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1 114`4; e r"p"1-&-r "rg ri PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA GABINETE DESEMBARGADOR ANTONIO CARLOS COÉLHO DA FRANCA ACÓRDÃO: HABEAS CORPUS N /001 1* V. Comarca de Mamanguape Relator : Exmo. Des. Antonio Carlos Coêlho da Franca Impetrante : Angelina Lopes de Almeida Paiva Paciente : Carlos Antônio Honório de Souza HABEAS CORPUS. Crime contra o patrimônio. Alegação de ausência de pressupostos e requisitos da prisão preventiva decretada. Ocorrência. Decisum sem fundamentação em fatos concretos. Constrangimento ilegal que se afigura configurado. Ordem concedida. Ao decretar a prisão preventiva do réu deve o magistrado se pautar em fatos concretos que demonstrem ameaça à ordem pública ou econômica conveniência para a instrução criminal ou risco à aplicação da lei penal sob pena de não o fazendo incorrer em constrangimento ilegal. VISTOS relatados e discutidos os autos acima identificados;... ACORD AaEgrégia Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba em conceder a ordem em desarmonia com o parecer. Unânime. RELATÓRIO: ' Trata-se de Habeas Corpus com pedido liminar impetrado pela Bela. Angelina Lopes de Almeida Paiva em favor de Carlos Antônio Honório de Souza apontando como autoridade coatora o Juízo de Direito da 1 Vara da Comarca de Mamanguape. Afirma a impetrante em síntese que não estão presentes os requisitos da prisão preventiva aduzindo que a simples gravidade do crime imputado desvinculada de razões sérias não justifica a sua prisão não existindo prova real e consistente da participação do paciente no delito de receptação (artigo 180 do Código Penal) além do que o paciente é detentor de bons antecedentes exerce profissão lícita é réu primário e possui residência fixa. i Requer ao final o deferimento de liminar para que se determine a imediata soltura do paciente e no mérito pede a concessão definitiva da ordem. Em suas informações (fl. 26) a Juíza a quo e clarece que o paciente faz parte de uma grande quadrilha de assaltantes de carga - ;ptadores que agia há mais de 05 (cinco) anos sendo que sua participação co. a venda dos pr Co&' -1- uts.1 o /10 N5to _._ "

2 produtos roubados inclusive com registro de encomenda de cargas de produtos alimentícios já que possui um supermercado nesta Comarca. Da análise das informações apresentadas pelo douto magistrado bem como da cópia da decisão que decretou a prisão preventiva de vários dos integrantes da suposta quadrilha inclusive do próprio paciente tenho que ao menos neste instante processual a prisão preventiva do paciente é medida que se impõe com a finalidade de se garantir a instrução criminal e para a necessária aplicação da lei penal. Liminar indeferida às fls. 45. (fls. 47/48). A douta Procuradoria de Justiça opina pela denegação da ordem É o relatório. VOTO: Depreende-se dos autos que uma grande quadrilha de assaltantes de Carga e receptadores agiam no local denominado Ladeira de Pitanga localizada no Distrito de Pitanga da Estrada bem próximo da divisa com o Estado do Rio Grande do Norte há mais de cinco anos sendo que a participação do paciente ora acusado consistia na venda dos produtos roubados inclusive com registro de encomenda de cargas de produtos alimentícios já que possui um supermercado nesta Comarca. Afirma a impetrante em síntese que não estão presentes os requisitos da prisão preventiva aduzindo que a simples gravidade do crime imputado desvinculada de razões sérias não justifica a sua prisão não existindo prova real e consistente da participação do paciente no delito de receptação (artigo 180 do Código Penal) além do que o paciente é detentor de bons antecedentes exerce profissão lícita é réu primário e possui residência fixa. Requer ao final o deferimento de liminar para que se determine a imediata soltura do paciente e no mérito pede a concessão definitiva da ordem. Como se sabe o parágrafo único do artigo 310 do Código de Processo Penal autoriza o deferimento da liberdade provisória desde que não estejam presentes os requisitos de prisão preventiva previstos no artigo 312 do aludido Diploma Processual. Ora conforme entendimento doutrinário-j urisprudencial a excepcionalidade da prisão cautelar no direito positivo pátrio é necessária conseqüência da presunção de não-culpabilidade insculpida como garantia individual na Constituição Federal somente a admitindo nos casos legais quando existirem indícios suficientes de autoria e a prova da existência do crime pressupostos estes previstos no artigo 312 do CPP. Verificados tais pressupostos poderá a referida prisão cautelar ser decretada se estiver presente ao menos um dos requisitos ou fundame os que a -2- C. tot Des. MO 9e1a COO Má"llt

3 autorizam (garantia da ordem pública da ordem econômica por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal). Analisando-se a decisão vergastada percebe-se que não restaram demonstrados no decisum os pressupostos (indícios de autoria e materialidade do crime) e requisitos autorizadores da medida de segregação cautelar elencados no artigo 312 do Diploma de Processual Penal com a devida indicação dos fatos concretos justificadores de sua imposição para a garantia da ordem pública. Como se sabe ordem pública é a paz social a tranqüilidade no meio social cuja manutenção é um dos objetivos principais do Estado. Quando referida tranqüilidade se vê ameaçada é possível a decretação da prisão preventiva a fim de evitar que o agente solto continue a delinqüir. Não há como se negar que a gravidade do crime em apreço aliada aos pressupostos da segregação cautelar (indícios de autoria e prova da materialidade do delito) e a pelo menos um de seus requisitos (ordem pública) são elementos suficientes para se decidir pela manutenção da custódia preventiva. Em verdade o que existe em relação aos fatos que resultaram na acusação do paciente são apenas hipóteses sem qualquer fato concreto que os justifiquem. Justiça: Sobre a matéria observem-se decisões do Superior Tribunal de "A falta de demonstração efetiva e concreta das causas legais da prisão preventiva caracteriza constrangimento ilegal manifesto tal como ocorre quando o Juiz se limita a invocar a necessidade de garantir a ordem pública sem base contudo em qualquer fato concreto". 1. "Como é sabido o édito constritivo de liberdade ao ser decretado deve ser concretamente fundamentado com a exposição dos elementos reais e justificadores no sentido de que o réu solto irá perturbar a ordem pública a instrução criminal ou a aplicação da lei penal o que in casu não se verifica. Precedentes". 2 Como dito tratando-se de medida excepcional a prisão preventiva deve ser decretada apenas quando devidamente amparada em fatos concretos presentes os pressupostos e requisitos previstos no artigo 312 do CPP em observância ao principio constitucional da não-culpabilidade sob pena de se antecipar a reprimenda a ser cumprida no caso de eventual condenação. Assim diante da ausência dos pressupostos e requisitos previstos no artigo 312 do CPP e em observância ao principio constitucional da não- õ:""t2 HC PR 6 Turma rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO j. 29/15~J 11'0j 4! n p HC 63279/SP S a Turma Rel. Min. LAURITA VAZ j. 28/11/2006 DJ 18/12/2006. p '.

4 culpabilidade tenho que o paciente Carlos Antonio Honório de Souza vinha sofrendo constrangimento ilegal sendo legítimo o presente pleito. Razões pelas quais CONCEDO A ORDEM IMPETRADA o que assim decidido em desarmonia com a douta Procuradoria de Justiça. É como voto. Presidiu o julgamento o Exmo. Des. Nilo Luís Ramalho Vieira. Participaram ainda do julgamento o Exmo.Des. Antonio Carlos Coêlho da Franca Relator o Exmo. Des. Leôncio Teixeira Câmara e o Exmo. Des. Joás de Brito Pereira Filho. Presente a Sessão de Julgamento o(a) Exmo(a). Dr(a) Josélia Alves de Freitas Procurador(a) de Justiça. Sala de sessões da Egrégia Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba João Pessoa Capital aos 23 dias do mês de julho do ano de Exmo. Des. Antonio Carlos Coêlho da Franca Relator -4-

5 TRIMINAL DE ArISTKA Coordenadoris Jugicittria Repietrado er;/ er--/cf07 r 110