TREINO TÉCNICO PARA COMPETIÇÃO
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- Patrícia Marinho Cordeiro
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1 Onde os Reis se encontram TREINO TÉCNICO PARA COMPETIÇÃO Apostila 13 Prof. Francisco Teodorico Pires de Souza
2 OS CAMPEONATOS DO MUNDO XII CAMPEONATO MUNDIAL DE XADREZ Lasker x Capablanca, 1921 Durante 11 anos Lasker não defendeu o Título Mundial. Ainda que se deve mencionar a seu favor que, desde 1914 até fins de 1918, o mundo tinha demasiadas preocupações com a I Guerra Mundial para preocupar-se com xadrez, deve-se também reconhecer que impôs muitas dificuldades a Rubinstein para que disputasse o Campeonato. José Raul Capablanca (La Habana, New York, 1942) foi um dos meninos prodígios mais sensacionais da história do xadrez mundial. Aprendeu a jogar aos 4 anos e aos 13 consagrou-se Campeão Cubano ao derrotar em um match, Juan Corzo por +4-3=6. Suas extraordinárias condições de jogador se desenvolveram ao máximo na América do Norte, onde se mudou para seguir estudos de engenharia na Universidade de Columbia, que mais tarde abandonou pelo xadrez. Em 1909 acertou um encontro com Frank J. Marshall, que 2 anos antes havia disputado o Título Mundial contra Lasker, e diante da surpresa geral, o cubano venceu pelo extraordinário resultado +8-1=14, com o que seu nome começou a figurar ao lado das mais importantes estrelas do tabuleiro. Em 1910, participa do Torneio de New York, classificando-se em 2, atrás de Marshall. Em 1921 o convidaram a participar do grande Torneio de San Sebastian, onde jogaram os mais destacados enxadristas da época, com exceção do Campeão Mundial, Lasker. Alguns jogadores opuseram-se à sua participação, alegando falta de categoria suficiente, ao que Marshall respondeu: Quem me venceu num match é forçosamente um bom enxadrista e como a categoria de Marshall era indiscutível, ninguém se atreveu a responder-lhe. Capablanca fez jus às palavras de seu rival e amigo, pois diante da surpresa geral obteve o 1 lugar, superando entre outros a Rubinstein, Vidmar, Marshall, Nimzowich, Schlechter, Tarrasch, Bernstein, Spielmann, etc. Em 1911 começaram as negociações para o encontro Lasker x Capablanca, mas o Campeão recusou uma oferta do Clube de Xadrez de La Habana, alegando que o clima tropical lhe prejudicaria. Em seguida, o clube Argentino, de Buenos Aires, quis organizar o encontro, oferecendo francos ao vencedor e ao perdedor. Ambas propostas falharam e ao 3 desafio, Lasker contestou, colocando entre outras, com as seguintes condições: Será vencedor o 1 que ganhe 6 partidas, sem contar os empates. O máximo de partidas será 30. Ao final destas, será vencedor o que tenha mais vitórias. Mas se houver apenas uma vitória a mais, o match será declarado empatado. O dr. Lasker fixará a data para começar a luta e o local da mesma... Capablanca recusou alegando que um vencedor é sempre um vencedor, ainda que a vantagem seja mínima. Naturalmente Capablanca tinha razão, mas também a tinha os partidários de Lasker quando afirmavam: Capablanca ganhou reputação muito rapidamente, e antes de enfrentar Lasker deveria demonstrar sua maestria em outros torneios e matches. E isso era correto, já que uma vitória sobre Marshall e um 1 lugar em San Sebastian eram pouca coisa diante de um histórico como o do Campeão Mundial. Diante destas discórdias, o relacionamento entre eles não era muito agradável. Página 2
3 Vejamos os sucessos enxadrísticos que se desenvolveram até 1921, quando enfim se enfrentaram estes dois gigantes: Capablanca começou sua carreira de maneira triunfal, vencendo em 1913 dois torneios em New York e ficando em 2 em La Habana, ficando atrás de Marshall. Lasker não jogou torneio algum nestes anos, mas em 1914, em San Petesburgo, organizaram um torneio que tinha como pré-requisito indispensável para participar, ter obtido um 1 lugar em uma competição internacional. Participaram deste torneio, Lasker, Capablanca, Tarrasch, Marshall, Alekhine, Rubinstein, Janowski, Nimzowich, Bernstein e os veteranos Blackburne e Gunsberg. O torneio foi disputado no sistema schuring em 1 turno, classificando os 5 primeiros para a 2ª fase, disputada em sistema schuring em 2 turnos, e iniciariam esta fase com a pontuação alcançada na 1ª fase. Capablanca venceu brilhantemente a 1ª fase sem derrotas, enquanto Lasker perdeu de Bernstein e ficou a 1,5 pontos de distância. Ao iniciar a 2ª fase, todos os aficionados pensavam que Capablanca acabaria vencendo facilmente, mas Lasker, fantasticamente superou Capablanca por 0,5 ponto, após derrota-lo em uma Espanhola - Variante das Trocas, que é uma das mais famosas partidas da história do xadrez. A classificação final foi: 1 Lasker 13,5 2 Capablanca 13,0 3 Alekhine 10,0 4 Tarrasch 8,5 5 Marshall 8,0 Após este torneio o velho leão é novamente considerado como o melhor jogador do mundo. O ano de 1914 foi fatídico, estoura a I Guerra Mundial e a atividade de Lasker resume-se a um match amistoso com Tarrasch, 1916, vencendo por +5-0=1 e um triunfo em um torneio na mesma cidade, em 1918, superando Rubinstein, Schlechter e Tarrasch. Capablanca, por sua vez, vence em 1915, 1916 e 1918 os torneios de New York e em 1919 vence Kostic, em La Habana, por +5-0=0. No Torneio de Hastings (denominado A vitória), onde estavam excluídos os enxadristas alemães e dos países aliados, também conseguiu o 1 posto. Após o fim da I Guerra Mundial, Lasker, sentindo-se velho, quis renunciar ao Título, nomeando seu sucessor, Capablanca, mas esta decisão não agradaria os aficionados, que desejavam ver o confronto. Após trabalhosas negociações foi organizado o match a ser disputado em La Habana. O vencedor seria aquele que conseguisse 8 vitórias primeiro, mas chegando à partida 24 sem este resultado, decidiria a melhor pontuação. Após a 14ª partida, Lasker desmoralizado pelo placar adverso e talvez afetado fisicamente pelo clima de La Habana, decidiu enviar uma carta ao árbitro propondo sua rendição ao match, em 27Abr1921. A resposta, ainda que discutida entre os organizadores, chegou no mesmo dia, aceitando sua proposta. Durante o encontro, Lasker foi correspondente de um diário holandês. Eis alguns parágrafos que escreveu sobre si: Página 3
4 Este match, que me ocasionou dificuldades como em nenhum outro, foi para mim um deleite enxadrístico. As circunstâncias extrínsecas que o rodearam foram na verdade desfavoráveis, mas o estilo de Capablanca trouxe-me legítimos problemas. Suas partidas são claras, lógicas e vigorosas. Nelas não havia nada oculto, presumido ou artificial. Através de seus lances adverte seu pensamento, ainda que queira ser astuto. Quer seja quando joga para ganhar como para empatar, ou quando temia perder, seus lances traduziam claramente seu objetivo. Se bem que seus lances são transparentes, estes não são fáceis de encontrar, e às vezes profundos, Capablanca não é amante de complicações nem de aventuras, prefere saber previamente onde pisa. Sua profundidade não é a de um poeta, mas a de um matemático; seu espírito é de um romano, não o de um grego... Seu xadrez foi muito simpático. Alegrava-me ter um adversário de aço, mas as circunstâncias não me permitiram jogar como planejado. Sob novas condições de vida e climáticas, minhas atitudes decaíram. Meu juízo posicional, a exatidão de minhas combinações e até a facilidade de analisar uma simples posição foram debilitadas, confusas e caíram quase nulas pelo cansaço. Não pude evitar, ainda que nunca cheguei a desmoralizar-me. As causas foram de origem física: transpiração, perda de peso e impossibilidade de dormir profundamente, surgindo assim a falta de concentração por um período prolongado. Assim terminou um episódio de minha vida. Quando Steinitz viu perdida a última partida do match, pôs-se de pé e exclamou: Três urras ao novo Campeão! Esse gesto emocionou-me e é uma honra pronunciar diante do mundo enxadrístico essas mesmas palavras. O mestre Mieses disse: O estilo de Lasker é como um copo d'água clara com uma gota de veneno. O de Capablanca, é um copo d'água ainda mais clara, sem a gota de veneno. Reti, grande enxadrista e publicitário, afirmou: O que mais surpreende, inclusive num estudo superficial do método de jogo de Capablanca é sua grande segurança, sua quase ausência de descuidos e falsas interpretações de posição. É sem dúvida conseqüência de ter aprendido a jogar sendo um menino de 4 anos. Em certo sentido, o xadrez é sua língua nativa. Para ele a dedução de posições simples era muito fácil, enquanto os enxadristas que haviam aprendido o xadrez com mais dificuldades, mais tarde na vida, tinham que estudar as situações. Após esta derrota, Lasker somente reapareceu sensacionalmente dois anos depois em Mährisch-Ostrau, 1923, vencendo o torneio sem derrotas, o que demonstrava que não estava acabado. Página 4
5 Em New York, 1924, organizou-se um dos torneios mais fortes de todos os tempos, em 2 turnos e Lasker foi vencedor, ainda que perdendo uma das 2 partidas disputadas com Capablanca. Veja a classificação final: 1 Lasker 16,0 7 Bogoljubow 9,5 2 Capablanca 14,5 8 Tartakower 8,0 3 Alekhine 12,0 9 Yates 7,0 4 Marshall 11,0 10 Ed. Lasker 6,5 5 Reti 10,5 11 Janowski 5,0 6 Maroczy 10,0 Capablanca não perdia uma partida já faziam 8 anos e neste torneio, Reti conseguiu quebrar o tabu. Disse um comentarista da época: Capablanca começou o torneio bastante inseguro, mas terminou como um rodamoinho, mas Lasker o fez como um verdadeiro ciclone. Em Moscou, 1925, ambos voltaram a se encontrar finalizando em empate a partida entre eles. E ainda que Bogoljubow tenha vencido o Torneio, Lasker teve a satisfação de ficar em 2, superando Capablanca, que finalizou em 3. Após este torneio, Lasker esteve longe das competições sérias durante 9 anos, mas ao chegarem os nazistas ao poder na Alemanha, por ser judeu, perdeu sua fortuna e teve de abandonar sua pátria e voltar a participar de torneios para sobreviver. Assim, em Zurich, 1934, aos 66 anos, reaparece no cenário enxadrístico, finalizando em 5 lugar atrás de Alekhine, Euwe, Flohr e Bogoljubow, mas superando Bernstein, Nimzowich, Sthalberg, etc. Neste Torneio, Alekhine vence-o pela 1ª e única vez em sua vida, mas Lasker derrotou, entre outros ao aspirante principal ao Título Mundial, Euwe e a Bogoljubow. Em Moscou, 1935, Lasker finaliza em 3 sem perder uma única partida, ficando somente a 0,5 ponto de Botwinnik e Flohr, que terminaram empatados, superando Capablanca, a quem venceu em uma harmoniosa partida que merecia o prêmio de brilhantismo, além das vitórias diante dos novos astros do tabuleiro. Suas últimas atuações foram nos Torneios de Moscou, 1936 e Nottinghan, Em ambos, desenvolveu partidas de grande categoria, mas logicamente por causa da idade não podia aspirar os primeiros lugares, ainda que produzindo atrativas partidas. Seus últimos anos de vida passou na América do Norte, falecendo em 11Jan1941, no Hospital Monte Sinai, o mesmo onde morreria no ano seguinte seu grande rival e grande amigo, Capablanca, pois, se bem houve entre eles verdadeira amizade e admiração mútua. Página 5
6 Lasker x Capablanca La Habana, 15Mar - 21Abr Lasker ½ ½ ½ ½ 0 ½ ½ ½ Capablanca ½ ½ ½ ½ 1 ½ ½ ½ Tot Lasker ½ 0 0 ½ ½ 0 5,0 Capablanca ½ 1 1 ½ ½ 1 9,0 Capablanca começou o match de Brancas. ABERTURAS Nº DAS PARTIDAS TOTAL % Eslava Gambito da Dama Ortodoxa 1, 4, 5, 7, 10, Ruy Lopez 3, 6, 12, Tarrasch A SEGUIR: XIII Campeonato Mundial de Xadrez Capablanca x Alekhine, 1927 Página 6
7 FINAIS I 3.9. Finais com mais Peões Triangulação é um estratagema intimamente ligado à oposição. Realiza-se quando um lado tem mais casas disponíveis para seu Rei do que o oponente. Diagrama: b3, c4, f5, g3, g4, Re2 x c5, e4, f6, g5, g7, Rd6 1? (1-0) Aproximando-se as Brancas do Peão negro por meio de 1 Re3? as Negras replicam com 1... Re5 e ganham, pois o rei branco é obrigado a retirar-se. Mas as Brancas tem 2 vias de acesso a e3, ou seja d2 e e2 (ou f2 e e2), enquanto o Negro dispõe somente de uma via para e5, que é a casa d6. As Brancas podem manobrar no triângulo d2-e2-e3 (ou f2-e2-e3), enquanto o Negro apenas movimenta-se na diagonal d6-e5. A triangulação permite o ganho (ou perda) de um tempo. 1 Rd2! Re5 2 Re3 Rd6 3 Re4 (1-0) Página 7
8 SÍNTESE DESTES FINAIS A) Um lado tem um Peão a mais. sistemas: Nestes finais, os processos ganhantes reduzem-se geralmente a um dos seguintes A.1. Forçando um Peão passado. A.2. Sacrificando um Peão no momento exato para obter: A.2.1. Um Peão que vai à Dama; A.2.2. Uma supremacia suficiente de material ou A.2.3. Uma vitória numa das posições básicas. B) Ambos tem o mesmo número de Peões. lados. Geralmente há empate, com exceção de nítida superioridade posicional para um dos Na maioria dos casos estas regras encontram fácil aplicação. Mas como diz Ruben Fine, o xadrez não seria um jogo se não houvessem numerosas exceções devidas principalmente, às estruturas irregulares de Peões, às diferenças posicionais e às posições de pat. A SEGUIR: Finais diversos de Rei e Peões Página 8
9 TÁTICA I 7.2. Ataques na coluna g aberta (falta o Peão g) Este ataque ocorre quando há falta do Peão g ou se é possível abri-la mediante sacrifício. As peças de grande importância neste ataque são a Dama e as Torres. As Torres, se dobradas nesta coluna tornam-se muito fortes. Diagrama: a2, h2, Ta1, Bc3, Tg1, Dg4, Rh1 x a7, b6, f7, g7, h7, Dc8, Td7, Ce6, Tf8, Rg8 1? Mate Abrir a coluna g mediante sacrifício, valorizando o domínio da grande diagonal negra e fazendo com que as Torres tenham mais eficácia nesta coluna. 1 Dg7+! Cg7 2 Tg7+! Rh8 3 Tg8+ Rg8 4 Tg1++ (1-0) Diagrama: c2, d2, e4, f2, g2, h2, Ca3, Db1, Tf1, Rg1 x b7, c6, c4, g7, Te8, Ch4, Dh5, Rh8 1...? Mate Abrir através de sacrifício da coluna g e fazer com que a Torre aja sobre ela Cg2! 2 Rg2 Dg4+ 3 Rh1 Df3+ 4 Rg1 Te6 (1-0) O mate é inevitável após 5... Tg6+ Diagrama: c3, d2, f2, g2, h2, Db2, Ce2, Tf1, Rh1 x a7, b6, c6, f7, g7, h4, Bd5, Df5, Tf8, Rh8 1...? Mate Abrir através do sacrifício a coluna g e utilizar o Peão avançado como pivô do ataque Bg2+! 2 Rg2 Dg4+ 3 Cg3 h3+ 4 Rg1 Df3 (0-1) O mate é inevitável: 5... Dg2++ Página 9
10 Diagrama: e3, f2, h2, Bd3, Df1, Rg2 x g7, h6, Bd7, Df6, Rg8 1...? Mate Rei e Dama encontram-se na mesma diagonal do Bispo da Dama inimigo, o que permite atrair o Rei à zona de mate Bh3+! 2 Rh3 Df3+ 3 Rh4 g5++ (0-1) Diagrama: a2, b2, c2, d3, g2, h5, Cc3, Te1, Df4, Rg1, Th3 x a7, b7, c6, d5, f7, h7, Ta8, Cb8, Dd8, Tf8, Rg8 Harwitz x N.N. 1? Mate Explorar as colunas g e e abertas, agindo sobre elas, Torres e Dama, ameaçando mate com a Dama em g7. 1 Tg3+ Rh8 2 Dh6! Ameaçando 3 Dg Tg8 3 Te8!! (1-0) Por que o Negro abandonou? *** Porque se 3... Te8 4 Dg7++ e se 3... De8 o mate se inicia com 4 Df6+ A SEGUIR: 7.3. Ataques na diagonal aberta (Falta o Peão f) Página 10
11 OS GRANDES MESTRES DO TABULEIRO 3. WILLELM STEINITZ Willelm Steinitz nasceu a 18Mai1836, em Praga. Como estudioso apareceu em Viena, aos 22 anos, começando sua carreira enxadrística na Wiener Schachgesellschaft, que foi a escola de muitos mestres do xadrez. Em 1862, representando seu país, participou do Torneio Internacional de Londres, obtendo o 6 lugar, mas tendo reconhecida uma de suas partidas como a melhor do Torneio. Estabeleceu-se em Londres, vivendo ali até Em 1866 jogou um match contra Anderssen, quem, após a retirada de Morphy, voltou a ser grande mestre. Steinitz venceu por +8-6=0. Após esta vitória, apesar de não existir o Título, Steinitz alcançou o patamar de Campeão Mundial. Os sucessivos resultados nos torneios internacionais que tomou parte foram: Baden-Baden, 1870 Viena, 1872 Viena, lugar 1 lugar 2 lugar (vencido por J. H. Zukertort) Em 1866, disputou-se pela primeira vez o Campeonato Mundial entre Steinitz e Zukertort. Como Steinitz havia se estabelecido nos E.U.A., os encontros foram em New York, St Louis e New Orleans, com Steinitz alcançando o título oficial com +10-5=5. Posteriormente defendeu seu Título diversas vezes com êxito. Entre os quais pode-se destacar o confronto com Tchigorin, 1889 e 1892, pois foi um dos mais interessantes, caindo mais tarde em 1894 diante do dr. Emanuel Lasker. Como o próprio Lasker disse: O pensador foi superado pelo jogador. Até mesmo em seu método, Lasker destacou as idéias filosóficas básicas do jogo de Steinitz. Após perder o Título Mundial, Steinitz participou ainda de diversos torneios, mas sem conseguir a primeira colocação em nenhum. Morreu em Enquanto Morphy foi o mais célebre dos mestres de xadrez, considerado pelo público como o herói do xadrez, aos estudiosos deste jogo, Steinitz era o jogador mais profundo, o que traduzia melhor a personalidade enxadrística. Enquanto Morphy praticou o estudo do jogo aberto, Steinitz dedicou-se às partidas fechadas, o que caracterizava o caráter de cada um. O jogo aberto de Morphy demonstra o caráter de um homem de rápida liberdade de ação, que deseja o brilhantismo, o êxito rápido; Steinitz, ao contrário, o valor duradouro, assim, normalmente dedicava-se a uma longa defesa, apenas para conservar a mais sensível vantagem posicional. Por este motivo, as posições cerradas eram suas prediletas. Página 11
12 Para entender melhor, observe que nas posições fechadas, os Peões estão imóveis para ambos, sinal de longa luta, nas abertas, mais mudanças. Neste estudo de luta de posição, resume-se a obra de Steinitz e a base de toda a técnica enxadrística moderna. A SEGUIR: 3.1. Partida nº 1 Abertura Giuoco Piano Londres, 1862 Dubois x Steinitz Página 12
13 EXERCÍCIOS Diagrama 13.1 a2, f2, g2, h2, Ca5, Re3 x a7, f7, g7, h7, Bb4, Re5 As Negras acabaram de atacar o Cavalo branco, o que fazer? 1 Cc6+, ganhando o Bispo, ficando com vantagem decisiva. Diagrama 13.2 a2, f2, g2, h2, Td1, Re1, Be2, Cf3, Th1 x a7, b7, f7, g7, h7, ta8, Cb6, Bd7, Re8, Cf6, Th8 Se você pudesse colocar um Cavalo branco numa casa livre, onde você colocaria? Em c7, ganhando qualidade. Diagrama 13.3 a2, f2, g2, h2, Ta1, Tf1, Rg1, Dh4 x a7, b7, f7, h6, Cc6, Dd5, Td7, Te8, Bg6, Rh7 Onde você colocaria um Cavalo branco nesta composição? Em f6, atacando simultaneamente quatro peças. Após 1 e4 c5 2 Cf3 Cc6 3 d4 cd4 4 Cd4 Cf6 5 Cc6 e6 6 Cdb5 d5 O que você joga? Explorar o tema tático duplo de Cavalo em c7 e ganhar um Peão 7 ed5 ed5 8 Cd5 Cd5 9 Dd5! Dd5 10 Cc7+ Diagrama 13.4 a2, b2, c2, f2, g2, h2, Ta1, Bc4, Dd1, Re1, Be3, Cg5, Th1 x a7, b7, c6, d6, f7, g6, h7, Ta8, Cb8, Bc8, Dd5, Re8, Bf8, Th8 Hastings, 1949/50 Rossolimo x Szabo 1? As Brancas sacrificaram um Peão na abertura e agora recuperam-no com a vantagem da sensível debilidade na estrutura negra. Duplo de Cavalo em f7 após atrair o Rei a e8. 1 Dd8+ Rd8 2 Cf7+ Página 13
14 BIBLIOGRAFIA LOS CAMPEONATOS DEL MUNDO - DE STEINITZ A ALEKHINE Pablo Moran, Ediciones Martinez Roca, S.A., Barcelona - Espanha Págs e XADREZ BÁSICO Dr. Orfeu Gilberto D'Agostini, Edições Ouro, São Paulo - Brasil Págs e LOS GRANDES MAESTROS DEL TABLERO Ricardo Reti, Club de Ajedrez Págs TÁCTICA MODERNA EN AJEDREZ - Tomo I Ludeck Pachman, Colecion Escaques, Martinez Roca, Barcelona - Espanha Pág Página 14
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