Representante do Ministério Público: MARIA ALZIRA FERREIRA;

Transcrição

1 Tribunal de Contas da União Representante do Ministério Público: MARIA ALZIRA FERREIRA; Assunto: Aposentadoria Colegiado: Segunda Câmara Classe: Classe V Sumário: Aposentadoria. Determinação, por meio da Decisão nº 108/ TCU - Plenário, da aferição das certidões por tempo de serviço em que consta averbação de tempo em atividade rural. Diligências aos interessados. Pronunciamento do INSS em relação às averbações. Não comprovação da legitimidade das averbações por dois dos interessados acima. Julgamento pela ilegalidade de das aposentadorias desses interessados e pela legalidade do terceiro interessado. Natureza: Aposentadoria Data da Sessão: 25/10/2001 Relatório do Ministro Relator: Transcrevo, em seguida, instrução da Srª Mônica de Lima Macedo: Trata-se de processo consolidado relativo as aposentadorias de Flávio José Carvalhoova, João Urcino Ferreira e Odilon Vieira Silva, servidores da Delegacia de Administração do Ministério da Fazenda no Distrito Federal. Em consonância com o teor da Decisão nº 108/2000-Plenário, que determinou a aferição de todas as certidões por tempo de serviço em que consta averbação de tempo em atividade rural, a SEFIP expediu a diligência de fl. 16, com o objetivo de que os interessados providenciassem o pronunciamento formal do INSS no tocante à legitimidade da referida averbação, ante o disposto no art. 24 e seu parágrafo único da Portaria MPAS/GM nº 4.273/97 (fl.16).

2 Em atendimento à diligência supra a Diretoria de Auditoria de Programas da Área de Administração encaminhou o Ofício nº 6563/DAPES-SFC-MF, de 22/12/2000, acompanhado de cópia do Memorando nº 695/2000-GAB/DAMF/DF e anexos, contendo os seguintes esclarecimentos solicitados pelo Tribunal (cf. fls. 17/24). O servidor Flávio José Carvalho Vilanova, com tempo rural averbado de 04 anos, 06 meses e 10 dias, requereu junto ao INSS a ratificação da certidão por tempo de contribuição rural, através do Proc. 4276/93. O INSS indeferiu o pleito em questão, concedendo o prazo de quinze dias para o interessado interpor recurso, conforme o despacho de fl. 19. O servidor João Urcino Ferreira, com tempo rural averbado de 06 anos, 03 meses e 03 dias, informou por telefone, que está providenciando o pronunciamento formal através do Proc. nº / No entanto, não compareceu a esta DAMF para entregar cópia do referido processo. Quanto ao servidor Odilon Vieira Silva, com tempo rural averbado de 03 anos, 00 meses e 02 dias e com mais de 40 anos para aposentadoria, requereu através do Proc /00-01, cópia em anexo, a exclusão do tempo rural, passando a contar com 37 anos, 11 meses e 00 dias. O mapa de tempo de serviço, o título declaratório de inatividade e a ficha de concessão manual foram refeitos consoante fls. 22/24. Os dados acima referidos foram atualizados no sistema SISAC por esta Secretaria, conforme os formulários juntados às fls. 25/29. Os atos relativos aos servidores Flávio José Carvalho Vilanova e João Urcino Ferreira devem ser considerados ilegais, pois, até a presente data, não apresentaram elementos capazes de comprovar a legitimidade da averbação dos respectivos tempos rurais. Por outro lado, excluindo os períodos que estão sendo questionados junto ao INSS, ambos servidores não completariam o requisito temporal para aposentadoria proporcional ou integral. Ante o acima exposto, tendo em vista os esclarecimentos prestados pela DAMF-DF, proponho ao Tribunal que: a) considere legal o ato de fls. 25/29 e ordene o seu registro em favor de Odilon Vieira Silva; e b) considere ilegal e recuse o registro dos atos de concesão de aposentadorias de Flávio José Carvalho Vilanova (fls. 01/05) e João Urcino Ferreira (fls. 06/10).

3 2.O Sr. Diretor e o Sr. Secretário manifestaram-se favoravelmente à proposta de encaminhamento fornecida pela Srª Analista. 3.O Ministério Público ratificou a proposta de encaminhamento fornecida pela Unidade Técnica. Voto do Ministro Relator: Conforme anotado na instrução acima, o TCU determinou a realização de diligências com intuito de verificar a legitimidade de certidões de em que consta averbação de tempo em atividade rural, para fins de aposentadoria. 2.A despeito de ter sido solicitado aos responsáveis que obtivessem o pronunciamento formal do INSS sobre tais documentos, os servidores Flávio José Carvalho Vilanova e João Urcino Ferreira não apresentaram elementos que comprovassem a regularidade das referidas certidões. Considero, ainda, que se deva em relação a esses servidores aplicar o entendimento consubstanciado na Súmula nº TCU, para dispensar o ressarcimento das importâncias recebidas indevidamente, por se presumir a boa-fé de ambos. 3.Consoante ressaltado pela Unidade Técnica, com a exclusão dos períodos questionados, nenhum dos servidores teria completado o requisito temporal para aposentadorial proporcional ou integral. O Sr. Odilon Vieira Silva, por sua vez, requereu a exclusão do tempo de atividade rural. Com isso, passou a contar com 37 anos e 11 meses de serviço, o que lhe autoriza a obter o benefício da aposentadoria. 4.Ante o exposto, acolhendo em os pareceres da Unidade Técnica e do Ministério Público, Voto por que o Tribunal adote a Decisão que ora submeto à apreciação desta 2ª Câmara. TCU, Sala das Sessões, em 25 de outubro de BENJAMIN ZYMLER Interessados: Interessados: Flávio José Carvalho Vilanova, João Urcino Ferreira e Oldilon Vieira Silva Decisão: A Segunda Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, DECIDE: julgar ilegal as concessões dos Srs. Flávio José Carvalho Vilanova, João Urcino Ferreira e recusar o registro dos respectivos atos de aposentação, dispensando-se a

4 reposição dos valores recebidos, conforme entendimento consubstanciado na Súmula nº 106 da Jurisprudência deste Tribunal; e julgar legal o ato de aposentação do Sr. Odilon Vieira Silva e ordenar o seu registro; Grupo: Grupo I Indexação: Aposentadoria; Certidão de Tempo de Serviço; Atividade Rural; Ato Concessório; Averbação; Data da Aprovação: 30/10/2001 Unidade Técnica: SEFIP - Secretaria de Fiscalização de Pessoal; Quorum: Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Adylson Motta, Ubiratan Aguiar e Benjamin Zymler (Relator). Ementa: Aposentadoria. Cumprimento de decisão do TCU. Apreciação de atos de concessão visando o exame da legitimidade das certidões de tempo de serviço rural averbado para fins de aposentadoria. Ilegalidade quanto à aposentadoria de dois interessados. Suspensão dos pagamentos. Aplicação da Súmula 106 do TCU. Legalidade quanto ao terceiro interessado. Data DOU: 01/11/2001 Número da Ata: 39/2001 Entidade: Órgão: Delegacia de Administração do Ministério da Fazenda no Distrito Federal Processo: /2000-2

5 Ministro Relator: BENJAMIN ZYMLER;