vsipv jéte PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO 155 ACÓRDÃO

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João Victor de Mendonça Delgado
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1 ^ jéte vsipv PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO 155 ACÓRDÃO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SAO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRATICA REGISTRADO(A) SOB N Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação n , da Comarca de Olimpia, em que é apelante ELENA MOREIRA DOS SANTOS CORRÊA E OUTRO sendo apelado PROMOTOR JUSTIÇA VARA INFÂNCIA E JUVENTUDE DE OLÍMPIA. ACORDAM, em Câmara Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "DERAM PROVIMENTO EM PARTE AO RECURSO APENAS PARA MANTER A PARTE DISPOSITIVA NO TOCANTE ÀS MEDIDAS A SEREM ADOTADAS PELO CONSELHO TUTELAR E PELO CREAS DE CAJOBI JUNTO À FAMÍLIA DOS RECORRENTES. V. U.", de conformidade com o voto do (a) Relator (a), que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores VICE PRESIDENTE (Presidente sem voto), PRESIDENTE DA SEÇÃO DE DIREITO CRIMINAL E PRESIDENTE DA SEÇÃO DE DIREITO PÚBLICO. São Paulo, 06 de dezembro de DESEMBARGADOR DECANO RELATOR

2 1 Voto n APELAÇÃO n OLÍMPIA Colenda Câmara Especial Apelantes: ELENA MOREIRA DOS SANTOS CORRÊA e JOÃO BATISTA CORRÊA Apelado: MINISTÉRIO PÚBLICO EMENTA: ECA.- Infração administrativa tipificada no artigo 249, do Estatuto da Criança e do Adolescente.- Representação oferecida contra genitores de crianças (2), por não envidarem esforços para realização de matrícula de ambas na escola.- Sentença que acolheu a representação e aplicou multa no importe de dois salários mínimos.- Apelo visando à improcedência da representação ou, alternativamente, à redução da multa aplicada.- Genitores, de parca instrução, catadores de materiais recicláveis, com precária situação financeira.- Laudos médicos que atestam que as duas crianças apresentam problemas de saúde mental.- Notícia recente dando conta de que um dos menores está matriculado na 5 a série do Ensino Fundamental e freqüentando regularmente as aulas, e de que a genitora recebeu advertência pelo Conselho Tutelar tendo em vista o número excessivo de faltas escolares do outro filho.- Reforma da sentença recomendável em parte com vista apenas à manutenção da parte dispositiva que determinou ao Conselho Tutelar acompanhamento da freqüência escolar das crianças e ao CREAS de Cajobi dar apoio material, psicológico e educacional aos representados e aos filhos, em especial, orientando-os quanto à importância da educação para formação e desenvolvimento mental dos menores.- Apelo parcialmente provido. Apelação Cível n Olímpia

3 2 A Representante do Ministério Público junto à VARA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE DA COMARCA DE OLÍMPIA ofereceu representação, para apuração de infração administrativa tipificada no artigo 249, da Lei n 8.069/90, em face de ELENA MOREIRA DOS SANTOS CORRÊA e de JOÃO BATISTA CORRÊA, genitores das crianças Gian Moreira dos Santos Corrêa (nascido em ) e Geovani Moreira dos Santos Corrêa (nascido em ). Sustenta, em síntese, que os requeridos não realizaram a matrícula do filho caçula em instituição de ensino e nem tampouco acompanhou a freqüência escolar do filho mais velho, que acabou se evadindo da escola, embora tenham sido advertidos pelo Conselho Tutelar local a respeito da importância da educação para formação de sua prole (tis. 6 e 7). A respeitável sentença de fls. 53/56 julgou procedente a representação formulada em face de ELENA MOREIRA DOS SANTOS CORRÊA e de JOÃO BATISTA CORRÊA, como incursos na infração administrativa prevista no artigo 249, do Estatuto da Criança e do Adolescente condenando-os ao pagamento da multa de dois salários mínimos, corrigidos monetariamente desde o ajuizamento da ação, com juros legais de mora de 1% ao mês, contados a partir da citação. Ademais, houve por bem a MM a Juíza de Direito em oficiar o Conselho Tutelar para acompanhar a Apelação Cível n O! ímpia

4 3 freqüência dos menores na escola, bem como determinar ao CREAS de Cajobi para dar apoio material, psicológico e educacional ao casal e a seus filhos, em especial orientandoos quanto à importância da educação para formação e desenvolvimento mental dos menores. Inconformados com a r. sentença prolatada, ELENA MOREIRA DOS SANTOS CORRÊA e JOÃO BATISTA CORRÊA interpuseram recurso de apelação, pleiteando a improcedência da representação sob os seguintes argumentos: (a) são catadores de materiais recicláveis, tendo parcos rendimentos que não garantem o mínimo para uma sobrevivência digna; (t>> o ora apelante está acometido de séria doença mental a demandar atenção especial por parte da recorrente; ( C > seus dois filhos também são portadores de distúrbios mentais que comprometem o desenvolvimento intelectual de ambos; (d> a apelante realizou matrícula dos filhos para o ano letivo de 2.010, cuja freqüência será devidamente acompanhada, afastando, assim, a irregularidade apontada pelo Conselho Tutelar. Alternativamente os recorrentes objetivam a redução da multa aplicada, considerada a realidade fática apresentada. Recurso processado de forma regular e recebido apenas em seu efeito devolutivo (fis. 64/69; 70), houve o oferecimento de resposta do MINISTÉRIO PÚBLICO («s. 72/74). Apelação Cível n Olímpia

5 4 Mantida a r. sentença tal como lançada (fi. 75), adveio parecer da Procuradoria Geral de Justiça opinando, preliminarmente, pelo reconhecimento de erro material no que tange à aplicação da sanção pecuniária em dois salários mínimos, quando, na verdade, o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê a multa em salários de referência. E quanto ao mérito, pugna pelo provimento do recurso, para o fim da julgar improcedente a representação no que diz respeito ao artigo 249 da Lei n 8.069/90, mantendo-se, todavia, as medidas de proteção contidas na parte dispositiva da sentença (fls. 84/87). É o relatório. O apelo interposto por ELENA MOREIRA DOS SANTOS CORRÊA e JOÃO BATISTA CORRÊA comporta provimento em parte. De início, com todo acerto a posição da Procuradoria Geral de Justiça quando alude à previsão de multa em salários de referência pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, e não em salário mínimo, em se tratando de configuração de infração administrativa. Com efeito, o artigo 249 do Estatuto da Criança e do Adolescente trata do descumprimento doloso ou culposo dos deveres inerentes ao poder familiar, a autorizar a aplicação Apelação Cível n Olímpia

6 5 da multa de três a vinte salários de referência, a ser dobrada em caso de reincidência. Do que consta dos autos, verifica-se que durante o ano de 2009 o menor Gian Moreira dos Santos Corrêa não foi matriculado em instituição de ensino e seu irmão Geovani Moreira dos Santos Corrêa apresentou um número excessivo de faltas desde o início do ano letivo, razão pela qual ELENA MOREIRA DOS SANTOS CORRÊA e JOÃO BATISTA CORRÊA foram representados pelo descumprimento dos deveres inerentes ao poder familiar, apesar de orientados pelo Conselho Tutelar de Cajobi no sentido da obrigação de eles matricularem seus filhos na escola de ensino fundamental e de acompanharem a freqüência escolar de ambos (fi. 03). Noticiam os autos, de igual modo, que os ora recorrentes são catadores de materiais recicláveis, auferindo parcos rendimentos que garantem à família o mínimo para uma sobrevivência digna. Ademais, o recorrente estaria sofrendo de problema mental, e os menores Gian e Giovane apresentam "lentidão grau II intermitente nas regiões anteriores" e "surtos de ondas deltas difusamente", respectivamente (fis. 25; 26 e 29). Com efeito, para que se reconheça configurada objetivamente a infração prevista no artigo 249 do Estatuto da Criança e do Adolescente, mister a análise da conduta dos requeridos no tocante ao exercício do poder familiar exercido Apelação Cível n Olimpia

7 6 sobre seus filhos, sendo certo que a sanção pecuniária prevista no referido artigo reserva-se, via de regra, quando esgotadas, sem eficácia, as medidas de cunho protetivo previstas nos artigos 101 e 129 da Lei n 8.069/90 1. Não podemos olvidar que, diante do contexto familiar apresentado, é certo que qualquer tipo de reprimenda pecuniária aos apelantes que, diga-se, são pessoas humildes, contribuiria ainda mais para agravar a situação financeira de sua família, comprometendo, inclusive, a qualidade de vida de seus filhos. Seja como for, de acordo com a declaração de fl. 80, o menor Geovani Moreira dos Santos Corrêa está no presente ano matriculado na 5 a série na E.M.E.F. Saturnina Rosa Secches e tem freqüentado regularmente as aulas, a demonstrar que de certa forma alterou a situação fática apresentada na representação. E a despeito de a criança Gian Moreira dos Santos Corrêa ter sido matriculada na escola E.M.E.F. Dr. Adhemaro Godoy, possuindo um número excessivo de faltas escolares, o que motivou o Conselho Tutelar a aplicar à responsável 1 Art Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas: (...) III - matricula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental. Ar São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: (...) V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e aproveitamento escolar. Apelação Cível n Olímpia

8 7 advertência (relatório informativo de fis. 77/79), ainda assim afigura-se mais adequado manter a r. sentença apenas na parte dispositiva em que determinou ao Conselho Tutelar acompanhar a freqüência dos filhos dos representados à escola, bem como ao CREAS de Cajobi dar apoio material, psicológico e educacional aos representados e aos filhos, em especial orientando-os quanto à importância da educação para formação e desenvolvimento mental dos menores (fi. 56). Pelo exposto, dão parcial provimento ao apelo apenas para manter a parte dispositiva no tocante às medidas a serem adotadas pelo Conselho Tutelar e pelo CREAS de Cajobi junto à família dos recorrentes. Relator Apelação Cível n Olímpia

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO fls. 369 ACÓRDÃO Registro: 2018.0000347708 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 1013126-04.2016.8.26.0564, da Comarca de São Bernardo do Campo, em que é apelante xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx,