UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ. Kricia Karla dos Santos Rodrigues

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1 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Kricia Karla dos Santos Rodrigues A REFORMA DA AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL CURITIBA 2010

2 A REFORMA DA AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL CURITIBA 2010

3 Kricia Karla dos Santos Rodrigues A REFORMA DA AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Direito, da Faculdade de Ciências Jurídicas, da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Direito. Orientador: Profº Aline Guidalli Pilati CURITIBA 2010

4 TERMO DE APROVAÇÃO Kricia Karla dos Santos Rodrigues A REFORMA DA AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do grau de bacharel em Direito do Curso de Direito da Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba, de de Curso de Direito Universidade Tuiuti do Paraná Orientadora: Professora Aline Guidalli Pilati. Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade Tuiuti do Paraná Professor Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade Tuiuti do Paraná Professor Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade Tuiuti do Paraná

5 AGRADECIMENTOS Escrever uma monografia não é tarefa fácil, ainda mais para uma marinheira de primeira viagem, essa pesquisa científica exige grande lavra de estudo, dedicação e principalmente seriedade; seriedade para seguir fielmente o objeto do estudo, através de doutrina, jurisprudência e outras formas de informação, buscando sempre a confiabilidade das informações e manter a íntegra das menções e dos posicionamentos dos autores. Nessa trajetória de pesquisas, estudos e elaboração do presente trabalho pude contar com a ajuda de duas ilustres pessoas, sem as quais, sem dúvida alguma, não seria possível tal resultado. A começar com a minha orientadora Aline Guidalli Pilati, que trabalhou comigo em cada etapa desta pesquisa, desde a escolha do tema até a finalização. Agradeço a atenção e a dedicação com que me orientou. Também não posso deixar de agradecer meu grande mestre Luiz Carlos Lima Vianna, o qual, há algum tempo, faz parte da minha vida como estudante de Direito e, com certeza a pessoa que, a respeito, mais me ensinou. Agradeço a atenção e a presteza na correção desta monografia.

6 EPÍGRAFE A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade. O mais são desvarios da inveja, do orgulho, ou da loucura. Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real Rui Barbosa

7 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO BREVES CONSIDERAÇÕES ACERCA DA AÇÃO PENAL CONCEITO ESPÉCIES Ação penal pública (condicionada e incondicionada) Ação penal de iniciativa privada CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL Legitimidade da parte OS CRIMES SEXUAIS ABRANGIDOS PELA REFORMA DA AÇÃO PENAL CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL Estupro Violação sexual mediante fraude Assédio sexual CAPÍTULO II - DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL Estupro de vulnerável Corrupção de menores Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável AS MUDANÇAS PERTINENTES A AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL SE DO CRIME DE ESTUPRO RESULTAR LESÃO CORPORAL GRAVE OU MORTE Súmula 608 do Supremo Tribunal Federal REPRESENTAÇÃO NOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO CONSIDERAÇÕES FINAIS BIBLIOGRAFIA FONTES ELETRÔNICAS ON LINE...60

8 RESUMO O objeto deste trabalho é abordar a reforma da ação penal procedida pela Lei /2009, a qual mudou substancialmente todo o Título VI do Código de Processo penal, inclusive o artigo 225, que trata da ação penal nos crimes definidos nos Capítulos I e II; o que mudou foi que a natureza ação penal que antes era, de regra, de iniciativa privada, procedida mediante queixa crime e, como exceção, pública condicionada e incondicionada, a primeira hipótese de exceção ocorria nos casos em que a vítima ou os seus pais ou representantes legais não tivessem condições de arcar com as despesas do processo e, a segunda hipótese, nos casos em que o agressor fosse pai da vítima, ou então, padrasto, curador ou tutor, ou seja, sob o abuso do pátrio poder. Com a atual redação ocorreu a extinção da ação penal de iniciativa privada nos crimes sexuais, passando a ser a ação penal, de regra, pública condicionada à representação, sendo pública incondicionada se a vítima for menor de 18 anos ou vulnerável. Palavras-chave: Lei /2009; artigo 225 do Código Penal; ação penal; crimes contra a dignidade sexual; estupro; ato libidinoso.

9 9 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por escopo examinar as mudanças que ocorreram na ação penal, sobretudo a que diz com a legitimidade ativa nos crimes contra a dignidade sexual em razão da entrada em vigor da Lei de 10 de agosto de Como se sabe, referida lei propiciou grandes modificações nos dispositivos do Título VI, da Parte Especial do Código Penal, inclusive na sua denominação, que passou a ser Dos Crimes Contra a Dignidade Sexual, anteriormente mencionada como Dos crimes contra os costumes, modificando também a denominação do Capítulo II e criando novos tipos penais. Sobredita lei promoveu alterações no sentido de aumentar o rigor punitivo nos crimes contra a liberdade sexual, sobretudo nas práticas de infrações penais que envolvam menor de 18 (dezoito) anos e vulneráveis. Dentre essas alterações, destaca-se a majoração em relação a todos os crimes sexuais praticados contra menores de 18 anos e maiores de 14 anos ou se do crime resultar lesão corporal grave. Em termos de criação de tipos penais, vale mencionar, apenas a título ilustrativo, a elaboração do artigo 244-B, acrescido à Lei 8.069/90, que prevê a imposição da pena de 1 a 4 anos de reclusão para o agente que Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la. O objeto de estudos do presente trabalho, em verdade, está centrado na alteração do artigo 225, caput e parágrafo único, do Código Penal, que prevê que a ação penal referente aos crimes previstos nos Capítulos I e II, do Título VI, será, de

10 10 regra, pública condicionada à representação e pública incondicional, quando a vítima for menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável. A vulnerabilidade se caracteriza por ser a vítima menor de 14 (catorze) anos, ou nos casos nos quais a vítima não tenha condições de oferecer resistência, ou, ainda, se não possuir discernimento para prática do ato sexual, seja por enfermidade ou por doença mental. As ações penais respeitantes aos crimes sexuais sempre serão propostas pelo Ministério Público, cabendo à vítima, nas hipóteses elencadas, tão-somente proceder a representação, ao passo que, antes da vigência da nova lei, a vítima, em regra geral, é quem deveria propor a ação por iniciativa privada. O que ocorria na prática, antes do advento da lei /2009, é que muitas vezes essas ações deixavam de ser propostas e o agente, assim, ficava impune, pois a vítima, detentora da legitimidade para propor a ação penal privada, não rara, não o fazia, por vergonha, intimidação ou até mesmo por desconhecimento da própria lei, ou antes, de seus direitos. Como não se desconhece, na ação penal pública, seja ela condicionada ou incondicionada, quem possui legitimidade para promovê-la é o Ministério Público, que atua no interesse de restabelecer a ordem jurídica através da obtenção da tutela jurisdicional. Nada obstante se constatar, numa interpretação imediata, que a nova lei tenha trazido disposições mais opressivas em relação aos crimes sexuais, o que se tem visto é que tem ela sofrido inúmeras críticas, principalmente no que pertine ao crime de estupro com resultado lesão grave ou gravíssima ou morte da vítima, na medida em

11 11 que, a respeito, deixou de dispor expressamente que a ação deve ser pública incondicionada, deixando margem à interpretação de que, para se promover a ação penal respectiva, necessária se faz a representação da vítima, de vez que a nova disposição do artigo 225 do CP diz: Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada a representação. Sem embargo, há entendimentos (conforme se demonstrará no corpo deste trabalho) no sentido de ser tal interpretação incabível; a uma, porque o resultado lesão corporal grave ou gravíssima ou morte caracteriza crime complexo, pelo que deve então ser aplicada a regra do artigo 101 do Código Penal e, a duas, porque para tal resultado existe regra expressa de direito sumular prevendo que a ação penal é pública incondicionada (v. Súmula 608 do STF). Dessarte, nas hipóteses em que do estupro resultar a morte ou a lesão corporal grave ou gravíssima da vítima, aplicar-se-á a súmula 608 do STF, que prevê que a ação será pública não condicionada, ou, ainda, pela razão de que, por se tratar então de crime complexo, deve-se observar o contido no artigo 101 do Código Penal, que determina que a ação penal seja pública, tendo em vista que são elementares ou circunstâncias do tipo penal que constituem crimes por si só. Outrossim, é de grande importância ressaltar as conseqüências processuais decorrentes da aplicação dessa Lei /09, como o prazo o oferecimento da representação, que é de 6 (seis) meses, conforme regra do artigo 38 do Código de Processo Penal; mas, no caso de processos em andamento de crimes antes considerados de ação pública incondicionada e que passaram a ser condicionadas à representação, surge a dúvida se o processo deve ser suspenso até que se supra a

12 12 representação ou se esta estará suprida pela notícia-crime ou pelo depoimento da vítima, de vez que a representação é uma condição necessária para que o Ministério Público possa agir; é que, em virtude de mudança na lei, a representação se faz necessária para que o Poder Público possa prosseguir com a ação já existente. Além do relacionado à representação, outro tema que será estudado diz com a aplicação da lei nova no caso, a Lei , levando-se em consideração o fenômeno jurídico da aplicação da lei penal no tempo, quando aquela for mais benéfica ao infrator. 2 BREVES CONSIDERAÇÕES ACERCA DA AÇÃO PENAL 2.1 CONCEITO Entende-se por ação, numa conceituação genérica, um objetivo subjetivo de pleitear perante o Estado (representado pelo Judiciário) a solução de uma pretensão sujeita a um conflito de interesses. Em decorrência disso, a ação pode ser entendida como proposta contra o Estado, que é o detentor do poder de decisão e não contra o réu, em face deste, na verdade, serão os efeitos produzidos da decisão (RANGEL, 2010). A norma que trata da ação penal é norma processual, muito embora o direito a ela venha de norma material (v. artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal), sua disciplina e regulamentação estão localizadas no direito processual. Em que pese a natureza da ação estar prevista em dispositivos penais (conf. art. 100, CP) e processuais penais (conf. art. 24, CPP), não pode esta ser considerada

13 13 de natureza mista, pois parte-se do princípio da autonomia e abstração do direito de agir, que antecede ao delito. Conforme orientação de Tourinho Filho (in, Processo Penal, 18 ed., vol. I, p. 299, citado por RANGEL, 2010, p. 229), o caráter processual da norma se infere de três elementos básicos: objeto, conteúdo e finalidade e não da sua localização, que embora importante para a respectiva identificação, não é vinculante. De se ver, ademais, que a identificação da localização da ação penal não é mero deleite, de vez que se torna de extrema importância na ação penal condicionada à representação, quando do enfrentamento da retroatividade ou não da norma. No que diz com o conceito de ação penal, tem-se que o mesmo não guarda muita diferença com a da ação cível, apenas com relação a natureza da pretensão, que no caso será de relevância penal. De acordo com o Código Penal, a ação penal é pública e apenas excepcionalmente privada, quando ressalvados os casos expressos em lei. Dividindose aquela em pública condicionada à representação e pública incondicional. As ações penais públicas incondicionadas são promovidas sempre pelo Ministério Público, independentemente da vontade do ofendido, enquanto que as públicas condicionadas dependem da vontade do ofendido ou de seu representante legal ou, então, do Ministério da Justiça, mediante representação. Já as ações penais privadas são de titularidade do ofendido, quando houver designação expressa da lei, a qual determinará que o crime a que deu ensejo a ação somente se procede mediante queixa.

14 14 Para se promover a ação penal são exigidas algumas condições, quais sejam: a legitimidade, o interesse, a possibilidade jurídica e a justa causa; examinar-se-á, todavia, no presente trabalho, com maior profundidade a legitimidade. 1 A legitimidade, como condição para o regular exercício da ação, segundo Rangel, consiste na circunstância de que, [...] na esfera penal, teremos a pretensão acusatória exercida pelo Ministério Público e a pretensão libertária a que o réu tem direito, ambas justapostas. Não há conflito. O Ministério Público não luta contra o réu, mas pelo restabelecimento da ordem jurídica violada, exercendo o direito à tutela jurisdicional: ação penal (2010, p. 279/280). A ação penal nos crimes contra a dignidade sexual era regulada pela antiga redação do artigo 225 do Código Penal, que dispunha: "Art. 225 Nos crimes definidos nos capítulos anteriores, somente se procede mediante queixa. 1º. Procede-se, entretanto, mediante ação pública: I se a vítima ou seus pais não podem prover às despesas do processo, sem privar-se de recursos indispensáveis à manutenção própria ou da família; II se o crime é praticado com abuso do pátrio poder, ou da qualidade de padrasto, tutor ou curador. 2º. No caso do n.º I do parágrafo anterior, a ação do Ministério Público depende de representação". Com o advento da Lei /09, foi dada nova redação ao artigo 225 do Código Penal, que trata da ação penal nos crimes contra a dignidade sexual, que passou a dispor, verbis: 1 Não se desconhece a existência da corrente doutrinária crítica do processo penal (representada por Antonio Acir BREDA, Jacinto Nelson de Miranda COUTINHO, Aury LOPES JUNIOR, dentre outros), segundo a qual as condições da ação penal não se confundem com as condições da ação civil, identificando-as como punibilidade concreta e tipicidade aparente (ou fato aparentemente delituoso). Este tema embora interessante, não será discorrido no presente estudo, por escapar dos seus limites e objetivos.

15 15 Art Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável. Como se vê, o foco principal da mudança reside na circunstância de que agora, nesses casos, de regra, a ação penal é pública condicionada, sendo ela incondicionada se a vítima for menor de 18 (dezoito) anos ou se for vulnerável. 2.2 ESPÉCIES Ação penal pública (condicionada e incondicionada) Por razões didáticas, as ações penais públicas condicionada e incondicionada serão aqui conjuntamente estudadas, até porque, muito embora sejam de modalidades distintas, a natureza da ação é a mesma. Nas duas modalidades, a legitimidade ativa é do Ministério Público, com a diferença de que, em relação à condicionada, é necessário verificar se houve a manifestação de vontade do ofendido (ato do particular) ou do Ministro da Justiça (ato da administração, como condição para a proposição da ação. Já na ação penal pública incondicionada, o direito ao seu exercício pelo Ministério Público, independe da vontade da vítima, bastando existir indícios de autoria e materialidade do crime. De regra, toda ação penal é pública, ou seja, promovida pelo Ministério Público; quando for privada, haverá expressa previsão legal.

16 16 No que concerne aos princípios básicos da ação penal pública, tem-se que o princípio da obrigatoriedade ou da necessidade consagra o dever do Ministério Público de propor a ação penal quando houver indícios suficientes de atos delituosos, ou seja, em havendo violação da norma penal, o MP terá a obrigatoriedade de aforar a ação penal com o intuito de punir o autor do fato; é a chamada pretensão acusatória, sem a qual não haverá condenação dos infratores. Essa pretensão deverá ocorrer independentemente de qualquer política criminal ou por qualquer outro motivo que não esteja previsto em lei. A obrigatoriedade da ação penal nada mais é que o poder-dever do Ministério Público de, em nome da sociedade, provocar o Judiciário para que se punam os transgressores da norma penal, para a preservação da ordem jurídica violada. Deve-se atentar, outrossim, para as causas que não exigem a intervenção do Ministério Público, para as quais, obviamente, inexiste a obrigatoriedade ou mesmo a necessidade de se propor a ação penal, como, por exemplo, fatos insignificantes para o direito penal, inexistência de interesse público, casos em que não ocorreu violência ou grave ameaça e o dano foi integralmente reparado, etc. Como, a respeito, bem preleciona Rangel, O estado, na figura do órgão fiscalizador que é o Ministério Público, não pode ficar a mercê de regras cegas que vedam uma maior atuação diante de casos de maior complexidade ou relevância para ficar atuando em casos de pequena repercussão, sem o menor interesse social e público (2010, p. 233). De acordo com o princípio da indivisibilidade, em havendo um crime que envolva mais de um agente, não poderá o Ministério Público deixar de propor ação em

17 17 face de um ou de outro acusado, ou seja, a ação penal deverá ser proposta em face de todos os envolvidos, de maneira a formar um litisconsórcio passivo. Há discussão doutrinária e jurisprudencial acerca da aplicação desse princípio na ação penal pública, pois entendimentos do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça dão conta de que esse princípio é aplicável apenas na ação penal privada, mas Paulo Rangel (op. cit., p. 237), em interpretação aos artigos 77, I, cumulado com o 79, do Código de Processo Penal, afirma que tal princípio também se aplica a ação penal pública. Na doutrina de Greco Filho, o que há, em verdade, é o princípio da divisibilidade, segundo o qual consoante verbera, [ ] o processo pode sempre ser desmembrado, tendo em vista a conveniência da instrução criminal, sem que, com isso, haja interferência na situação penal de cada um dos agentes (2010, p. 114). O princípio da oficialidade prevê a possibilidade do juiz conduzir a instrução criminal, dando andamento de ofício a determinados atos do processo, como o mandado de citação, designação de interrogatório, sem que necessite pedido das partes. Por fim, o princípio da indisponibilidade, segundo o qual, não se permite ao Ministério Público desistir da ação, pois o direito de punir o infrator da norma pertence ao Estado-juiz, não cabendo ao Ministério Público dela dispor ao sabor de suas conveniências. Tal vedação encontra-se disposta no artigo 42 do CPP, não sendo permitido ao MP, inclusive, desistir ou renunciar à interposição de recursos, conforme a disposição inserta no artigo 576 do CPP.

18 Ação penal de iniciativa privada Inicialmente, é importante lembrar que toda ação é pública, eis que é exercida contra o Estado e em face ao réu e, assim sendo, porque proposta contra quem possui o monopólio da justiça, sempre será pública. Ocorre que, nas ações penais privadas, a iniciativa de agir pertence ao particular, por isso a denominação de ação penal de iniciativa privada. A titularidade para propor a ação de iniciativa privada é oportunizada ao ofendido (ou ao seu representante legal), através de queixa-crime que, por sua vez, é chamado de legitimado extraordinário, de vez que o legitimado ordinário para propor a ação é o Estado, que é o detentor do direito de reintegrar a ordem jurídica. Assim como as ações públicas condicionadas e incondicionadas, a ação penal de iniciativa privada também possui alguns princípios básicos, sobre os quais passaremos a discorrer a seguir. O princípio da oportunidade ou conveniência é a faculdade da vítima de propor ou não a ação penal, diferentemente ação penal pública que é obrigatória, a proposição da ação de iniciativa privada fica a critério do ofendido, de acordo com a sua conveniência e oportunidade; a desistência da ação é totalmente aceita pelo Código Penal, conforme dispõe o seu artigo 104, parágrafo único. Como consequência lógica do supracitado princípio, segue o princípio da disponibilidade, segundo o qual, permite-se ao ofendido de desistir do prosseguimento da ação, pelo que não é obrigado, uma vez iniciado o processo, a promover a

19 19 continuidade deste em todas as suas fases; sendo assim, poderá dispor do seu direito de agir através do perdão ou da perempção. O princípio da indivisibilidade na ação de iniciativa privada segue a mesma sorte que o respeitante à ação penal pública (embora nesta última exista divergência a respeito da sua aplicação), eis que a ação deverá ser proposta em face de todos os autores do delito, não podendo o ofendido deixar de propor a ação em face de um e/ou de outro ofensor, essa determinação está prevista no artigo 48 do Código de Processo Penal. Alfim, resta analisar o princípio da intranscendência, segundo o qual a ação penal jamais poderá ser proposta em face dos responsáveis pelo autor do crime e sim dos próprios agentes, seguindo essa mesma orientação o princípio da personalidade da pena (conf. art. 5, XLV, da CF), para o qual a pena não pode passar da pessoa do condenado (delinquante): Porém, não se desconhece a prerrogativa, existente na legislação cível, sob os auspícios da qual pode ser cobrado dos sucessores do ofensor a reparação dos danos causados por este quando do cometimento do delito. 2.3 CONDIÇÕES DA AÇÃO As condições para o regular exercício do direito de agir em Juízo, advém de um direito material abstrato segundo o qual prevê o direito de ação, não se podendo, por outro lado, vincular esses dois elementos, mas sim as condições da ação com o direito concreto deduzido no caso penal levado a juízo pelo autor da ação.

20 20 Existem duas modalidades de condições de ação: as genéricas e as específicas. As genéricas são as exigidas em todo tipo de ação e consistem na possibilidade jurídica do pedido, na legitimidade para agir, no interesse jurídico do pedido e na justa causa. As condições específicas, como o próprio nome diz, são exigidas somente em determinados casos, como, por exemplo, na representação do ofendido nas ações penais públicas condicionadas. Importante incursionar, ainda que en passant, a esta altura, as condições genéricas da ação para, ao depois, com ênfase no que diz com a legitimidade, atingir o objetivo do presente trabalho. O interesse de agir é uma condição que traduz a real necessidade de se procurar o judiciário para pleitear a prestação jurisdicional; mais especificamente no processo penal, essa pretensão é acusatória e busca a punição do autor de uma infração penal. A possibilidade jurídica do pedido é a preexistência de um direito para que esse seja pleiteado perante o judiciário, ou seja, no processo penal, para que uma conduta seja considerada uma infração e que, portanto, mereça ser denunciada, é necessário que o fato seja típico e, ainda, que o pedido seja admissível no direito, pois, do contrário, a ação não poderá ser exercida regularmente. A justa causa é uma condição que exige um mínimo de provas para o exercício da ação, sendo que, para Afrânio Silva Jardim, é o: suporte probatório mínimo que deve ter a ação penal relacionando-se com indícios da autoria, existência material de uma conduta típica e alguma prova de sua antijuridicidade e culpabilidade. Somente diante de todo este conjunto probatório é que, a nosso ver, se coloca o princípio da obrigatoriedade do exercício da ação penal pública (in Direito Processual

21 21 Penal, 11 ed., Rio de Janeiro: Forense, 2007, p. 97, citado por RANGEL, 2010, p. 284) Legitimidade A legitimidade de agir, como condição da ação que é, exige que, para que o juiz aceite a demanda, apresente-se não apenas do direito, mas a quem pertence (legitimidade ativa) e contra quem (legitimidade passiva) se faz valer aquele direito. Assim, como bem ponderou Stasiak: Identificam-se, por conseguinte, os legitimados, na análise da situação de fato preexistente à demanda, ou seja, em relação ao fato específico, o autor se encontre numa posição subjetiva que lhe permita o exercício do poder de mobilizar o aparato jurisdicional, enquanto o réu, em relação ao mesmo fato, encontra-se na posição subjetiva recíproca, o que lhe concede a legitimação para contradizer (2004 p. 119). Como condição da ação no processo penal a legitimidade não gera maiores dificuldades, diferentemente do que ocorre no âmbito do processo civil, onde é objeto de significativas digressões. A razão para isso é que, no processo penal, a ação é classificada subjetivamente em pública ou privada. Pois bem, em se considerando a ação penal pública, seja ela condicionada ou incondicionada, a legitimidade ativa ad causam é sempre do Ministério Público, como assim prescreve o artigo 129, I, da Constituição Federal: são funções institucionais do Ministério Público: I promover, privativamente, a ação pública, na forma da lei. Na hipótese de ação penal privada (conf. artigo 100, caput, CP), a legitimidade para propor a ação é do particular, seja este o próprio ofendido ou seu representante, nos termos do artigo 30 do CPP: ao ofendido ou a quem tenha qualidade para

22 22 representá-lo caberá intentar a ação privada. Nessa última hipótese, ocorre uma legitimação extraordinária ou então ordinária impura, uma vez que se passa ao particular, como substituto processual, a titularidade de agir defendendo interesses do Estado, muito embora haja também interesse pessoal envolvido na pretensão jurídica. Conclui-se, finalmente, que a legitimidade deve ser analisada ativa e passivamente, nas circunstâncias de um fato penalmente relevante, sob pena de se ter a denúncia ou queixa rejeitada, conforme dispõe o artigo 395, II, do Código de Processo Penal ou, mais ainda, a nulidade absoluta do processo, conforme disposição do art. 564, II, desse mesmo diploma legal citado. 3 OS CRIMES SEXUAIS ABRANGIDOS PELA REFORMA DA AÇÃO PENAL O artigo 225 do Código Penal, com a sua nova redação, prevê a modalidade de ação penal procedida nos crimes definidos pelos Capítulos I e II (crimes contra a dignidade sexual), sendo esses os seguintes: Capítulo I estupro (art. 213), violação sexual mediante fraude (art. 215), assédio sexual (art. 216-A) e Capítulo II estupro de vulnerável (art. 217-A), corrupção de menor (art. 218), satisfação lascívia mediante presença de criança ou adolescente (art. 218-A), favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável (artigo 218-B). Precitados crimes serão estudados conforme a nova legislação em vigor, em comparação com a antiga. 3.1 CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL

23 Estupro Art Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 1 o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. 2 o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. A expressão estupro, utilizada no Brasil, dirigia-se a conjunção carnal exercida com a mulher mediante violência ou grave ameaça, sendo que quando praticado contra homem era previsto como outros atos libidinosos, em diverso dispositivo. Com o advento da Lei /09, além de os atos libidinosos serem abrangidos pelo estupro, o crime passou a ser admitido contra o homem, assim como também se passou a admitir os atos em que se obriga o ofendido a praticar ou permitir que com o agressor se pratique outro ato libidinoso. Os sujeitos tanto ativo quanto passivo do crime de estupro podem ser qualquer pessoa, pois agora o delito é bi-comum 2, sendo que antes da lei dos crimes sexuais era bi-próprio, permitindo tão-somente que o sujeito ativo fosse o homem e o sujeito passivo fosse a mulher. Porém, de acordo com o artigo 226, II do Código Penal, se o agressor for ascendente, irmão, madrasta, padrasto, cônjuge, companheiro, tutor, curador, empregador, preceptor ou qualquer pessoa que tenha o dever de cuidar, vigiar e proteger a vítima, a pena será majorada por metade. Se a vítima for menor de 18 anos e maior de 14 anos, o delito será qualificado, de acordo com o disposto no parágrafo 1º do supracitado comando legal e, se a vítima 2 nomenclatura utilizada por SANCHES CUNHA (2010, p. 37) para se referir aos sujeitos do delito, que passa a ser admitido por qualquer pessoa, sendo sujeito ativo ou passivo.

24 24 for menor de 14 anos, terá regulamentação no artigo 217-A do Código Penal estupro de vulnerável. O tipo objetivo é o ato libidinoso forçado, coagido, com o intuito de manter conjunção carnal com a vítima (entre sexos opostos), praticar ou permitir que se faça o ato libidinoso, nas palavras de Sanches Cunha, [...] conjunção carnal anormal, como o coito per num, inter femora, a fellatio, o cunnilingus, o anilingus, ou ainda a associação de fellatio e o cunnilingus, a cúpula axilar, entre os seios, vulvar etc. (2009, p. 38). Os meios de execução do delito devem ocorrer na forma forçada, mediante o uso de violência ou grave ameaça, sendo que a primeira deve ser comprovadamente material, impedindo a vítima de reagir e, a segunda, para restar configurada, basta que se pratique violência moral de forma direta, podendo ser justa ou injusta, mas que não caiba a vítima outra escolha senão ceder ao ato. Para caracterização do delito, a doutrina majoritária tem entendido que não é necessária a existência do contato físico, bastando que o ato constitua satisfação lasciva do agente, podendo ser o caso de ordenar que a vítima masturbe a si própria, inclusive existindo entendimento no sentido de que não é preciso que a vítima esteja desnuda para a configuração do delito. O tipo subjetivo nada mais é do que a vontade livre e consciente de manter conjunção carnal com alguém, praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso, com o emprego de violência ou grave ameaça. Existe discussão doutrinária

25 25 acerca da necessidade ou não de finalidade no cometimento do ato sexual. Para a maioria da doutrina 3, não há necessidade. Assim verbera Capez: Entendemos que não é exigida nenhuma finalidade especial, sendo suficiente a vontade de constranger a vítima à prática de relações sexuais completas. O que pode causar certa dúvida é o fato de que tal crime exige a finalidade de satisfação lascívia para a sua caracterização. Ocorre que se trata de um delito de tendência, em que tal intenção se encontra ínsita no dolo, ou seja, na vontade de praticar a conjunção carnal. Deste modo, o agente que constrange a mulher mediante o emprego de violência ou grave ameaça à prática de cúpula vagínica não age com nenhuma finalidade específica, apenas atua com a consciência e vontade de realizar a ação típica e com isso satisfazer sua libido (o até então chamado dolo genérico) (Curso de Direito penal: parte especial, v. 3, p. 6-7, citado por SANCHES CUNHA, 2009, p. 39). Vale transcrever, a respeito a opinião de Nucci e Costa Jr., para demonstrar a fundamentação da outra parte da doutrina que entende de forma contrária: É a finalidade de obter a conjunção carnal ou outro ato libidinoso, satisfazendo a lascívia. Ainda que haja intuito vingativo ou outro qualquer na concretização da prática sexual, não deixa de envolver uma satisfação mórbida do prazer sexual [...] (2010, p. 812). Além do dolo genérico (vontade de empregar a violência na conjunção carnal), o crime exige o dolo específico, representado pela finalidade de manter conjunção carnal ou a execução dos atos libidinosos (2010, p. 675). O delito em questão se consuma com a prática de quaisquer dos atos libidinosos descritos no tipo, que agora é misto alternativo, admitindo a tentativa, bastando que o ato não seja consumado por circunstâncias alheias à vontade do agressor, sendo possível também, nada obstante a existência de orientações jurisprudenciais diversas 4, entender-se que, desde a reforma do Código penal de 1934, 3 Posicionam-se nesse sentido CAPEZ, SANCHES CUNHA, MIRABETE, entre outros. 4 (RT 553/456).

26 26 também se pode cogitar da continuidade desse delito, mesmo quando praticado com vítimas diferentes 5. As qualificadoras estão previstas nos parágrafos 1º e 2º do artigo 213 do CP, sendo preterdolosas, nas hipóteses em que resultar lesão corporal grave ou morte da vítima Violação sexual mediante fraude Art Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. O referido artigo também foi objeto de modificação pela ova lei, sendo que o novo tipo variado violação sexual mediante fraude é a reunião dos tipos Posse sexual mediante fraude (art. 215) e atentado ao pudor mediante fraude (art. 216), sofrendo, inclusive, aumento na penalidade nos tipos básicos. Neste delito, o sujeito ativo e o sujeito passivo pode ser qualquer pessoa, ocorrendo também a majoração nas hipóteses do artigo 226, inciso II, do Código Penal. O tipo objetivo desse delito caracteriza-se quando o agente, sem qualquer ato de violência, pratica ato sexual com a vítima, mediante fraude ou outro meio que dificulte ou impeça a vítima de manifestar livremente sua vontade. Salienta-se que é necessária a comprovação de que a fraude foi capaz de iludir a vítima, induzindo-a ao erro; para isso, levam-se em consideração as condições do ofendido e as circunstâncias 5 (RT 703/336).

27 27 fáticas. Nessa temática, para verificar o tipo subjetivo é preciso que esses citados atos advenham da vontade livre e consciente do agente, de forma a impedir ou dificultar a manifestação de vontade do ofendido. Assim como no crime de estupro, há uma divergência doutrinária acerca da necessidade de finalidade específica para caracterização do delito ora considerado 6, destacando-se observar, outrossim, que, se ocorrer com o objetivo de obter vantagem econômica, além da pena, deverá ser também fixada multa ao condenado. Vale destacar que a Lei trouxe a possibilidade de cumulação da pena de multa, mas tal disposição não alcançará fatos pretéritos, ou seja, nesse caso a lei não retroagirá. Finalmente, observa-se que, por tratar de delito plurissubsistente 7, é perfeitamente possível considerar a tentativa Assédio sexual Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. Parágrafo único. 2 o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos. Trata-se aqui de um delito pluriofensivo 8, em decorrência do efeito de afetar além da liberdade sexual da vítima, também o trabalho e o direito de não ser 6 verifica-se que os autores se posicionam da mesma forma acerca da finalidade em ambos os delitos, ou seja, os que entendem que exige finalidade no crime de estupro se posicionam da mesma forma para o crime o crime em questão e, vice e versa 7 expressão utilizada por Cunha (2009, p. 43) para definir o delito que pode ser constituídos por vários atos de uma conduta única. 8 delito pluriofensivo: honra e direito a não ser discriminado no trabalho ou nas relações educacionais (DAMÁSIO, 2002, p. 50).

28 28 discriminada. Vislumbra-se que a nova lei incluiu o parágrafo 2º, com a previsão de majorar a pena em 1/3 se a vítima for menor de 18 anos (houve um equívoco na implantação do parágrafo 2º no referido artigo, de vez que não existe sequer o parágrafo 1º). Os sujeitos ativo e passivo desse crime são sujeitos próprios, devendo o primeiro ser superior hierárquico ou possuir ascendência no cargo e o último subordinado àquele. Em sendo o agente ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima, ou, por qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, incorrerá nas hipóteses do 226, II, CPP, tendo a pena majorada. Observa-se, outrossim, que o tipo penal não faz menção ao sexo dos envolvidos, de forma que se admite que ambos sejam do mesmo sexo. O tipo objetivo se caracteriza pelo fato de o agente constranger alguém com o intuito de obter vantagem sexual se valendo da sua posição superior no exercício da função profissional em relação à vítima. Vale lembrar que, na superioridade hierárquica há uma escala, há degraus, da relação empregatícia (há uma carreira). Na ascendência não há degraus, não há carreira. Há só uma posição de domínio, de influência, de respeito e às vezes de temor. Remarque-se que a lei fala em 'emprego, cargo ou função'. Emprego: relações privadas. Cargo ou função: relações públicas. (Luiz Flávio Gomes, Lei do Assédio Sexual (10.224/01): primeiras notas interpretativas, in Assédio Sexual, cit., p. 76, citado por CAPEZ, 2010, p.71). Na execução desse delito, não se admite a violência ou grave ameaça, posto que são características do estupro. Contudo, a respeito, já houve posicionamento contrário, embora isolado, de Bitencourt, admitindo essas características no delito em

29 29 questão (in, tratado de direito penal: parte especial, v. 4, p. 40, citado por SANCHES CUNHA, 2010, p. 46). Nesse tipo de delito é admitida a finalidade especial aliada ao dolo, de vez que é necessário que exista a vontade livre e consciente de constranger alguém somada à finalidade de obter vantagem sexual por conta da posição social do agente e da subordinação da vítima. Para apurar a consumação e a tentativa basta avaliar se o crime é habitual, ou seja, se é necessário a prática de atos atentatórios à vítima diversas vezes, ou se a prática de um ato constrangedor é o bastante para a sua consumação. Pois bem, nesse aspecto, há controvérsia na doutrina, destacando-se a adoção da primeira corrente por Rodolfo Pamplona Filho (Assédio sexual, Coord. Damásio de Jesus e Luiz Flávio Gomes, p citado por SANCHES, op. cit. p. 47) e da segunda por Capez (op. cit. 2010, p. 73/74) e por Mirabete (Manual de direito penal, cit. v. 2, p. 422, citado por SANCHES, op. cit. p. 46). Portanto, para os que entendem ser o delito é habitual não se admite tentativa, mas, para os que assim não pensam, vale dizer, para os que entendem contrariamente, é possível a tentativa. 3.2 CAPÍTULO II - DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL Estupro de vulnerável Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 1 o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 2 o (VETADO)

30 30 3 o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. 4 o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. Primeiramente, deve-se aqui observar que o crime em estudo tutela a dignidade sexual dos menores de 14 anos ou vulneráveis, ou seja, pessoas sem o discernimento para a prática de ato sexual. Antes da entrada em vigor da Lei , o estupro do vulnerável era tipificado pelo artigo 213 cumulado com o hoje revogado artigo 214, ambos do Código Penal, presumindo-se, pois, a violência; agora, a caracterização do fato se enquadra diretamente no artigo 217-A do CP. Menciona-se ainda, por oportuno, que, consoante entendimento de grande parte da doutrina, caso determinado delito, fosse perpetrado com a presunção de violência expressa no artigo 224, enquadrava-se também no artigo 9º da Lei Lei dos crimes hediondos, tendo sua pena aumentada por metade. Porém, com a expressa revogação desse dispositivo (artigo 224, CP), o entendimento é que essa majorante também foi excluída (CUNHA, 2010). Na análise dos sujeitos ativo e passivo, tem-se que o ativo pode ser qualquer pessoa (sempre lembrando a regra majorante do artigo 226, II, CP) e o passivo deve ser, necessariamente o menor de 14 anos, pessoas que por enfermidade ou qualquer outro motivo estejam incapacitadas de oferecer resistência ou as que não possuam discernimento para a prática do ato sexual. Esse crime é de execução livre. O tipo objetivo se consubstancia na conjunção carnal ou na prática de ato libidinoso com vítima menor de 14 anos, ou pessoa que

31 31 por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. O agente deve ter ciência de que está praticando o ato com um vulnerável, sendo que quando se tratar de deficiência mental ou enfermidade, as características dessas condições devem ser, se não espetaculares, ao menos razoáveis, para que um leigo consiga reconhecê-las, sob pena de não caracterização do crime. Segundo Cunha, em complementação ao dissertado, Em regra, o erro que conduz o sujeito ativo a desconhecer a vulnerabilidade da vítima o isenta da pena, excluindo o próprio crime, nos termos do art. 20 do CP (erro de tipo), salvo se utilizou, na execução do delito, de violência (física ou moral) ou de fraude, configurando, então, estupro (art. 213) ou violação sexual mediante fraude (art. 215), respectivamente. (op. Cit., 2010, p. 51). A consumação desse delito se dá com a prática do ato de libidinagem com menor de 14 anos ou com as pessoas descritas no parágrafo 1ª do artigo 217 e, em caso de não consumação do crime por circunstâncias alheias a vontade do agente, iniciada a execução, é perfeitamente possível admitir a tentativa (op. cit., 2010) Corrupção de menores Art Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. Parágrafo único. (VETADO). O referido delito se configura pela prática de induzir alguém, com idade menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem. Antes da vigência da Lei

32 /09, referido delito era previsto pelo artigo 227 do CP em sendo a vítima maior de 14 anos, mas, nas hipóteses de ser a mesma menor de 14 anos, pela presunção de inocência, cumulava-se com o artigo 224, a, desse mesmo codex, majorando-se então a pena para 2 a 8 anos de prisão. O então artigo 218 trata do referido crime de forma autônoma, punido o agente com pena de 2 a 5 anos de prisão. Nota-se, portanto, que houve uma novatio legis in mellius, ou seja, a mudança é mais benéfica, podendo retroagir para alcançar situações delitivas pretéritas. O sujeito ativo do crime pode ser qualquer pessoa e, muito embora o tipo trate de uma relação triangular (vítima, agente que induziu a vítima e terceiro destinatário da atividade criminosa), o destinatário não poderá ser considerado co-autor do delito, de vez que o artigo dispõe satisfazer lasciva de outrem. O sujeito passivo poderá ser pessoa de ambos os sexos, já que a norma não os define, desde que seja menor de 14 anos. É importante tomar cuidado na tipificação objetiva desse delito, eis que a sua verificação se dá pela indução da vítima (menor de 14 anos) a satisfazer a lascívia de uma terceira pessoa. Note-se que essa lascívia, não pode consubstanciar atos de libidinagem diversos ou conjunção carnal, senão enquadra-se em outro tipo penal (artigo 213 estupro) e, ainda, que o destinatário deve ser pessoa determinada, pois se for para diversas pessoas o delito será outro (art. 218-B favorecimento de prostituição). Nas palavras de Cunha, no lenocínio comum (art. 227) não importará a espécie de lasciva que a vítima é induzida a satisfazer. Já no art. 218, tratando-se de vítima menor de 14 anos, não pode consistir em conjunção carnal ou atos libidinosos diversos

33 33 da cúpula normal, pois, nesses casos, haverá o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP) (2010, p. 53). O tipo subjetivo consiste na vontade livre e consciente de induzir vítima menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem. A consumação se dá mesmo que não haja a satisfação lasciva do destinatário, basta praticar o ato descrito no tipo uma vez, já que não se trata de delito habitual. Salienta-se que tal delito admite tentativa. (op. cit, 2010) Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. O presente dispositivo pretende proteger a moral sexual das crianças e adolescentes, menores de 14 anos, com a punição dos agentes que os expõem a presenciar atos de libidinagem ou atos sexuais carnais. Numa retrospectiva en passant do crime descrito pelo revogado artigo 218 do CP, descreve Cunha: O art. 218 do CP, antes da Lei /1009, punia a corrupção sexual de menores, isto é, a sua precoce iniciação nos prazeres chamados carnais, tendo como potencial vítima pessoa maior de 14 e menor de 18 anos, com quem o agente, sem violência, ameaça ou fraude, com ela praticava ato de libidinagem, ou a induzia a praticá-lo ou presenciá-lo. A vítima não maior de 14 anos não estava abrangida pelo tipo, pois, em regra, sua corrupção gerava o crime de estupro ou atentado ao pudor, com violência presumida (2010, p. 55).

34 34 O sujeito ativo do crime pode ser qualquer pessoa, pois se trata de crime comum, ressalvados os casos previstos no artigo 226, II, CP (majorante), mas o sujeito passivo, entretanto, deve ser menor de 14 anos. As formas de execução são duas: a primeira, praticar ato de libidinagem ou conjunção carnal na presença de menor de 14 anos, sabendo que está sendo observado, fazendo-o para satisfazer sua a lascívia ou a de outrem; a segunda forma, é induzir a vítima (menor de 14 anos) a presenciar atos de libidinagem ou conjunção carnal para satisfazer a lascívia de si mesmo ou de outrem. O tipo penal em consideração não admite a participação da vítima no ato sexual, apenas há a observação da mesma para satisfazer a lascívia de outrem, pois, em havendo a sua participação no ato, o tipo penal é o estupro de vulnerável, previsto no artigo 217-A, do Código Penal. O tipo subjetivo consiste na conduta dolosa de induzir ou permitir que menor de 14 anos assista a atos sexuais de libidinagem ou conjunção carnal, para satisfazer lascívia própria ou de outrem, desde que a idade do ofendido seja conhecida pelo ofensor, pois, do contrário, pode haver excludente do crime, por erro de tipo (conf. artigo 20 do CP) Para a consumação desse crime, é preciso observar cada uma das suas modalidades: na primeira, o delito se caracteriza somente com a realização do ato sexual na presença da vítima, eis que conta com o dolo de satisfazer a lascívia por ter a consciência de estar sendo observado; na segunda o crime se perfaz pela indução da vítima a presenciar o ato sexual, não sendo necessário que se efetive o ato, pois com a indução já se consumou o núcleo do tipo. Ressalta-se, ainda, que, por se tratarem ambas de modalidades plurissubsistentes, admitem elas a tentativa (CUNHA, 2010).

35 Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. 1 o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. 2 o Incorre nas mesmas penas: I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. 3 o Na hipótese do inciso II do 2 o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento. A conduta prevista no supracitado artigo, em realidade, já vinha sendo incriminada pela disposição do artigo 244-A, do ECA e pelo artigo 228, parágrafo 1º, do Código Penal, sendo que o primeiro dispositivo retro mencionado previa punição para quem submetesse crianças até 12 anos e adolescentes de 12 a 18 anos de idade à prostituição ou à exploração sexual. O delito nominado como favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável, em verdade, é a unificação das condutas previstas nos retro referidos dispositivos legais.

36 36 A prostituição é apenas mais uma modalidade de exploração sexual prevista pelo tipo penal, sendo que a Lei refere-se a qualquer modo de exploração. Numa explicação minuciosa acerca do tema, assevera Cunha: A exploração sexual, de acordo com o primoroso estudo de Eva Faleiros, pode ser definida como uma dominação e abuso do corpo de crianças, adolescentes e adultos (oferta), por exploradores sexuais (mercadores), organizados, muitas vezes, em rede de comercialização local e global (mercado), ou por pais ou responsáveis, e por consumidores de serviços sexuais pagos (demanda), admitindo quatro modalidades: a) prostituição[...]; b) turismo sexual; c) pornografia [ ] e d) tráfico para fins sexuais[...] (2010, p. 58/59). Vale lembrar que a prostituição, como forma comercializar o próprio corpo, a partir da prestação de satisfação sexual de outrem, não é considerada crime, mas o favorecimento da prostituição por terceiros, em exploração ao lenocínio, é crime, tendo em vista ser uma atividade de fomento do comércio sexual (conf. arts. 218-B e 228 do CP). O crime em menção pode ser praticado por qualquer pessoa, de vez que se trata de crime comum, porém se praticado por ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela, a pena é aumentada por metade. O sujeito passivo poderá ser o menor de 18 anos, o deficiente mental ou o enfermo que, por sua condição, não possua discernimento para praticar atividade sexual, sem distinção de sexo. Também não há distinção, na lei, de circunstâncias morais da vítima, ou seja, não importa se o ofendido tem a moral intacta ou se já praticava a prostituição para que ocorra a punição pela prática do delito; porém se a vítima já comercializava o próprio corpo, obviamente, não haverá punição para a conduta de atrair, induzir ou

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