Quantos passos posso dar? : Construindo a autonomia na infância
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- Artur Veiga Gusmão
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1 Quantos passos posso dar? : Construindo a autonomia na infância FE RNANDA PALHARE S LIA BEATRIZ DE LUCCA FREITAS
2 LAPEGE Pesquisas na área do desenvolvimento moral e formação ética Parceria com escolas públicas e privadas de Porto Alegre Parceria com University of North Carolina at Greensboro USA
3 Começando A história de Marcos: Marcos, um menino de 10 anos, entra na fila da cantina de sua escola, acha e pega para si uma nota de cinquenta reais. No caminho até chegar ao caixa, faz uma reflexão a fim de decidir se deve ou não devolvê-la. O que Marcos deveria fazer? Se fosse seu(sua) filho(a), o que deveria fazer?
4 A resposta Relacionada à escala de valores DECISÃO VALOR TIPO DE VALOR Ficar com o dinheiro Riqueza Material Devolver o dinheiro Honestidade Moral
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6 Educação para a Moral Educação doutrinária Educação relativista
7 Educação doutrinária Valores são impostos. Regras, colocadas através de uma figura de autoridade, são obedecidas por temor de consequências negativas. A ausência da figura de autoridade não garante a manutenção das regras estabelecidas.
8 Educação relativista Cada indivíduo pauta suas ações de acordo com o que ele acha correto e bom. Não existe uma reflexão sobre os valores, a interação com os demais e com o ambiente. A adoção de valores passa a ser uma construção individual, o que pode permitir que valores e contra valores coexistam.
9 Questões atuais De quem é a responsabilidade da educação de valores morais? Como educar as crianças com foco nos valores morais? Qual a importância e efetividade de uma educação voltada para valores morais?
10 Questões atuais Em pesquisa sobre o papel da família e escola na educação moral, os dados indicaram que muitos educadores consideram que a função de educar moralmente deveria ficar a cargo da família, que ao fracassarem no cumprimento desta função, delegam a responsabilidade de volta para as escolas (Menin, Bataglia, & Zechi, 2013).
11 Questões atuais Entretanto, pais e professores são inevitavelmente modelos para as crianças. Podem ser bons modelos, moralmente falando, ou péssimos. Em qualquer dos casos suas ações, seus julgamentos e os valores que se exteriorizam farão parte do modo de ser das crianças (Menin, Bataglia, & Zechi, 2013).
12 Educação Moral A cooperação entre família e a escola é fundamental. No âmbito familiar, a criança tem um primeiro contato com as regras que irão guiar seus comportamentos. No âmbito escolar, a criança tem a possibilidade de entrar em contato com outras regras, ampliar seu sistema de valores, além de aprender uma postura crítica sobre as regras até então colocadas.
13 Jean Piaget
14 Desenvolvimento moral Toda moral consiste num sistema de regras, e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por estas regras Piaget (1932/1992)
15 Desenvolvimento moral Estudo das regras dos jogos infantis pela visão das crianças Prática das regras Consciência das regras Respeito
16 Dois tipos de respeito Unilateral: tem origem nas relações coativas estabelecidas entre a criança e os mais velhos (pais, professores, etc.). É no interior das relações de coação que nasce a obediência. Mútuo: diz respeito às relações cooperativas e relaciona-se com a reciprocidade. Uma relação de respeito mútuo obriga cada indivíduo a se colocar no ponto de vista do outro. O dever moral tem origem e requer uma relação de respeito mútuo.
17 Do respeito ao dever O sentimento de dever ou obrigatoriedade tem origem em uma relação interindividual de respeito. Duas formas de dever: obediência, derivada das relações de respeito unilateral. sentimento de dever ou obrigação moral, oriundo das relações de respeito mútuo.
18 Desenvolvimento moral Anomia Heteronomia Autonomia
19 Anomia Do nascimento até os 4 anos, em média. As normas de conduta são determinadas pelas necessidades básicas. Quando as regras são obedecidas, são seguidas pelo hábito e não por uma consciência do que se é certo ou errado.
20 Heteronomia Crianças até 9-10 anos de idade, em média. O certo é o cumprimento da regra e qualquer interpretação diferente desta não corresponde a uma atitude correta. Regra ainda é externa ao indivíduo e seu cumprimento está vinculado a uma figura de autoridade aos olhos da criança. Autoridade para as crianças pressupõe vínculo, não valendo, neste caso, qualquer figura hierarquicamente superior.
21 Autonomia Legitimação das regras. O respeito a regras é gerado por meio de acordos mútuos. As regras são internas ao sujeito, que possui plena consciência das consequências de seus comportamentos e se responsabilizam por eles. No entanto, a consciência adulta autônoma é um produto social recente e excepcional (Piaget, 1944/1977).
22 Construindo o Inquilino Regras claras e consistentes. Discurso equivalente a ação. Regras colocadas em função do afeto e não de obediência pura. Desenvolvimento da capacidade de reflexão sobre as regras, construindo uma capacidade de crítica nos indivíduos.
23 Futuro Capacidade de realizar escolhas e ser responsável por sua escolhas. Capacidade de construir uma escala pessoal de valores com foco em projetos de vida futuros. Maior qualidade e satisfação com a vida.
24 Desenvolvimento moral O desenvolvimento da autonomia é condição necessária (mas não suficiente) para uma conduta moral/ética. Por quê? 1. Saber fazer 2. Querer fazer
25 Finalizando A história de Marcos: Marcos, um menino de 10 anos, entra na fila da cantina de sua escola, acha e pega para si uma nota de cinquenta reais. No caminho até chegar ao caixa, faz uma reflexão a fim de decidir se deve ou não devolvê-la. Primeiro momento: valor material Reflexão sobre valores aprendidos em casa e na escola Segundo momento: valor moral sobrepõe valor material
26 E a pesquisa? Tendências predominantes Materialismo O que se aprende com a gratidão? Apreciar o que se tem Hedonismo Conservação de satisfação no tempo Individualismo Conexão com o outro
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