^ J., ò -~)L ", ÁTOMOS DE HIDROGÊNIO EM CAMPO MAGNÉTICO FORTE. Raimundo Rocha dos Santos TESE DE MESTRADO. Julho de 1975 DEPARTAMENTO DE FÍSICA

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "^ J., ò -~)L ", ÁTOMOS DE HIDROGÊNIO EM CAMPO MAGNÉTICO FORTE. Raimundo Rocha dos Santos TESE DE MESTRADO. Julho de 1975 DEPARTAMENTO DE FÍSICA"

Transcrição

1 ^ J., ò -~)L ", ÁTOMOS DE HIDROGÊNIO EM CAMPO MAGNÉTICO FORTE Raimundo Rocha dos Santos TESE DE MESTRADO Julho de 1975 DEPARTAMENTO DE FÍSICA

2 ÁTOMOS DE HIDROGÊNIO EM CAMPO MAGNÉTICO FORTE por RAIMUNDO ROCHA DOS SANTOS TESE DE MESTRADO JULHO DE 1975

3 ÁTOMOS DE HIDROGÊNIO EM CAMPO MAGNÉTICO FORTE por RAIMUNDO ROCHA DOS SANTOS i^ Tese de Mestrado apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciências - Menção Física - no Departamento de Física da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro â Banca Examinadora constituída pelos seguintes professores: José AntonicV de Freitas Pacheco Nicim Zagury! - - ' i Humberto S. Brandi -orientador-

4 A Joaquim, Hanni e Solange

5 AGRADECIMENTOS Ã CAPES pelo apoio financeiro recebido, que tor nou possível a realização deste trabalho. Aos funcionários, colegas e professores deste Departamento, em especial aos professores: Bruno Maffeo Carlos Maurício G.P. Chaves Henrique Gomes de Paiva Lins de Barros Luiz Carlos M. de Miranda Manoel L. de Siqueira Nicim Zagury Roberto Bechara Muniz Sergio Luiz Alves de Queiroz por valiosas discussões. Ã Maria das Graças Mendes Azevedo, pelo paciente trabalho de datilografia. -^. Inês M. Wander ley e Maria José T. Soares pelos trabalhos gráficos. ÍA Humberto Brandi, pela sugestão do problema, apoio e ajuda prestados durante o desenrolar dos cursos de pós-graduação e deste trabalho, por discussões e idéias propostas.

6 RESUMO Baseados em vim esquema variacional, p as energias e funções de onda dos 14 estados de mais baixa energia para o átomo de Hidrogênio em campo magnético forte. Mostramos a equivalência entre o problema atômico e excitons e semicondutores com impurezas, em presença de um campo magnético forte. Os cálculos das energias e funções de onda foram divididos em duas regiões: a primeira para valores do campo magnético desde zero a lo'g, e a segunda de 10 9 a 10 l G. Os resultados obtidos foram comparados com os de outros autores. Devido ao tempo de computa ção razoavelmente curto, o esquema proposto é bastante con veniente para obter energias e funções de onda. Como aplicações foram calculadas probabilidades de transição, comprimentos de onda e forças de oscilador para diversas tran sições permitidas.

7 ABSTRACT We^haW)calculated, using a variational scheme,, /the energies and wave functions of the 14 lowest states oj a Hydrogen atom in a strong magnetic field. We -frava\showny the equivalence between the atomic problem and the problems related with excitons and impurities in s the presence of a strong magnetic field. The calculations of the energies and wave functions have been divided in two regions: the first ±s for the magnetic field ranging ) between zero and 10»G ; in the second the magnetic field ranges between 10 9 and 10 l X G. The results have been compared with those obtained by previous authors. The computation time necessary for the calculations is small. Therefore this is a convenient scheme to^obtain^ the energies and wave functions for the problem. Wu líãvu/also calculated' transition probabilities, wavelengths and oscillator J strengths for some allowed transitions*' " "-

8 ÍNDICE INTRODUÇÃO CAPÍTULO I - Ãtomos de Hidrogênio em Campo Magnético Forte; Teoria de Rohr Problema em Astrofísica e Estado Sólido Simetrias da Hamiltoniana 16 CAPÍTULO II - Casos Limites do Camno Magnético Efeitos Zeeman e Paschen-Back Níveis de Landau 21 CAPÍTULO III - Discussão sobre Algumas Aproximações Usadas 24 CAPÍTULO IV - Solução Proposta 42 CAPÍTULO V - Probabilidades de Transiçlo e Porcas de Oscilador V.l - Probabilidades de Transição 53 V.2 - Forças de Oscilador 59 CAPÍTULO VI - Resultados e Discussões 61 BIBLIOGRAFIA 72

9 ÍNDICE DE TABELAS TABELA I - Energias do Estado Fundamental para valores de y desde 0.1 a TABELA II - Energias do Primeiro estado excitado para valores de y desde 0.1 a TABELA III - Energias dos Estados 2p, 3s, 3d +2 para valores de y = 0.1 (Tab.IIIa), Y ~ 1.0 (Tab.IIIb) y = 2.0 (Tab.IIIc) y «3.0 (Tab.IIId) 77 TABELA IV - Energias dos Estado Is e 2pj para Y 5,25, TABELA V - Probabilidades de Transição para Campos Magnéticos de IO 7 e 10 8 G. 82 TABELA VI - Comprimentos de onda para algumas tran sições permitidas para campos de IO 7 e 10 8 G. 83 TABELA VII- Forças de Oscilador de algumas transições permitidas para campos de «G 84

10 ÍNDICE DAS FICÜRAS Figura 1 - Conexão entre os níveis de energia para campo magnético nulo e ultraforte, segundo o critério das superfícies nodais. 85 Figura 2 - Energia de ionização do estado fundamen tal do Hidrogênio, como função do campo magnético. Smith et ai (ref.17) - a Cohen et ai (ref.14) - b Wallis e Bowlden (ref.2) - c Larsen (ref.5) - «Cabib et ai (ref.7) - X Cálculos deste trabalho (Região I) - d Cálculos deste trabalho (Região II)- e 86 Figura 3 - Espectro de energia de alguns dos estados excitados, para a Região I, em função do campo magnético. Smith et ai (ref.17) Cálculos deste trabalho Figura 4 - Conexão entre os níveis de energia do estado fundamental nas duas regiões,

11 f - 3pj * 3dj ~ 3p_, -» 3d_, g - 3d, -> 3P O ura 8 - Forças de oscilador para transições com An = 0 em função de y a - 2s. b - 2s c d - 92 Figura 9 - Forças d scilador par Transições para o estado ndament- em função de Y- a - b - c - d - e f - 3p 93

12 comparados com c resultado de Cabib et ai 7. a - Região 1 b - Região II c - Cabib et ai 7 88 Figura 5 - Espectro de energia dos estados 2s, 2p em função de y a - b - 2s c d " 2 P-i 89 Figura 6 - Espectro de energia dos estados 3s, 3d, 3p_j e 3d 2 em função de y a b c d " 3d, ~ 3d c o 'o - 3t> Figura 7 - Forças de oscilador para transições com An = 0 em função de y a - 3d o *> 3p_ l b - 3d -» 3p, o * c - 3à mml + 3p d - 3d o * 3D o e - 3p^ -t- 3s^ 91

13 f - 3pj + 3dj = 3p_j g - 3d x + 3p o Figura 8 - Forças de oscilador para transições com An = 0 em função de y a - b - c - d - 2pi 3s o* 3s. * 2s o ' 2s o 3 p l 3 P-> 2s o 92 Figura 9 - Forças de oscilador para transições para o estado fundamental em função de y, a - 2p b ~ 2p o c - 2pj d ~ 3 Pl ' e - 3p f - 3p. 93

14 INTRODUÇÃO O problema de átomos de Hidrogênio em presença de campo magnético* ê descrito por uma Hamiltoniana que -e for malmente idêntica â dos problemas de excitons e impurezas (doadoras e aceitadoras) em semicondutores em presença de campos magnéticos, como veremos no decorrer deste trabalho. Assim sendo, a solução dos dois problemas ê obtida re solvendo a mesma Equação de Schrôdinger. Historicamente, os problemas de Estado Sólido men cionados acima foram os primeiros a motivar a resolução da Equação de Schrôdinger para campos magnéticos fortes *"". A presença desses campos fortes pode alterar fortemente a estrutura dos excitons e das impurezas nos semicondutores, de modo a modificar os mecanismos de absorção ótica e fotoionização. Recentemente, com a possibilidade de existência de campos magnéticos da ordem de 10 7 G em anãs brancas magnéticas'"" 11 e de campos da ordem de 10 l2 G sugeridos por modelos de estrelas de neutrons 12» 13, surgiu, em Astrofísica, o interesse no estudo de átomos, em particular o de Hidrogênio, em campos magnéticos fortes 1H ~ 1. Estes campos magnéticos de 10 ia G surgem quando uma estrela da seqüência principal evolui para uma estrela de conservando o fluxo de campo magnético lh : o fato da estrela de neutrons ser menor que uma estrela da neutrons seqüência * Suporemos, durante todo este trabalho, que o campo magnético é" uniforme.

15 principal faz com que o campo magnético aumente durante a evolução. A presença de campos magnéticos superfortes pode afetar qualitativamente a natureza das superfícies estelares, devido â forte tendência dos elétrons a moverem-se ao longo das linhas do campo. Como veremos no decorrer des. te trabalho, um campo magnético de 1O 1Z G causa um aumento considerável na energia de ionização, fazendo com que, mesmo a uma temperatura de superfície de IO 6 K, ainda possa existir Hidrogênio não ionizado. Como decorrência, a transparência da superfície pode aumentar bastante em certas direções, para radiação cuja freqü ência seja menor que a freqüência de ciclotron do elétron. Mas, apesar da analogia entre os problemas duas áreas mencionadas acima, raros são os trabalhos Estado Sólido que mencionam resultados em Astrofísica vice-versa. nas em e Um dos nossos objetivos é obter uma solução para a Equação de Schrôdinger. Não nos propomos discutir especificamente as implicações que os resultados possam ter em modelos ou efeitos nas áreas de Estado Sólido ou Astrofísica. Nossas discussões serão baseadas no átomo de Hidrogênio em campo magnético forte, mas os resultados se aplicam ao estudo de excitons e impurezas em semicondutores,em presença de campo magnético forte. Os estudos feitos oor diversos autores, tanto em

16 Astrofísica como Estado Sólido, concentraram-se fortemente na determinação dos níveis de energia e funções de onda do problema atômico ou do equivalente em Estado Sólido, pa ra diversos valores do campo magnético, dependendo do interesse específico que motivou cada estudo. Nos dois limites, a saber, campo magnético nulo e ultraforte, as soluções, bem conhecidas, são analíticas e exatas. Entendemos o limite ultraforte como aquele em que a energia da inter çio coulcrobiana entre o próton e o elétron é desprezada comparada à* de interação do elétron com o campo magnético: o problema se reduz ao de um elétron em presença de um campo magnético 19. Schiff e Snyder 20 consideraram a par_ te da Hamiltoniana total que depende do campo magnético, como perturbação da Hamiltoniana do átomo de Hidrogênio? mas, para valores do campo magnético tal que a energia mag_ nética ê comparável com a energia coulombiana, que ê justamente a região de interesse em Astrofísica e Estado Sólido, o tratamento perturbacional perde a validade. Assim sendo, o ponto de partida para diversos autores foi usar funções de onda tentativa, com parâmetros a determinar, que tivessem comportamentos semelhantes aos das funções que são soluções dos casos limites: alguns basearam-se nas soluções tipo Hidrogênio e outros nas soluções do problema de elétron em campo magnético. Neste trabalho, o primeiro objetivo é mostrar equivalência entre os problemas de Estado Sólido menciona- a

17 dos anteriormente e o problema atômico. Para tal mostramos, no Capítulo I, que a Hamiltoniana ê a mesma em ambos os casos. Neste mesmo capítulo apresentamos alguns resultados previstos pela teoria de Bohr e discutimos as simetrias da Hamiltoniana. No Capítulo II discutimos os casos limites em que o campo magnético ê fraco e ultraforte, dando origem ao Efeito Zeeman e aos níveis de Landau, respectivamente. As aproximações usadas para resolver a Equação de Schrôdinger, por diversos autores e para diversos valores de campo magnético, são resumidas no Capítulo III. O segundo objetivo deste trabalho é propor um esquema variacional para obter os níveis de energia e funções de onda para valores do campo magnético desde zero a 10 n G. Dividiremos nosso estudo era duas regiõesia primeira para campos entre zero e 10 9 G e a segunda entre IO 9 e 10 ll G. No Capítulo IV apresentamos a função de onda tentativa e a solução do problema dentro de um esquema variacional. O terceiro objetivo ê calcular, baseado neste esquema proposto, as energias e funções de onda para os valores do campo magnético mencionados acima. No Capítulo V definimos as probabilidades de transição por unidade de tempo e forças de oscilador cujos cálculos, usando as energias e funções de onda obti-

18 das, constituem o quarto e último objetivo. No Capitulo VI apresentamos os resultados obtidos e discutimos, além dos resultados, algumas vantagens deste esquema e o critério usado para conectar os resultados obtidos nas duas reqiões.

19 T. ÁTOMOS DE HIDROGÊNIO EM CAMPO MAGNÉTICO FORTE 1.1 Teoria de Bohr Dentro de uma linha histórica, inicialmente discu tiremos a teoria semi-clâssica de Bohr, aplicada ao de Hidrogênio em campo magnético. Poderemos obter, átomo dentro desta aproximação, resultados que conduzam a uma interpretação qualitativa do problema. Suponhamos o proton em repouso na origem do sistema de coordenadas, com o elétron em órbita circular no plano xy, com velocidade v, e um campo magnético uniforme V. na direção do eixo z. A 2 a lei de Newton, a energia total do elétron e a quantização de Rohr para o mo mento angular, respectivamente, são dadas pelas três equações abaixo (em coordenadas polares, com p = (x 2 + y 2 )' a ) o c o z 2 1 <* z E e i m v* - e ~ (2) 2 S P m e v p - (í. + l)fí, S, = 0, 1, 2... (3) Em termos do Rydberg (Ry), do raio de Bohr (a ), da freqüência do ciclotron (w - e H/m c) e do raio do ciclotron (R - /2K/m u), obtemos das três equações ac:l e

20 ma, os raios e as energias quantizsdos: 4(4+1) a Q \ R a 2 1 E o» ±U+l)fí» (5) 2 (p t /a 0 ) Em unidades atômicas, isto ê, expressando-se comprimentos em unidades de raio de Bohr, a» -2 = x 10~ 8 cm e energias em unidades do Rydberg m e 1 * Ry = _ = 13 6 ev 2K* e definindo y como Y a - s x IO" 9 (6) Ry onde p B é o magneton de Bohr, a Eq.(5) é reescrita como E. a+1)y. i_ <P f t- P t /a 0 ) (?) >! Com a introdução de y, ternos um parâmetro que mede a energia magnética era relação ã Coulombiana. A energia magnética começa a dominar a coulombiana quando (8) (onde u. = u/2), ou seja, quando a o <R Assim obtemos uma estimativa para o valor do campo magnético quando isto

21 ocorre: 1& > 5.0 x 10 9 G. Quando o campo, magnético ê muito intenso, v ê muito maior que 1, implicando em R<<a. Neste limite, os raios das órbitas eletrônicas são dados nor (9) e a enerqia de ligação* (eir Rydbergs) por Concluímos então, que a presença do canno magnético intenso faz com que o raio da órbita do elétron dimi nua, isto é, o elétron se aproxima do proton, uma vez que R << a. Com isso, a energia de ionização é muito maior que a do ãtoipo sem camoo: E % 280 /k, 2 ev (10) onde 1h ê o valor do campo magnético expresso em unidades de G. O modelo de Bohr supõe que o elétron se movimenta no plano xy (perpendicular ao campo magnético), des- * Note que a definição de energia de ligação é a diferença entre as energias do estado fundamental e do primeiro es_ tado livre.

22 prezando o movimento na direção paralela ao camno; uma con seqüência disto é que a energia de ligação, Eq. (10), é superestimada neste modelo. 1.2 O Problema em Astrofísica e em Estado Sólido A Hamiltoniana clássica para o átomo de Hidrogênio no vácuo é (desprezando efeitos relativísticos): 2m e r onde p é o momento linear do elétron de massa m p e csr ga -e, e r(=jrj) é a distância do elétron ao oróton, suposto em repouso no origem do sistema de coordenadas. Ma presença de um camno magnético H, a Harailtoniana é modificada, levando-se em conta a interação do elétron com o campo magnético i}. (p: + c c onde p ê o momento conjugado a r, c é a velocidade da luz no vácuo e A é o potencial vetor associado a K. direção z, Usando o gauge de Landau, para H uniforme na 2 2

23 10 a Eq.(12) toma a forma L(S +S?iK?)*- Si (14) m e c 2c r A Hamiltoniana para o problema quântico ê obtida, a partir da Eq.(14), introduzindo operadores associados ãs variáveis clássicas. Observa-se que, devido ao gauge Landau, [p, Aj =0. de Assim a Hamiltoniana quântica, em coordenadas esféricas (r, 9, <f>) é dada por (desprezando spin): H = Ü 7 a- SÍ + I n, w* r 2 sen 2 e + fi <u T L, (15) e L L 2 2m e r 2 onde Uj. = e K/2m c é" a freqüência de Larmor e L ê a componente no eixo z do operador de momento angular t>, expresso em unidades de H. Em unidades atômicas a Hamiltoniana dada Eq. (15) pode ser escrita em termos do parâmetro Y : pela

24 11 H YL + i Y 2 r 2 sen 2 e (16) z r 4 O problema de átomos em campo magnético forte tem despertado interesse em Astrofísica, devido ã descoberta de campos magnéticos da ordem de 10 7 G em algumas snãs bran cas 9 ~ 14, e dos modelos de estrelas de neutron que, para explicar certos fenômenos, sugerem 12 ' 1 * cainoos da ordem de 10 l2 G. Conforme a discussão da seção anterior, para o â- tomo de Hidrogênio, notamos que a estrutura atômica é fortemente afetada, com a concentração da nuvem eletrônica na direção paralela ao camno magnético e com uma energia de ionizaçao muito maior que no caso do átomo sem campo magnético. Estes resultados podem vir a alterar alguns modelos para estas estrelas, secundo os quais teríamos temperaturas nas estrelas da ordem de IO 7 K. Questiona-se a existência de Hidrogênio a esta temperatura, mas a presença do campo magnético pode permitir que isto aconteça, inclusive verificando-se se esta ê, realmente, a temperatura da estrela. O propósito desta tese ê fazer um modelo para o comportamento do átomo de hidrogênio em presença de tais campos magnéticos, e não de discutir especificamente suas implicações nos modelos de Astrofísica.

25 12 Veremos a seguir, alguns problemas em Estado Sóli, do, tais como excitons e semi-condutores com impurezas, que são equivalentes ao átomo de Hidrogênio; continuam equiva. lentes mesmo na presença de campo magnético. Discutiremos sumariamente o problema de excitons. Vamos considerar um sólido cristalino, onde um particular átomo está excitado. Quando o elétron deste átomo transiciona para o estado fundamental, a energia cedida pode excitar um átomo vizinho; este, por sua vez, desexcita-se, excitando um outro. Desta forma, a excitarão se propaga P Io cristal, sob a forma de uma quase-partícula chamada exciton 22 ' 23 Para fazer um modelo de exciton, notamos que o átomo perde um elétron e portanto passa a ter um buraco no estado anteriormente ocupado. A energia necessária para ex citar o elétron pode ser tal que o elétron e o buraco movam-se independentemente no cristal. Mas, lembrando que o elétron e o buraco têm entre si uma interação coulombiana, eles podem formar um par ligado, desde que a energia neces sâria para excitar o elétron não seja suficiente para romper esta ligação. Logo, se o elétron voltou para o estado anteriormente ocupado, transmitindo a excitação para o ã- tomo vizinho, foi porque o par ligado elétron-buraco se movimentou no cristal, transportando a excitação. Assim, o exciton é um par ligado elêtron-buraco que se movimentalíl vremente oelo cristal.

26 13 De acordo com este modelo, a Hamilton!ana do movimento no referencial do centro de massa do exciton (supondo o buraco em repouso neste referencial) é essencialmente a mesma do átomo de Hidrogênio, desde que introduzamos a massa efetiva do elétron na banda (m_ = m /ot, onde o depende da estrutura cristalina), e levemos em con ta, no potencial coulombiano, a constante dielétrica do meio. Esta última modificação vale para órbitas eletrônicas grandes em relação às distâncias interatômicas, e se a freqüência do elétron é pequena em relação ã freqüência associada ao intervalo de energia da banda proibida. Nossas discussões serão dentro destas hipóteses, pois caso contrário deveríamos usar outro modelo. (Quando os excitons são fracamente ligados, que é o nosso caso, temos excitons de Wannier 2 *; caso contrario temos excitons de Frenkel 2 s ). Portanto, H* *. 2L- 2 *e e 2 kr onde r é a coordenada do elétron em relação ao buraco, e k é a constante dielétrica do meio. Podemos definir um Rydberg efetivo. 2fí 2 k

27 14 e as energias são dadas por E* - - -^ n = 1,2,... (19) n n 2 Para obtermos uma ordem de grandeza da energia de ligação do exciton, tcnremos como exemplo um cristal de ger mânio, para o qual in = m /5, k - 16, ò que fornece um raio da orbita de A?Ã (80 unidades atômicas) com energia de ligação da ordem de 1G~ ev. Ao aplicarmos um campo magnético no cristal, a Hst miltoniana para o exciton é modificada de modo idêntico ao problema do Hidrogênio (Eq.{12)). Obtemos, então: H* = JL (-ÍH 7* + S- fe x?, * - Si (20) 2m e 2c kr Introduzindo um campo magnético efetivo #* e definindo o "raio de Bohr efetivo" a* * k 2 fi 2 /in e 2, po demos escrever a Eq.(20) em "unidades atômicas efetivas", isto ê, energias em unidades do "Rydberg efetivo" e comprimentos em unidades do "raio de Bohr eftttivo": H* «J7* Y* L, + ^ Y* 2 r 2 sen 2 e (21) z r 4

28 15 onde Y (22) Comparando as equações (16) e (21) vemos que nos dois casos a Ifamiltoniana ê essencialmente a mesma e, portanto, resolvendo um problema estaremos resolvendo o outro. Esta equivalência sugere, inclusive, um modo de simularmos campos magnéticos extremamente fortes em laboratório. Tomemos como exemplo um cristal semicondutor de InSb 1, onde o valor de k ê 16 e o de a ê aproximadamente 77, de modo que ok <\» 1200, o que, para um campo de 10 5 G dará um valor para Y* *> 100. Para obtermos este valor de y seria necessário um campo da ordem de lo^g, quando os campos mais fortes obtidos atualmente em laboratório são da ordem de 10 5 G. No caso de semicondutores com impurezas, surge uma situação inteiramente análoga aos excitons. Suponhamos que a impureza seja doadora, isto é, tem um prõton e um elétron a mais que os átomos que formam o cristal. Quando a impureza se liga na rede, o elétron em excesso movimenta-se no cristal sob a ação do campo coulombiano do prôton em excesso. Isto fez com que surjam níveis de energia, acessíveis ao elétron, na banda proibida, e logo abaixo da banda de condução. Estes estados acessíveis são, portanto análogos aos do átomo de Hidrogênio.

29 16 Para escrevermos a Hamiltoniana deste sistema, de vemos novamente levar em conta a polarização do meio, como no caso dos excitons. Portanto a Hamiltoniana ê idêntica ã Eq. (17). Novamente, ao introduzirmos o campo magnético, a Hamiltoniana final se identifica com a dos excitons, Eq. (21). Quando a impureza ê aceitadora, isto ê, um proton e um elétron a menos que os átomos que formam o cristal, a situação é equivalente ao caso da impureza doadora. Devemos agora levar em conta o fato de que temos um buraco ligado a um elétron (que foi retirado da banda de Valencia para completar a ligação). Ou seja, a Hamiltoniana é igual a Eq.(17), e na presença de campo magnético ela é dada pela Eq.(21). Neste caso, os estados acessíveis ao buraco se localizam logo acima da banda de Valencia (a energia do buraco é menos a energia do elétron que falta). Com tudo isto vemos que os problemas em Estado Sólido apresentados acima são equivalentes ao do átomo Hidrogênio em campo magnético, com mudanças de escala de nas energias e nos comprimentos. 1.3 Simetrias da Hamiltoniana Para descrever os autoestados da Hamiltoniana, Eq.(16) ou (21), vejamos quais são os bons números quânticos, isto é, aqueles que caracterizam o conjunto completo de observáveis compatíveis.

30 17 Notemos primeiramente, que a Hamiltoniana dada pe Ias Eqs.(16) ou (21) ê invariante por rotações em torno do eixo z, que ê o eixo paralelo ao campo magnético. Como L_ gera o grupo das rotações era torno do eixo z, temos:, H> Alem disso, devido ao fato de que o potencial vetor ê um vetor polar, e não um pseudo vetor (ou vetor a- xial), temos 0,H] = 0 onde R ê o operador de reflexão espacial, cujos autovalo res são ±1 e definem a paridade do estado. tor temos que Como o operador de momento angular ê um pseudo-ve Estes dois operadores (paridade e componente z do momento angular) são os únicos que comutam entre si e com a Hamiltoniana. Portanto, cada estado do sistema ê caracterizado por três números quânticos: um que caracteriza a energia, m (autovalor de L ) e a paridade..estes dois últimos são bons números quânticos para qualquer valor do campo magnético.

31 18 II. CASOS LIMITES DO CAMPO MAGNÉTICO Neste capitulo analisaremos o problema para valores limites do campo magnético. Obviamente no caso limite em que o campo magnético é nulo teremos o problema do ãto-...o de Hidrogênio, cuja solução ê bem conhecida. Portanto, o limite inferior que analisaremos aqui é aquele em que Y << 1, mas ainda não é nulo. II.1 Efeitos Zeeman e Paschen-Back II.1.1 Campo Magnético Fraco: Efeito Zeeman Um dos critérios para chamar este campo de fraco, é a comparação da energia magnética com a estrutura do Hidrogênio, que é dada por: fina n\ 3 * ^ nu (1) 4 onde E ê a energia do n vel n sem correções, n ê o número quântico principal, o ê a constante de estrutura fina, e j é o numero quântico de momento angular total (j - í ± 1/2). A correção de estrutura fina é maior (em valor ab soluto) pare o estado fundamental, e vale, em Rydbergs: E 0 «1* 1,3 x 10~ S n 4

32 A energia magnética, em Rydbergs, é igual a Y / portanto estamos interessados em campos magnéticos tais que T «1 (3) t AE I i o' o que nos fornece W>«10 S G, para que consideremos campo magnético fraco. A determinação dos níveis de energia neste caso ê discutida com detalhes em diversos textos 1 *» a *** 7, sendo obtidos usando teoria de perturbação, para a Hamiltonia na: H «H Q + Hj + H^j (4) onde H é a Hamiltoniana do átomo sem campo (Eq.(I.ll)); o segundo termo acima, H,, ê a correção relativist!ca e termo spin-õrbita (estrutura fina) dado por: H,.-iJ^+ifSJiUiffl (5) 8 m s c 2 2 mel r dr onde V(r) é o potencial coulombiano do núcleo, t é o operador de momento angular orbital e íl é o operador de spin. é: O terceiro termo da Eq.(4) é o termo Zeeman, isto t2 (6)

33 20 A teoria de perturbação ê feita tomando H M como perturbação de H +H 1, o que ê justificado na aproximação de campo fraco. A base que diagonaliza H +H 1 é n i j m.> (com m. sendo o componente de 3 (momento an guiar total), na direção z), que é a base usada para cal cular o deslocamento dos níveis de energia devido ã pertur bação H M. Obtemòs então o deslocamento Zeeman anômalo(to mando & =^í z) (7) No caso em que não consideramos spin a equação acima fornece o efeito Zeeman Normal com m. sendo a componente de L na direção z. A<* funções de onda quando consideramos o spin do elétron são calculadas por teoria de perturbação, enquanto que se não considerarmos spin a solução é exata. II.1.2 Campo Magnético Forte: Efeito Paschen-Back Q,campo magnético forte, neste caso, ê tal que H M >>Hj, mas de modo que tenhamos ainda H M <<H, pois que remos correções de H. Isto eqüivale a um campo magnéti^

34 21 co 10 5 <3í<<10 9 G, conforme as discussões acima no caso Zeeman e, anteriormente, na Teoria de Bohr. Neste caso, a base que diagonaliía H é a mesma que diagonaliza H. Logo, se desprezarmos a contribui_ ção devido a Hj, a determinação dos deslocamentos dos níveis de H devido a H ê feita exatamente. Esta base 0 M comum ê n s, m 1/2 m >, onde n ê o número quântico principal, & ê o número quântico associado a (operador de momento angular orbital), m é o autovalor de L 1/2 ê o número quântico associado a s (operador de spin), m_ ê o autovalor de s, projeção de s no eixo z. Assim, a correção aos n veis de energia de H, que ê o limite Paschen-Back, ê dada por: Podemos também calcular esses deslocamentos dos níveis para campos intermediários, usando teoria de pertur bação para campos de intervalo entre os efeitos Zeeman e Pasehen-Back'V t 2 '. Schiff e Snyder* 0, baseados em analise de dados espectroacôpicos, e teoria de perturbação, calcularam os deslocamentos dos níveis de energia para este caso, isto ê, H M»H l. II.2 Campo Magnético Ültra-Porte: Níveis de Landau Dentro do limite em que a energia magnética ê

35 22 muito maior que a coulombiana ( Y» 1), analisemos a situa ção extrema, que ê aquela em que podemos desprezar o termo coulombiano na Eq.(1.15). Temos então, o problema de um elétron em presença de um campo magnético uniforme 0 gauge de Landau, Eq.(1.13), em coordenadas cilíndricas, ê dado por l9 A p - ^ = o (10) Com este gauge, a Eq. de Schrôdinger em coordenadas cilíndricas fica (m é a massa do elétron) n - m *. a 2 i. í a 2 ~ + - «* p 2 - E (11) 9* 4 L As autofunções T são dadas por (12) onde ç (e<w/2cí!)p 2, m é o autovalor (em unidades de fí) de L_ / e w(ç) ê a função hipergeomêtrica degenerada Z - F{-np, m +l,ç) (13) e np ê um inteiro não negativo.

36 23 Landau, são dados por Os n veis de energia, que são os níveis de E «(2np +Jm - m + 1)H « (14) L 2m 0 Convém notar que a orbita clássica do elétron uma hêlice em torno do eixo z (eixo do campo magnético), que pode ser pensada como uma superoosiçao de um p2 ê movimento harmônico no plano xy com um movimento livre na dire ção z. Isto é facilmente identificado na Eq.(14). m Além disso, para cada np, todos os estados com positivo têm a mesma energia.

37 24 III. DISCUSSÃO SOBRE ALGUMAS APROXIMAÇÕES USADAS No capítulo anterior analisamos alguns casos limites, como campos magnéticos fraco e ultraforte. Neste ca pítulo faremos um sumário das aproximações sugeridas por diversos autores que trataram do problema de átomos de Hi^ drogênio em Campo Magnético Porte, com implicações em Astrofísica e Estado Solido nas regiões em que o campo magnético está entre os limites mencionados acima. Esta região (y^l) ê a mais interessante, uma vez que o tratamen to de perturbação descrito anteriormente perde a validade porque Hj/^H. Por outro lado, quando y>>! podemos con siderar o termo coulombiano como perturbação da Hamiltonia na de um elétron em campo magnético. III.1 Yafet et ai l Motivados pela determinação dos níveis de energia de impurezas em semicondutores, sugeriram um modo de se ob ter, por tratamento de perturbação, os níveis de energia e funções de onda para y >:> l Além disso obtiveram uma expressão analítica para a energia do estado fundamental, co mo função de y, usando um método variacional. No primeiro caso (Y>>1) I definiram um potencial uni-dimensional que substituísse o coulombiano:

38 25 onde N é o número quântico associado aos níveis de Landau (Eq.(11.23)), m é o autovalor de fíl e &, m {x,y) z Km a função de onda no plano xy, para o elétron em um campo magnético uniforme na direção z, sem a interação coulombiana. Esta função pode ser dada pelos termos que depen dem de Ç e $ na Eq.(11.12) Com o potencial coulombiano unidimensional dado pela Eq.(l), Yafet et ai l tornaram a Equação de Schrfldinger solúvel por separação de variáveis e obtiveram funções de onda que permitem uma solução perturbativa para o problema: f NmX Í2) onde dimensão: f H. (z) é a solução da equação de Schrõdinger a uma com e A ê o número quântico associado a H_. Z Com este procedimento obtiveram, para y >>^- ' uma expressão"exata" para as energias (em unidades atômicas):

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 3

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 3 Linhas de Força Mencionamos na aula passada que o físico inglês Michael Faraday (79-867) introduziu o conceito de linha de força para visualizar a interação elétrica entre duas cargas. Para Faraday, as

Leia mais

objetivo Exercícios Meta da aula Pré-requisitos Aplicar o formalismo quântico estudado neste módulo à resolução de um conjunto de exercícios.

objetivo Exercícios Meta da aula Pré-requisitos Aplicar o formalismo quântico estudado neste módulo à resolução de um conjunto de exercícios. Exercícios A U L A 10 Meta da aula Aplicar o formalismo quântico estudado neste módulo à resolução de um conjunto de exercícios. objetivo aplicar os conhecimentos adquiridos nas Aulas 4 a 9 por meio da

Leia mais

NOTAS DE AULAS DE FÍSICA MODERNA

NOTAS DE AULAS DE FÍSICA MODERNA NOTAS DE AULAS DE FÍSICA MODERNA Prof. Carlos R. A. Lima CAPÍTULO 5 PROPRIEDADES ONDULATÓRIAS DA MATÉRIA Primeira Edição junho de 2005 CAPÍTULO 5 PROPRIEDADES ONDULATÓRIAS DA MATÉRIA ÍNDICE 5.1- Postulados

Leia mais

APLICAÇÕES DE NÚMEROS COMPLEXOS

APLICAÇÕES DE NÚMEROS COMPLEXOS http://hermes.ucs.br/ccet/deme/emsoares/inipes/complexos/ APLICAÇÕES DE NÚMEROS COMPLEXOS Silvia Carla Menti Propicio Universidade de Caxias do Sul Centro de Ciências Exatas e Tecnologia Departamento de

Leia mais

O caso estacionário em uma dimensão

O caso estacionário em uma dimensão O caso estacionário em uma dimensão A U L A 6 Meta da aula Aplicar o formalismo quântico no caso de o potencial ser independente do tempo. objetivos verificar que, no caso de o potencial ser independente

Leia mais

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 6. O trabalho feito pela força para deslocar o corpo de a para b é dado por: = =

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 6. O trabalho feito pela força para deslocar o corpo de a para b é dado por: = = Energia Potencial Elétrica Física I revisitada 1 Seja um corpo de massa m que se move em linha reta sob ação de uma força F que atua ao longo da linha. O trabalho feito pela força para deslocar o corpo

Leia mais

Ondas Eletromagnéticas. E=0, 1 B=0, 2 E= B t, 3 E

Ondas Eletromagnéticas. E=0, 1 B=0, 2 E= B t, 3 E Ondas Eletromagnéticas. (a) Ondas Planas: - Tendo introduzido dinâmica no sistema, podemos nos perguntar se isto converte o campo eletromagnético de Maxwell em uma entidade com existência própria. Em outras

Leia mais

Além do Modelo de Bohr

Além do Modelo de Bohr Além do Modelo de Bor Como conseqüência do princípio de incerteza de Heisenberg, o conceito de órbita não pode ser mantido numa descrição quântica do átomo. O que podemos calcular é apenas a probabilidade

Leia mais

NOTAS DE AULAS DE ESTRUTURA DA MATÉRIA

NOTAS DE AULAS DE ESTRUTURA DA MATÉRIA NOTAS DE AULAS DE ESTRUTURA DA MATÉRIA Prof. Carlos R. A. Lima CAPÍTULO 9 INTERAÇÃO MAGNÉTICA E SPIN Primeira Edição junho de 2005 CAPÍTULO 9 - INTERAÇÃO MAGNÉTICA E SPIN ÍNDICE 9-1- Momento de Dipolo

Leia mais

Oscilador Harmônico Simples

Oscilador Harmônico Simples Motivação Oscilador Harmônico Simples a) espectroscopia molecular, b) cristais e outras estruturas no estado sólido, c) estrutura nuclear, d) teoria de campo, e) ótica, f) mecânica estatística, g) aproximante

Leia mais

Exercícios Teóricos Resolvidos

Exercícios Teóricos Resolvidos Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Exercícios Teóricos Resolvidos O propósito deste texto é tentar mostrar aos alunos várias maneiras de raciocinar

Leia mais

Ivan Guilhon Mitoso Rocha. As grandezas fundamentais que serão adotadas por nós daqui em frente:

Ivan Guilhon Mitoso Rocha. As grandezas fundamentais que serão adotadas por nós daqui em frente: Rumo ao ITA Física Análise Dimensional Ivan Guilhon Mitoso Rocha A análise dimensional é um assunto básico que estuda as grandezas físicas em geral, com respeito a suas unidades de medida. Como as grandezas

Leia mais

4 Orbitais do Átomo de Hidrogênio

4 Orbitais do Átomo de Hidrogênio 4 Orbitais do Átomo de Hidrogênio A aplicação mais intuitiva e que foi a motivação inicial para desenvolver essa técnica é a representação dos orbitais do átomo de hidrogênio que, desde então, tem servido

Leia mais

objetivos A partícula livre Meta da aula Pré-requisitos

objetivos A partícula livre Meta da aula Pré-requisitos A partícula livre A U L A 7 Meta da aula Estudar o movimento de uma partícula quântica livre, ou seja, aquela que não sofre a ação de nenhuma força. objetivos resolver a equação de Schrödinger para a partícula

Leia mais

O degrau de potencial. Caso II: energia maior que o degrau

O degrau de potencial. Caso II: energia maior que o degrau O degrau de potencial. Caso II: energia maior que o degrau U L 9 Meta da aula plicar o formalismo quântico ao caso de uma partícula quântica que incide sobre o degrau de potencial, definido na ula 8. Vamos

Leia mais

6. Geometria, Primitivas e Transformações 3D

6. Geometria, Primitivas e Transformações 3D 6. Geometria, Primitivas e Transformações 3D Até agora estudamos e implementamos um conjunto de ferramentas básicas que nos permitem modelar, ou representar objetos bi-dimensionais em um sistema também

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Força Central. Na mecânica clássica, uma força central é caracterizada por uma magnitude que depende, apenas, na distância r do objeto ao ponto de origem da força e que é dirigida ao longo do vetor que

Leia mais

1PI. Auto-energia do fóton. e a condição em F1 para qualquer ordem de perturbação se torna:

1PI. Auto-energia do fóton. e a condição em F1 para qualquer ordem de perturbação se torna: e a condição em F1 para qualquer ordem de perturbação se torna: Teoria Quântica de Campos II 124 Felizmente, podemos provar que isto é verdade usando as relações de Ward-Takahashi: ( eq 99.1 ) Como uma

Leia mais

Mestrado e Doutorado em Física

Mestrado e Doutorado em Física UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO FUNDAÇÃO Instituída nos termos da Lei nº 5.152, de 21/10/1996 São Luís Maranhão CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FÍSICA Exame de Seleção

Leia mais

Auto-energia do elétron

Auto-energia do elétron Teoria Quântica de Campos II 116 É possível mostrar que este cancelamento ocorre para todas as ordens de perturbação (Peskin sec 6.5), neste caso a seção de choque medida é: Auto-energia do elétron (Peskin

Leia mais

PARTE 2 FUNÇÕES VETORIAIS DE UMA VARIÁVEL REAL

PARTE 2 FUNÇÕES VETORIAIS DE UMA VARIÁVEL REAL PARTE FUNÇÕES VETORIAIS DE UMA VARIÁVEL REAL.1 Funções Vetoriais de Uma Variável Real Vamos agora tratar de um caso particular de funções vetoriais F : Dom(f R n R m, que são as funções vetoriais de uma

Leia mais

Potenciação no Conjunto dos Números Inteiros - Z

Potenciação no Conjunto dos Números Inteiros - Z Rua Oto de Alencar nº 5-9, Maracanã/RJ - tel. 04-98/4-98 Potenciação no Conjunto dos Números Inteiros - Z Podemos epressar o produto de quatro fatores iguais a.... por meio de uma potência de base e epoente

Leia mais

Um capacitor é um sistema elétrico formado por dois condutores separados por um material isolante, ou pelo vácuo.

Um capacitor é um sistema elétrico formado por dois condutores separados por um material isolante, ou pelo vácuo. Capacitores e Dielétricos Um capacitor é um sistema elétrico formado por dois condutores separados por um material isolante, ou pelo vácuo. Imaginemos uma configuração como a de um capacitor em que os

Leia mais

GAAL - 2013/1 - Simulado - 1 Vetores e Produto Escalar

GAAL - 2013/1 - Simulado - 1 Vetores e Produto Escalar GAAL - 201/1 - Simulado - 1 Vetores e Produto Escalar SOLUÇÕES Exercício 1: Determinar os três vértices de um triângulo sabendo que os pontos médios de seus lados são M = (5, 0, 2), N = (, 1, ) e P = (4,

Leia mais

POTENCIAL ELÉTRICO. por unidade de carga

POTENCIAL ELÉTRICO. por unidade de carga POTENCIAL ELÉTRICO A lei de Newton da Gravitação e a lei de Coulomb da eletrostática são matematicamente idênticas, então os aspectos gerais discutidos para a força gravitacional podem ser aplicadas para

Leia mais

Objetivos. Apresentar as superfícies regradas e superfícies de revolução. Analisar as propriedades que caracterizam as superfícies regradas e

Objetivos. Apresentar as superfícies regradas e superfícies de revolução. Analisar as propriedades que caracterizam as superfícies regradas e MÓDULO 2 - AULA 13 Aula 13 Superfícies regradas e de revolução Objetivos Apresentar as superfícies regradas e superfícies de revolução. Analisar as propriedades que caracterizam as superfícies regradas

Leia mais

5910170 Física II Ondas, Fluidos e Termodinâmica USP Prof. Antônio Roque Aula 15

5910170 Física II Ondas, Fluidos e Termodinâmica USP Prof. Antônio Roque Aula 15 Ondas (continuação) Ondas propagando-se em uma dimensão Vamos agora estudar propagação de ondas. Vamos considerar o caso simples de ondas transversais propagando-se ao longo da direção x, como o caso de

Leia mais

c) A corrente induzida na bobina imediatamente após a chave S ser fechada terá o mesmo sentido da corrente no circuito? Justifique sua resposta.

c) A corrente induzida na bobina imediatamente após a chave S ser fechada terá o mesmo sentido da corrente no circuito? Justifique sua resposta. Questão 1 Um estudante de física, com o intuito de testar algumas teorias sobre circuitos e indução eletromagnética, montou o circuito elétrico indicado na figura ao lado. O circuito é composto de quatro

Leia mais

Não é permitido nenhum tipo de consulta!

Não é permitido nenhum tipo de consulta! INSTRUÇÕES de PRÊMIO IFT-ICTP PARA JOVENS FÍSICOS Não escreva seu nome em nenhum lugar da prova. Em cada das seis folhas de questões, escreva o número do seu RG. Verifique que você tem as seis folhas de

Leia mais

2. Representação Numérica

2. Representação Numérica 2. Representação Numérica 2.1 Introdução A fim se realizarmos de maneira prática qualquer operação com números, nós precisamos representa-los em uma determinada base numérica. O que isso significa? Vamos

Leia mais

grandeza do número de elétrons de condução que atravessam uma seção transversal do fio em segundos na forma, qual o valor de?

grandeza do número de elétrons de condução que atravessam uma seção transversal do fio em segundos na forma, qual o valor de? Física 01. Um fio metálico e cilíndrico é percorrido por uma corrente elétrica constante de. Considere o módulo da carga do elétron igual a. Expressando a ordem de grandeza do número de elétrons de condução

Leia mais

Conceitos Fundamentais

Conceitos Fundamentais Capítulo 1 Conceitos Fundamentais Objetivos: No final do Capítulo o aluno deve saber: 1. distinguir o uso de vetores na Física e na Matemática; 2. resolver sistema lineares pelo método de Gauss-Jordan;

Leia mais

x0 = 1 x n = 3x n 1 x k x k 1 Quantas são as sequências com n letras, cada uma igual a a, b ou c, de modo que não há duas letras a seguidas?

x0 = 1 x n = 3x n 1 x k x k 1 Quantas são as sequências com n letras, cada uma igual a a, b ou c, de modo que não há duas letras a seguidas? Recorrências Muitas vezes não é possível resolver problemas de contagem diretamente combinando os princípios aditivo e multiplicativo. Para resolver esses problemas recorremos a outros recursos: as recursões

Leia mais

CAPACITORES. Vestibular1 A melhor ajuda ao vestibulando na Internet Acesse Agora! www.vestibular1.com.br

CAPACITORES. Vestibular1 A melhor ajuda ao vestibulando na Internet Acesse Agora! www.vestibular1.com.br CAPACITORES DEFINIÇÕES Quando as placas do capacitor estão carregadas com cargas iguais e de sinais diferentes, estabelece-se entre as placas uma diferença de potencial V que é proporcional à carga. Q

Leia mais

Os Postulados da Mecânica Quântica

Os Postulados da Mecânica Quântica Márcio H. F. Bettega Departamento de Física Universidade Federal do Paraná bettega@fisica.ufpr.br Postulados Introdução Vamos apresentar nestas notas os postulados da mecânica quântica de acordo com o

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL - MATEMÁTICA PROJETO FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA ELEMENTAR

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL - MATEMÁTICA PROJETO FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA ELEMENTAR UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL - MATEMÁTICA PROJETO FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA ELEMENTAR Assuntos: Matrizes; Matrizes Especiais; Operações com Matrizes; Operações Elementares

Leia mais

Todos os exercícios sugeridos nesta apostila se referem ao volume 1. MATEMÁTICA I 1 FUNÇÃO DO 1º GRAU

Todos os exercícios sugeridos nesta apostila se referem ao volume 1. MATEMÁTICA I 1 FUNÇÃO DO 1º GRAU FUNÇÃO IDENTIDADE... FUNÇÃO LINEAR... FUNÇÃO AFIM... GRÁFICO DA FUNÇÃO DO º GRAU... IMAGEM... COEFICIENTES DA FUNÇÃO AFIM... ZERO DA FUNÇÃO AFIM... 8 FUNÇÕES CRESCENTES OU DECRESCENTES... 9 SINAL DE UMA

Leia mais

Movimentos Periódicos: representação vetorial

Movimentos Periódicos: representação vetorial Aula 5 00 Movimentos Periódicos: representação vetorial A experiência mostra que uma das maneiras mais úteis de descrever o movimento harmônico simples é representando-o como uma projeção perpendicular

Leia mais

ficha 3 espaços lineares

ficha 3 espaços lineares Exercícios de Álgebra Linear ficha 3 espaços lineares Exercícios coligidos por Jorge Almeida e Lina Oliveira Departamento de Matemática, Instituto Superior Técnico 2 o semestre 2011/12 3 Notação Sendo

Leia mais

Texto 07 - Sistemas de Partículas. A figura ao lado mostra uma bola lançada por um malabarista, descrevendo uma trajetória parabólica.

Texto 07 - Sistemas de Partículas. A figura ao lado mostra uma bola lançada por um malabarista, descrevendo uma trajetória parabólica. Texto 07 - Sistemas de Partículas Um ponto especial A figura ao lado mostra uma bola lançada por um malabarista, descrevendo uma trajetória parabólica. Porém objetos que apresentam uma geometria, diferenciada,

Leia mais

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Princípios de Instrumentação Biomédica. Módulo 4

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Princípios de Instrumentação Biomédica. Módulo 4 Universidade Federal do Rio de Janeiro Princípios de Instrumentação Biomédica Módulo 4 Faraday Lenz Henry Weber Maxwell Oersted Conteúdo 4 - Capacitores e Indutores...1 4.1 - Capacitores...1 4.2 - Capacitor

Leia mais

APLICAÇÕES DA DERIVADA

APLICAÇÕES DA DERIVADA Notas de Aula: Aplicações das Derivadas APLICAÇÕES DA DERIVADA Vimos, na seção anterior, que a derivada de uma função pode ser interpretada como o coeficiente angular da reta tangente ao seu gráfico. Nesta,

Leia mais

Notas sobre a Fórmula de Taylor e o estudo de extremos

Notas sobre a Fórmula de Taylor e o estudo de extremos Notas sobre a Fórmula de Taylor e o estudo de etremos O Teorema de Taylor estabelece que sob certas condições) uma função pode ser aproimada na proimidade de algum ponto dado) por um polinómio, de modo

Leia mais

29/Abril/2015 Aula 17

29/Abril/2015 Aula 17 4/Abril/015 Aula 16 Princípio de Incerteza de Heisenberg. Probabilidade de encontrar uma partícula numa certa região. Posição média de uma partícula. Partícula numa caixa de potencial: funções de onda

Leia mais

Campos Vetoriais e Integrais de Linha

Campos Vetoriais e Integrais de Linha Cálculo III Departamento de Matemática - ICEx - UFMG Marcelo Terra Cunha Campos Vetoriais e Integrais de Linha Um segundo objeto de interesse do Cálculo Vetorial são os campos de vetores, que surgem principalmente

Leia mais

Hoje estou elétrico!

Hoje estou elétrico! A U A UL LA Hoje estou elétrico! Ernesto, observado por Roberto, tinha acabado de construir um vetor com um pedaço de papel, um fio de meia, um canudo e um pedacinho de folha de alumínio. Enquanto testava

Leia mais

Rotação de um corpo rígido e as equações de Euler

Rotação de um corpo rígido e as equações de Euler Rotação de um corpo rígido e as equações de Euler As componentes u x, u y e u z de um vetor u podem ser escritas em termos de produtos escalares entre u e os versores da base x, ŷ e ẑ, u x = x u, e Como

Leia mais

9. Derivadas de ordem superior

9. Derivadas de ordem superior 9. Derivadas de ordem superior Se uma função f for derivável, então f é chamada a derivada primeira de f (ou de ordem 1). Se a derivada de f eistir, então ela será chamada derivada segunda de f (ou de

Leia mais

Mecânica I (FIS-14) Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Pelá Sala 2602A-1 Ramal 5785 rrpela@ita.br www.ief.ita.br/~rrpela

Mecânica I (FIS-14) Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Pelá Sala 2602A-1 Ramal 5785 rrpela@ita.br www.ief.ita.br/~rrpela Mecânica I (FIS-14) Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Pelá Sala 2602A-1 Ramal 5785 rrpela@ita.br www.ief.ita.br/~rrpela Onde estamos? Nosso roteiro ao longo deste capítulo Princípio do impulso e quantidade de

Leia mais

CAP. I ERROS EM CÁLCULO NUMÉRICO

CAP. I ERROS EM CÁLCULO NUMÉRICO CAP. I ERROS EM CÁLCULO NUMÉRICO 0. Introdução Por método numérico entende-se um método para calcular a solução de um problema realizando apenas uma sequência finita de operações aritméticas. A obtenção

Leia mais

Modelagem no Domínio do Tempo. Carlos Alexandre Mello. Carlos Alexandre Mello cabm@cin.ufpe.br 1

Modelagem no Domínio do Tempo. Carlos Alexandre Mello. Carlos Alexandre Mello cabm@cin.ufpe.br 1 Carlos Alexandre Mello 1 Modelagem no Domínio da Frequência A equação diferencial de um sistema é convertida em função de transferência, gerando um modelo matemático de um sistema que algebricamente relaciona

Leia mais

Departamento de Matemática - UEL - 2010. Ulysses Sodré. http://www.mat.uel.br/matessencial/ Arquivo: minimaxi.tex - Londrina-PR, 29 de Junho de 2010.

Departamento de Matemática - UEL - 2010. Ulysses Sodré. http://www.mat.uel.br/matessencial/ Arquivo: minimaxi.tex - Londrina-PR, 29 de Junho de 2010. Matemática Essencial Extremos de funções reais Departamento de Matemática - UEL - 2010 Conteúdo Ulysses Sodré http://www.mat.uel.br/matessencial/ Arquivo: minimaxi.tex - Londrina-PR, 29 de Junho de 2010.

Leia mais

Ponto, reta e plano no espaço tridimensional, cont.

Ponto, reta e plano no espaço tridimensional, cont. Ponto, reta e plano no espaço tridimensional, cont. Matemática para arquitetura Ton Marar 1. Posições relativas Posição relativa entre pontos Dois pontos estão sempre alinhados. Três pontos P 1 = (x 1,

Leia mais

OBJETIVO Verificar as leis da Reflexão Verificar qualitativamente e quantitativamente a lei de Snell. Observar a dispersão da luz em um prisma.

OBJETIVO Verificar as leis da Reflexão Verificar qualitativamente e quantitativamente a lei de Snell. Observar a dispersão da luz em um prisma. UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA CURSO DE FÍSICA LABORATÓRIO ÓPTICA REFLEXÃO E REFRAÇÃO OBJETIVO Verificar as leis da Reflexão Verificar qualitativamente e quantitativamente a lei de Snell. Observar a

Leia mais

Propriedades Corpusculares da. First Prev Next Last Go Back Full Screen Close Quit

Propriedades Corpusculares da. First Prev Next Last Go Back Full Screen Close Quit Propriedades Corpusculares da Radiação First Prev Next Last Go Back Full Screen Close Quit Vamos examinar dois processos importantes nos quais a radiação interage com a matéria: Efeito fotoelétrico Efeito

Leia mais

Tópico 11. Aula Teórica/Prática: O Método dos Mínimos Quadrados e Linearização de Funções

Tópico 11. Aula Teórica/Prática: O Método dos Mínimos Quadrados e Linearização de Funções Tópico 11. Aula Teórica/Prática: O Método dos Mínimos Quadrados e Linearização de Funções 1. INTRODUÇÃO Ao se obter uma sucessão de pontos experimentais que representados em um gráfico apresentam comportamento

Leia mais

Gabarito da Prova de Oficinas dos Velhos Ano 2008

Gabarito da Prova de Oficinas dos Velhos Ano 2008 Gabarito da Prova de Oficinas dos Velhos Ano 2008 12 de maio de 2008 1 (a) O objetivo principal da oficina de espectroscopia é que os aprendizes aprendessem, rápido, a interpretar espectros e linhas espectrais,

Leia mais

MAT1154 ANÁLISE QUALITATIVA DE PONTOS DE EQUILÍBRIO DE SISTEMAS NÃO-LINEARES

MAT1154 ANÁLISE QUALITATIVA DE PONTOS DE EQUILÍBRIO DE SISTEMAS NÃO-LINEARES MAT1154 ANÁLISE QUALITATIVA DE PONTOS DE EQUILÍBRIO DE SISTEMAS NÃO-LINEARES VERSÃO 1.0.2 Resumo. Este texto resume e complementa alguns assuntos dos Capítulo 9 do Boyce DiPrima. 1. Sistemas autônomos

Leia mais

3.3 Espaço Tridimensional - R 3 - versão α 1 1

3.3 Espaço Tridimensional - R 3 - versão α 1 1 1 3.3 Espaço Tridimensional - R 3 - versão α 1 1 3.3.1 Sistema de Coordenadas Tridimensionais Como vimos no caso do R, para localizar um ponto no plano precisamos de duas informações e assim um ponto P

Leia mais

Física IV. Interferência

Física IV. Interferência Física IV Interferência Sears capítulo 35 Prof. Nelson Luiz Reyes Marques Interferência Arco-íris = Bolha de sabão refração interferência Princípio da superposição Quando duas ou mais ondas se superpõem,

Leia mais

Somatórias e produtórias

Somatórias e produtórias Capítulo 8 Somatórias e produtórias 8. Introdução Muitas quantidades importantes em matemática são definidas como a soma de uma quantidade variável de parcelas também variáveis, por exemplo a soma + +

Leia mais

Vetores. Definição geométrica de vetores

Vetores. Definição geométrica de vetores Vetores Várias grandezas físicas, tais como por exemplo comprimento, área, olume, tempo, massa e temperatura são completamente descritas uma ez que a magnitude (intensidade) é dada. Tais grandezas são

Leia mais

Métodos de Física Teórica II Prof. Henrique Boschi IF - UFRJ. 1º. semestre de 2010 Aula 2 Ref. Butkov, cap. 8, seção 8.2

Métodos de Física Teórica II Prof. Henrique Boschi IF - UFRJ. 1º. semestre de 2010 Aula 2 Ref. Butkov, cap. 8, seção 8.2 Métodos de Física Teórica II Prof. Henrique Boschi IF - UFRJ 1º. semestre de 2010 Aula 2 Ref. Butkov, cap. 8, seção 8.2 O Método de Separação de Variáveis A ideia central desse método é supor que a solução

Leia mais

Exp e Log. Roberto Imbuzeiro Oliveira. 21 de Fevereiro de 2014. 1 O que vamos ver 1. 2 Fatos preliminares sobre espaços métricos 2

Exp e Log. Roberto Imbuzeiro Oliveira. 21 de Fevereiro de 2014. 1 O que vamos ver 1. 2 Fatos preliminares sobre espaços métricos 2 Funções contínuas, equações diferenciais ordinárias, Exp e Log Roberto Imbuzeiro Oliveira 21 de Fevereiro de 214 Conteúdo 1 O que vamos ver 1 2 Fatos preliminares sobre espaços métricos 2 3 Existência

Leia mais

Sumário. Prefácio... xi. Prólogo A Física tira você do sério?... 1. Lei da Ação e Reação... 13

Sumário. Prefácio... xi. Prólogo A Física tira você do sério?... 1. Lei da Ação e Reação... 13 Sumário Prefácio................................................................. xi Prólogo A Física tira você do sério?........................................... 1 1 Lei da Ação e Reação..................................................

Leia mais

RESUMO 2 - FÍSICA III

RESUMO 2 - FÍSICA III RESUMO 2 - FÍSICA III CAMPO ELÉTRICO Assim como a Terra tem um campo gravitacional, uma carga Q também tem um campo que pode influenciar as cargas de prova q nele colocadas. E usando esta analogia, podemos

Leia mais

Bem, produto interno serve para determinar ângulos e distâncias entre vetores e é representado por produto interno de v com w).

Bem, produto interno serve para determinar ângulos e distâncias entre vetores e é representado por produto interno de v com w). Produto Interno INTRODUÇÃO Galera, vamos aprender agora as definições e as aplicações de Produto Interno. Essa matéria não é difícil, mas para ter segurança nela é necessário que o aluno tenha certa bagagem

Leia mais

Eventos independentes

Eventos independentes Eventos independentes Adaptado do artigo de Flávio Wagner Rodrigues Neste artigo são discutidos alguns aspectos ligados à noção de independência de dois eventos na Teoria das Probabilidades. Os objetivos

Leia mais

3.4 O Princípio da Equipartição de Energia e a Capacidade Calorífica Molar

3.4 O Princípio da Equipartição de Energia e a Capacidade Calorífica Molar 3.4 O Princípio da Equipartição de Energia e a Capacidade Calorífica Molar Vimos que as previsões sobre as capacidades caloríficas molares baseadas na teoria cinética estão de acordo com o comportamento

Leia mais

DS100: O SINAL ELÉTRICO

DS100: O SINAL ELÉTRICO DS100: O SINAL ELÉTRICO Emmanuel M. Pereira I. Objetivo O propósito deste artigo é esclarecer aos clientes da Sikuro, usuários do eletroestimulador modelo DS100 (C ou CB), no que se refere ao tipo de onda

Leia mais

4.2 Produto Vetorial. Orientação sobre uma reta r

4.2 Produto Vetorial. Orientação sobre uma reta r 94 4. Produto Vetorial Dados dois vetores u e v no espaço, vamos definir um novo vetor, ortogonal a u e v, denotado por u v (ou u v, em outros textos) e denominado produto vetorial de u e v. Mas antes,

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Força Central. Na mecânica clássica, uma força central é caracterizada por uma magnitude que depende, apenas, na distância r do objeto ao ponto de origem da força e que é dirigida ao longo do vetor que

Leia mais

Exemplos de aplicação das leis de Newton e Conservação do Momento Linear

Exemplos de aplicação das leis de Newton e Conservação do Momento Linear Exemplos de aplicação das leis de Newton e Conservação do Momento Linear Cálculo de resultante I Considere um corpo sobre o qual atual três forças distintas. Calcule a força resultante. F 1 = 10 N 30 F

Leia mais

Matemática - UEL - 2010 - Compilada em 18 de Março de 2010. Prof. Ulysses Sodré Matemática Essencial: http://www.mat.uel.

Matemática - UEL - 2010 - Compilada em 18 de Março de 2010. Prof. Ulysses Sodré Matemática Essencial: http://www.mat.uel. Matemática Essencial Equações do Segundo grau Conteúdo Matemática - UEL - 2010 - Compilada em 18 de Março de 2010. Prof. Ulysses Sodré Matemática Essencial: http://www.mat.uel.br/matessencial/ 1 Introdução

Leia mais

E A D - S I S T E M A S L I N E A R E S INTRODUÇÃO

E A D - S I S T E M A S L I N E A R E S INTRODUÇÃO E A D - S I S T E M A S L I N E A R E S INTRODUÇÃO Dizemos que uma equação é linear, ou de primeiro grau, em certa incógnita, se o maior expoente desta variável for igual a um. Ela será quadrática, ou

Leia mais

Nosso objetivo será mostrar como obter informações qualitativas sobre a refração da luz em um sistema óptico cilíndrico.

Nosso objetivo será mostrar como obter informações qualitativas sobre a refração da luz em um sistema óptico cilíndrico. Introdução Nosso objetivo será mostrar como obter informações qualitativas sobre a refração da luz em um sistema óptico cilíndrico. A confecção do experimento permitirá também a observação da dispersão

Leia mais

1. Extremos de uma função

1. Extremos de uma função Máximo e Mínimo de Funções de Várias Variáveis 1. Extremos de uma função Def: Máximo Absoluto, mínimo absoluto Seja f : D R R função (i) Dizemos que f assume um máximo absoluto (ou simplesmente um máximo)

Leia mais

Cap. 7 - Fontes de Campo Magnético

Cap. 7 - Fontes de Campo Magnético Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Física Física III 2014/2 Cap. 7 - Fontes de Campo Magnético Prof. Elvis Soares Nesse capítulo, exploramos a origem do campo magnético - cargas em movimento.

Leia mais

O Princípio da Complementaridade e o papel do observador na Mecânica Quântica

O Princípio da Complementaridade e o papel do observador na Mecânica Quântica O Princípio da Complementaridade e o papel do observador na Mecânica Quântica A U L A 3 Metas da aula Descrever a experiência de interferência por uma fenda dupla com elétrons, na qual a trajetória destes

Leia mais

Tópico 3. Limites e continuidade de uma função (Parte 2)

Tópico 3. Limites e continuidade de uma função (Parte 2) Tópico 3. Limites e continuidade de uma função (Parte 2) Nessa aula continuaremos nosso estudo sobre limites de funções. Analisaremos o limite de funções quando o x ± (infinito). Utilizaremos o conceito

Leia mais

Circuitos CA I. 1 Resumo da aula anterior. Aula 6. 5 de abril de 2011

Circuitos CA I. 1 Resumo da aula anterior. Aula 6. 5 de abril de 2011 Circuitos CA I Aula 6 5 de abril de 20 Resumo da aula anterior Estudamos a teoria formulada por Lammor que permite explicar a existência de diamagnetismo em algumas substancia. Basicamente a teoria supõe

Leia mais

Capítulo 2 - Problemas de Valores Fronteira para Equações Diferenciais Ordinárias

Capítulo 2 - Problemas de Valores Fronteira para Equações Diferenciais Ordinárias Capítulo 2 - Problemas de Valores Fronteira para Equações Diferenciais Ordinárias Departamento de Matemática balsa@ipb.pt Mestrados em Engenharia da Construção Métodos de Aproximação em Engenharia 1 o

Leia mais

MANUTENÇÃO ELÉTRICA INDUSTRIAL * ENROLAMENTOS P/ MOTORES CA *

MANUTENÇÃO ELÉTRICA INDUSTRIAL * ENROLAMENTOS P/ MOTORES CA * MANUTENÇÃO ELÉTRICA INDUSTRIAL * ENROLAMENTOS P/ MOTORES CA * Vitória ES 2006 7. ENROLAMENTOS PARA MOTORES DE CORRENTE ALTERNADA A maneira mais conveniente de associar vários condutores de um enrolamento

Leia mais

5 Equacionando os problemas

5 Equacionando os problemas A UA UL LA Equacionando os problemas Introdução Nossa aula começará com um quebra- cabeça de mesa de bar - para você tentar resolver agora. Observe esta figura feita com palitos de fósforo. Mova de lugar

Leia mais

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Circuitos Elétricos I EEL420. Módulo 2

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Circuitos Elétricos I EEL420. Módulo 2 Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos I EEL420 Módulo 2 Thévenin Norton Helmholtz Mayer Ohm Galvani Conteúdo 2 Elementos básicos de circuito e suas associações...1 2.1 Resistores lineares

Leia mais

Por que o quadrado de terminados em 5 e ta o fa cil? Ex.: 15²=225, 75²=5625,...

Por que o quadrado de terminados em 5 e ta o fa cil? Ex.: 15²=225, 75²=5625,... Por que o quadrado de terminados em 5 e ta o fa cil? Ex.: 15²=225, 75²=5625,... 0) O que veremos na aula de hoje? Um fato interessante Produtos notáveis Equação do 2º grau Como fazer a questão 5 da 3ª

Leia mais

Resolução de Matemática da Prova Objetiva FGV Administração - 06-06-10

Resolução de Matemática da Prova Objetiva FGV Administração - 06-06-10 QUESTÃO 1 VESTIBULAR FGV 010 JUNHO/010 RESOLUÇÃO DAS 15 QUESTÕES DE MATEMÁTICA DA PROVA DA MANHÃ MÓDULO OBJETIVO PROVA TIPO A O mon i tor de um note book tem formato retangular com a di ag o nal medindo

Leia mais

Espectometriade Fluorescência de Raios-X

Espectometriade Fluorescência de Raios-X FRX Espectometriade Fluorescência de Raios-X Prof. Márcio Antônio Fiori Prof. Jacir Dal Magro FEG Conceito A espectrometria de fluorescência de raios-x é uma técnica não destrutiva que permite identificar

Leia mais

EXPERIMENTO N o 6 LENTES CONVERGENTES INTRODUÇÃO

EXPERIMENTO N o 6 LENTES CONVERGENTES INTRODUÇÃO EXPERIMENTO N o 6 LENTES CONVERGENTES INTRODUÇÃO Ao incidir em uma lente convergente, um feixe paralelo de luz, depois de passar pela lente, é concentrado em um ponto denominado foco (representado por

Leia mais

AS LEIS DE NEWTON PROFESSOR ANDERSON VIEIRA

AS LEIS DE NEWTON PROFESSOR ANDERSON VIEIRA CAPÍTULO 1 AS LEIS DE NEWTON PROFESSOR ANDERSON VIEIRA Talvez o conceito físico mais intuitivo que carregamos conosco, seja a noção do que é uma força. Muito embora, formalmente, seja algo bastante complicado

Leia mais

Erros. Número Aproximado. Erros Absolutos erelativos. Erro Absoluto

Erros. Número Aproximado. Erros Absolutos erelativos. Erro Absoluto Erros Nenhum resultado obtido através de cálculos eletrônicos ou métodos numéricos tem valor se não tivermos conhecimento e controle sobre os possíveis erros envolvidos no processo. A análise dos resultados

Leia mais

Bases Matemáticas. Aula 2 Métodos de Demonstração. Rodrigo Hausen. v. 2013-7-31 1/15

Bases Matemáticas. Aula 2 Métodos de Demonstração. Rodrigo Hausen. v. 2013-7-31 1/15 Bases Matemáticas Aula 2 Métodos de Demonstração Rodrigo Hausen v. 2013-7-31 1/15 Como o Conhecimento Matemático é Organizado Definições Definição: um enunciado que descreve o significado de um termo.

Leia mais

Física Quântica Caex 2005 Série de exercícios 1

Física Quântica Caex 2005 Série de exercícios 1 Física Quântica Caex 005 Questão 1 Se as partículas listadas abaixo têm todas a mesma energia cinética, qual delas tem o menor comprimento de onda? a) elétron b) partícula α c) nêutron d) próton Questão

Leia mais

EFEITO FOTOELÉTRICO. J.R. Kaschny

EFEITO FOTOELÉTRICO. J.R. Kaschny EFEITO FOTOELÉTRICO J.R. Kaschny Histórico 1886-1887 Heinrich Hertz realizou experimentos que pela primeira vez confirmaram a existência de ondas eletromagnéticas e a teoria de Maxwell sobre a propagação

Leia mais

REFLEXÃO DA LUZ: ESPELHOS 412EE TEORIA

REFLEXÃO DA LUZ: ESPELHOS 412EE TEORIA 1 TEORIA 1 DEFININDO ESPELHOS PLANOS Podemos definir espelhos planos como toda superfície plana e polida, portanto, regular, capaz de refletir a luz nela incidente (Figura 1). Figura 1: Reflexão regular

Leia mais

( ) ( ) ( ( ) ( )) ( )

( ) ( ) ( ( ) ( )) ( ) Física 0 Duas partículas A e, de massa m, executam movimentos circulares uniormes sobre o plano x (x e representam eixos perpendiculares) com equações horárias dadas por xa ( t ) = a+acos ( ωt ), ( t )

Leia mais

INTERAÇÃO DOS RAIOS-X COM A MATÉRIA

INTERAÇÃO DOS RAIOS-X COM A MATÉRIA INTERAÇÃO DOS RAIOS-X COM A MATÉRIA RAIOS-X + MATÉRIA CONSEQUÊNCIAS BIOLÓGICAS EFEITOS DAZS RADIAÇÕES NA H2O A molécula da água é a mais abundante em um organismo biológico, a água participa praticamente

Leia mais

Vetores Lidando com grandezas vetoriais

Vetores Lidando com grandezas vetoriais Vetores Lidando com grandezas vetoriais matéria de vetores é de extrema importância para o ensino médio basta levar em consideração que a maioria das matérias de física envolve mecânica (movimento, dinâmica,

Leia mais

Sexta Lista - Fontes de Campo Magnético

Sexta Lista - Fontes de Campo Magnético Sexta Lista - Fontes de Campo Magnético FGE211 - Física III Sumário A Lei de Biot-Savart afirma que o campo magnético d B em um certo ponto devido a um elemento de comprimento d l que carrega consigo uma

Leia mais

Prof. Rogério Eletrônica Geral 1

Prof. Rogério Eletrônica Geral 1 Prof. Rogério Eletrônica Geral 1 Apostila 2 Diodos 2 COMPONENTES SEMICONDUTORES 1-Diodos Um diodo semicondutor é uma estrutura P-N que, dentro de seus limites de tensão e de corrente, permite a passagem

Leia mais