Estado da Paraíba Poder.judiciárin Tribunal de Justiça Gabinete do Des. Marcos A. Souto Maior

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1 Estado da Paraíba Poder.judiciárin Tribunal de Justiça Gabinete do Des. Marcos A. Souto Maior DECISÃO AGRAVO - N /001 JOÃO PESSOA RELATOR : Dr. José Ferreira Ramos Júnior Juiz Convocado AGRAVANTE (S) : Banco Triângulo S/A ADVOGADO(S) : Zenildo Gonçalves de Mendonça Filho AGRAVADO (S) : Albelice Freitas ME ADVOGADO(S) : Luis Fernando Bencvides Ceriani AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA. CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO. DESCONSIDERAÇÃO EM FACE:. DA FLAGRANTE DESPROPORCIONALIDADE ENTRE AS PARTES. DECISÃO MONOCRÁTICA. NEGATIVA DE SEGUIMENTO AO RECURSO. ; Constatada a vulnerabilidade econômica de uma das partes em relação à outra, é imperiosa a declaração de competência do foro da Comina pela qual optou o hipossrociente, independentemente do fin.() de eleição, como mecanismo de garantia do equilíbrio contratual e de promoção do acesso à justiça. Vistos etc. Trata-se de agravo de instrumento interposto por Banco Triângulo S/A, contra decisão do juízo da 8 a Vara Ove] da Comarca da Capital, que desacolheu incidente de exceção de incompetência, apresentado em face de Albelice Freitas ME. Em sucinto relato, o agravante asseverou que, tendo firmado contrato de empréstimo com a agravada, em que se apontou a Comarca de Belo Horizonte/MG como competente para dirimir eventuais controvérsias em relação a esse, deveria a ação revisional intentada ser remetida àquele juízo para processamento e julgamento, o que não foi aceito pela decisão guerreada, pelo que, então, postula sua reforma.

2 conclusos para julgamento. Remetido o recurso a esta Corte, vieram-me os autos de estilo (fls.120/121). Requisitado, o juizo a quo apresentou as informações Indeferimento do pedido de liminar, às fls. 123/124. O agravado apresentou contra - razões (fls.128/132). Neste grau de jurisdição, instada a se pronunciar, a Procuradoria de justiça emitiu parecer (fls. 134/136), no sentido de ser desprovido o recurso. Decido. Desde logo, entendo por me posicionar em inteiro acordo com a respeitável decisão agravada. Ora, se é certo que, em se tratando de hipótese de competência relativa, é perfeitamente possível às partes fazer uso de cláusula, com o fim estabelecer o foro competente para o caso de futuras demandas; certo também é que dita cláusula é de ser tida como nula de pleno direito, quando venha a colocar uma das partes em posição de desvantagem excessiva, ao ponto de dificultar o seu direito de acesso ao Judiciário. entendimento jurisprudencial. Senão, vejamos: Nessa direção, há muito, já se firmou o PROCESSO CI VIL. CONTRATO DE ADESÃO. FORO DE ELEIÇÃO. PREVALENCIA DE REGRAS GERAIS DE COMPETENCIA. RECURSO NÃO CONHECIDO. I - A CI.AUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO INSERIDA EM CONTRATO DE ADESÃO E, EM PRINCIPIO, VALIDA E EFICAZ, SALVO: A) SE, NO MOMENTO DA CELEBRAÇÃO, A PARTE ADERENTE NÃO DISPUNHA DE INTELECÇÃO SLIICIENTE PARA COMPREENDER O SENTIDO E AS CONS E QUE NCIAS DA ESTIPULAÇÃO CONTRATUAL; B) SE DA PREVALENCIA DE TAL ESTIPULAÇÃO RESULTAR

3 INVIABILIDADE OU ESPECIAL DIFICULDADE DE ACESSO AO JUDICIARIO; c) SE SE TRATAR DE CONTRATO DE OBRIGATORIA ADESÃO, ASSIM ENTENDIDO O QUE TENHA POR OBJETO PRODUTO OU SERVIÇO FORNECIDO COM EXCLUSIVIDADE POR DETERMINADA EMPRESA. II - RECONHECIDA QUALQUER DESSAS CIRCUNSTANCIAS EXCEPCIONAIS, A DEFINIÇÃO DA COMPETENCIA SE IMPÕE SEJA PROCEDIDA SEGUNDO AS REGRAS GERAIS ESTABELECIDAS NO DIPLOMA PROCESSUAL (NO CASO, ARTS. 94 E 100, IV, 'B' E 'D', CP. REsp , Ministro Sávio de Figueiredo. Assim, constatada a vulnerabilidade de uma das partes em relação à outra, é, de fato, imperiosa a declaração de competência do foro escolhido por aquele que se mostrar hipossuficiente, independentemente do de eleição, como mecanismo de garantia do equilíbrio contratual. É o caso dos autos, uma vez que, à vista da condição particularizada das partes, não há dúvidas dos eventuais prejuízos que resultariam ao direito de defesa da agravada, caso, ao reverso, tivesse a juíza entendido pela estabilização da competência em consonância com o contrato firmado pelas partes. Nesse sentido, bem firmou o &dum: evigir da excepta a propositura de ação perante Comarca de Uberlândia é ferir a boalé e o equilíbrio contratual, configurando verdadeira afronta ao direito JUndamental de acesso ao.justifa." Desta feita, levando-se em consideração que o agravado é ME, com sede na Comarca de João Pessoa, onde, aliás, ajuizou o pedido revisional contra a agravante, e a capacidade reconhecidamente superior da recorrente, instituição bancária com representação em diversas localidades da federação, tanto pelo seu

4 porte financeiro, quanto pela ampla possibilidade de litigar perante o juizo diverso daquele contratado, parece desnecessário maiores delongas, para que seja mantida a decisão hostilizada por seus próprios fundamentos. Ante o exposto, com fundamento no art. 557, caput, do CPC, nego seguimento ao presente recurso. Comunique-se ao juízo a quo. Demais providencias necessárias. João Pess al 03 de outubro de ra Ran os Júnior T O R

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