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9 MM. DR. JUIZ DA 3.ª VARA DO TRABALHO DE CORONEL FABRICIANO, MINAS GERAIS. PROCESSO N.º ELBI ELÉTRICA INDUSTRIAL LTDA., CNPJ / , contrato social anexo, por seus advogados, nos autos da reclamação trabalhista que lhe move SEBASTIÃO ALVES DE CARVALHO vem, perante este MM. Juízo, apresentar a sua DEFESA nos termos que a seguir expõe e ao final requer: DADOS DO RECLAMANTE O reclamante foi admitido em 24/08/2006, mediante contrato por prazo determinado (art. 443, 2.º, alínea c da CLT) e tal contrato foi rescindido antecipadamente, em 05/10/2006, tendo sido quitadas as verbas remanescentes devidas, nos termos da norma do art. 479 da CLT. Foi contratado com salário mensal, no importe de R$ 797,93 (setecentos e noventa e sete reais e noventa e três centavos). O reclamante recebeu adicional de periculosidade, conforme confissão contida na inicial. CONTRATAÇÃO POR EXPERIÊNCIA INCONTROVÉRSIA Conforme comprova o contrato anexo, na data de 24 de agosto de 2006, após passar por processo seletivo, o reclamante foi admitido por contrato por tempo determinado, nos moldes da norma do art. 443, 2.º, alínea c da CLT. 1-7

10 Em razão disto, restam impugnadas as alegações exordiais no sentido de que a contratação por período de experiência não seria válida, pois que a contratação foi feita nos moldes legais e contou com expressa concordância do reclamante, havendo sua chancela ao final do contrato. A prestação de serviços, com as características da relação de emprego somente passou a existir a partir desta vinculação, fato que o próprio reclamante confessou na inicial, no item De fato, o reclamante confessou que nunca prestou serviços à reclamada no período anterior à contratação, alegando passou por procedimentos preparatórios para a admissão. Quanto a isto, cumpre destacar que não cabe confundir processo seletivo com processo de treinamento, pois este último pressupõe admissão contratual, com todos os requisitos da relação de emprego, mormente prestação de labor, o que nunca se deu. A prática pré-contratual da reclamada consistiu em elaborar processo seletivo, buscando aferir quais candidatos possuíam melhores aptidões para assunção da vaga ofertada, para posterior contratação. Evidentemente que necessário se tornou não somente a execução de reuniões informativas sobre as atividades que seriam executadas, como uma seqüência de entrevistas informativas, conferência de regularidade de documentos e realização de testes. Para tanto, a ré, como se era de esperar, proporcionou condições físicas humanamente condizentes com o intento. Não se vislumbra, portanto, o móvel da insurgência obreira, pois a prática que ele alega ser ilícita, não o é. Igualmente não se evidencia qualquer lucratividade da ré ou prejuízo do reclamante, pois não houve prestação de labor e não houve qualquer dispêndio financeiro enquanto durou o processo seletivo, pois o próprio reclamante confirmou que a ré supriu os custos no pequeno tempo que durou a seleção. Há que se salientar, outrossim, que mesmo se fosse acatada a absurda tese obreira, no sentido de que o vínculo de emprego teria se formado anteriormente à data da assinatura do 2-7

11 contrato de trabalho, tal fato não ensejaria a indeterminação do contrato. A norma do art. 443, 1.º da CLT não exige a contratação escrita do contrato de trabalho se a contratação se dá para execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada. No caso dos autos resta incontroverso que a reclamada foi contratada para execução de serviço certo, específico, tanto que sua sede se situa na cidade de Betim, Minas Gerais, lidando apenas em parte de empreitada nesta comarca. Desta feita, ainda que por uma injustiça se considerem os dias nos quais ocorreu o processo seletivo como tempo de vinculação empregatícia, por certo que o efeito de tal consideração seria apenas o de antecipar o contrato de experiência. Isto tornará a pretensão inicial igualmente inócua, data venia, considerando que o contrato foi rescindido com quitação do período residual nos moldes da norma do art. 479 da CLT e do saldo de salário devido na data da rescisão. Em razão disto, pede sejam indeferidos o pedido de nulidade do contrato de experiência e os pedidos acessórios de retificação da C.T.P.S.; pagamento de saldo de salário de a ; aviso prévio indenizado e respectiva e projeção de 13.º salário, férias +1/3 e FGTS; indenização da norma do art. 18 da Lei 8.036/1990; incidências de adicional de periculosidade sobre verbas rescisórias, das letras A a C e F da inicial. MULTA DO ART. 477 DA CLT dispõe: A norma do art. 481 da CLT expressamente Art Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal 3-7

12 direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado. Efetivamente, a cláusula 8.ª do contrato de trabalho, anexo, prevê condição assecuratório de rescisão antes de expirado o prazo, aplicando-se, pois, os princípios que regem a contratação por prazo indeterminado. A norma do art. 477, 6.º, b da CLT comina prazo de dez dias para que seja feito o acerto rescisório. Assim, mesmo olvidando que o autor assinou recibo em TRCT em 05/10/2006 e considerando a inverídica alegação de que o acerto rescisório teria sido feito apenas em 09/10/2006, não faz jus o reclamante ao pagamento da multa da norma do art. 477 da CLT, pois que o dia final para quitação do acerto seria 14/10/2007. Há que se considerar que o acerto rescisório foi feito corretamente, sendo os moldes do contrato que o reclamante insiste em impugnar. Desta feita, havendo controvérsia sobre as verbas pretendidas, não há que se falar em quitação parcial, até porque, ressalte-se, não há dúvidas que as parcelas constantes do T.R.C.T. foram corretamente quitadas. HORÁRIO DE TRABALHO EFETIVO HORÁRIO CONTRATUAL INTERVALO INTRAJORNADA O reclamante apenas laborou no horário contratualmente previsto, qual seja de 7:30 horas às 17:30 horas, de segunda a quinta-feira, com intervalo intrajornada de uma hora. Às sextas-feiras laborava de 7:30 às 16:30 horas, com uma hora de intervalo intrajornada. Desta feita houve cumprimento exato de quarenta e quatro horas semanais, tendo-se compensado as horas de sábado nos demais dias de semana e havido gozo de RSR 4-7

13 Nega, pois, a prestação de serviço em tempo extraordinário. Nega, igualmente, o labor em dias de sábado, feriado (07/09/2006) ou RSR. Se eventualmente houve tal labor extraordinário, foi devida e corretamente remunerado. Impugna, igualmente, a alegação de incorreção do ponto, já que o reclamante confessou que foi ele próprio que os assinalava, apondo-lhes assinatura confirmadora. Sucessivamente, caso este MM. Juízo entenda pela condenação da reclamada, impugna o adicional de horas extras pretendido, pois que desguarnecido de previsão em fonte jurídica. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE - INCIDÊNCIAS O reclamante recebeu corretamente todas as parcelas devidas a título de adicional de periculosidade, nada lhe sendo devido a título de diferenças. Demais, a Súmula de n.º 191 do Colendo Tribunal Superior do Trabalho prescreve o pagamento do adicional de periculosidade apenas sobre o salário básico, e não sobre este acrescido de outros adicionais. Em razão do exposto, pede o indeferimento dos pedidos de letras E e F da inicial. MULTA DA NORMA DO ART. 467 DA CLT Todos os pedidos são manifestamente controvertidos, não havendo verba incontroversa devida que possa ensejar no pagamento da multa preceituada pela norma do art. 467 da CLT. 5-7

14 JUSTIÇA GRATUITA O simples pedido de benefício da justiça gratuita não pode ser admitido na espécie, eis que inexistente qualquer COMPROVAÇÃO DE INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS, que não pode ser presumida, considerando-se o texto constitucional. BRASIL CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO ART.5º - (...) I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta constituição; LXXIV - O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; Pede, pois, a improcedência do pedido. CONCLUSÃO / PEDIDO A Reclamada impugna todos os pedidos e fatos articulados pelo reclamante, (Art. 769 da CLT, c/c art. 302, caput, e seus incisos do CPC), requerendo a improcedência total da presente ação. Por cautela, requer sejam determinados todos os descontos tributários e previdenciários sobre eventuais parcelas a que for condenada, nos termos da legislação pertinente. Ainda por cautela, requer a compensação de eventuais parcelas da condenação com parcelas da mesma natureza já quitadas pela reclamada (Súmula. n.º 48 Colendo Tribunal Superior do Trabalho). Requer provar o alegado por todos os meios em Direito aceitos, especialmente depoimento pessoal, oitiva de testemunhas, juntada de documentos, perícias, dentre outros. 6-7

15 Nestes termos, pede deferimento. Belo Horizonte, 12 de fevereiro de 2008 Fernando Augusto Neves Laperriére José Sérgio Ribeiro Soares OAB/MG N.º OAB/MG N Mário Antônio Fernandes Ronaldo Jung OAB/MG N OAB/MG N.º Ederson Diniz de Souza OAB/MG N

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