Assunto: Denúncia acerca de possíveis irregularidades ocorridas na cobrança de anuidades pelo CRTR - 5ª Região/SP.

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1 Tribunal de Contas da União Dados Materiais: Decisão 631/97 - Plenário - Ata 36/97 Processo nº TC /97-0 (Sigiloso) Responsável: Sérgio Tadeu Alves Scaldaferri, Presidente Entidade: Conselho Regional de Técnicos em Radiologia - CRTR/5ª Região/SP. Relator: Ministro José Antonio Barreto de Macedo Representante do Ministério Público: Dr. Marinus Eduardo De Vries Marsico Unidade Técnica: SECEX/SP Especificação do "quorum": Ministros presentes: Homero dos Santos (Presidente), Adhemar Paladini Ghisi, Carlos Átila Álvares da Silva, Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça, Paulo Affonso Martins de Oliveira, Iram Saraiva, Humberto Guimarães Souto, Bento José Bugarin e o Ministro-Substituto José Antonio Barreto de Macedo (Relator). Assunto: Denúncia acerca de possíveis irregularidades ocorridas na cobrança de anuidades pelo CRTR - 5ª Região/SP. Ementa: Denúncia formulada contra o Conselho Regional de Técnicos em Radiologia de SP. Irregularidades na cobrança de anuidades. Ausência de controle nas finanças do referido Conselho gerando intimação aos indevida de profissionais inscritos para saldarem anuidades. Conhecimento. Procedência. Juntada às contas. Data DOU: 07/10/1997 Página DOU: Data da Sessão: 17/09/1997 Relatório do Ministro Relator:

2 GRUPO II - CLASSE VII - Plenário TC /97-0 (Sigiloso) Natureza: Denúncia. Entidade: Conselho Regional de Técnicos em Radiologia - CRTR/5ª Região-SP. Responsável: Sérgio Tadeu Alves Scaldaferri, Presidente. EMENTA: Denúncia acerca de possíveis irregularidades ocorridas na cobrança de anuidades pelo CRTR/5ª Região/SP. Procedência, em parte, da denúncia. Cancelamento do Sigilo. Juntada às contas. Ciência ao interessado. Trata-se de denúncia formulada sobre os seguintes atos supostamente irregulares que teriam sido praticados pelo Conselho Regional de Técnicos em Radiologia - 5ª Região/SP: a) envio de intimação, para o local de trabalho dos profissionais inscritos no Conselho, com vistas a saldarem débitos inexistentes, denotando tal procedimento que a Entidade não mantém o controle de suas finanças, posto que, se o pagamento das anuidades é feito unicamente através de Boleto Bancário, é evidente que a Requerida saberia com clareza distinguir os devedores dos não devedores; b) a Autarquia recebeu algumas anuidades na Conta Corrente nº , Agência 117, contra o Banco Bandeirantes, em nome de Carlos Augusto da Silva. 2. A Sra. Analista, instruindo o feito às fls. 84/85, tece, dentre outras, as seguintes considerações: com relação ao alegado descontrole financeiro: a) o denunciante apresenta, para comprovar a irregularidade, cópia do Relatório de Auditoria Especial nº 06/95 da CISET/MTb, juntando, ainda, cópias de intimações acompanhadas dos comprovantes de pagamentos das anuidades cobradas; b) o supramencionado Relatório instrui a Prestação de Contas da Autarquia referente ao exercício de 1995 (TC /96-7), na qual está sendo analisada a aludida irregularidade a partir dos mesmos elementos ora apresentados; quanto ao pretenso recebimento de anuidades em nome de Carlos Augusto da Silva: a) o denunciante apresenta, a título de indício de irregularidade, cópia de boleto bancário não quitado e cópia de conta apócrifa em que se estabeleceria a correlação entre os valores constantes do boleto e as anuidades devidas ao Conselho;

3 b) ante a evidente impossibilidade de se obter, mediante procedimentos de auditoria, as provas que indiquem a arrecadação de anuidades em contas bancárias de terceiros com possível desvio de recursos, eis que toda a documentação da autarquia foi furtada ou destruída (fls. 93 do TC /96-7), seria indispensável a apresentação pelo denunciante de documentos que comprovassem o fato; c) examinando-se os autos do TC /96-7 (Prestação de Contas do exercício de 1995), constata-se que o fato denunciado era do conhecimento da Comissão de Inquérito instituída pela Portaria nº 07, de , constando, às fls. 22, Anexo, do referido processo, termo de depoimento do Sr. Airton Benedito Gonçalves, então Presidente do Conselho, em que afirma que o Sr. Sérgio Tadeu Alves Scaldaferri, seu antecessor na Presidência da Autarquia, teria delegado a cobrança das anuidades ao Sr. Carlos Augusto da Silva, proprietário da empresa CONTESP, que prestava serviços à autarquia; d) não se comprova tal desvio de recursos, mas tão-somente relata-se a prática de procedimento de cobrança manifestadamente irregular, podendo dar causa a desvio; e) referido contrato foi alcançado pela supramencionada Portaria nº 07/96, que, além da instauração de Inquérito Administrativo, determinou a rescisão de todos os contratos de prestação de serviços celebrados pela autarquia sem observância da Lei de Licitações Públicas e instituiu comissão de julgamento de licitações. 3. Ante o que expôs e por tratar a denúncia de matéria a ser apreciada nos autos do TC /96-7, Prestação de Contas do exercício de 1995, que se encontra em diligência determinada pelo Exmo. Sr. Ministro-Relator, propõe seja autorizada a juntada do presente processo àquela prestação de contas para exame em conjunto, nos termos do art. 140 do Regimento Interno do TCU (fls. 85). 4. O Sr. Secretário de Controle Externo Substituto, por considerar que o caráter sigiloso atribuído ao presente processo não se estende ao referente às Contas da Autarquia, opina no sentido de que "sejam estes autos sobrestados até que seja proferida decisão definitiva nas aludidas Contas" (fls. 86). 5. Ouvida por iniciativa deste Relator, a douta Procuradoria, assim se pronuncia, no essencial (fls. 90): "Compulsando os autos, observamos que, dissociadas do foco

4 central da denúncia, esta reportando-se basicamente à cobrança de anuidade devidas por profissionais inscritos no referido Conselho, a fls. 21 a 26 dizem respeito a possível irregularidade na aquisição de equipamentos de informática, apreendidos pelo Departamento da Receita Federal, não havendo pronunciamento específico da SECEX/SP a respeito desse fato. Outrossim, em atenção à honrosa solicitação de audiência propiciada pelo Eminente Relator José Antonio Barreto de Macedo (fl. 89), e considerando a natureza do denunciante, não vemos óbice a que o Tribunal, desde já, conheça da denúncia e, sem ferir o disposto no art. 55 da Lei nº 8.443/92, levante o sigilo do processo, determinando sua juntada ao TC /96-7, para exame em conjunto, dando a conhecer ao denunciante o teor do que vier a ser decidido. É o relatório. Voto do Ministro Relator: Consoante assinalou o Sr. Secretário-Substituto da SECEX/SP, as possíveis irregularidades denunciadas já figuram no processo de Prestação de Contas do Conselho relativo ao exercício de 1995 (TC /96-7). 2. Quanto à possível irregularidade na aquisição de equipamentos de informática, de que dá notícia o expediente por cópia às fls. 21, e a que faz alusão o nobre Representante do Ministério Público que atuou nestes autos, em verdade não constitui objeto da presente Denúncia, eis que o referido expediente, além de não ter sido firmado pelo denunciante, é dirigido à Inspetoria da Receita Federal em São Paulo. Destarte, ante as razões invocadas pela douta Procuradoria, "data vênia" do parecer da SECEX/SP, voto por que seja adotada a decisão que ora submeto à apreciação deste E. Plenário. Decisão: O Tribunal Pleno, diante das razões expostas pelo Relator, DECIDE: 1 - conhecer da presente Denúncia para considerá-la procedente, hava vista que as irrgularidades denunciadas já estão sendo objeto de apreciação no processo de Prestação de Contas do CRTR/5ª Região/SP relativa ao exercício de 1995 (TC /96-7); 2 - cancelar a chancela de sigiloso aposta a estes autos; 3 - determinar a juntada deste processo ao da Prestação de Contas do Conselho Regional de Técnicos em Radiologia - 5ª Região/SP

5 relativa ao exercício de 1995, de conformidade com o art. 194, inciso I, do Regimento Interno; 4 - dar ciência desta Decisão, bem como do Relatório e Voto que a fundamentam, ao denunciante. Indexação: Denúncia; Entidade de Fiscalização Profissional; SP; Pessoal; Débito; Cobrança; Anuidade;