura é a mais grave dos últimos 30 anos, tendo-se agravado nos últimos anos [...] ao ponto de [o Ministério] não ter tido capacidade de utilizar as verbas postas à disposição por Bruxelas [...]. Situação gravíssima...», diz o um ex-ministro e deputado do PSD Pedro Lynce. E F. Moita Flores no CM (22.8): «Vinte anos depois de fundos comunitários e de apoios à agricultura estamos mais pobres». Turismo? É próprio dos preguiçosos e incriativos - dos seus governantes - imaginarem que podem viver do turismo, dos «estrangeiros que nos visitam», isto é (como dizem os madraços), «trabalhar durante três meses e descansar durante nove». Nestas culturas, turismo equivale a parasitismo. Viver à custa dos forasteiros ricos. Tal é o concedito de turismo numa nação de dependentes que vai do primeiro governante ao homem da rua passando, claro, pelos economistas do Poder (sobretudo por estes). As pescas e a agricultura são as únicas áreas onde não se usam os termos «empregado» ou «funcionário» para os que aí laboram. O labor no campo e no mar é «trabalho», não é «emprego». Ninguém diz «Fulano está empregado na agricultura, ou é funcionário duma embarcação» mas, sim, «trabalha» na agricultura ou no mar. Já os operários passaram a ser «empregados», «funcionários» e «colaboradores» das fábricas. Um «emprego» é ocupar um lugar, convívio com colegas e amigos, «numa boa», «numa desportiva», passar o tempo, sem riscos, e «receber o meu» no fim do mês. O trabalho... «faz calos». Os economistas que temos não falam assim, claro, mas como são produto da mesma massa, agem como a massa e são eles os responsáveis da crise em que vamos cada vez mais entrando... e de importarmos o que comemos. A desvalorização do conceito de «trabalho» foi a mais grave mudança destes últimos anos. Talvez a única mudança notável nos valores económicos, e dela decorre a decadência da agricultura e das pescas. Até então, os rurais e pescadores acusavam a gente da cidade de preguiça e parasitismo; mas, no fundo, eram situações-ideais que eles não conseguiam atingir (desejavam-nas para os filhos). Depois disso, rurais e gente da costa adoptaram essa antiga mentalidade elegendo o não-esforço a ideal de vida. Com um subsídiozito, um RSI e algumas maroscas «cá vamos vivendo». Veja-se: a Europa até pagou aos agricultores para arrancar plantações agrícolas e aos pescadores para destruirem as suas traineiras. Pagoulhes para destruírem os seus instrumentos de trabalho. Em vez do célebre provérbio chinês «Não lhe dêem o peixe, ensinem-no a pescar», numa cultura que valoriza a dependência temos «Dêem-lhes um subsídio para que não cultivem nem pesquem». Os campos abandonados a perder de vista passaram a ser um mero «meio ecológico» (que importa se os rios são os mais poluídos da Europa?). As praias em que as câmaras se esmeram - até arrasam os rochedos - são oferecidas limpinhas de barcos e de redes aos forasteiros para preguiçar. Uma imensa costa para o não-trabalho. Portugal tornou-se uma colónia da CEE destinada a consumir o que os dominadores produzem. Tal como Portugal fez às suas colónias: não as industrializou nem ensinou os seus naturais a trabalhar para esgotar para lá os produtos. Viveu do Brasil e das outras colónias (e das remessas dos emigrantes) durante 5 séculos. Mas comia do que cultivava e pescava. Agora pretende viver da CEE e dos turistas, do não-trabalho, mas importa o que come. GONÇALO BYRNE O Elevador de São Martinho do Porto, projecto da autoria do atelier do alcobacense Gonçalo Byrne e de Falcão de Campos, está em destaque no Archi Book 60', cujo autor salienta a capacidade de grupo dos arquitectos. O livro de arquitectura dedica seis páginas ao projecto, que foi elaborado no mandato do autarca Gonçalves Sapinho. O PSD já vislumbrava o poder através de binóculos. Começa a vê-lo através de um monóculo. Mais desfocado Fernando Sobral, cronista, Jornal de Negócios Continuar a fingir que é possível ter magistraturas ( ) politicamente virgens é uma aberração Nuno Garoupa, professor do ensino superior, idem Quem não sente vergonha é porque não tem vergonha. É mau, mesmo muito mau, para a Democracia e para todos nós Luís Campos e Cunha, economista, Público N a p o n t a d a l í n g u a Insistimos no caminho da melhoria das estatísticas por via administrativa, e temos uma "reforma à bolonhesa Fernando Santo, engenheiro, idem Analisada a ementa da festinha do Pontal, a culpa de tanto disparate só pode ser da vaca que forneceu a carne estufada. Estava louca António Ribeiro Ferreira, jornalista, Correio da Manhã O que o senhor doutor Passos Coelho quer é regressar a um modelo salazarento António Arnaut, ex-ministro socialista, idem Graças à Justiça, Portugal ocupa o 1º lugar na tabela dos silly countries Vasco Graça Moura, escritor, Diário de Notícias O Governo não fala connosco. Nem no Parlamento Francisco Louçã, líder do Bloco de Esquerda, idem O Bloco de Esquerda é o único partido não monárquico na política portuguesa Idem O sobreiro deve ser a nossa aposta para as alterações climáticas Pedro Almeida Vieira, jornalista e escritor, idem São as notícias que ditam que tem valor e quem não tem. Elas são os novos juízos do purgatório Rodrigo Tavares, opinador, idem Portugal está a experienciar uma crescente pobreza económica e também de tempo Rita Coelho do Vale, professora do ensino superior, Sol A República trata o povo como ignorantes D. Duarte, herdeiro do trono português, Expresso

3 Cerca de 700 escolas do 1.º ciclo do ensino básico vão encerrar em todo o País por terem menos de 21 alunos. O Governo pretende não só diminuir a despesa como também criar melhores condições de ensino e de sociabilização aos alunos, com a sua transferência para centros escolares, dotados de espaços desportivos, auditórios e salas com quadros interactivos. Várias A medida vai criar um ainda maior afastamento das famílias em relação à escola, devido à distância física. É uma medida centralizadora, que poderia ter impactos menos negativos se tivesse sido adoptada em consonância com os municípios, que conhecem a realidade. Mas a sensação com que fico é que isso não aconteceu e que se trata de uma medida unilateral, imposta pela tutela, que não tem conhecimento do que se passa no terreno. João José Almeida, presidente do Agrupamento de Escolas de Mira de Aire Forum j o r n a l d e l e i r i a Facto da semana Encerramento de escolas do 1.º ciclo Depoimentos Santana Castilho, professor do ensino superior António José Correia, presidente da Câmara de Peniche Pontos de vista A medida trará muitos impactos negativos. O que mais me sensibiliza é o da desertificação humana. Portugal está cada vez mais centralizado no Litoral, depois de se terem fechado maternidades, centros de saúde e apeadeiros, agora foi a vez do último serviço público que restava: o ensino. Ainda está por provar que ter menos de 21 alunos numa escola prejudica o seu crescimento. Quem decide estas coisas não quer saber de crianças que se levantam às 6:30 horas para ir para a escola e regressam às 20 horas, depois de terem feito 60 quilómetros. Os próprios países nórdicos, que são o exemplo para o ministério, estão a voltar às escolas pequenas. Em devida altura, elaborámos uma carta educativa, que apontou para a construção de um centro escolar e dois núcleos escolares, e temos tido uma relação excelente com o Ministério da Educação. Faz todo o sentido que a escola da Ribafria encerre e que as outras, com encerramento previsto, também o sejam, quando o centro escolar e educativo estiver concluído. Fico satisfeita com o encerramento das escolas pequenas sem condições, que já não cumprem os objectivos que a Educação deve ter. Percebo a angústia das pessoas, mas as escolas a tempo inteiro precisam de ter outras condições. Essa é a política que se verifica noutros países da Europa e a França, por exemplo, já iniciou esse processo há 30 anos. Eva Gonçalves, professora do 1º ciclo aposentada, Alcobaça vozes se têm levantado contra a medida, por considerarem que se irá a agravar a desertificação, porque, sem escolas, as famílias não vão querer fixar-se nas aldeias do interior. Consideram, por isso, que esta é uma medida meramente economicista. Como comenta? Eugénio Rosa, economista Maria José Viseu, presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação Sou completamente a favor da criação de centros educativos. Até agora, não há nenhum antídoto contra o futuro. Essas condições todas representam uma melhoria da educação para as crianças, que há que apoiar. Agora, a desertificação é obviamente um problema, mas acaba por ser colateral. Nada garante que havendo melhores condições nessas escolas, as zonas onde estão inseridas se desenvolvam. Esta medida tem duas faces: reduzir custos e encontrar espaços com melhores condições. Contudo, outros países que já optaram pela concentração estão agora a procurar a descentralização. Concluíram que o acompanhamento mais próximo tem efeitos no estudo. A solução tem de ser encontrada com cuidado e não de forma apressada como o Governo fez. Se deslocações de 20 ou 30 quilómetros oferecem riscos e são factor de cansaço, a solução terá de passar pelo diálogo com pais e autarquias. A medida deveria ter sido mais negociada com os parceiros educativos, nomeadamente as autarquias. A CNIPE vê com preocupação o encerramento de escolas, até porque os pais não foram avisados com a devida antecedência. É extremamente preocupante que se saiba, a menos de um mês o início das aulas, que há 700 escolas que vão fechar. Alguns pais já tinham encomendado os manuais, que são diferentes consoante a escola, e não se sabe como será assegurado o transporte das crianças. Filipe Loureiro, presidente de associação de pais, Leiria No caso do Carriço, que tem uma realidade diferente da que é vivida no interior do País, o encerramento e reagrupamento dos quatro estabelecimentos de ensino era urgente. Tínhamos dez edifícios escolares na freguesia e apenas um tinha condições para acolher dignamente os alunos. Mesmo que investíssemos na recuperação dos outros espaços, nunca iríamos ter as mesmas condições e segurança que haverá nos novos pólos escolares. Leovigildo Fernandes, presidente da Junta de Freguesia de Carriço, Pombal 26 de Agosto de EDITORIAL Lei das Sesmarias Sabe-se que a Câmara de Leiria está a intimar os munícipes, talvez alguns, aqueles que têm o registo das propriedades em dia, para tratarem de limpar os terrenos baldios no sentido de reduzirem a probabilidade de aparecerem incêndios e outros males, que danificam o ambiente e trazem custos ao país. Parece uma ideia muito interessante e talvez inovadora. Bom seria que a medida se estendesse-se a todos os outros baldios, sejam rurais ou urbanos, cabendo nesta expressão os próprios prédios que andam abandonados, degradados ou sem qualquer ocupação. A Câmara estará a avisar que, os que não cumprirem, terão que pagar coimas. Boa ideia, também. De facto, o concelho como o país são territórios abandonados. São as terras onde já houve culturas e boas vinhas, são as propriedades de regadio da zona do Lis e de outros vales, são as serras onde o mato cresce de forma desordenada, ocupando espaços que podiam ser florestados. Talvez o Presidente da Câmara, Raul Castro, queira ser um D. Fernando moderno e local. Aquele Rei que criou a Lei das Sesmarias, obrigando, por via semelhante à que Raul Castro quererá impor, de forma a que se cultivem as terras e se reduzam o número de fogos, virando o país para a produção do que podemos comer e até exportar, em vez de comprarmos quase tudo para comer, do que vem de fora. É bom ver nas estações de serviço das autoestradas e nos supermercados exposições de frutos e de outros produtos de consumo produzidos no país. São maçãs, pêssegos, cerejas, uvas e compotas. Serão nozes e figos como podem ser batatas cenouras, tomates e feijões. Portugal importa, vergonhosamente, 80% do que consome em alimentação. Assim não haverá divida nem défice que se possam fazer baixar. E a culpa é de quase todos nós. Parte dos consumidores podiam usar como critério, ou até principio, comprarem só o que é nacional, obrigando lojistas e supermercados a comprar e a vender o que se produz cá. Parece que a moda pode pegar. Se assim for, perceber-se-á que os portugueses estão conscientes das obrigações cívicas que têm e talvez deixem de pensar que a culpa é só de quem nos governa. Que é dos outros, sempre dos outros. De nós nada de mau. Só o que é bom! PUB

4 4 26 de Agosto de 2010 Sociedade Impreparação para a nova realidade pode fazer cair ex-profissionais num mundo de dificuldades Enriquecer enquanto futebolista é mito apenas desmentido pelos craques És jovem? Queres ser jogador de futebol? Pensa bem no que te vais meter! O sonho de qualquer miúdo que joga futebol passa, invariavelmente, por uma carreira ao nível da de Cristiano Ronaldo. Talento, fama, muito dinheiro e, para alguns, também o assédio de mulheres são motivo de atracção. No entanto, são uma ínfima minoria os que um dia lá chegarão. Textos: Miguel Sampaio com DFS A vida de jogador de futebol está longe de ser o conto de fadas que muitos acreditam ser. É que Messis, Ronaldos e Drogbas há poucos e o futuro dos atletas não fica, na maioria dos casos e pelas mais variadas razões, de forma alguma assegurado, depois de um carreira tão curta. Há jogadores de topo dos anos 80 e 90 que após abandonarem o futebol profissional tiveram de abraçar novas carreiras, porque a necessidade assim o exigiu. A aposta em negócios que não deram certo ou os conselhos de amigos que acabaram por ser mal sucedidos explicam muitos destes casos. Pedro Venâncio, 46 anos, antigo central do Sporting, 21 vezes internacional português, foi sócio-gerente de uma loja, um negócio que acabou por não correr bem. É, há quase dois anos, mediador imobiliário. Já Gabriel, aguerrido defesadireito do FC Porto e do Sporting, que representou por duas dezenas de vezes a camisola das quinas, actualmente com 56 anos, conduz um táxi pelas ruas da Invicta. Casos como estes há muitos. Depois, há aqueles que se agarram às estruturas dos clubes por onde passaram e outros que tentam fazer carreira de treinador, saltando entre um qualquer banco anónimo e o desemprego. ORDENADO NÃO DÁ PARA SEMPRE Vitor Pontes, além de jogador profissional durante quase duas décadas, foi treinador de equipas como a União de Leiria, Vitória de Guimarães e Portimonense, pelo que está bem dentro da realidade dos últimos 30 anos do futebol português. O técnico e comentador não tem dúvidas: o ordenado médio de um jogador profissional não lhe permite fazer uma vida pós-futebol de forma desafogada. Segundo o ex-guarda-redes, a questão é simples: os atletas passam a vida inteira dedicando-se ao futebol e ficam sem tempo para continuarem os estudos. Ora, não tendo outra qualificação, quando a carreira acaba por volta dos 35 anos torna-se difícil encontrar uma nova ocupação. Daí surgem duas possibi- Luís Vasco Da baliza do Sporting a vigilante na Nazaré O futebol é um mundo de alegrias e tristezas, surpresas e decepções. O ex-guarda-redes Luís Vasco, actualmente com 43 anos, teve como ponto alto da sua carreira a sua presença no plantel do Sporting Clube de Portugal, clube pelo qual disputou quatro partidas no Nacional da 1ª Divisão, decorria a época 1995/96. No entanto, nem tudo foram rosas no trajecto deste nazareno que completou 152 partidas no primeiro escalão, pois em Junho de 2001 fracturou a tíbia, o corpo rejeitou os medicamentos e o futebol acabou. As mazelas ficaram para o resto da vida. Apesar de receber uma pensão vitalícia por incapacidade, o dinheiro que Luís Vasco ganhou numa carreira ao mais alto nível de 15 anos não foi o suficiente para chegar a esta altura da vida sem ter de trabalhar. A mentalidade nem sempre foi a melhor, confessa. Esquecemo-nos que a carreira não dura para sempre e não tomamos as melhores opções. Pelo caminho, apostou em dois negócios, uma loja de roupa e outra de bordados, mas não resultaram, lamenta. Voltar a trabalhar teve, pois, de ser a solução. Continua bem perto dos relvados e das balizas onde foi tão feliz, só que agora é vigilante do Estádio Municipal da Nazaré, além de ser treinador dos sub-13 dos Nazarenos, equipa onde sonhava terminar a carreira, não fosse a lesão deitar tudo a perder. MIGUEL SAMPAIO

5 JORNAL DE LEIRIA SOCIEDADE 26 de Agosto de lidades. Ou tentam uma profissão sem grandes exigências ao nível do currículo escolar, como mediadores imobiliários ou comerciais, ou procuram uma carreira como treinador, o meio onde estão mais à vontade, mas que está absolutamente lotado. A entrada dos ex-futebolistas no mundo dos negócios é algo que desassossega Vítor Pontes. Além de muitas vezes haver desconhecimento do meio em que se vão meter, neste tipo de investimentos habitualmente há um sócio, mas o investidor é o jogador. Normalmente, quando corre mal, o mais prejudicado é o futebolista, pois foi ele que entrou com o dinheiro e, por isso, também é ele que o vai perder. E acaba por complicar o seu futuro... Sérgio Lavos, de 42 anos, atleta com 125 jogos no primeiro escalão, considera que só os jogadores de topo conseguem ganhar para o resto da vida, os outros, apesar de conseguirem juntar um pé-demeia, têm de trabalhar. Natural da Praia da Vieira e tendo representado clubes como o União da Madeira, Belenenses e Naval, nunca tentou investir num negócio e garante que sempre pensou no futuro depois de acabar o futebol. Actualmente, além de técnico do Outeirense, trabalha na parte de armazém de uma empresa de venda de máquinas. TRANSIÇÃO DIFÍCIL Não são muitos os jogadores que conseguem amealhar os milhões suficientes para terem uma vida desafogada. A própria mudança nas rotinas, quando a carreira acaba, traz consequências, até porque nem todos se prepararam, ou pouparam, para dar o passo em frente. Mas, então, o que pode provocar uma boa, ou má, adaptação à nova realidade? Segundo o filósofo José Antunes de Sousa, o sucesso na transição de uma vida profissional de alta competição para a vida pós-desportiva, dita normal, é condicionada sobretudo pelo nível performativo/prestígio desportivo alcançado, pela duração da respectiva carreira, pelo recurso ao mecanismo psicológico de motivação antecipadora, familiarizando-se mentalmente com novos cenários, pelas características do contexto familiar e pela história pessoal, isto é, o precedente de vivências de infância susceptíveis de condicionar posteriores comportamentos. Não são raras vezes traumatizantes, os momentos de transição em estado de inadaptação de uma vida com visibilidade e prestígio e que tem a caracterizá-la a circunstância singular de se viver jogando, o que induz por vezes a uma ilusória facilidade, salienta José Antunes de Sousa. Ilusória, primeiro porque não é assim tão fácil e, depois, porque é perigosamente curta. E esta transição para uma vida socialmente mais apagada e certamente menos excitante e que exige, por isso, um esforço para o qual raramente se está psicológica e tecnicamente preparado provoca, algumas vezes, um Xavier De campeão do Mundo ao armazém na Marinha Grande síndroma de inadaptação - que, nalguns casos, é sentido como inaptidão, o que é mais grave ainda. As situações podem chegar mesmo a um extremo. As vedetas, enquanto ícones sociais, vivem, muitas delas, uma vida irreal, ficcional, que apenas se pauta pela conformação superficial às expectativas irracionais e emotivas da multidão de admiradores. E quando estes ícones são apeados do altar, é o momento em que a tragédia sobrevém. Por serem vazios e terem pés de barro, não aguentam a realidade de si que permanecera mascarada pelo aturdimento popular. Exemplos? Há muitos, como Garrincha no Brasil, George Best no Reino Unido, Victor Batista em Portugal e, de certo modo, o próprio Diego Maradona, na Argentina. A Cristiano Ronaldo terá valido o encosto afectivo do Manchester United, que sempre permitiu que se sentisse confortável no papel de ídolo. Chamava-se Domiciano Cavém, esteve 14 épocas no Benfica, onde conquistou nove campeonatos, cinco Taças de Portugal e duas Taças dos Campeões Europeus. Uma estrela dos anos 50 e 60 que teve um fim triste, em Alcobaça, aos 72 anos. Sabia-se que vivia com dificuldades. Era vigilante do pavilhão de Alcobaça, terra onde optou por ficar depois de ter sido treinador do Ginásio. Uma vez, desabafou: Penso que por aquilo que ajudei a De Paulo Sousa, campeão do Mundo de Riade em 1989, com uma prolífica carreira de futebolista com passagens pelo Benfica, Sporting, Parma, Juventus e Borussia de Dortmund toda a gente se lembra. Agora de Xavier, que até era o titular, se calhar nem por isso. Aos 41 anos, este outro membro da célebre equipa que conquistou o Campeonato do Mundo para Portugal, é chefe de armazém numa empresa de plásticos na Marinha Grande. A fama e o sucesso esfumaram-se nestes 21 anos que passaram, ao mesmo tempo que outros colegas, como Fernando Couto ou João Pinto souberam resistir na ribalta. Xavier sabe que tem responsabilidades por não ter ido mais longe na carreira, onde nem sequer se estreou na 1ª Divisão. Houve oportunidades que não soube agarrar e não levei o futebol tão a sério quanto devia. Natural de Serpa, fez a formação no Benfica. Chegado a sénior, fez o percurso por clubes de segunda, como Estoril, Mirense, União de Leiria, Feirense e Vila Real, até chegar à Marinha Grande. Xavier conhece o lado amargo do futebol, aquele que raramente aparece nas páginas dos jornais. Apesar disso, reconhece que é um mundo de sonho... para alguns. É uma profissão como não há outra. Não se trabalham oito horas por dia como trabalho agora. Não dá é para todos. Alguns conseguem porque são muito bons. Outros têm de trabalhar, porque nem sempre se ganha assim tão bem. Tive muitas oportunidades que desperdicei. Escolhi à minha maneira os clubes onde queria jogar. Aos 30 anos, em 1999, foi operado ao joelho e teve de abandonar. Jogava no Marinhense. Houve pessoas no clube que se preocuparam, queriam ver-me ocupado e arranjaram-me o emprego onde ainda estou. Gosto muito do que faço.. LEIRIA DENTRO DA NORMA Não difere muito, a realidade actual dos ex-jogadores profissionais da região de Leiria com aquilo que se passa em todo o País. Uns são empresários, outros apostaram na mediação comercial, outros tantos continuam ligados ao futebol. O guarda-redes Paulo Jorge é empresário no ramo da ocupação de tempos livres de crianças, enquanto que o ex-central Wilson apostou, juntamente com o irmão Wagner, numa empresa de seguros, além de ser treinador do Nazarenos. O outro irmão, Walter, é proprietário de uma loja de roupa e treina o Ginásio de Alcobaça. Depois de tentar uma carreira como técnico, Mário Artur é agora mediador imobiliário. Paulo Duarte continua com o seu percurso de sucesso, dirigindo a selecção do Burkina Faso. Terminada a carreira como jogador, Pedro Roma assumiu o cargo de coordenador do futebol de formação da Académica de Coimbra. O campeão europeu que morreu pobre conquistar para o clube, merecia outro tipo de tratamento. Não tenho jeito para mendigar, nunca tive, mas não deixa de ser verdade que outros que não deram tanto prestigio ao Benfica como eu dei foram auxiliados e, quanto a mim, se calhar por não viver em Lisboa, fui esquecido. Este encosto nunca faltou, por exemplo, a Eusébio, a António Simões ou a Shéu Han. Sofria de Alzheimer e morreu muito pobre, em RICARDO GRAÇA PUB

6 6 26 de Agosto de 2010 SOCIEDADE JORNAL DE LEIRIA BREVES Leiria Concurso de AEC reanalisado O Académico de Leiria, o Atlético Clube da Sismaria, a Associação Bairro dos Anjos e a Janela Redonda, entidades que venceram o concurso internacional de prestação de serviços no âmbito das Actividades Extracurriculares (AEC) do 1º ciclo nas áreas da Actividade Física e Desportiva, Inglês e Música, não entregaram toda a documentação exigida pela autarquia, no prazo de cinco, pelo que correm o risco de ser afastadas. A Câmara de Leiria deu um prazo de dois dias às quatro instituições para se pronunciarem sobre os motivos que as levaram a não entregar os documentos e que originou a caducidade da adjudicação. Na maior parte dos casos, faltou apenas entregar o registo criminal, revelou Gonçalo Lopes ao JORNAL DE LEIRIA. Caso não sejam aceites as justificações, as AEC serão garantidas pelos segundos classificados no concurso, garantiu o vereador da Educação. O prazo de entrega das justificações terminou na quarta-feira ao final do dia e o período de análise decorrerá até ao final da semana. A única entidade que cumpriu todos os requisitos foi o Atelier dos Saberes, que vai assegurar o ensino de Música e Inglês a uma parte dos alunos das escolas do 1º ciclo do concelho, função que seria repartida com a empresa Janela Redonda. AB PSD levanta suspeitas sobre Ramiro Antunes José Benzinho, líder da bancada do PSD na Câmara de Leiria, questionou na segunda-feira Gonçalo Lopes, vicepresidente, se o facto de Ramiro Antunes fazer parte do Conselho de Administração da Leirisport e ser sócio-gerente da Offsetlis, empresa que presta serviços à autarquia, não constitui uma incompatibilidade. O líder da oposição quis ainda saber se foram consultadas outras empresas. Gonçalo Lopes comprometeu-se a esclarecer a eventual incompatibilidade junto dos serviços jurídicos. ARHC executa trabalhos na Praia da Vieira Foz do rio Lis reabilitada em 2011 A Administração da Região Hidrográfica do Centro (ARHC) vai reabilitar a zona da foz do rio Lis, em parceria com a Câmara Municipal da Marinha Grande. O projecto vai intervir na margem esquerda do rio Lis, entre a ponte das Tercenas e o mar, na Praia da Vieira. As duas entidades assinaram, na terça-feira, um protocolo de cooperação técnica e financeira. Este projecto tem potencial para a requalificação e ordenamento do estuário do rio Lis, elogiou a presidente da ARHC, Teresa Fidélis, salientando que poderá servir de exemplo para outras zonas da região Centro e do País. A responsável destaca ainda que esta requalificação vem testemunhar a importância que a ARHC atribui à recuperação e valorização da bacia hidrográfica do Lis tão fustigada por vários problemas. O presidente da autarquia, Álvaro Pereira, que defende um Polis para o rio Lis, mostrou-se satisfeito com o acordo, que acredita que vai valorizar a Praia da Vieira e contribuirá ainda mais para a sua dinamização. Os trabalhos de requalificação têm um prazo de execução de dez meses A Casa da Cultura de Mira de Aire vai ser inaugurada em Dezembro, durante as festas da freguesia. A obra vai ficar concluída no próximo mês, sobrando os outros dois meses para equipar o espaço. O presidente da Câmara de Porto de Mós, João Salgueiro, explica que a infra-estrutura será como um multiusos da cultura. RICARDO GRAÇA Investimento de cerca de um milhão de euros e terão início até ao final do ano. Além da valorização de todo o espaço natural, o projecto prevê ainda a criação de áreas pedonais e cicláveis, um parque temático com a designação Pinheiro Manso, um parque de estacionamento para quase 400 viaturas, uma área para serviço de autocaravanas e outra para a realização de espectáculos, instalações sanitárias e um parque de merendas. Trata-se de recuperar uma área sensível do território, sujeita a elevada pressão turística, refere o autarca, acrescentando que o projecto será complementado com a requalificação da ponte das Tercenas da responsabilidade do Instituto da Água - a conclusão da Estrada Atlântica e o alargamento do parque de campismo da Praia da Vieira, que já se iniciou este ano. O investimento de cerca de um milhão de euros terá o financiamento do Quadro de Referência Estratégico Nacional. Elisabete Cruz Obra sem financiamento comunitário garantido Requalificação da praia do Pedrógão abre polémica As declarações prestadas, na semana passada, ao JORNAL DE LEIRIA por Lino Pereira, vereador das Obras na Câmara de Leiria, em que assumia que ainda não sabia quem iria financiar as obras de requalificação da marginal da praia do Pedrógão, apesar de o concurso abrir em Setembro, foram alvo de críticas da parte do PSD. Existe o compromisso público de fazer a obra e encontrar mecanismos de financiamento, justificou Gonçalo Lopes, vicepresidente da Câmara de Leiria. Não podemos estar sempre a adiar os processos concursais, porque corremos o risco de não ter projectos adjudicados. Não podemos adiar o problema para criar outro. Lino Pereira recordou que o projecto de requalificação da marginal da praia do Pedrógão foi aprovado em reunião de câmara e minimizou a importância de não ter financiamento garantido, apesar das críticas da vereadora do PSD Neusa Magalhães. Essa é uma questão da gestão da autarquia que temos de resolver. A mim, compete-me a execução das obras. Gonçalo Lopes explicou ao JORNAL DE LEIRIA que as autarquias que integram a Comunidade Intermunicipal do Pinhal Litoral foram alertadas para a taxa de execução baixíssima das obras que candidataram a fundos comunitários, pelo que correm o risco de perder esse apoio. Nesse sentido, como o projecto de requalificação da marginal da praia do Pedrógão estava mais atrasado, foi retirado e substituído pelo saneamento, obra que já se encontra em curso. Assegura, contudo, que há ainda a possibilidade de voltar a reinscrever a intervenção no Pedrógão nesse lote de projectos. Se tal não for possível, a obra será financiada pela autarquia. As obras de requalificação abrangem uma área de seis hectares e prevêem a criação de uma estrutura de circulação pedonal, um calçadão e o ordenamento do estacionamento automóvel. O montante de investimento previsto é de cerca de dois milhões de euros e o prazo de execução da obra é de 15 meses. As intervenções estão previstas para o início de Até lá, Gonçalo Lopes conta ter o problema do financiamento resolvido. Mira de Aire conta com mais de uma dezena de colectividades de âmbito cultural ou recreativo Alexandra Barata Multiusos cultural de Porto de Mós abre em Dezembro Com um investimento de dois milhões de euros, o espaço dará várias respostas aos eventos que Mira de Aire promove. A Casa da Cultura era uma lacuna que existia. Mira de Aire teve, em tempos, um cine-teatro que acabou por ruir, refere João Salgueiro, salientando que esta sempre foi uma obra desejada pela população. Em vez do cine-teatro, optámos por construir um espaço polivalente, que permitisse outros espectáculos que não só cinema e teatro. O autarca lembrou que a freguesia conta com mais de uma dezena de colectividades de âmbito cultural ou recreativo, pelo que a Casa da Cultura vai ter uma biblioteca, café-concerto entre outras valências, com uma capacidade para 200 pessoas sentadas. O investimento conta com um financiamento de 1.2 milhões de euros do Quadro de Referência Estratégico Nacional. Só assim é possível realizar a obra. EC

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8 8 26 de Agosto de 2010 SOCIEDADE JORNAL DE LEIRIA BREVES Castanheira de Pera Dívidas obrigam autarquia a contrair empréstimo O município de Castanheira de Pera vai contrair um empréstimo de 8.6 milhões de euros para pagar cerca de 13 milhões de dívidas acumuladas. Qualquer investimento fica limitado à autorização do Estado. O empréstimo faz parte do plano de reequilíbrio financeiro do município, que se declarou em situação de desequilíbrio financeiro estrutural em Março do ano passado. Na altura, a autarquia tinha um endividamento líquido superior a 175% das receitas previstas e dívidas a fornecedores de montante superior a 50% das receitas totais de O prazo médio de pagamento a fornecedores era a dias. O facto mais importante é regularizar a situação com os fornecedores e diminuir o número de dias que demora a liquidar as dívidas. Com este empréstimo ficam resolvidos os problemas dos fornecedores, embora fiquemos com uma dívida à banca, explica Fernando Lopes. O presidente da câmara garante que o empréstimo não significa que deixe de existir investimentos no concelho, mas terão de ser mais ponderados. Os projectos com candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) vão avançar. Está em marcha o plano de requalificação das vias municipais, que é absolutamente necessário para o concelho, refere Fernando Lopes, acrescentando que o parque escolar e a economia são outros sectores prioritários. Queremos dotar o concelho de melhores condições para a fixação de empresas. Para ultrapassar as dívidas, o autarca admite vender património, reduzir a despesa para potenciar ao máximo a receita. EC Figueiró dos Vinhos Percurso pelas aldeias de xisto No próximo domingo realiza- -se um percurso pedestre Casal S. Simão-Ferrarias de S. João, numa iniciativa organizada pelos municípios de Figueiró dos Vinhos e de Penela e pela ADXTUR - Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto. O percurso inicia-se pelas 9:30 horas, no Casal de S. Simão prevendo- -se a chegada às Ferrarias de S. João pelas 13 horas, onde decorrerá um almoço-convívio entre os participantes. ROC explica que movimento em trânsito desviou atenção das irregularidades Expediente contabilístico simula desfalque na Câmara de Pombal A LCA Leal Carreira e Associados, empresa de Leiria responsável pela certificação das contas da Câmara de Pombal, de onde foram desviados mais de 500 mil euros, garante que os 90 mil euros transferidos em Dezembro de 2009 por Victor Leitão, autor do crime, constavam da folha de reconciliação bancária como movimentos em trânsito, para encobrir o desfalque. José Carreira, sócio-gerente da LCA e responsável pela certificação das contas da autarquia de Pombal, explica que os levantamentos que foram efectuados por Victor Leitão, funcionário da contabilidade durante 33 anos, estavam mencionados como movimentos em trânsito. Ou seja, os montantes em causa já tinham sido levantados do banco, mas não tinham sido registados na contabilidade do município. Segundo o revisor oficial de contas, a existência de itens de conciliação ou movimentos em trânsito é uma situação normal, tanto nas contas da câmara com de outras entidades, dado que pode haver um desfasamento temporal - normalmente entre um a dois meses - no registo das operações entre o sistema contabilístico do município e do banco. As transferências feitas por Victor Leitão eram de Dezembro, pelo que a inclusão na folha de conciliação não levantou suspeitas por ser recente e também porque os valores envolvidos eram relativamente baixos, explica José Carreira. Os auditores fazem as suas verificações por amostragem, pelo que dão menos A Administração do Hospital de Pombal está a funcionar apenas com dois elementos desde a saída do vogal executivo há cerca de dois meses. João Lobato, que estava nomeado para a administração do hospital no triénio , foi seleccionado para reforçar a Unidade Técnica de Apoio Orçamental. Além desta saída, dois directores de serviço demitiramse na semana passada, alegadamente por divergências com o conselho de administração, RICARDO GRAÇA Município tem uma receita total de várias dezenas de milhões de euros atenção a pequenas quantias do que a grandes quantias e o total das receitas do município é de várias dezenas de milhões de euros. O sócio-gerente da LCA só constatou, por isso, que os 90 mil euros tinham sido desviados da conta quando o desfalque foi descoberto pelo município. Quem comete uma fraude cria despistes para evitar que seja detectada, explica. Contudo, não tem dúvidas que quando fosse feito o relatório sobre a situação financeira da câmara referente ao primeiro semestre de 2010 a situação seria descoberta, já que foi nesse período que Victor Leitão desviou os valores mais elevados. FALHA BANCÁRIA O revisor oficial de contas admite que a utilização irregular da conta da autarquia resulte também de uma falha de controle da instituição bancária, já que foi permitido a Victor Leitão que a movimentasse por via electrónica sozinho, quando as condições de abertura exigiam duas assinaturas ou, neste caso, duas passwords atribuídas ao presidente da câmara Narciso Mota e à chefe de tesouraria. A este propósito, a Inspecção Geral da Administração Local (IGAT) alerta que, de acordo com o POCAL (Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais), as autarquias devem adoptar sistemas de controlo interno, para liderado por Helena Porfírio. Os bons resultados alcançados por este serviço nos últimos anos estão seriamente ameaçados face às opções da presidente do conselho de administração, acusou João Coucelo à Agência Lusa, sem adiantar pormenores. A situação começou a agravar-se em Junho quando um internista se reformou e outro concorreu a outro hospital, aumentando a falta de clínicos. A Administração Regional de Saúde do Centro já procedeu à abertura de um concurso público e está à procura de uma solução para o lugar de João Lobato. Em comunicado, Helena Porfírio informa que os directores demissionários vão ficar em funções até à sua substituição. A presidente do conselho de administração afirma que estas demissões não põem em causa a prestação de cuidados de saúde. A responsável revela ainda que o hospital está a trabalhar no sentido de consolidar salvaguardar os activos, prevenir e detectar situações de ilegalidade, fraude e erro. Um dos procedimentos recomendados pela IGAT passa por as reconciliações bancárias, que devem ser efectuadas mensalmente, deverem ser confrontadas com os registos da contabilidade por alguém designado para o efeito, que não se encontre afecto à tesouraria nem tenha acesso às respectivas contas correntes. Ora, esta situação não se verificou na Câmara de Pombal, já que Victor Leitão movimentava a conta e conferia os extractos, o que lhe permitiu ocultar o desfalque durante oitomeses. Alexandra Barata Presidente do conselho de administração do hospital de Pombal contestada Baixa na administração ainda por colmatar uma melhor oferta de cuidados de saúde aos seus utentes, através da elaboração de um plano de reorganização de serviços. A presidente reiterou que o hospital está a funcionar e a cumprir a sua missão de hospital de proximidade, não existindo problemas de atendimento. Esta situação não ameaça o futuro do hospital nem do próprio serviço. EC

9 JORNAL DE LEIRIA SOCIEDADE 26 de Agosto de Primeira versão tinha sido apresentada no Verão de 2009 Câmara de Alcobaça remodela projecto de requalificação da Praia da Légua O novo projecto da Câmara de Alcobaça para a requalificação da Praia da Légua já tem a concordância da secretária de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades. Durante a inauguração da requalificação da Praia das Paredes, na passada sexta-feira, Fernanda do Carmo declarou que o projecto para a Légua está concluído e tem possibilidades de ser candidatado, posição que agradou ao executivo municipal liderado por Paulo Inácio. A autarquia vai, agora, lançar a discussão pública sobre aquilo que será a segunda versão do projecto na Praia da Légua, cuja versão inicial foi apresentada no Verão do ano passado, ainda durante o mandato de José Gonçalves Sapinho, e que iria custar 1,3 milhões de euros. Para Fernanda do Carmo, a requalificação da costa é uma prioridade, dado que o litoral num País como o nosso, é um recurso essencial para a qualidade de vida e desenvolvimento económico. Iniciada há três anos, a requalificação da praia de Paredes de Vitória, na freguesia de Pataias, custou 1,5 milhões de euros, tendo incluído a reabilitação da frente de mar, a recuperação ambiental da zona envolvente e a requalificação do aglomerado urbano. Na inauguração, o presidente da Câmara de Alcobaça mostrou-se satisfeito com a intervenção efectuada, resultado de uma parceria proveitosa para todas as partes. Paulo Inácio manifestou também a vontade de ver instalado na freguesia de Pataias o projecto de golfe. Joaquim Paulo JOAQUIM PAULO Paulo Inácio, Fernanda Carmo e Carlos Lopes Alcobaça Livro de arquitectura destaca Elevador de São Martinho PUB O Elevador de São Martinho do Porto e o projecto de requalificação da marginal da vila estão em destaque no Archi Book 60, um livro de arquitectura lançado recentemente e traduzido em inglês.a obra, da autoria de José Manuel das Neves, passa em revista alguns projectos marcantes de um conjunto de arquitectos portugueses que tem em comum o facto de serem nascidos na década de 1960 e terem frequentado os cursos de Arquitectura das faculdades de Lisboa e Porto, entre 1986 e O autor destaca a capacidade que o grupo de arquitectos, cujas obras foram distinguidas, teve de de uma forma inteligente, demarcar-se dos mestres sem os negar. Aproveitando o seu saber, desenvolveram-no e ampliaramno com uma autonomia própria, evocando a modernidade e a prática destemida de uma arquitectura feita a partir de conceitos sobre os quais só o tempo permitirá fazer um juízo, observa José Manuel das Neves. A escolha dos projectos obedece a temas representativos de vários programas de arquitectura: recuperação, reabilitação, cultura, ensino, lazer, habitação, comércio e serviços. As obras datam dos últimos três anos. Da autoria do atelier do alcobacense Gonçalo Byrne e de Falcão de Campos, o Elevador de São Martinho do Porto, que foi alvo de muita celeuma antes e depois da construção, mereceu seis páginas no Archi Book 60, com fotografias, plantas e a ficha técnica do projecto. JP Faleceu o pai do presidente da câmara Faleceu esta segundafeira, vítima de doença prolongada, Francisco Inácio Carlos, pai do presidente da Câmara de Alcobaça. Francisco Inácio não resistiu à doença e morreu no Hospital Bernardino Lopes de Oliveira, onde se encontrava internado. O pai de Paulo Inácio era reformado da Polícia de Segurança Pública, tendo desempenhado funções em várias esquadras. Alcobaça foi a última cidade onde prestou serviço antes de se aposentar. Natural da Cela, Francisco Inácio deixa viúva e dois filhos. Além do presidente da câmara, tem ainda outro filho, que trabalha no Tribunal Judicial de Alcobaça. O funeral foi na terça-feira no cemitério da Cela.

10 10 26 de Agosto de 2010 SOCIEDADE JORNAL DE LEIRIA Maioria das ausências acontecem entre os 12 e os 18 anos Conflitos e paixões responsáveis pelo desaparecimento de jovens RICARDO GRAÇA Vinte e duas pessoas tinham desaparecido até domingo passado no distrito de Leiria durante este ano. O coordenador do Departamento de Investigação Criminal (DIC) da Polícia Judiciária (PJ) de Leiria, Carlos do Carmo, explica que as principais razões dos desaparecimentos prendem-se com problemas familiares, escolares e passionais. Na próxima segundafeira comemora-se o Dia Internacional dos Desaparecidos. Segundo o responsável, as jovens ausentam-se, muitas vezes, devido a incompreensões e conflitos com os pais, para evitarem os exames escolares, por fraca prestação escolar ou porque estão em fase de namoro ou de paixão prematura. Por isso, não surpreende que a maioria dos desaparecidos tenha idades entre os 12 e os 18 anos. Só excepcionalmente são adultos. O psicólogo e responsável pela linha SOS Criança, Manuel Coutinho, reforça que as fugas no final dos anos lectivos sucedem por medo de represálias. Os meses onde ocorrem mais ausências correspondem à Primavera e ao Verão, períodos em que os jovens procuram divertimento e liberdade sexual em cidades como Lisboa e Algarve, esclarece Carlos do Carmo. Segundo Manuel Coutinho, na realidade, estes casos acabam por configurar fugas, por um curto período de tempo, embora repetidas. Quem foge uma vez, volta a fazê-lo várias vezes. O responsável pela linha SOS Criança salienta a importância do relacionamento dos pais e educadores com os jovens. É preciso conversar bastante e explicar que a fuga não é o melhor caminho. Mas, alerta os encarregados de educação que ninguém foge de um ambiente acolhedor e humanitário, onde se sente bem. INTERNET PERIGO À ESPREITA As redes sociais e chats de conversação são um perigo à espreita para os jovens mais distraídos e menos informados. Carlos do Carmo alerta que a internet, um meio útil que já ninguém dispensa, é perigoso e até insidioso, já que os Fugas acabam por se repetir utilizadores não têm rosto, sexo ou idade e muito menos incorporam carácter e personalidade humana. Por isso, o responsável pela PJ de Leiria aconselha a que a família os ajude a compreender e a aconselhar na gestão dos conflitos com base em paixões platónicas que poderão ter um final infeliz, como o desaparecimento associado a crime sexual ou, mais grave ainda, sequestro, rapto e homicídio. O computador não é, agora, o único equipamento a ter em atenção. Manuel Coutinho aponta o acesso a redes sociais através do telemóvel. Não damos um carro a um filho sem ele ter a carta de condução. Antes de lhe passarmos o computador e o acesso à internet é preciso informá-lo, aconselha o psicólogo. Carlos do Carmo alerta ainda os familiares mais próximos para que tenham conhecimento do círculo de amigos dos filhos, através de moradas e de contactos telefónicos. Já Manuel Coutinho aconselha os pais a fazerem parte das redes sociais dos filhos, para saber com quem se dão. Há jovens com dois mil amigos no Facebook, o que é até humanamente impossível, afirma o psicólogo. A protecção da criança deve começar desde a primeira infância. O mais importante é dar muita informação, explicar e falar das coisas. Educar é repetir. Por muito que o jovem não ouça, acaba por ficar lá qualquer coisa. O site da PJ aconselha também os pais a terem uma relação de proximidade com os filhos, de modo a que estes lhes comuniquem qualquer mensagem de cariz insinuante, obscena, agressiva ou que sugira fins menos lícitos. Sugere ainda que pais e filhos consultem juntos o site internetsegura.pt. Elisabete Cruz DESAPARECIDOS desaparecimentos de pessoas 1 comunicado e investigado pelo DIC de Leiria (Uma jovem do sexo feminino) desaparecimentos de pessoas 8 comunicados e investigados pelo DIC de Leiria (2 jovens do sexo masculino, 5 jovens do sexo feminino e 1 mulher que sofre de perturbações mentais) desaparecimentos de pessoas 5 comunicados e investigados pelo DIC de Leiria (3 jovens e 2 adultos, todos do sexo masculino) Fonte: PJ Números comunicados à PJ, PSP e GNR. Todas as situações estão resolvidas Peniche Quatro detidos em corridas de automóvel Quatro condutores foram detidos em flagrante pela GNR, na madrugada de segunda-feira, por efectuarem corridas a alta velocidade no IP6 e na EN247, na zona de Peniche, no âmbito de uma investigação já em curso. O Tribunal de Peniche decretou o termo de identidade e residência aos quatro automobilistas, que ficaram com as respectivas viaturas apreendidas, por terem sido apanhados em flagrante delito. Segundo a Agência Lusa, foram ainda observados três condutores em contramão a praticar o mesmo crime, mas estes não foram identificados pela GNR. Esta foi a primeira operação de combate às chamadas manifestações desportivas na via pública nesta zona. Câmara está a trabalhar em parceria com a GNR Óbidos quer videovigilância no centro histórico A Câmara de Óbidos está a desenvolver um projecto de videovigilância para o centro histórico e parques de estacionamento da vila com o objectivo de reforçar a segurança dos moradores, turistas e património. Segundo o gabinete de comunicação da autarquia, a videovigilância pretende ser um elemento dissuasor da criminalidade, sobretudo ao nível dos furtos de automóveis, mas também proteger o património. A mesma fonte refere que numa vila que recebe cerca de dois milhões de visitantes por ano, cria oportunidade aos assaltos. Queremos mostrar que, apesar da criminalidade não ser elevada no concelho, estamos atentos, acrescenta o gabinete de comunicação. Neste momento, a câmara está a trabalhar em conjunto com a GNR, que está a estudar o número e a localização de câmaras de videovigilância a instalar. Quando estiver concluído, o projecto será enviado ao Ministério da Administração Interna (MAI), que depois de o aprovar, encaminhará para a Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD), que terá de o autorizar. Depois da aprovação pelo MAI iremos apresentar o projecto à população e agentes económicos para juntarmos uma manifestação de interesse, além da própria câmara que irá valorizar o processo, adianta ainda o gabinete de comunicação. EC Segurança foi esfaqueado na Marinha Grande Ataque a guarda-nocturno leva associação a exigir mais meios Um guarda-nocturno foi atacado alegadamente por três homens, que foram detidos pela Polícia Judiciária (PJ) de Leiria, na sexta-feira. A Associação Sócio-Profissional dos Guardas- -Nocturnos defende a necessidade de estes profissionais serem equipados com rádios de comunicação e da sua ligação ao Sistema das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP). Segundo o comunicado da PJ, o grupo, com idades entre os 29 e 33 anos, atacou o homem tendolhe roubado uma arma e um cassetete que faziam parte do seu equipamento de segurança, colocandose depois em fuga num veículo. Diligências imediatas permitiram a localização do veículo suspeito e, mais tarde, apurar qual a residência dos presumíveis autores materiais dos crimes praticados, onde foi possível recuperar e apreender os objectos roubados, refere ainda a PJ. Carlos Tendeiro, presidente da Associação Sócio-Profissional dos Guardas-Nocturnos, defendeu mais meios para os seguranças. O rádio está previsto na portaria que regulamenta o equipamento a ser usado pelos guardas-nocturnos, mas não existe, a não ser em algumas câmaras municipais, que investiram nisso, disse à Agência Lusa, considerando que a sua existência só faz sentido com a ligação ao SIRESP. O dirigente realçou que se este profissional tivesse um rádio accionando este equipamento poderia ter mais rapidamente o apoio de colegas, das forças de segurança e um socorro mais rápido.

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12 12 26 de Agosto de 2010 SOCIEDADE POLÍTICA JORNAL DE LEIRIA Delfim Azevedo, vereador do PS na Câmara de Caldas da Rainha Fernando Costa não tem uma visão de futuro O também presidente da Comissão Política Concelhia do PS de Caldas da Rainha, de 58 anos, acusa Fernando Costa de centralizar todas as questões e de não ter uma política de captação de investimento. Diz que o CCC é um projecto coxo e que o PS só conseguirá chegar ao poder se conseguir passar a sua mensagem aos munícipes Texto e foto: Alexandra Barata Que balanço faz dos sete mandatos de Fernando Costa à frente da Câmara de Caldas da Rainha? É evidente que não posso dizer que, nestes mandatos todos, só tenha feito asneiras. Mas também tenho críticas. Por exemplo, não conseguir mobilizar técnicos superiores para liderar os departamentos da câmara. Fernando Costa é uma pessoa que centraliza todas as questões. Dirige a câmara hoje como dirigia no início do primeiro mandato. Esta cidade e este concelho não estão planeados. Não se prevê o que é que vamos fazer daqui a 20 anos. Quais os principais erros cometidos pelo PSD? Durante 20 e tal anos esta cidade não teve cinema nem uma sala de espectáculos em Caldas. Posteriormente, o presidente construiu o CCC [Centro Cultural e de Congressos]. Passados dois anos, o CCC não tem projecto nem tem meios financeiros. Não tem condições para ser o porta-estandarte do projecto cultural das Caldas. É um projecto coxo. Fez- -se porque havia fundos comunitários. Vive de pequenos espectáculos, porque não tem condições financeiras para poder contratualizar a dois anos de distância outro tipo de espectáculos absolutamente necessários. Quais são os principais problemas de Caldas da Rainha? A cidade ainda tem uma parte dos esgotos que não está separada das água pluviais, que podiam ser reutilizadas para rega. Ainda temos muitas zonas sem esgotos. Ainda temos esgotos que chegam à Lagoa de Óbidos sem tratamento. Ainda temos áreas na zona industrial que têm valas a céu aberto. Houve muito tempo e muitos meios financeiros ao longo destes anos, mas continuamos com este tipo de problemas. O facto de a zona industrial não ter as condições desejáveis pode ser um obstáculo à atracção de novas empresas? Não existe uma política de captação de investimento. Num momento em que há tanta gente desempregada e fábricas fechadas, era determinante que a câmara tivesse uma política que ajudasse a fixar o investimento. Não há essa preocupação. À volta das Caldas existem municípios que têm uma política de captação de investimento. Neste momento, 90% das empresas das Caldas estão fechadas. Caldas está numa posição de centralidade em relação a todo o País e nada foi feito. Como autarcas, temos obrigação de preparar o futuro. Fernando Costa não tem uma visão de futuro. Como é que caracteriza Fernando Costa? É uma pessoa que é capaz de entrar numa sala e cumprimentar toda a gente, menos a nós [vereadores do PS]. Isto qualifica a pessoa. Não o vejo como meu inimigo, mas como adversário político. Tenho amigos em todos os partidos, da mesma maneira que tenho pessoas de quem não gosto no meu partido. Tenho muito respeito por Fernando Costa. É o presidente do município a que pertenço. Por vezes, não gosto muito do papel que faz na câmara. É uma pessoa eliminadora. O facto de Fernando Costa ser presidente da Distrital do PSD pode ser prejudicial para o município? Pelo contrário. Pode trazer mais-valias. Ser presidente de uma distrital de um partido é o reconhecimento de uma capacidade política. Ocupar essa função não pode contribuir para o desviar da sua função de autarca? É normal que, numa altura em que vai deixar a câmara, ou aparentemente vai deixar a câmara, esteja a jogar noutros tabuleiros para poder ter outro tipo de tarefas. Não prevejo que depois de Fernando Costa deixar a câmara fique sem fazer nada politicamente. Este será o último mandato de Fernando Costa. O PS tem condições de conquistar a autarquia nas próximas eleições? Não se conquista uma câmara só porque alguém não é candidato. Conquista-se uma câmara se se tiver um projecto, se se falar ao coração das pessoas e se as pessoas a acreditarem no que lhes dizem. A oposição tem de ter a capacidade de fazer chegar às pessoas quais são as suas propostas. Não acho que a luta política seja mais favorável, seja para que candidato for, nas próximas eleições, devido à saída de Fernando Costa. Opinião A necessidade de assegurar a coexistência e equilíbrio dos diversos formatos de comércio e garantir a respectiva inserção espacial de acordo com critérios que salvaguardem uma perspectiva integrada do desenvolvimento económico, da protecção do ambiente e do ordenamento do território era o proclamado grande objectivo da Lei que, desde 2004, regula o licenciamento comercial. Objectivo O cerco ao pequeno comércio que a prática governativa dos últimos anos e de muitas autarquias se encarregou de negar com cada vez mais negativos reflexos em vários domínios da nossa vida social, nomeadamente no plano do ordenamento do território, com particular impacto nos centros urbanos tradicionais. Se o ordenamento do território é precário no País, o propósito de promover o ordenamento comercial previsto na Lei, ficou no papel. Não foi equilíbrio que se procurou. Nos últimos dez anos, foram abertos mais de quatro milhões de metros quadros de área bruta comercial. Esta abertura sem restrições de novas unidades de grande distribuição, num quadro de forte concentração, onde dominam a Sonae e o Grupo Jerónimo Martins, conduziu à entrega a quatro grandes grupos económicos de mais de 80% do comércio retalhista nacional. Nos últimos três anos, mais que duplicou a oferta da grande distribuição, aumentando a pressão sobre o pequeno comércio que ao mesmo tempo vê emagrecer os incentivos à sua modernização. É verdade que as situações são diferentes de concelho para concelho, mas é inquestionável que as decisões que têm vindo a ser tomadas servem essencialmente os grandes grupos e os interesses da grande distribuição. A recente decisão de liberalização do horário do comércio, acabando com as restrições para as superfícies com mais de 2000 m2 nas tardes de domingos e feriados, constitui mais um rude golpe na situação de crise em que se encontra o comércio tradicional e será um novo factor para o seu agravamento. Mais uma vez se invoca o interesse do consumidor e falsamente a criação de mais postos de trabalho, porque não se contabilizam os que se perdem, dando a ideia de que esta alteração é uma necessidade incontornável. Na Europa, nomeadamente na nossa vizinha Espanha, a regra é a do encerramento obrigatório aos domingos e a excepção a liberalização. Em relação a Leiria, esperemos que a câmara municipal que acaba de suspender os apoios ao Programa de Reabilitação dos Edifícios do Centro Histórico, dificultando o repovoamento e a revitalização comercial, em nome das dificuldades financeiras que tudo passou a justificar, incluindo a não assumpção dos compromissos eleitorais, não se apresse a dar cobertura à alteração dos horários e a ir ao encontro das pretensões dos que visam esmagar o pequeno comércio. José Augusto Esteves, membro da Comissão Central de Controlo do PCP

13 JORNAL DE LEIRIA SOCIEDADE POLÍTICA 26 de Agosto de Nos últimos oito meses Distrito bate o resto do País no aumento do número de filiados no CDS-PP Somos o distrito do País que mais subiu em filiações, nos últimos oito meses. Crescemos 35%, assegura ao JORNAL DE LEIRIA Manuel Isaac, delegado distrital do CDS-PP. O número de militantes cresceu sobretudo no norte do distrito e nos concelhos de Alcobaça e Caldas da Rainha, onde foram reactivadas concelhias. O delegado distrital do CDS-PP explica que as jotas deram um grande contributo para o crescimento do número de militantes, ao conseguirem 70 em Caldas da Rainha e 70 em Alcobaça. Com a criação das estruturas locais, as pessoas vão aparecendo, explica. Manuel Isaac destaca também o número de filiados conquistados em Castanheira de Pera. Já tem 40 e tal militantes e antes não havia nada. O dirigente distrital garante que a reacção das pessoas tem sido muito boa quando são abordadas para criar estruturas concelhias e que algumas só lamentam não terem sido reactivadas mais cedo. A criação de concelhias é como plantar uma planta. Não se lhes pode virar as costas. Se não forem regadas, acabam por morrer, afirma o delegado distrital do CDS-PP. Para ter concelhias não basta fazê- -las. Tem de se estar em contacto permanente, fazer um acompanhamento e estar à disposição. Nesse sentido, Isaac propôs ao novo secretário-geral do partido, José Lino Ramos, que esteve na sexta-feira em Leiria, que fosse delegado em alguém do partido essa responsabilidade para três ou quatro distritos. Tem de ser um trabalho contínuo e, para isso, é preciso ter disponibilidade de tempo e financeira, justifica. Depois de criar estruturas concelhias no norte do distrito e em alguns concelhos do sul, Manuel Isaac revela que está em fase de constituição das listas dos órgãos sociais das comissões políticas de Pombal e Porto de Mós, que deverão estar a funcionar em Setembro. Depois de atingir esse objectivo, ficam apenas por activar as concelhias na Marinha Grande, Nazaré, Óbidos e Peniche. O delegado distrital do CDS-PP gostava de o conseguir até ao final do ano. Contudo, tem consciência das dificuldades, por serem concelhos onde o partido nunca teve grande expressão. Alexandra Barata Eleições para a distrital Manuel Isaac é candidato à presidência da Comissão Política Distrital de Leiria, cujos órgãos serão eleitos no final de Outubro ou início de Novembro. O delegado distrital acredita que, além da sua candidatura, haverá outras. Ser presidente significa ter um poder muito grande nas listas concorrentes às eleições no distrito, justifica. RICARDO GRAÇA CDS está a crescer no distrito Acções de sensibilização em Alcobaça PCP defende modernização da Linha do Oeste PUB Militantes do PCP e da CDU estão a distribuir folhetos aos utilizadores da Linha do Oeste do concelho de Alcobaça, onde defendem a necessidade de modernizar aquela ferrovia. Na quinta-feira passada estiveram na estação de caminho- -de-ferro de S. Martinho do Porto. A intenção é não deixar cair o assunto em esquecimento. Rogério Raimundo, vereador da CDU, diz que as pessoas que têm abordado concordam com a necessidade de modernizar a Linha do Oeste. O problema é que é uma questão política. O comunista lamenta, assim, que os partidos que têm estado no poder nos últimos anos PS, PSD e CDS não tenham avançado com a requalificação da linha ferroviária. No folheto, o PCP refere que a modernização da Linha do Oeste faz parte das compensações prometidas pelo Governo por o novo aeroporto de Lisboa não ser construído na Ota e recorda que propôs a inscrição de uma verba de dois milhões de euros no Orçamento do Estado para esse fim, que foi chumbada com o voto contra do PS e a abstenção do PSD e CDS. O vereador da CDU diz que o desinvestimento neste serviço público tem sido por demais evidente, fazendo com que as pessoas recorram a outros meios de transporte individual mais caros e poluentes, aumentando os lucros dos grandes grupos económicos ligados aos combustíveis, aos transportes de mercadorias e auto-estradas. As próximas acções de sensibilização da população estão marcadas para Outubro em Pataias e na Martingança. AB Candidatura à Federação Distrital do PS de Leiria Adelino Mendes não apoia Pedrosa O presidente da Comissão Política Concelhia de Pombal do PS, Adelino Mendes, não apoia a candidatura de João Paulo Pedrosa à presidência da Federação Distrital de Leiria do PS. Estou afastado deste processo de eleição dos órgãos da federação, por questões de falta de disponibilidade. Tenho actividades muito exigentes, como chefe de gabinete da secretária de Estado da Administração Interna, como vereador e como presidente da concelhia de Pombal, justifica. Além disso, Adelino Mendes confessa que não se sente motivado para participar, porque tem havido um afastamento da federação. Acho que é uma posição coerente, comenta. O presidente da concelhia de Pombal garante ainda que não está envolvido em nenhuma candidatura alternativa. A minha posição é neutral. João Paulo Pedrosa conta com o apoio das restantes concelhias do distrito.

14 14 26 de Agosto de 2010 SOCIEDADE EDUCAÇÃO JORNAL DE LEIRIA PUB RICARDO GRAÇA Alunos transferidos para centros educativos e outros estabelecimentos de ensino Caldas e Pombal são os concelhos onde fecham mais escolas do 1º ciclo Maioria das escolas com menos de 21 alunos fecharam Alcobaça Alvaiázere Caldas da Rainha Figueiró dos Vinhos Leiria Pombal Porto de Mós Óbidos Ourém Peniche ESCOLAS ENCERRADAS Castanheira, Carrascal, Junqueira, Gaio, Pedreira de Moleanos Maçãs de Caminho Alvorninha, Moita, S. Clemente, Cumeira, Espinheira, Mata, Mestras, Rostos, Zambujal, Ramalhosa Bairradas Barracão. Nova de Figueiras, Pedrógão Alhais, Almezinha, Eguins, Helenos, Pousios, Ramalhais, Reguengos, Silveirinha Grande, Silveirinha Pequena Ribeira de Cima A-dos-Negros, Amoreira, Gracieira, Sobral da Lagoa, Gaeiras, Olho Marinho, Quinta da Marquesa, Vau Barreira, Carvalhal do Meio, Moitas Gaiola, Ourém nº 2, Perucha, Reca Ribafria Fonte: Ministério da Educação Caldas da Rainha e Pombal são os concelhos do distrito que vão encerrar mais escolas do 1º ciclo no próximo ano lectivo, que inicia em Setembro. Os alunos serão transferidos para centros escolares ou para outras escolas do 1º ciclo. Fernando Tinta Ferreira, vereador da Educação na Câmara de Caldas da Rainha, esclarece que cinco das dez escolas do 1º ciclo que vão fechar tinha menos de 11 alunos, pelo que as crianças passarão a ter aulas noutros estabelecimentos de ensino. Os pais preferiam que ficassem abertas, mas assim vão ter melhores condições. Na sequência do encerramento das escolas do 1º ciclo de Alvorninha, Moita, Ramalhosa, S.Clemente e Zambujal, os alunos serão transferidos para o Centro Educativo de Alvorninha. Além deste novo centro, existem ainda mais cinco. Tinta Ferreira diz que não está prevista a construção de mais infra-estruturas destas, mas apenas a realização de intervenções destinadas a proporcionar melhores condições aos alunos, que poderão passar por ampliações. O autarca explica que o Ministério da Educação pretendia ainda encerrar mais quatro escolas, por terem menos de 21 alunos. Contudo, foi sensível aos argumentos de Tinta Ferreira, já que, se essa medida se concretizasse, os estabelecimentos de ensino para onde seriam transferidos teriam de funcionar com turmas de manhã e turmas de tarde. Pedagogicamente, não seria adequado. No caso de Pombal, o vereador da Educação explica que as escolas do 1º ciclo serão encerradas não só por terem menos de 21 alunos, mas também por terem sido construídos mais centros escolares. A partir de Setembro, estarão em funcionamento este tipo de infra-estruturas nas freguesias de Abiúl, Albergaria dos Doze, Fonte Nova, Redinha e Vieirinhos. Fernando Parreira não esconde que o encerramento das escolas do 1º ciclo de Reguengos, Helenos e Pousios não agradou aos pais das crianças, mas como o número de alunos era muito reduzido, a autarquia não teve argumentos para impedir que isso sucedesse. No caso de Reguengos, os estudantes serão integrados nas escolas de Almagreira e Azenha da Paz, os de Helenos nas escolas da Guia e da Ilha e, no caso de Pousios, as crianças serão transferidas para Pombal. São escolas que ficam no máximo a cinco quilómetros de distância. O autarca recorda que a intenção deste executivo é abrir centros educativos em todas as freguesias do concelho. O próximo será em S.Simão de Litém. Alexandra Barata Óbidos integra todos os alunos em complexos escolares A partir de Setembro, todos os alunos de Óbidos passam a ter aulas em complexos escolares, na sequência da inauguração de mais dois em Alvito e em Furadouro. O primeiro abrangerá as freguesias de A-dos-Negros e Gaeiras, enquanto o de Furadouro servirá os alunos das freguesias de Aroeira, Olho Marinho, Sobral da Lagoa e Vau. Com a inauguração destes dois complexos, que custaram oito milhões de euros, passam a existir três infra-estruturas, a primeira das quais foi inaugurada em 2008 em Arcos e alberga as crianças das freguesias de Santa Maria, São Pedro e Usseira. Telmo Faria, presidente da autarquia, explica que os complexos escolares de Óbidos não têm jardins de infância, que estão a funcionar nas antigas escolas do 1º ciclo. Além disso, o autarca pretende que os complexos escolares funcionem como centros de desenvolvimento comunitário, pelo que estarão abertos à população à noite e aos fins-de-semana. As três infra-estruturas foram criados no âmbito da marca Escolas de Óbidos e estão dotados com os mesmos equipamentos que os centros educativos, além de terem ainda laboratórios. São mais evoluídos, do ponto de vista da oferta. Estão mais virados para a inovação curricular e o desenvolvimento de áreas científicas. AB Batalha abre candidaturas dia 1 de Setembro Bolsas para alunos do ensino superior Os alunos do ensino superior residentes no concelho da Batalha há mais de três anos podem candidatar-se a uma bolsa de estudos na autarquia, entre os dias 1 de Setembro a 15 de Outubro. Para beneficiarem deste apoio, os estudantes não podem ter uma profissão remunerada nem o agregado familiar pode ter um rendimento mensal per capita superior a um salário mínimo nacional. Além disso, não podem ter outro curso médio ou superior. A intenção do município é promover a igualdade de oportunidades de acesso ao ensino e incentivar os jovens a prosseguir os estudos para além do ensino secundário. O requerimento e o formulário de candidatura devem ser entregues na autarquia, acompanhados dos documentos comprovativos das condições de acesso à bolsa de estudo. Para obter esclarecimentos adicionais, os interessados deve contactar o Gabinete de Desenvolvimento Social pelo telefone ou pelo redesocial@cm-batalha.pt. Leiria Matemática nas férias A Mathnasium Ginásio de Matemática, em Leiria, tem disponíveis programas específicos, de frequência semanal, para preparar o regresso às aulas, que podem decorrer apenas de manhã ou de tarde ou durante todo o dia. O centro dedicado ao ensino da Matemática disponibiliza planos específicos de recuperação, consolidação e preparação de competências e actividades lúdicas usando jogos de estratégia e raciocínio. O espaço, que se localiza junto ao seminário, funciona entre as 9 e as 13 horas e entre as 14:30 e as 19 horas. Mais informações através dos números ou ou do leiria@mathnasium.pt.

15 JORNAL DE LEIRIA SOCIEDADE OPINIÃO 26 de Agosto de Enquanto José Sócrates e Passos Coelho se digladiam em comícios de mera propaganda politica, na expectativa de melhor enganar os portugueses com vista a umas quaisquer eleições futuras, o futuro da economia portuguesa está em grande parte traçado. Após uma década de estagnação económica e de empobrecimento relativo, por comparação com a União Europeia, chegaremos a 2013/2014, quando se inicia o pagamento da maioria das parcerias público privadas, em piores circunstâncias do que aquelas que temos hoje. Porque enquanto o PSD e o PS discutem o poder, é disso que trata toda a algazarra, o endividamento público e privado continuará a crescer por ausência de uma estratégia para o desenvolvimento e de políticas sérias que conduzam a uma profunda mudança na capacidade dos governos e em muitos dos hábitos dos portugueses. No primeiro semestre deste ano o Governo aumentou a despesa pública quase mais de 500 milhões de euros do que o previsto e o Estado já recorreu este ano a mais endividamento adicional do que em Crónicas sobre o futuro O futuro previsível O desastre da Justiça portuguesa não é um acidente inexplicável, mas traduz a vontade política de proteger uma parte da sociedade portuguesa que enriqueceu à custa dos favores do Estado, da corrupção e das solidariedades reinantes HENRIQUE NETO empresário netohenrique8@gmail.com todo o ano de Tudo isso quando o discurso oficial é de que vivemos em tempo de crise e de contenção da despesa. O que seria então se a crise não existisse e todos os apetites dos políticos no poder pudessem ser satisfeitos, quer directamente pelo Estado quer pelas empresas em que o Estado tem algum poder? Por exemplo, acabamos de saber pelos jornais que o ex-ministro Manuel Pinho está a estudar nos Estados Unidos a expensas da EDP. Depois de ter a EDP sob a sua tutela política durante quatro anos, Manuel Pinho não teve qualquer pudor em aceitar os favores de António Mexia, que Manuel Pinho colocou na presidência da empresa. É com este modelo de favores privados com dinheiros públicos, mas também com o dinheiro dos accionistas privados, que José Sócrates governa o País. Falta de decência do Estado, certamente, dos governantes e ex-governantes que aceitam estes favores, sem dúvida, mas também dos próprios accionistas privados que, no meio da podridão reinante, não têm a coragem de dizer basta. Estas crónicas, como o seu nome indica, têm como objectivo principal tentar desvendar algumas das interrogações acerca do nosso futuro. As previsões feitas ao longo do tempo, que já é longo, têm sido geralmente correctas e tenho algum orgulho nisso. Todavia neste caso não há nenhuma dificuldade em prever a degradação da situação económica e social portuguesa, no mínimo até Porque, a menos que entretanto surja petróleo em abundância no nosso território, ou um qualquer outro milagre semelhante, nos próximos anos vamos ter de pagar os erros cometidos por sucessivos governos, muitos dos quais aqui apontados com frequência. Recordo, por exemplo, os milhares de milhões de euros que foram investidos no Brasil, sem que esse investimento, na sua maioria, tenha tido qualquer retorno, ou sequer tenham sido quantificados os seus resultados. Ou a enorme transferência de riqueza que passou pelos bolsos de milhões de portugueses, pela via do endividamento bancário, para os especuladores imobiliários e autarcas corruptos. Ou o investimento feito em novas auto-estradas, sem qualquer critério logístico ou económico e atirando o pagamento para um futuro incerto. Ou os milhões gastos em sobrecustos nas obras públicas, ou os muitos milhões pagos em estudos e assessorias de utilidade duvidosa a empresas privadas, cujos sócios constituem hoje uma nova classe de ricos. Ou ainda a gigantesca serpente da corrupção que ameaça subverter a economia do trabalho e da legalidade. Sem esquecer a negligência e a ignorância com que foram tratados sectores-chaves da nossa economia produtiva. Neste contexto, o desastre da Justiça portuguesa não é um acidente inexplicável, mas traduz a vontade política de proteger uma parte da sociedade portuguesa que enriqueceu à custa dos favores do Estado, da corrupção e das solidariedades reinantes: nos partidos, nas empresas públicas e nas autarquias. Coça-me as costas que eu coço as tuas, é um dito muito popular nos Estados Unidos para designar o comércio de favores, uns mais ilegais do que outros, mas todos a destruir as energias dedicadas ao trabalho e à defesa da ética do progresso colectivo da Nação. Como diz o povo, quando se semeiam ventos colhem-se tempestades e é apenas isso que está a acontecer. PUB

16 16 26 de Agosto de 2010 SOCIEDADE ENTREVISTA JORNAL DE LEIRIA Rui Reininho, vocalista dos GNR Seria muito artificial cantar em inglês Diz ser egoísta, porque se preocupa em surpreender-se a si. Passados oito anos, os GNR surgem com um novo disco, cujas letras são escritas por Rui Reininho, que mantém o português. Sonho, canto e amo em português, justifica. Considera que o País está de 'top' e que não é momento para críticas, mas para dar as mãos. Lamenta que a cultura seja ignorada em Portugal, por falta de civismo. Textos: Elisabete Cruz Fotos: Ricardo Graça Retropolitana surge oito anos depois do último disco de originais dos GNR. O que andou a fazer nestes últimos anos? Muita coisa. Sou comendador das tripas, embaixador da água, integrei associações pela defesa dos direitos dos animais... Fiz um disco em 2008, com músicos contemporâneos, alguns que nem conhecia bem, como a Margarida Pinto, Rodrigo Leão ou o Slimmy (um homem da nova geração, que canta em inglês e bem). Cantei com o Palma, actuei com o Rui Veloso, com o Godinho... Reencontrou a Lena d'água. Reencontrei-a num videoclip do Palma. É uma pessoa com quem gostaria de fazer alguma coisa, porque é uma pena terem deixado a Lena cristalizar-se e não a solicitarem mais. Só nos lembramos das pessoas quando nos faltam e dizemos: Ai que pena, ai que pena. Pena não! Às vezes, é preciso um óbito para se lembrarem das pessoas. Por exemplo, os GNR não têm nada em DVD. No outro dia, por graça mórbida, estávamos a dizer que se calhar a editora está à espera que algum de nós morra para editar isso. Diz que Retropolitana é um hino ao futuro. Porquê? É um passo em frente em muitos aspectos. É um momento de auto-produção, por ter sido feito no nosso estúdio, com o nosso timing. Pela primeira vez, gravámos de nós para nós, sem editora. Neste caso, a Farol, simpaticamente, chegou-se à frente e disse que estavam interessados. Mas ninguém queria gravar com os GNR? Da maneira como nós queríamos, não. Este 'filme' foi feito, realizado e montado por nós. Este é um projecto mais maduro? Com certeza. Este disco tem um lado de ingenuidade que eu não sabia que ainda tínhamos e fiquei surpreendido. Algumas músicas retratam os anos 70/80, sugerindo uma geração de muita boémia, álcool e drogas. Também cometeu todos esses excessos? Sim e sobrevivi. No outro dia achei graça ao Mickey Rourke, que reapareceu agora, e disse: 'É pá não me falem da década de 80 que eu não me lembro'. E eu também não me lembro de tudo, felizmente. Por isso é que brinco um bocado com a palavra retro. Vivemos de uma maneira muito intensa, inventámos o Bairro Alto. Aquele primeiro impacto boémio, é muito interessante. No Porto, os primeiros encontros de rock, foram concertos na antiga Cruz Vermelha, depois na primeira legião militar. Ocupavam-se sítios que eram mais institucionais para fazer pequenos clubes. Companhia das Índias foi o primeiro projecto a solo. É uma autobiografia? Não. Foi um passo ao lado na minha carreira e haverá com certeza mais percursos. Agora tenho No outro dia, por graça mórbida, estávamos a dizer que se calhar a editora está à espera que algum de nós morra para editar isso [DVD] um convite para um audiolivro. Já tinha uma série de coisas escritas e queria trabalhar nesse formato de poema musical, que é uma coisa mais pessoal. Não será vocacionado para um público tão vasto. Hoje usa-se muito dizer É a minha praia. Eu diria antes: É a minha pocinha. Os GNR sempre cantaram em português. Porquê? Sonho maioritariamente em português, comunico, como e amo (quando me deixam) em português. Seria muito artificial cantar em inglês. Não me sinto com competência para escrever noutra língua. Será por isso que os GNR continuam a ter público passados 30 anos? Se pensarmos bem, não há grande memória de canções que tenham ficado no chamado ingalês. Ainda é agradável ver que, com a Selecção, foram buscar o tema Chiclete, que se lembram dos Heróis do Mar, da Lena d'água, UHF, além dos que estão no activo, como os Xutos e o Rui Veloso. E não é por teimosia que canto em português. Às vezes fico a pensar, se fosse uma opção de língua, será que as pessoas preferiam começar a falar inglês? É assustador pensar isso. Isto não é uma crítica a ninguém. Cada um faz o que lhe apetece. É curioso, e é com um certo orgulho Fãs dos 8 aos 80 Rui Reininho, 55 anos, é o vocalista de uma das bandas mais carismáticas da pop-rock nacional. Ao longo de 30 anos de carreira, o Grupo Novo Rock (GNR) tem marcado várias gerações e temas como Dunas e Efectivamente são hoje cantados por crianças e adultos. O último trabalho dos GNR Retropolitana eleva para 15 os álbuns editados desde Bacharelou-se no Curso de Cinema da Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa e tem participações esporádicas em séries de televisão. Editou um livro de poemas Sífilis versus bilitis e de letras Lírica Come on & Ana. Adepto do FC Porto, diz que deixou de ser sócio por nunca conseguir ir aos jogos no Estádio do Dragão.

17 que vejo, por exemplo, que Deolinda está a furar lá fora, tal como tem funcionado com os Madredeus, para não falar do fado. As pessoas gostam é de ver as coisas verdadeiras na sua identidade e não imitações, que já existem tantas. Está prestes a comemorar 30 anos de carreira. Sente-se um dinossauro da música? Não. Sinto-me mais um mamífero. O meu código genético tem mais a ver. Não me daria muito bem na época dos dinossauros. Em termos de predadores sou mais ligado a uma floresta mais recente, mais ligado ao carvalho e ao pinheiro. Que balanço faz da experiência de cantar com a Orquestra Sinfónica da GNR? Uma experiência fantástica e única. Foi dificílimo, porque somos um bocado descontrolados e temos tendência a 'largar os cavalos'. Ali exigiu muito controle. Após tantos anos de carreira receia já não conseguir surpreender? A surpresa é mais um acto de prestidigitação e não sou assim furioso da prestidigitação. Nisso sou um bocadinho egoísta, gosto de me surpreender a mim próprio e não gosto de entrar em rotinas. Mas nesta vida não há nada rotineiro, os espectáculos são sempre tão diferentes. Há sempre um lado de improviso. Há quem diga que eu, por vezes, não sei cantar as minhas letras, que as subverto, mas tem a ver com o sítio onde estou. O que mais teme: deixar de ter voz ou deixar de ter público? Perder a voz. Deixar de ter público não é o que mais me preocupa, apesar de haver sempre uma grande insegurança todos os dias. Não é imposto, mas quando não houver solicitações é um bocado chato, porque ficamos ali encostados à parede. Deixar de cantar também. Sempre toquei um bocadinho mal, por isso teria de voltar a uma música mais instrumental e virar- -me talvez para outras áreas. Gostaria de realizar ou participar num filme? Gostava de ter mais tempo para a arte fílmica, mas não tenho nem conhecimento nem tempo nem talento. Tinha de me dedicar completamente a isso. Ainda não consegui parar porque não me deixam. Felizmente por um lado. Somos solicitados e é difícil dizer não. Mas quando vejo que o grande Manuel de Oliveira começou a filmar aos 50, eu estou com 55 anos, já vou com cinco anos de atraso. Tenho de recuperar. Disse numa entrevista que era bom que o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, se candidatasse à liderança do PSD, para desamparar a loja. Não gosta do seu trabalho ou não se identifica com a ideologia social- -democrata? Não tem a ver com questões políticas, até porque no caso das autarquias são projectos pessoais. Não concordo com a política cultural da Câmara do Porto. Basta ver ao que aquilo chegou. O Rui Rio deve ser uma excelente pessoa, um excelente contabilista, mas não é ao meu gosto. Disse isso com uma certa maldadezinha, porque quando apanharem este tipo a primeiro-ministro vão ver os subsídios. O pessoal da capital do império, sempre tão agarrado ao tacho, vai dizer: 'ai o meu subsídio'. De facto, é difícil viver sem rede e nós trabalhamos há muitos anos sem rede. Isso leva-vos a arriscar mais? Por um lado, mas por outro é injusto porque vemos que há pessoas que levam uma vida mais tranquila e que podem abraçar outros projectos, porque têm posses para isso. Nós é quase sempre conquistado anualmente. É esquisito mesmo quando pedimos apoios e dizem: 'quero ouvir o próximo disco'. Como se tivéssemos sempre de provar alguma coisa. A cultura em Portugal é maltratada? É ignorada. Sou mais pela civilização e acho que somos incivilizados. Culturalmente temos aspectos muito interessantes, mas devido a essa incivilização é que acho que é muito ignorado. Depois há umas elites muito oportunistas. Estou um bocadinho farto de ver aquela palha toda da elite. JORNAL DE LEIRIA SOCIEDADE ENTREVISTA A cultura é ignorada em Portugal É muita fachada? É. Não é o caso do B, porque até simpatizo com o B Fachada, mas a fachada A, da classe A, é muito redundante. Quando era primeiro-ministro de Portugal, Durão Barroso afirmou que o País está de tanga. Passados quase dez anos, como vê agora Portugal? Talvez de top. As medidas previstas no Pacto de Estabilidade e Crescimento são males necessários? As pessoas perdem tanto tempo a falar do partido A e do partido B, quando é uma altura para darmos as mãos e deixarmo- -nos de pequenas diferenças, senão isto não vai a lado nenhum. Não é a encravar a engrenagem que vamos lá. O Terreiro do Paço precisa de um abanão Como classifica a competição desmedida existente entre Lisboa e Porto? A culpa é do futebol? É uma perda de tempo. Gosto muito da posição da Catalunha. Não tem nada a ver com Madrid. É olhar para o futuro e deixar a casa real e aqui é um bocado assim. O Terreiro do Paço precisa de um abanão. Está tudo muito instalado e é o único local que tem um projecto, pelo menos dura mais uns quatro ou cinco anos, e o resto do País está a ficar um bocado paisagem. Concorda com a escolha de André Villas Boas para treinar o FC Porto? Para já simpatizo muito com aquela onda guerreira e kamikaze, como o Dr. Jesus. 26 de Agosto de Perguntas dos Outros Não me considero um bom músico Pedro Vindeirinho, Rastilho Records Os GNR são um dos nomes incontornáveis do pop-rock português. Como vê o (res)surgimento nos últimos anos de novas bandas nacionais apostadas em cantar em português? Que nomes destacaria e/ou aconselhe? Vejo com muito agrado, saber que esta não é uma actividade em vias de extinção. No outro dia, o nosso baterista, que tem um estúdio no Porto, disse: aqui chegam a estar mais de 60 novas bandas a ensaiar umas a seguir às outras. É fantástico. Dificilmente dará para todos, mas vejo como maneira de se ganhar identidade. Depois também fico contente por saber que estes projectos deixam de ser projectos e passam a ser consequências. No caso dos portugueses acho muito importante. Nomes como Armando Teixeira, dos Balla, que está com um disco a sair, o pessoal da FlorCaveira, os Pontos Negros, B Fachada, entre outros. Há mesmo um movimento que pode ser uma das maneiras mais simpáticas e positivas de eternizarmos esta comunicação de língua. Quando começámos, na década de 70, os grupos tinham muito a tendência de serem imitações de grupos lá de fora. Depois é por modas. Agora o português é piroso, ora agora já se usa. A língua não é uma moda. Henrique Pinto, presidente do Orfeão de Leiria O Ministério da Educação limitou o tecto de financiamento aos alunos do ensino articulado da música, já depois das matrículas feitas, mas introduz planos de estudo, que implicam aumento de custos. Como vê este processo? O ensino da música é essencial. Se eu tivesse tido um ensino de música adequado, se calhar era um bom músico. Não me considero um bom músico. Considero-me um curioso destas artes. Por vezes, tenho pena. A minha opção também é contraditória porque também sorrio a quem diz que nas artes de rua e espontâneas, como o fado e o pop/rock: quem sabe faz, quem não sabe ensina. Não posso deixar de pensar que o jazz, como eu gostava, perdeu um pouco quando ganhou em academismo. Mas tem de haver um lado rebelde, como o hip hop tem, e um lado de conhecimento dos instrumentos, sobretudo do passado. Faz muita falta aos músicos contemporâneos ter uma visão do passado. Cortar ao ensino vai contra o desejo dos jovens, que querem de facto ir para a música.

18 18 26 de Agosto de 2010 SOCIEDADE OPINIÃO JORNAL DE LEIRIA Aduas semanas do início do ano lectivo o Ministério da Educação (ME) voltou a fazer das suas. Não sendo capaz de completar a tempo e horas o trabalho de casa, o ME elimina de uma assentada centenas de escolas. Concordo que era mais que necessário um reordenamento da rede pública, colocando escolas obsoletas e sem alunos na perspectiva de poderem vir a ser transformadas em outro tipo de equipamentos concelhios. No entanto, o que não se entende é como o ME toma tal decisão em cima do começo do ano escolar, sendo incapaz de realizar estudos e de tomar decisões em tempo adequado. Mas, bem vistas as coisas, é assim que trabalha o ME: para quem conhece minimamente o funcionamento desta máquina burocrática, pesada e kafkiana sabe que as cabeças pensantes não dão sossego legislativo às escolas, todos os dias saindo portarias, decretos, despachos, depois despachos clarificadores a esclarecer o que os despachos tinham tornado complexo e, por fim, a mais inovadora, trituradora, por vistos legal (?) e impessoal forma de legislar: o correio electrónico e a página da web do ME. O p i n i ã o Acidentes, incêndios e chumbos Mas o problema do encerramento de escolas não se fica por aí: a questão do desenvolvimento do interior e da desertificação progressiva do país são também visíveis no fecho das escolas e de outros serviços. A pouco e pouco, Portugal será apenas uma tira de 800 km de litoral por pouco mais de 100 km de largura; as consequências políticas e geo-estratégicas da ausência de políticas que ajudem a fixar população definirão como será a nação depois de Por outro lado, sendo os novos centros escolares uma boa solução para o parque escolar envelhecido, não respondem, só por si, aos problemas do sucesso escolar. Se um ambiente de aprendizagem novo e tecnologicamente avançado é bom, tal não permite ligá-lo, de forma causal, a novas formas efectivas de aprendizagem: no 1º ciclo as TIC podem ser importantes mas não são o mais importante: aqui, o professor é a ferramenta essencial e o computador, embora se possa usar, não é, tal como a calculadora, sinónimo de aprendizagem adequada. Aliás, os teóricos do eduquês, ao atribuírem ao computador e à calculadora virtudes milagrosas estão a decapitar o desenvolvimento das capacidades cognitivas. Longe vai A pouco e pouco, Portugal será apenas uma tira de 800 km de litoral por pouco mais de 100 km de largura; as consequências políticas e geo-estratégicas da ausência de políticas que ajudem a fixar população definirão como será a nação depois de 2050 FERNANDO JOSÉ ROIGUES Professor, escritor ao tempo, e esses teóricos sabemno, em que o computador (ainda longe da net) era visto como a grande resposta para os desafios da escola. Nada, mas mesmo nada, pode substituir o professor e a capacidade de estudo do estudante. Se este não estudar, se a família pouco se interessar e não participar na sua caminhada pelos caminhos do conhecimento, então não há TIC que ajude o aluno. Por isso, a escola do século XXI que a Ministra apregoa tem de começar por medidas eficazes e simples: estatuto do aluno, com penalizações adequadas para os que não querem estudar, turmas com menos de 22 alunos e não as actuais com 28 e 30. Depois, ainda mais simples, deixar que as escolas possam respirar, dar-lhes a autonomia que podem ter. E deixar de estar sempre a comentar, a opinar, a causar celeuma A última de Isabel Alçada foi sobre os chumbos. Falou por falar, disse depois, como se a palavra de um ministro não esteja sempre a ser escrutinada. Falta-nos cá o Rey de España (pouco falta!) para lhe dizer,!?porque no te callas!? Mas voltando aos chumbos, todos nós queremos acabar com eles. Claro! Como queremos acabar com os acidentes na estrada, como queremos acabar com os incêndios, como queremos acabar com a insegurança nas ruas, como queremos acabar com o desemprego, como queremos acabar com o ralenti da justiça. Mas nada disto se concretiza apenas sendo verbalizado nos jornais. São precisas políticas ajustadas. E no caso da educação, o que se suspeita é que está em marcha mais uma campanha administrativa para que os chumbos desapareçam. Eis como vai a educação e a escola pública, entregue a burocratas que procurarão fazer dos nossos descendentes os grandes analfabetos, apesar das TIC. Por isso proponho que, já, agora mesmo no início do ano lectivo, se extinga o Ministério da Educação, entregando a uma pequena Secretaria de Estado a gestão corrente dos assuntos educativos; as Direcções Regionais de Educação (E) eram também exterminadas. Milhares de ex-professores, tão afectos e dedicados ao eduquês, voltavam de imediato às escolas para aí, in loco, dar os seus contributos à causa, com as suas mastodônticas e perfeitas teorias educativas. Com estas medidas a educação em breve voltaria ao seu normal e, juro-vos, ninguém ia dar pela falta do dito Ministério. Há dias, polemizouse nos EUA as férias da Primeira Dama e sua filha, na Costa do Sol em Espanha. Dizia-se não ser oportuno empreender tal viagem, porque o país estava em crise, e que a 1ª dama deveria ser mais patriota, em vez de ir para Espanha deveria veranear no golfo do México, entre o crude derramado pela BP, para dar o exemplo Este tipo de reacção confirma que mesmo nos EUA, não há nada melhor para fazer que criticar os actores políticos no Verão. O episódio distrai de situações graves como a presença militar no Afeganistão, que mantém um estado inútil de coisas e a escalada bélica que caminha para o fiasco e gera a ascendência dos taliban Mas, como a vida no Verão é mais tranquila, fala-se de coisas com transcendência efémera: A Srª. Obama vai de turismo a Espanha. Isto já é motivo de polémica e discussão televisiva para espectadores em calções e chancas. Discute-se a oportunidade e conveniência, de onde e como a Sr.ª Obama foi de turismo, mas não o facto de ter direito a fazê-lo. Será o turismo uma actividade sujeita a debate? Pois sim. É hora de começar a considerá-lo como uma das belas artes, e uma actividade básica para o desenvolvimento da humanidade, e o turista um ser digno de estudo antropológico e social, por ser uma variedade nómada do homo citadinus. É oportuno fazer estudos académicos, incluindo teses de doutoramento que analisem o seu âmbito. Como sobrevive a meia pensão num período de quinze dias e dezasseis noites, como reage à falta de comida de casa, como se sente e esteticamente como se veste adaptado a um meio adverso, ou mesmo como sobrevive a desarranjos intestinais e suporta altas temperaturas, para conhecer ruínas monumentais in situs Canais especializados transmitem nesta altura programas turísticos, em que uns jovens percorrem o mundo para nos ensinar os costumes próprios de cada sítio, e os monumentos que se devem ver obrigatoriamente. Ao nível das ciências sociais e económicas, o turista é já uma espécie a preservar, e em muitos países é a principal fonte de rendimentos; como sucede com o atum, mas morto. Ao contrário do perciforme, o turista deve-se conservar vivo e com o cartão de crédito activo. Era tempo de haver estudos aprofundados sobre o turista numa Também estive aí O ser humano não é o mesmo ao assumir-se como turista num pais tropical a tomar pinha colada, ou em peregrinação a Fátima ANTÓNIO DELGADO professor universitário a_delgado@netcabo.pt secção entre as ciências sociais, biológicas, etnográficas e económicas e de estudar o turismo como espécie, não como ramo da hotelaria, centrada na compra e venda de bilhetes e lugares de hotéis e aviões Deve-se ir ao cerne da questão e analisar com profundidade, não apenas o fenómeno do turismo, mas o próprio turista em si, como um ser com entendimento e vontades. Coube aos britânicos a invenção desta actividade gerada em simultâneo pela expansão do seu império. Enquanto as suas tropas se estendiam pelo mundo, corriam a seu lado as companhias comerciais inventando o vagão-restaurante, a genebra, o baú das caixas, e o celebre Phileas Fogg. Os britânicos são especialistas em promover novidades e criar regras sobre elas. Quando saíram a conhecer o mundo, as duas coisas que logo fizeram foi: escrever uma guia de viagens e espoliar todos os monumentos, com a desculpa que esses espólios estariam melhor no Museu Britânico. Por aqui ainda se imputa aos franceses a pilhagem dos nossos monumentos no período das invasões, mas foram os ingleses a possuir o livre acesso a todos esses bens. No presente, o turista é levado e trazido sem nenhum critério científico, vergado ao pastoreio de guias comerciais. A questão deve ser mais profunda, porque não temos a certeza de que o nipónico que vemos em Berlim não seja o mesmo que estava o ano passado na Batalha. No entanto há uma coisa que o distingue: a forma de vestir. Na Grécia, usam normalmente manguitos como os ciclistas quando sobem um lugar elevado. Mas no Vale dos Reis no Egipto, a 40ºC, tapam-se com chapéus de abas e cobrem-nos com um véu de tule, como uma dama das camélias. Estes detalhes devem ser estudados, do mesmo modo que estudamos os costumes dos Massais. O ser humano não é o mesmo ao assumir-se como turista num pais tropical a tomar pinha colada, ou em peregrinação a Fátima. A origem do turista está na curiosidade em ir ver o que há por aí. Também porque, no fim de contas, todos somos turistas em algum momento por algum motivo, como foram Michelle Obama e os doze carros de escoltas em Marbella, o Dr. Soares nas Seychelles, os peregrinos com bolhas nos pés em Fátima e até o Santo Padre em Portugal durante uns dias. No fundo todos fazemos por mostrar a foto e dizer eu também estive aí.

19 JORNAL DE LEIRIA SOCIEDADE OPINIÃO 26 de Agosto de OProf. Augusto Mateus que andou pelo Movimento de Esquerda Socialista no pós 25 de Abril escrevia, em 2002, que o então existente modelo português mantinha traços particulares que assentavam, nomeadamente, num crescimento onde o ritmo de expansão do consumo público se revela muito mais importante do que no conjunto das economias da União Europeia, por boas (...) e más razões (ineficiência e ineficácia dos aparelhos de administração e gestão, insuficiente planeamento e controlo das despesas correntes...) e num crescimento comportando uma significativa tendência de desequilíbrio externo (...) Neste momento, os resultados desse modelo são sentidos por todos. Por isso, em contra-ciclo com esta quadra de ida a banhos do País, o presidente do PSD, o quarentão Passos Coelho, tomou a iniciativa de avançar, precisamente quando se vive uma crise nacional profunda, com as grandes linhas (fracturantes) de uma proposta para a próxima revisão constitucional, quanto ao modelo de Estado. O primeiro objectivo, ainda que com prováveis custos políticos, foi conseguido: obrigar os tradicionais palradores políticos a ter que falar sobre o assunto e confrontar o País com uma modelo alternativo ao nosso actual Estado-social, de financiamento insustentável. Certamente que ao provocar, com a sua apresentação na próxima sessão da A.R. (art.285º. da Constituição), um aceso debate sobre o texto - ainda que previsivelmente aí rejeitado - interpelará inadiavelmente os cidadãos para uma opção entre um Estadoprovidência, mas falido a prazo, e um outro modelo de Estado, menos adiposo, mas financeiramente mais compatível com as possibilidades da Economia portuguesa. O p i n i ã o Provocação de férias O País terá que escolher, num futuro não longínquo, entre pagar parcialmente do seu bolso certos bens, até agora de prestação pública generalizada JOAQUIM HELENO advogado O País terá que escolher, num futuro não longínquo, entre pagar parcialmente do seu bolso certos bens, até agora de prestação pública generalizada, ou querer continuar com 600 mil desempregados, um contínuo agravamento da dívida pública, um crescimento estagnado e um sistema financeiro que não consegue libertar crédito suficiente ao são desenvolvimento da economia. De facto, não se vê modo de uma economia que cresce entre 0 e 0,5% ao ano, e com uma taxa de natalidade que, segundo o Eurostat, é já inferior a dez por mil pessoas, poder gerar receitas para suportar indefinidamente os encargos financeiros produzidos por este Estado-social. Não será uma questão de neo-liberalismo: é pior; é só uma questão de realismo... Lembre-se que as despesas do Estado aumentaram, em relação ao mesmo mês do ano passado, 7,7 mil milhões de euros, em boa parte pelo agravamento do desemprego e pela necessidade de atribuir um mínimo de apoio social a outros estratos da população, vítimas da crise. Se a isso juntarmos os conhecidos abusos e desperdícios que a tradicional cobertura estatal de actividades favorece (centros de documentação em duplicado em centenas de departamentos públicos; desperdícios, na área da saúde, de medicamentos e de meios contraceptivos pela sua gratuitidade; consumíveis nos serviços com escasso controlo; baixas nem sempre de razoabilidade evidente, etc.), teremos um cenário, aliás, já detectável no dia-a-dia, de um País que se não se corrigir rapidamente, caminha para o abismo. Mesmo que dificilmente acolhida pela maioria dos deputados, se o objectivo da provocação de Passos Coelho aos portugueses foi esse, então ela, porque chocante, foi oportuna: mesmo antes de...férias! O triste fado Há muito tempo que os portugueses vivem sentados em cima de um vulcão, com medo das ameaças que ensombram o futuro, mas paralisados perante o triste fado de uma governação que opta sistematicamente por meias verdades e por navegação à vista, sem uma estratégia clara de crescimento, antes motivada por agradar à esquerda e à direita consoante os interesses que pouco ou nada têm a ver com os verdadeiros interesses nacionais. O actual Governo tem vindo a acentuar junto da opinião pública a desconfiança nas suas capacidades, não conseguindo conter o desgaste de opções (falta delas) que foram arrastando a lava da crise a vários níveis, do endividamento público à crise na Justiça. Mas não se pense que a oposição é, também ela, isenta de culpas. Ao invés da defesa do interesse nacional, o que vemos? Propostas de revisão da Constituição totalmente descabidas de conteúdo e de oportunidades, quando o País resvala para a bancarrota. O estado actual das coisas faz lembrar o Titanic: enquanto o navio se afunda, a banda continua a tocar e a banda são os faits divers que diariamente os telejornais nos relatam, desde as cinzas do vulcão islandês às sessões das múltiplas comissões parlamentares, em cujas conclusões e resultados já ninguém acredita e nos fazem corar de vergonha pelo tempo e dinheiro que implicam. Será que ninguém tem a coragem de dar um murro na mesa e acordar de uma vez o País para os verdadeiros problemas que nos assolam? Ou vamos continuar até 2011 alegremente à espera da clarificação de mais um tabu presidencial, no caso se o PS apoia Alegre, ou se Cavaco sempre avança? E o que dizer do atraso na publicação da Lei do Orçamento e do tão famigerado PEC? Além da inversão lógica da ordem natural das coisas faria todo sentido primeiro definir um rumo e só depois aprovar um orçamento. E o que dizer do PEC? É um bom documento? É óbvio que contem medidas acertadas, revelando a preocupação em evitar o estrangulamento de uma eco- Será que ninguém tem a coragem de dar um murro na mesa e acordar de uma vez o País para os verdadeiros problemas que nos assolam? ORLANDO FERNANDES jornalista nomia que já de si está comatosa. Mas o documento é frustrante pela falta de ambição. Todos temos o dever de exigir mais, porque o que está em causa é o nosso futuro. Como é possível ganhar a credibilidade do País a governar nestes moldes? Infelizmente, ou não, a credibilidade não é coisa que se anuncie, conquista-se com lisura e coerência. Será que o ministro da Economia, que tão boa conta deu no anterior Governo, não consegue delinear uma estratégia coerente de crescimento para o País? Como se explica o crescimento de 1,7% em 2013? Temos de olhar, de uma vez por todas, de forma desapaixonada, para o tecido empresarial e perceber que, quando sério, é esse o verdadeiro motor da economia. Mas para isso temos todos de meter mãos à obra. Por que motivo o PEC não previu medidas de incentivo à poupança mais ambiciosas que permitissem o acesso a mais liquidez e o estancar do êxodo de recursos para o exterior? Embora seja na essência uma medida justa, parece óbvio que vai promover a fuga de capitais. Já em 2000 o efeito foi o mesmo, sendo que a actual falta de credibilidade potencia este efeito. Vamos, assim, amputar o tecido empresarial de se financiar pela via da bolsa, incrementando ainda mais a fuga de capitais? Para além desta medida fiscal totalmente extemporânea, cumpre perguntar porquê a cegueira de enveredarmos pelo caminho das privatizações. Aplicar, como se defende, a receita das privatizações sobre o fogo do défice, sem um plano económico sério, é suicida e, mais grave atentatório da soberania nacional. A seguir vendemos o quê? Ainda no plano fiscal, a maioria das medidas previstas no PEC apenas são aplicáveis em 2011, sob pena de inconstitucionalidade (que significa que só em 2012 se sentirão os efeitos na receita). E então? Vamos continuar à espera que este vulcão português, há muito tempo em erupção lenta, cubra irremediavelmente de cinzas o nosso futuro? Continuaremos apenas a lamentar, como contava a saudosa Amália Rodrigues, que tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é fado?

20 20 26 de Agosto de 2010 SOCIEDADE OPINIÃO JORNAL DE LEIRIA D o s l e i t o r e s Vida por vida São 19:00, depois de um dia de trabalho árduo, o telemóvel toca, é dos Bombeiros Voluntários que orgulhosamente represento, mais um incêndio na nossa área de actuação prioritária, o alerta foi dado a todos os companheiros, temos de actuar já! Após uma troca de olhares silenciosa e receosa com a mulher e filhos, apresso-me a fardar porque todo o tempo é pouco, o cansaço e stress do dia de trabalho fica para trás, agora é tempo de pensar em agir! Eles sabem o perigo que corro quando saio em serviço dos bombeiros, ficam assustados e preocupados com a minha vida e dos meus colegas, o perigo espreita-nos sempre! Dou-lhes um beijo e abraço-os transmitindo-lhes um sinal de confiança e carinho, saio e fecho a porta de casa, deixando para trás quem mais amo neste mundo, indo ao encontro de alguém que está em sérias dificuldades, necessitando da ajuda dos bombeiros. Quando chegamos ao local da ocorrência, somos confrontados com cidadãos, ansiosos pela nossa presença, sabem que vamos ajudar a combater as suas dificuldades naquele momento, vamos tentar proteger os seus bens, vamos tentar conforta-los perante as perdas que eventualmente terão. As suas caras mostram angústia, desespero e tristeza e nós, agarrados ao nosso lema Vida por vida que jurámos defender, tudo faremos para diminuir e ultrapassar as dificuldades que eles vivem nesse momento. A nossa dedicação é sempre prol do bem-estar da sociedade em geral, não pedindo nada em troca, só respeito e dignidade pelo que somos e fazemos. Às mulheres, maridos, filhos e família em geral, um agradecimento profundo pelo carinho e atenção que nos dão quando voltamos a casa, depois da viagem ao inferno que fazemos tantas e tantas vezes ao longo das nossas vidas! Aos meus queridos colegas bombeiros que nos têm deixado de uma forma tão trágica em serviço e aos que ainda lutam pela vida numa unidade hospitalar, quero vos dizer que estão nos nossos corações e que todos os dias estão presentes em nós! Um bem haja aos bombeiros de Portugal! Pedro Miguel Cunha, Bombeiro Voluntário Arribas na Pedra do Ouro esclarecimento A Associação Direitos Comuns foi constituída porque existe um descontentamento por causa da falta de interesse que a Câmara de Alcobaça tem demonstrado em relação à Pedra do Ouro. Neste preciso momento parece que a situação das arribas é o assunto mais actual. A licença foi emitida com três erros principais: Parte da zona em que querem construir está do fora do POOC; Há uma linha de água que atravessa o terreno, o qual por sua vez não tem acesso à via pública ou arruamento. Outros pormenores estranhos: A licença de construção foi pedida para um terreno que se situa numa localização diferente (Alva da Senhora da Vitória), que fica a sul da Pedra do Ouro, sendo o terreno em causa descrito como um prédio rústico terra de semeadura e mato ; As confrontações deste terreno situado na Alva da Vitória foram alteradas por averbamento em Antes do averbamento, o terreno confrontava a poente coma zona marítima e de resto (norte, sul e nascente), unicamente com a Câmara de Alcobaça. Após o averbamento, o terreno continua a confrontar a poente com a zona marítima mas a norte e nascente passou a confrontar com terrenos situados, inequivocamente, na Pedra do Ouro (Camarcão); Não há conhecimento de uma descrição de um terreno com dunas, atravessado por uma linha de água, em que existem edificações tais como um moinho, fornos, casa térrea e muros, sendo este terreno inscrito em nome de quem obteve a licença de construção; Em 2007, os proprietários do terreno confinante começaram a construir uma estrada de acesso em zona verde. Depois de uma intervenção dos moradores, tiveram que parar as obras e repor o espaço no seu estado original anterior. Estes são apenas alguns aspectos estranhos que temos encontrado no percurso. Se construíssem no terreno em causa, estando dentro da lei, este facto seria no mínimo lamentável, estando o terreno tão perto das arribas e estando o POOC, neste momento, a ser revisto. No entanto, se conseguissem construir no terreno em causa, totalmente fora da lei, seria uma situação inaceitável que pretendemos impedir. Podemos acrescentar a esta situação que eles dispõem de influência e poder e nós acreditamos na lei. É por isto que iremos vencer esta causa. Cristina Ever, Associação Direitos Comuns -Preservação, Protecção e Desenvolvimento da Praia Pedra do Ouro Obra ilegal na Barreira? O Solar do Visconde da Barreira e o seu jardim, são propriedade do Município de Leiria. Este espaço público é uma referência histórica e cultural para a população desta freguesia. Neste momento, encontra-se em fase de construção um edifício com dois andares no espaço do jardim, para servir de café/sede de uma colectividade local (Rancho Folclórico). Esta construção, no terreno do Jardim do Visconde, não é bem vista pela esmagadora maioria da população da freguesia da Barreira. Está esteticamente desenquadrada com o edifício do solar e degrada o jardim, que deveria ser preservado, dado também a sua importância em termos de diversidade arbórea. Por outro lado, está a causar enorme estranheza junto da população a autorização por parte da Câmara para esta obra. Pelo que sei, todo o terreno (jardim e solar) está registado com um único número na conservatória, e não consta que haja qualquer desanexação de parcela de terreno ou cedência de direito de superfície à colectividade em causa, para efeito de construção. Por outro lado, e mais grave, não existe nenhum alvará de licenciamento atribuído pela Câmara à colectividade, para a construção em causa (pelo menos não se encontra afixada qualquer licença). Se nenhum particular pode construir sem obter previamente o respectivo licenciamento e alvará por parte do Município, as colectividades podem? E podem construir num terreno municipal sem base legal para o fazer. Quer a Câmara, quer a colectividade estarão a cometer certamente ilegalidades neste processo, que é penalizador principalmente para a população desta freguesia. M. J. Cunha Rádio Batalha fecha portas em breve??? Rumores correm que a Rádio Batalha foi vendida a uma seita religiosa??? Estaremos perante um dejá vue, de há uns anos atrás, quando a concorrente Rádio Liz foi adquirida pela IURD? Já se vendem por tão pouco? Antes eram uma estação respeitada e ouvida por todos e agora andam na boca do povo pelos motivos errados, ou, por outras palavras, por não satisfazerem minimamente os ouvintes. Má regência de valores? Desorganização interna? Associações com membros menos dignos de confiança ou com valores pouco crédulos? Certo porém que nunca esteve em tão baixa estima uma das que foi outrora a mais ouvida da região e que agora não passa de mais uma que não tarda fecha as portas por falta de saldo. Credibilidade é palavra que não consta nos vocabulários dos outrora patrocinadores dessa estação. Hoje quase ninguém sintoniza FM, a menos que por caridade pois pela grelha de programas torna-se difícil... Mudamse as direcções e os valores de outrora que dizeis não serem jamais esquecidos desaparecem. Por exemplo, este ano a rádio não festejou o seu aniversário. Já fechou as portas? Esqueceram-se? A nova direcção não está ao corrente do dia ou do mês em que a rádio iniciou funções? Nem tão pouco tiveram a delicadeza ou cortesia de avisar que tal festa não iria acontecer, por motivos que desejam que sejam alheios a todos mas que transparecem a cada dia que passa na fraca qualidade dos programas e na imagem de total alheamento daqueles que tentam puxar um barco encalhado para a frente... Melhores dias desejo pois pelo rumar do bote a salvação é missão impossível... Carlos Lanceta, Alemanha, carlos.zeiss@hotmail.com Marqueses de Leiria 22º aniversário Como vai sendo hábito no historial dos Marqueses de Leiria, teve lugar mais um encontro, no passado dia 7, num solar próximo de Leiria, desta feita para comemorar o 22º aniversário. Temos a coragem de resistir e, como tal, vale a pena continuar a confraternizar, continuando a dar corpo ao espírito de uma ideia, que esteve na mente dos fundadores, em É bom constatar que ainda existem valores que teimam em não desaparecer, intemporais, firmes, com carácter. Oxalá conservemos para todo o sempre a sã camaradagem que a todos nos une ( ). As intervenções estiveram a cargo do marquês presidente, Joaquim Santos. O estilo, a classe, a paixão, o sentimento e o carinho com que vive os Marqueses, levamnos a concluir que temos o homem certo no lugar certo. De realçar na sua intervenção uma singela mas sentida homenagem aos marqueses já falecidos. Outra não menos brilhante intervenção do dia esteve a cargo do marquês Fausto Fernandes que nos brindou, uma vez mais, com um texto fantástico sobre o tema A riqueza do tempo. Depois da música e a terminar, como sempre, foi cantado por todos os presentes o hino dos Marqueses de Leiria. Marqueses de Leiria, marquesesdeleiria@hotmail.com A Direcção do JORNAL DE LEIRIA recebe com agrado para publicação a correspondência dos leitores que tratem questões de interesse público (direccao@jornaldeleiria.pt) O JORNAL DE LEIRIA reserva-se o direito de seleccionar os trechos mais importantes das Cartas ao Director devidamente identificadas, publicadas nesta secção

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