KEYWORDS: INTRODUÇÃO
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1 Caracterização de sintomas de excesso de micronutrientes e deficiência de macronutrientes em rúcula. Luiz Felipe Gevenez de Souza 1 ; Marilsa Aparecida Rodrigues 1 ; Maria Letícia Pacheco da Silva 1 ; Gilson Silvério da Silva 1 ; Arthur Bernardes Cecílio Filho 1 1 Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Depto. de Produção Vegetal, Via de acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n, , Jaboticabal - SP, lfg_souza@yahoo.com.br, aprog@ig.com.br, lelezitchapacheco@hotmail.com, silverios@hotmail.com, rutra@unesp.com.br RESUMO Os experimentos foram conduzidos em casa de vegetação na UNESP, Câmpus de Jaboticabal, sob sistema de hidroponia, nutrient film technique (NFT), com objetivo de caracterizar os sintomas visuais de deficiência de macronutrientes e excesso de micronutrientes em rúcula. Em cada experimento, sob delineamento de blocos ao acaso, com três repetições, foram avaliados sete tratamentos. Os tratamentos referentes ao experimento de excesso de micronutrientes foram: T 1 solução completa (SC); T 2 excesso de Boro (+B); T 3 excesso de Cobre (+Cu); T 4 excesso de Ferro (+Fe); T 5 excesso de Manganês (+Mn); T 6 excesso de Molibdênio (+Mo) e T 7 excesso de Zinco (+Zn); e os referentes à deficiência de macronutrientes foram: T 1 solução completa (SC); T 2 deficiência de Nitrogênio ( -N); T 3 deficiência de Fósforo ( -P); T 4 deficiência de Potássio ( -K); T 5 deficiência de Cálcio (-Ca); T 6 deficiência de Magnésio ( -Mg) e T 7 deficiência de Enxofre ( -S). Foram descritos os sintomas de deficiências de N, P, K, Ca e Mg, os quais foram visualizados aos 4, 15, 10, 20 e 6 dias após a aplicação dos tratamentos, respectivamente. A deficiência de S não foi observada, assim como as toxicidades de Cu, Fe, Mo e Zn. As toxicidades de B e Mn foram visualizadas aos 15 e 6 dias após a aplicação dos tratamentos, respectivamente. PALAVRAS-CHAVE: Eruca sativa, nutrição mineral, hidroponia, excesso, deficiência. ABSTRACT Characterization of macronutrients deficiency and excess micronutrients symptoms in arugula The experiments were conducted in a greenhouse at UNESP, Jaboticabal, in hydroponics system, nutrient film technique (NFT), with the purpose to characterize the visual symptoms of S3932
2 macronutrient deficiency and excess micronutrients on arugula. In each experiment, were conducted under experimental design of blocks at random, with three replicates, seven treatments were evaluated. The treatments related to excess micronutrients were: T 1 control (SC); T 2 excess Boron (+B); T 3 excess Cooper (+Cu); T 4 excess Iron (+Fe); T 5 excess Manganese (+Mn); T 6 excess Molybdenum (+Mo) and T 7 excess Zinc (+Zn), and to macronutrient deficiency were: T 1 control (SC); T 2 Nitrogen deficiency (-N); T 3 Phosphorus deficiency (-P); T 4 Potassium deficiency (-K); T 5 Calcium deficiency ( -Ca); T 6 Magnesium deficiency ( -Mg) and T 7 Sulfur deficiency ( -S). Were described the deficiency symptoms of N, P, K, Ca and Mg, which were viewed at 4, 15, 10, 20 and 6 days after treatment application, respectively. S deficiency was not observed, as well as the toxicities of Cu, Fe, Mo and Zn. The toxicities of B and Mn were observed at 15 and 6 days after treatment application, respectively. KEYWORDS: Eruca sativa, mineral nutrition, hydroponic system, excess, deficiency. INTRODUÇÃO Considerada uma hortaliça muito rica em vitaminas A e C, a rúcula tem apresentado um elevado crescimento em seu consumo nos últimos anos (Purquerio, 2005). No entanto, estudos sobre esta hortaliça ainda são muito escassos, principalmente em âmbito nutricional. Os olericultores utilizam, na maioria das vezes, altas doses de fertilizantes, levando ao desequilíbrio nutricional e perda de qualidade e rentabilidade. Segundo Marschner (1995), uma planta que apresenta desequilíbrio nutricional sofre modificações no crescimento, na morfologia, na anatomia e na sua composição química, ocasionando a perda de produtividade e possibilitando a entrada de algumas doenças, ou ainda, afetando diretamente na qualidade do produto. Algumas técnicas possibilitam avaliar o estado nutricional das plantas, e uma das mais utilizadas é a diagnose visual. Fontes (2001) afirma que esta técnica além de apresentar um menor custo, possibilita uma tomada de ação mais rápida por ser realizado o diagnóstico na própria área. Segundo Magalhães (1988), uma ótima coleção de fotografias coloridas e a descrição dos sintomas visuais no início da deficiência são excelentes ferramentas para o sucesso S3933
3 de uma diagnose. O objetivo do presente trabalho foi caracterizar os sintomas de deficiência de macronutrientes e do excesso de micronutrientes em rúcula. MATERIAL E MÉTODOS Foram conduzidos dois experimentos sendo o primeiro de indução ao excesso de micronutrientes, no período de 06/05 a 16/07/2010, e o segundo de indução de deficiência de macronutrientes, no período de 12/10 a 08/12/2010, em casa de vegetação, do Setor de Olericultura e Plantas Aromático-Medicinais, do Departamento de Produção Vegetal, da UNESP, Campus de Jaboticabal. Foram utilizados canais de cultivo hidropônico, nutrient film technique (NFT), com recirculação de solução nutritiva. Foram avaliados sete tratamentos para cada experimento, sendo o de excesso de micronutrientes: T 1 solução completa (SC); T 2 excesso de Boro (+B); T 3 excesso de Cobre (+Cu); T 4 excesso de Ferro (+Fe); T 5 excesso de Manganês (+Mn); T 6 excesso de Molibdênio (+Mo) e T 7 excesso de Zinco (+Zn). Para o experimento de omissão de macronutrientes os tratamentos foram: T 1 solução completa (SC); T 2 omissão de nitrogênio (-N); T 3 omissão de fósforo (-P); T 4 omissão de potássio (-K); T 5 omissão de cálcio (-Ca); T 6 omissão de magnésio (-Mg) e T 7 omissão de enxofre (-S). O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com três repetições, para ambos. Os tratamentos foram aplicados à rúcula, cv. Folha Larga. As mudas foram formadas em placas de espuma fenólica, com unidades (células) de 2 x 2 x 2 cm, com três plantas de rúcula. As semeaduras foram realizadas em 06/05/2010 e 12/10/1010, respectivamente para cada experimento. Após 19 e 10 dias da semeadura, respectivamente, as células da espuma fenólica foram individualizadas e as mudas foram transferidas para canais de polipropileno de cultivo hidropônico com 5% de declividade, de 5 cm de largura, no sistema NFT com reaproveitamento e recirculação da solução nutritiva, estrutura esta denominada de berçário (Fase 2). O fornecimento da solução nutritiva foi intermitente, alternando-se 15 com circulação e 15 sem circulação. Utilizou-se da solução nutritiva proposta por Furlani (1998), que é recomendada para hortaliças folhosas, porém com 19,2; 139,2; 31,2; 144; 114,0; 32 e 41,6 mg/l de N-NH 4 +, N-NO 3 -, P, K, Ca, Mg e S, respectivamente, correspondentes a 80% das concentrações dos macronutrientes, e 100% das concentrações dos micronutrientes, 0,3; 0,02; 2,0; 0,40; 0,06 e 0,06 mg/l de B, Cu, Fe, Mn, Mo e Zn, S3934
4 respectivamente. As mudas de rúcula, em espaçamento de 5 x 6 cm permaneceram no berçário por 21 e 25 dias, respectivamente, tempo suficiente para proporcionar plantas de rúcula Folha Larga com 7 folhas, 174 cm 2 e 0,7 g. A Fase 3 do experimento de excesso de micronutrientes iniciou-se em 11/06/2010 e a de deficiência de macronutrientes iniciou-se em 16/11/2010, onde as plantas foram colocadas em canais de 10 cm de diâmetro, correspondentes a tubos de PVC cortados longitudinalmente e cobertos com papel Tetrapak. O espaçamento entre plantas foi de 0,25 x 0,05 m para ambos os experimentos. Os reservatórios das soluções nutritivas foram caixas de polietileno com capacidade para 150 litros com tampas. O bombeamento das soluções nutritivas (tratamentos), na cabeceira dos canais, foi realizado uniformemente por bombas hidráulicas submersas (uma por reservatório) marca Chosen, modelo Power Head CX-300, com vazão de 1000 L h -1. O acionamento das bombas era controlado por um temporizador, com circulação da solução nutritiva de 7h às 18 h, sendo15 com circulação 15 sem circulação da solução. Os tratamentos, excesso de micronutrientes, foram aplicados 17 dias após o transplante, quando a concentração do micronutriente problema foi elevada a 10 vezes da concentração da solução nutritiva padrão. Aos 32 dias após o transplante, a concentração do micronutriente-problema na solução nutritiva foi elevada para 20 vezes a concentração que se encontrava na proposta por Furlani (1998). O transplante das mudas do experimento de deficiência de macroutrientes ocorreu no dia 16/11/2010. Nessa fase foram aplicados os tratamentos com solução nutritiva completa (SC), com omissão de P, Ca e S. Após quatro dias foram aplicadas as soluções com omissão de N, K e Mg. Para o tratamento com omissão de cálcio, foi utilizada água deionizada, devido à presença de 16 mg L -1 de Ca na água de abastecimento da hidroponia. O ph de cada solução foi acompanhado semanalmente no início da terceira fase e depois a cada três dias, no período da manhã, e mantido entre cinco e seis, utilizando-se de papel indicador de ph, da Merck. Quando necessário, utilizou-se de ácido sulfúrico para abaixar o ph, exceto para o tratamento com omissão de enxofre, que neste caso utilizou-se de ácido nítrico. A condutividade elétrica (CE) de cada solução foi medida com condutivímetro digital de bolso, modelo DiST4, marca HANNA, mantendo a condutividade elétrica entre 1,5 e 2,2. Os sintomas de excesso de micronutrientes e de deficiência de macronutrientes foram descritos desde o seu aparecimento, até a colheita de todos os tratamentos. A data de colheita foi determinada S3935
5 pelas plantas em solução completa, e nessa época foram avaliadas as massas das plantas. Os dados obtidos foram submetidos às análises de variância e as médias ao teste de Tukey. Os sintomas foram registrados por câmera digital KODAK EASYHARE C180. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na colheita, observou-se que não houve efeito significativo dos tratamentos, excesso de micronutrientes, na massa seca de rúcula, cuja média foi de 6,45 g planta -1 (4,8 a 8 g, CV = 21%). Embora as concentrações avaliadas foram muito altas, alcançando 20 vezes a concentração da solução nutritiva padrão, somente foram constatados sintomas de toxicidade de boro e de manganês em rúcula. O início dos sintomas de excesso de boro ocorreu 15 dias após a aplicação do tratamento, caracterizando-se por bordas brancas no ápice da folha evoluindo para a coloração marrom, ocorrendo principalmente em folhas velhas (Figura 1a). Quanto ao excesso de manganês, os sintomas iniciaram-se aos seis dias após o início do tratamento, caracterizados por pequenas manchas marrons com centro prateado no lado superior do limbo foliar em todas as folhas maduras, já no lado inferior apresentou pequenas manchas marrons (Figura 1b). No experimento de deficiência de macronutrientes, observou-se que as menores massas foram obtidas com deficiências de N e Ca, porém não diferiram do tratamento com deficiência de K (Tabela 1). Os primeiros sintomas de deficiência de N ocorreram aos quatro dias após o início do tratamento. Na colheita, os sintomas observados foram o crescimento reduzido, com pecíolos e nervuras com coloração arroxeada, ou tendendo a um leve tom de rosa, e ainda um amarelecimento intenso em toda folha. Em alguns casos, apresentaram-se folhas velhas com as margens arroxeadas e necrosadas (Figura 2a). O início dos sintomas de deficiência de P ocorreu aos 15 dias após o início do tratamento, e ao final caracterizou-se por uma coloração verde escura intensa nas folhas evoluindo para um arroxeamento em folhas velhas (Figura 2b). Os sintomas de deficiência de K tiveram início aos 10 dias após o início do tratamento, e finalizou-se caracterizado por folhas velhas encarquilhadas com as margens amareladas e com machas brancas e marrons. Posteriormente, as folhas apresentaram uma necrose iniciando da borda para o centro (Figura 2c). Os sintomas de deficiência de Ca ocorreram aos 20 dias após o início do tratamento, caracterizados por tamanho reduzido, folhas velhas amareladas com pecíolo e nervuras arroxeados (Figura 2d), enquanto a S3936
6 deficiência de Mg ocorreu aos seis dias após o início do tratamento, caracterizando-se por manchas amarelas esbranquiçadas recém-maduras (Figura 2e). REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS em toda a folha, principalmente nas folhas FONTES PCR Diagnóstico do estado nutricional das plantas. Viçosa: UFV. 122p. FURLANI PR Instruções para o cultivo de hortaliças folhosas pela técnica de hidroponia-nft. Campinas: IAC. 30p. (Boletim Técnico, 168). MAGALHÃES JR. Diagnose de desordens nutricionais em hortaliças. Brasília: EMBRAPA-DPU, p. MARSCHNER H Diagnosis of deficiency and toxicity of mineral nutrients. In: MARSCHNER H. Mineral nutrition of higher plants. San Diego: Academic Press. p PURQUERIO LFV Crescimento, produção e qualidade de rúcula (Eruca sativa miller) em função do nitrogênio e da densidade de plantio. Botucatu: UNESP FCA. 119p. (Tese doutorado). Tabela 1. Valor de F, significância, coeficiente de variação e médias das massas secas (MS) da rúcula em função da omissão de macronutriente. FCAV - UNESP, Jaboticabal - SP, 2011.[Value of F, significância, variation coefficient and averages of dry mass of the arugula in function of macronutrients omission. FCAV - UNESP, Jaboticabal - SP, 2011.] Omissão de Macronutriente MS (g planta -1 ) Completo 6,3643 a - N 1,3946 b - P 5,4639 a - K 4,8421 ab - Ca 1,7145 b - Mg 6,3973 a - S 6,7555 a Teste F 10,38** CV (%) 25,68 ** = Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F [significant to 1% of probability for the test F] S3937
7 Figura 1. Sintomas de excessos de Boro e Manganês em rúcula (Symptoms of excess boron and manganese in arugula). Jaboticabal, FCAV-UNESP, S3938
8 Figura 2. Sintomas de deficiências de Nitrogênio, Fósforo, Potássio, Cálcio e Magnésio em rúcula (Symptoms of deficiencies of Nitrogen, Phosphorus, Potassium, Calcium and Magnesium in arugula). Jaboticabal, FCAV-UNESP, S3939
Keywords: INTRODUÇÃO
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