PROGRAMAS DE RESIDÊNCIA MÉDICA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
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- Cíntia Valgueiro Castel-Branco
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1 Serviço Público Federal Ministério da Educação Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul PROGRAMAS DE RESIDÊNCIA MÉDICA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROVA TESTE CIRURGIA GERAL 31 de Outubro de 2010 INSTRUÇÕES 1. Não manuseie este caderno e o cartão-resposta até receber a autorização do fiscal. 2. Ao receber autorização, verifique, neste caderno, se constam todas as questões e se há imperfeição gráfica que lhe cause dúvidas. Qualquer reclamação só será aceita durante os quinze minutos iniciais da prova. 3. No cartão-resposta, confira o seu nome e o seu número. Verifique se há imperfeição gráfica ou marcações indevidas no campo destinado às suas respostas. Se houver, reclame imediatamente. 4. Este caderno contém 50 questões objetivas. Cada questão contém cinco (5) alternativas, identificadas pelas letras (A), (B), (C), (D) e (E), das quais apenas uma é a correta. Transcreva para o cartão-resposta a letra correspondente à alternativa correta, preenchendo todo o espaço do círculo. Não deixe nenhuma questão sem preenchimento. 5. A prova terá duração de 4 (quatro) horas. Não haverá tempo adicional para transcrição do gabarito. 6. Você somente poderá deixar este recinto 2 horas após o início da prova. NOME:
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3 CIRURGIA GERAL 01. Paciente de 18 anos apresenta diagnóstico de Doença de Crohn há 2 anos e está em tratamento, desde então. Apresenta episódios recorrentes de dor abdominal tipo cólica e diarreia, além de crescimento abaixo do esperado. Assinale a alternativa INCORRETA. (A) Há indicação de ressecção cirúrgica das áreas afetadas para que se corrija o déficit de crescimento, desde que se tenha chegado ao limite das possibilidades de tratamento clínico. (B) Áreas de estenose com dilatação à montante vistas no Trânsito Intestinal são melhor tratadas por estricturoplastias ou estenosoplastias (C) O uso de terapia biológica deve ser evitado no tratamento das estenoses de delgado por Doença de Crohn. (D) O uso de corticosteroides pode ser útil como auxiliar no tratamento das reagudizações (E) A Doença de Crohn é uma doença crônica e mais comum em indivíduos jovens. 02. Em relação ao trauma pancreático, assinale a alternativa INCORRETA. (A) O trauma pancreático é uma entidade rara, que ocorre em menos de 1% dos pacientes atendidos em hospitais de referência em trauma. (B) A Tomografia Computadorizada é o primeiro exame que deve ser solicitado no paciente estável hemodinamicamente, vítima de contusão abdominal com suspeita de trauma pancreático. (C) Todo hematoma peripancreático deve ser explorado. (D) Os traumas pancreáticos que evoluem tardiamente com abscesso e pseudocistos infectados devem ser tratados, preferencialmente, por laparotomia para drenagem e desbridamento (E) A espessura da parede do pseudocisto de pâncreas deve ser superior a 3mm para que se indique a marsupialização interna. 03. Em relação ao tratamento das fístulas digestivas, é correto o emprego das medidas abaixo, EXCETO: (A) Terapia nutricional. (B) Sutura do orifício fistuloso quando houver indicação de tratamento cirúrgico. (C) Tratamento da infecção associada por meio de antibióticos e drenagem de abscessos intraabdominais. (D) Uso de colas biológicas (E) Correção dos distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos. 04. Em relação à cirurgia bariátrica, assinale a alternativa INCORRETA. (A) Após as gastroplastias em Y de Roux, Scopinaro e duodenal switch, os pacientes devem fazer uso de polivitamínicos e minerais, como, vitamina B1, B12, ferro e cálcio. (B) Vários estudos relatam que a perda do excesso de peso varia de 25% a 40%, sustentado nos cinco anos seguintes. (C) A população de obesos elegíveis para o tratamento cirúrgico é inferior a 1%. (D) A complicação tardia mais comum da banda gástrica ajustável é a esofagite que pode já existir previamente ou pode decorrer da má posição da banda. (E) Nas operações disabsortivas, a complicação mais grave é a desnutrição proteica que pode levar à anasarca. Nos casos em que isso ocorre, os pacientes devem ser manejados exclusivamente por tratamento clínico, uma vez que esses distúrbios tendem a ser resolver com o tempo. Cirurgia Geral Página 1
4 05. Em relação aos tumores gástricos, assinale a alternativa INCORRETA. (A) Segundo a classificação de Lauren para os adenocarcinomas gástricos, o tipo difuso é aquele que tem características genéticas e familiares e o tipo intestinal é fortemente associado a fatores ambientais, dietéticos e cirúrgicos. Um indivíduo tem sete vezes mais chances de ter câncer gástrico do tipo difuso, se um familiar próximo tiver tido essa doença. (B) Dieta rica em sal e defumados e o tabagismo são fatores ambientais que predispõem ao desenvolvimento de neoplasias gástricas. (C) A anemia perniciosa, a atrofia gástrica, a metaplasia intestinal e a displasia estão implicadas nos mecanismos de carcinogênese gástrica. (D) Os pacientes submetidos à gastrectomia parcial com reconstrução à Billroth I ou II são mais propensos ao desenvolvimento de adenocarcinoma gástrico, provavelmente pelas alterações provocadas pela bile, banhando constantemente a mucosa gástrica. (E) Os pólipos gástricos hiperplásicos não têm potencial de malignização. 06. Em relação às metástases hepáticas de câncer colorretal, assinale a alternativa INCORRETA. (A) Aproximadamente, 10% a 25% dos pacientes com câncer colorretal têm metástases hepáticas no momento do diagnóstico, ou seja, lesões sincrônicas. Nesses casos, a doença metastática pode ser diagnosticada durante o estadiamento do tumor primário, no pré-operatório, ou durante a cirurgia. (B) A sobrevida média em todos os pacientes com metástase hepática encontra-se entre cinco e nove meses. (C) Metástases hepáticas devem ser ressecadas com margem superior a um centímetro para qua haja algum benefício para o paciente. (D) Pacientes com parênquima normal suportam ressecções de até 75% do parênquima hepático. (E) A ultrassonografia intra-operatória não é superior a outros métodos de imagem realizados no préoperatório na detecção de metástases hepáticas. 07. Em relação aos nódulos pancreáticos, assinale a alternativa INCORRETA. (A) Aproximadamente, 15% a 20% dos tumores pancreáticos são passíveis de ressecção cirúrgica. (B) Na duodenopancreatectomia, a reconstrução com uma, duas ou três alças intestinais não apresenta diferença na morbidade ou mortalidade. (C) A dilatação do ducto Wirsing à Tomografia é altamente sugestiva de carcinoma ductal, mesmo sem a visualização específica desse tumor. (D) O marcador tumoral mais específico para câncer de pâncreas é o CA19-9, entretanto, 7% a 10% da população não podem produzir esse marcador. (E) A biópsia percutânea nunca deve ser realizada para diagnóstico de nódulos pancreáticos em lesões passíveis de ressecções curativas. 08. Em relação à videolaparoscopia no trauma abdominal, assinale a alternativa INCORRETA. (A) Estabilidade hemodinâmica e equipe devidamente capacitada são condições fundamentais para a realização de videolaparoscopia no trauma abdominal. (B) Ferimentos abdominais por arma branca podem ser tratados por videolaparoscopia em casos selecionados. (C) Ferimentos na transição toraco-abdominal são a principal indicação de videocirurgia. (D) Nos ferimentos de diafragma, pode haver pneumotórax hipertensivo após a realização do pneumoperitônio para a abordagem laparoscópica e aspiração para o tórax de secreções intestinais, caso haja lesão de alças. Dessa forma, na suspeita de tais lesões, é contra-indicada a abordagem laparoscópica. (E) Nos ferimentos por arma de fogo abdominais com trajeto tangencial, pode-se utilizar a videolaparoscopia para se avaliar a penetração na cavidade. Cirurgia Geral Página 2
5 09. Em relação a controle de danos, assinale a alternativa INCORRETA. (A) Nos pacientes politraumatizados graves, considera-se a tríade letal: acidose, hipotermia e coagulopatia. (B) Cirurgia de controle de danos é o controle inicial da hemorragia e contaminação, seguido do tamponamento intraperitoneal e fechamento rápido, permitindo a reanimação para a fisiologia normal na unidade de terapia intensiva e subsequente reoperação definitiva. (C) A temperatura da sala cirúrgica deve permanecer em torno de 28⁰C, que é a xona termoneutra, e os cristaloides infundidos devem ser aquecidos a 39⁰C em microondas. (D) As lesões pulmonares e cardíacas podem ser tratadas por clampeamento direto da ferida na sala de emergência, para posterior sutura no Centro Cirúrgico. (E) Lesões intestinais com extravasamento podem ser tratadas por secção segmentar com grampeadores mecânicos, para posterior anastomose definitiva. 10. Em relação à isquemia mesentérica aguda, assinale a alternativa INCORRETA. (A) Digitálicos e diuréticos podem ser fatores predisponentes para a isquemia arterial não-oclusiva. (B) A isquemia segmentar focal ocorre em, aproximadamente, 30% dos casos de isquemia mesentérica e tem melhor prognóstico que a Trombose Mesentérica. (C) A dor abdominal é de início súbito, de forte intensidade e está presente em 75% a 98% dos casos de isquemia mesentérica aguda. (D) A taxa de mortalidade é de 70% a 90%. (E) As angiografias, especialmente a aortografia e a arteriografia seletiva das artérias mesentéricas superior e inferior, representam os métodos propedêuticos de escolha. 11. Em relação às hérnias diafragmáticas traumáticas, assinale a alternativa INCORRETA. (A) As lesões do hemidiafragma esquerdo ocorrem com maior frequência do que as lesões do hemidiafragma direito, chegando a taxas de 25 para 1 em algumas séries. (B) São sinais clássicos de hérnia diafragmática traumática descritos por Bowditch: diminuição da mobilidade do hemitórax esquerdo, deslocamento da área cardíaca para a direita, ausência de murmúrio vesicular no hemitórax esquerdo, presença de ruídos hidroaéreos no hemitórax esquerdo e timpanismo à percussão no hemitórax esquerdo. (C) A radiografia de tórax é o exame de imagem inicial a ser realizado na suspeita de hérnia diafragmática traumática. (D) Toda lesão diafragmática deve ser corrigida. (E) O uso de próteses é contra-indicado no tratamento das hérnias crônicas pelo risco de lesão de alças e formação de fístulas digestivas. 12. Em relação ao câncer colorretal, assinale a alternativa INCORRETA: (A) Aproximadamente, 1% a 3% dos carcinomas colorretais são relacionados às síndromes polipoides hereditárias, tais como, Polipose adenomatosa familiar, Síndrome de Gardner e Síndrome de Turcot. (B) Não há evidências suficientes de que a dieta rica em gordura animal esteja relacionada com o aumento da incidência de câncer colorretal. (C) Mulheres com história pessoal de câncer de mama, endométrio e ovário têm maior probabilidade de desenvolver câncer colorretal que o restante da população normal. (D) Aproximadamente, 10% dos indivíduos com câncer colorretal desenvolvem metástases peritoneais. (E) Segundo a classificação TNM, pode-se dizer que um indivíduo com adenocarcinoma de colo que atinge até a camada muscular e apresenta comprometimento linfonodal encontra-se em estágio III. Cirurgia Geral Página 3
6 13. Em relação à Doença Diverticular dos Colos (DDC), assinale a alternativa INCORRETA. (A) A DDC tem distribuição homogênea em todos os segmentos colônicos. (B) O desenvolvimento da DDC está relacionado, dentre outros fatores, ao aumento da pressão intraluminal colônica. (C) Estima-se que 10% a 25% dos indivíduos com DDC apresentam Diverticulite em algum momento da vida. (D) Tomografia computadorizada de abdome é o método de imagem de escolha para o diagnóstico de Diverticulite Aguda. (E) Estenose, impossibilidade de diferenciar DDC de neoplasia e fístulas são indicações de tratamento cirúrgico na Diverticulite de sigmoide. Nessas situações, a melhor opção terapêutica é a sigmoidectomia. 14. Em relação à Fissura anal, assinale a alternativa INCORRETA. (A) Hipertonia esfincteriana é, normalmente, observada em pacientes que apresentam Fissura anal. (B) Mais de 80% dos pacientes com Fissura anal as apresentam na linha média posterior. (C) O uso de nitratos e bloqueadores de canais de cálcio tópicos consiste no tratamento clínico da fissura aguda. (D) Para a fissura crônica, a melhor opção terapêutica é a fissurectomia e esfincterotomia interna na linha média posterior. (E) Fissura, papila hipertrófica e plicoma fazem parte da tríade da Fissura anal. 15. Em relação à Hipertensão portal, assinale a alternativa INCORRETA. (A) A Esquistossomose é causa frequente de Hipertensão portal, no Brasil, do tipo pré-sinusoidal, enquanto que a Cirrose alcoólica leva à Hipertensão portal do tipo sinusoidal. (B) A Classificação de Child-Pugh, que avalia o grau de comprometimento hepático, leva em consideração dosagem de albumina, tempo de protrombina, níveis de transaminases, presente de ascite e encefalopatia. (C) O gradiente de pressão venosa hepática é de 6mmHg a 8mmHg e na, Hipertensão portal, geralmente, é maior que 10mmHg. (D) Em vigência de hemorragia digestiva alta por varizes de esôfago, a ligadura elástica por endoscopia é a primeira opção de tratamento, sendo, hoje, considerada melhor opção que a escleroterapia endoscópica. (E) O TIPS (Transjugular intrahepatic portal systemic shunt) é um método de descompressão da hipertensão portal que pode ser utilizado em pacientes com varizes de esôfago sangrantes ou ascite. 16. Em relação à coledocolitíase, assinale a alternativa INCORRETA. (A) A Colangiorressonância é tão eficaz quanto a Colangiopancreatografia endoscópica no diagnóstico de coledocolitíase, porém, é menos efetiva, por não permitir o tratamento da afecção. (B) Aproximadamente, 4% dos pacientes submetidos a colecistectomia apresentam coledocolitíase não suspeitada, o que justifica a realização de colangiografia transoperatória sistemática em muitos serviços de cirurgia do aparelho digestório. (C) Em casos de acentuada dilatação da via biliar comum, pode-se realizar colédoco-jejunostomia em Y de Roux, tendo-se o cuidado de utilizar fios monofilamentares como polidioxanona (PDS ) ou polipropileno. (D) Colangite é a mais grave complicação da coledocolitíase e a principal etapa do tratamento é a drenagem da via biliar. (E) Hepatolitíase é, geralmente, uma doença primária das vias biliares intra-hepáticas. Cirurgia Geral Página 4
7 17. Em relação aos traumas colorretais, assinale a alternativa INCORRETA. (A) Lesões colônicas menores que 50% e sem desvacularização podem ser tratadas por sutura primária, independente do segmento comprometido. (B) Lesões associadas aumentam a morbidade e mortalidade, porém, a contaminação fecal é o fator independente mais associado ao risco de sepse abdominal. (C) A técnica de reparo das lesões, seja sutura manual ou mecânica, não influencia no resultado ou complicações pós-operatórias. (D) Lesões do reto extra-peritoneal devem ser tratadas por sutura primária com ou sem colostomia. (E) Lesões do reto intra-peritoneal devem ser tratadas de forma semelhante às colônicas. 18. Em relação à parede abdominal e às incisões, assinale a alternativa INCORRETA. (A) Incisões transversais resultam em menor número de eviscerações que incisões longitudinais, em decorrência das linhas de tensão da parede abdominal. (B) Incisões realizadas por bisturi de lâmina ou eletrocautério apresentam mesmo número de complicações de ferida operatória. (C) A síntese do peritônio é desnecessária independente do tipo de incisão realizada. (D) A síntese da parede abdominal com sutura contínua utilizando fio monofilamentar absorvível de longa permanência, resulta em menor índice de hérnia incisional. (E) Infecção do sítio cirúrgico é o principal fator de risco para deiscência da aponeurose. 19. Em relação às neoplasias esofagianas, assinale a alternativa INCORRETA. (A) Tabagismo e consumo de álcool estão relacionados ao desenvolvimento de câncer de esôfago espinocelular, enquanto que a Doença de Refluxo Gastroesofagiano e Esôfago de Barret estão mais relacionados ao adenocarcinoma de esôfago. (B) A invasão tumoral do câncer de esôfago vista à broncoscopia contra-indica a ressecção cirúrgica. (C) A acurácia da ecoendoscopia e tomografia computadorizada é semelhante na avaliação da invasão local do câncer de esôfago. (D) Displasia de alto grau em pacientes com Esôfago de Barret, deve ser tratada por esofagectomia. (E) O uso de endopróteses e redução da massa tumoral por laser são opções válidas no tratamento paliativo do câncer de esôfago. 20. Em relação à cirurgia laparoscópica, assinale a alternativa INCORRETA. (A) A insuflação de CO 2 na cavidade abdominal, ao se realizar o pneumoperitônio, resulta em aumento dos níveis de CO 2 na corrente sanguínea. (B) O pneumoperitônio pode comprimir os vasos renais, porém, sem alterar o fluxo arterial renal ou o débito urinário. (C) Cirurgias laparoscópicas prolongadas e pressão abdominal acima de 15mmHg podem elevar a PaCO 2. (D) O retorno venoso aumenta, inicialmente, ao se fazer o pneumoperitônio por compressão sobre a veia cava, mas diminui progressivamente com a manutenção da pressão abdominal entre 12mmHg e 15mmHg. (E) Longos períodos de aumento da pressão abdominal, estiramento do peritônio e difusão do CO 2 para o intestino podem causar náuseas e vômitos no pós-operatório. Cirurgia Geral Página 5
8 21. Em relação às doenças benignas do fígado, assinale a alternativa INCORRETA: (A) Doenças das vias biliares são as principais causas de abscesso piogênico do fígado. (B) Bactérias gram-negativas são as principais causadoras de abscesso piogênico do fígado. (C) Febre é a manifestação clínica mais frequente nos pacientes com abscesso piogênico do fígado. (D) Quinolonas ou cefalosporinas de terceira geração são, atualmente, a primeira escolha no tratamento do abscesso amebiano hepático. (E) O cisto hidático do fígado é causado pelo Echinococcus granulosus e o albendazol é a droga de escolha para a terapia medicamentosa. 22. Em relação aos divertículos de Meckel, assinale a alternativa INCORRETA. (A) O divertículo de Meckel é a malformação mais frequente do tubo digestivo. (B) Apenas 4% dos que possuem divertículo de Meckel apresentarão manifestações durante a vida. Sessenta por cento desses apresentam-nas entre 15 e 18 anos, provavelmente devido a estímulos hormonais. (C) A mucosa dos divertículos de Meckel pode apresentar metaplasia de diversos tecidos, principalmente de mucosa gástrica e parênquima pancreático, que, através de suas secreções, levam, muitas vezes, à formação de úlceras da mucosa intestinal na base dos divertículos. (D) O sangramento é a complicação mais frequente do divertículo de Meckel. (E) O tratamento da diverticulite de Meckel consiste na ressecção do divertículo em cunha ou enterectomia envolvendo o divertículo com anastomose primária. 23. Em relação à Obstrução Intestinal, assinale a alternativa INCORRETA. (A) As causas mais comuns de obstrução intestinal são as aderências, seguidas das hérnias inguinais estranguladas e das neoplasias do intestino. (B) O tratamento clínico pode ser bem sucedido em até 90% dos casos de obstrução intestinal parcial. (C) Obstrução intestinal mecânica, no pós-operatório precoce de cirurgias abdominais, é, geralmente, causada por bridas. (D) O fator de maior gravidade e toxicidade na obstrução intestinal é a perda de líquidos e eletrólitos por sequestro no interior das alças e por vômito. (E) A mucosa é a camada mais resistente à isquemia na obstrução intestinal, devido à sua proximidade com os vasos da submucosa. 24. Em relação aos tumores colorretais, assinale a alternativa INCORRETA. (A) A principal via de disseminação dos carcinomas colorretais é a linfática. (B) A incidência de neoplasia maligna colorretal sincrônica é, em média, de 4%, variando de 1% a 9%. (C) A ressecção local de adenocarcinomas de reto baixo pode ser realizada para tumores classificados pré-operatoriamente como T1. (D) A excisão total do mesorreto (ETM) preconizada por Heald desde 1986, é indicada para tumores de reto médio e distal. Os tumores de reto proximal não necessitam de ETM. (E) A ressecção laparoscópica de adenocarcinomas de colo direito pode ser realizada com resultados semelhantes aos da cirurgia convencional. A literatura ainda não suporta, no entanto, a ressecção laparoscópica para tumores de colo esquerdo. Cirurgia Geral Página 6
9 25. Em relação aos tumores estromais, assinale a alternativa INCORRETA. (A) São considerados tumores estromais intestinais o leiomioma, o leiomiossarcoma e suas variantes, o schwannoma, o neurofibroma, os neuromas, o fibroma e o angiossarcoma. (B) Não é comum o envolvimento linfonodal nos tumores estromais malignos. O fígado e o peritônio adjacente são os locais mais acometidos nessa situação. (C) A única forma segura e efetiva de tratamento dos tumores estromais é a remoção cirúrgica do tumor. (D) Os tumores estromais localizam-se, mais frequentemente, no estômago e reto. (E) A atividade mitótica é o parâmetro mais confiável para o diagnóstico de benignidade ou malignidade do tumor estromal. 26. Em relação às hérnias incisionais, assinale a alternativa INCORRETA. (A) As hérnias incisionais são mais frequentes em mulheres, abaixo da cicatriz umbilical e predominantemente, acima dos 50 anos. (B) 25% a 50% dos pacientes submetidos à hernioplastias incisionais têm excesso de peso. (C) O pneumoperitônio progressivo, introduzido por Goñi-Moreno, em 1947, representa uma importante indicação nas hérnias gigantes e doentes com doenças pulmonares. (D) Em pacientes com hérnia incisional aguda, também denominada evisceração aguda, o tratamento cirúrgico deve ser realizado em caráter de urgência. (E) O melhor posicionamento para as próteses é a fixação das mesmas acima da aponeurose anterior. 27. Em relação à Colecistite Aguda Alitiásica (CAA), assinale a alternativa INCORRETA. (A) O tratamento da CAA é cirúrgico. (B) A laparotomia é a via de acesso preferencial no tratamento cirúrgico da CAA, considerando-se que essa é de maior gravidade e complexidade que a colecistite litiásica. (C) Citamegalovírus é fator etiológico frequente em pacientes imunodeprimidos. (D) Pacientes graves internados em unidade de terapia intensiva, grandes queimados e pacientes com choque prolongado são os que mais frequentemente apresentam tal afecção. (E) De 40% a 100% dos pacientes com CAA apresentam gangrena, empiema ou perfuração da vesícula no momento da operação. 28. Em relação à anatomia da região inguinocrural, assinale a alternativa INCORRETA. (A) O espessamento da aponeurose do músculo obliquo externo forma o ligamento inguinal de Poupart. (B) O canal femoral é formado pela bainha dos vasos femorais; anteriormente, pelo ligamento de Cooper e, lateralmente, pelo ligamento inguinal. (C) O triângulo de Hesselbach é limitado, medialmente, pela borda lateral do músculo reto, inferiormente, pelo ligamento inguinal e superior e, lateralmente, pelos vasos epigástricos profundos. (D) O nervo ilioinguinal situa-se abaixo da aponeurose do músculo obliquo externo e acompanha o funículo espermático/ligamento redondo pela sua face anterior até junto ao ânulo inguinal superficial. (E) A artéria testicular tem origem na aorta; a artéria deferencial emerge da artéria vesical inferior e a artéria cremastérica ou funicular origina-se da artéria epigástrica inferior. Cirurgia Geral Página 7
10 29. Em relação às Fístulas intestinais, assinale a alternativa INCORRETA. (A) Entre as fístulas digestivas, as jejunoileais são as mais comuns. (B) São consideradas de alto débito as fístulas que drenam mais de 500ml em 24 horas. (C) São fatores de mau prognóstico das fístulas digestivas: obstrução distal, trajeto curto, infecção associada e desnutrição. (D) Nas fístulas entéricas, o tratamento deve ser conservador, mesmo havendo peritonite, uma vez que essa pode se tornar orientada em poucos dias e apresentar boa resposta quando o tratamento clínico é iniciado rapidamente. (E) O tratamento cirúrgico, quando indicado, deve ser realizado após, no mínimo, seis semanas do início do quadro. 30. Em relação ao Abdome agudo inflamatório, assinale a alternativa INCORRETA. (A) O sinal de Lapinsky consiste na dor na fossa ilíaca direita, desencadeada pela palpação profunda no ponto de McBurney com o membro inferior direito elevado e estendido. (B) 80% a 90% dos casos de Pancreatite aguda são classificados como leves. (C) Na diverticulite de sigmoide Hinchey III, há indicação de tratamento cirúrgico. (D) A Ultrassonografia e Tomografia de abdome têm sensibilidade semelhante no diagnóstico de Diverticulite aguda. (E) Na suspeita de necrose infectada na pancreatite aguda, deve-se realizar punção guiada por Ultrassonografia ou Tomografia. Essa punção, para coleta de material para bacterioscopia e cultura, deve ser realizada pela região dorsal do paciente, já que o pâncreas é um órgão retroperitoneal. 31. Lactente, de 2 meses de vida, vem ao ambulatório encaminhado pelo pediatra, que, na carta de encaminhamento, relata não ter encontrado o testículo direito no escroto. Durante o exame físico, o cirurgião fez diagnóstico de criptorquidia, com o testículo palpável em canal inguinal. Sem demais queixas ou antecedentes importantes. Qual a conduta? (A) Orquidopexia imediata. (B) Programar orquidopexia para o período de 12 a 24 meses de vida. (C) Programar orquidopexia para depois dos sete anos de idade. (D) Iniciar tratamento hormonal com gonadotrofina coriônica e proceder orquidopexia após os sete anos de idade. (E) Fazer apenas o tratamento hormonal e reavaliar após três meses para verificar se houve a descida da gônada para o escroto. 32. Baseado nas assertivas abaixo, assinale a alternativa correta. I. A Zona de Transição que aparece no enema opaco, realizado em pacientes com megacolon congênito, corresponde a um segmento de cólon dilatado aganglionar e um segmento de cólon de calibre normal com a presença de gânglios mioentéricos normais II. II. A principal complicação do megacólon congênito é a enterocolite necrotizante A ocorrência de apendicite aguda no recém-nascido está, frequentemente, associada ao megacólon congênito (A) Nenhuma das afirmações é correta. (B) As afirmações I e II são corretas. (C) Apenas a afirmação II é correta. (D) As afirmações II e III são corretas. (E) Todas as afirmações são corretas. Cirurgia Geral Página 8
11 33. Sinal da dupla bolha: (A) Aparece no Raio X contrastado de estômago e duodeno e faz parte do diagnóstico de Estenose Hipertröfica do Piloro. (B) Aparece na cintilografia renal e traduz a doença cística renal. (C) Aparece na ultrassonografia hepática no caso de cistomatose hepática congênita. (D) Aparece no Raio X simples de abdome nos casos de atresia de duodeno e pâncreas anular. (E) Aparece no raio X simples de abdome, quando há pneumatose intestinal. 34. Recém-nascido de 20 dias de vida chega ao hospital com história de vômitos em jato, de conteúdo branco, há 3 dias. No exame físico, apresentava peristaltismo visível no epigastro e palpava-se tumoração em hipocôndrio direto, logo abaixo do lobo direto do fígado. A criança apresentava-se emagrecida, mas em bom estado geral. Quanto à história pregressa, esse RN nasceu de termo, parto normal, sem intercorrências, com apgar de 8 e 10 no primeiro e quinto minutos, respectivamente. Qual o provável diagnóstico e qual exame complementar pode auxiliar no diagnóstico? (A) Refluxo Gastro-esofágico, RX contrastado (SEED). (B) Atresia de Duodeno, Raio X contrastado. (C) Estenose Hipertrófica do Piloro, ultrassonografia. (D) Atresia de Duodeno, Raio X simples. (E) Estenose Hipertrófica do Piloro, RX contrastado. 35. Com relação à questão anterior, qual o tratamento que deve ser proposto? (A) Uso de procinéticos como bromoprida, orientação para o decúbito elevado e engrossar o leite com mucilon. (B) Piloroplastia pela técnica proposta por Miculikz. (C) Gastroenteroanastomose transmesocólica. (D) Gastroenteroanastomose premesocólica. (E) Piloromioplastia proposta por Fredet-Ramstedt. 36. Assinale a alternativa INCORRETA. (A) Hematoma pulsátil e sangramento ativo são sinais altamente compatíveis com lesão arterial. (B) Lesão nervosa associada à ferida por arma de fogo na região inguinal é sinal patognomônico de lesão vascular. (C) Em um membro com traumatismo ortopédico, a presença de pulso distal não descarta lesão arterial associada. (D) O espasmo arterial pode surgir em decorrência de traumatismo arterial, porém deve ser considerado diagnóstico de exclusão. (E) A reconstrução vascular deve ser feita de preferência com enxerto autógeno. 37. Homem de 62 anos, tabagista, com antecedentes de claudicação intermitente em panturrilha direita para 100 metros, procura o pronto-socorro com quadro clínico típico de obstrução arterial aguda no membro inferior direito. Não é cardiopata e, no exame arterial do membro inferior esquerdo, notou-se ausência de pulsos tibiais com fluxo monofásico ao Doppler. A provável causa da oclusão arterial é: (A) Trombose. (B) Embolia. (C) Ateroembolismo. (D) Aneurisma de aorta abdominal. (E) Aneurisma de poplítea. Cirurgia Geral Página 9
12 38. Assinale a alternativa INCORRETA. (A) A síndrome de Leriche ocorre devido à oclusão da porção terminal da aorta e a impotência sexual é um dos componentes da síndrome. (B) A distância da claudicação intermitente tende a diminuir quando ocorre piora do quadro oclusivo ou regressão da circulação colateral. (C) Obstruções aorto-ilíacas ou femoral superficial isoladas, geralmente, não determinam sintomas de isquemia grave devido à eficiência da circulação colateral. (D) As obstruções isoladas aorto-ilíacas, em geral, ocorrem em faixas etárias mais altas do que as fêmoro-poplíteas. (E) As lesões tróficas de etiologia ateroscleróticas tendem a ser menos dolorosas do que na tromboangeíte obliterante. 39. Quais sintomas fazem parte da tríade clássica á apresentação do aneurisma da aorta abdominal roto? (A) Dor abdominal / lombar, falta de ar e massa pulsátil. (B) Dor abdominal / lombar, hipotensão e massa pulsátil. (C) Dor abdominal / lombar, náusea e hipotensão. (D) Dor abdominal / lombar, dor torácica e hematoquezia. (E) Dor abdominal e torácica e vômito. 40. A complicação mais comum após reparo de aneurisma de aorta abdominal roto, é? (A) Fístula aortoentérica. (B) Isquemia intestinal. (C) Isquemia do miocárdio. (D) Êmbolos ateromatosos. (E) Insuficiência renal aguda. 41. A trombose arterial aguda tem como causa mais frequente: (A) Aterosclerose. (B) Trombofilia. (C) Aneurisma. (D) Prótese arterial infectada. (E) Endoprótese. 42. Na obstrução arterial aguda, qual a droga que deve ser imediatamente administrada? (A) AAS. (B) Heparina. (C) Antibiótico. (D) Vasodilatador. (E) Papaverina. 43. Na embolia aguda, a sequência dos eventos é: (A) Paralisia, dor, parestesia, ausência de pulso, palidez. (B) Ausência de pulso, dor, palidez,parestesia, paralisia. (C) Ausência de pulso, dor, palidez, paralisia, parestesia. (D) Necrose, palidez, dor, paralisia,parestesia. (E) Paralisia, necrose,dor parestesia. Cirurgia Geral Página 10
13 44. As artéria renais, comumente, se originam da aorta abdominal na: (A) 12ª vértebra. (B) 1ª vértebra. (C) 2ª vértebra lombar. (D) 3ª vértebra lombar. (E) 4ª vértebra lombar 45. As artérias testiculares se originam, mais comumente, da(as): (A) Artérias renais. (B) Artérias supra-renais. (C) Aorta abdominal acima da artéria mesentérica superior. (D) Aorta abdominal abaixo das artérias renais. (E) Artérias ilíacas comuns 46. O sítio linfonodal primário de drenagem do testículo direito são: (A) Os linfonodos lombares intercavoaórticos. (B) Os linfonodos inguinais superficiais direitos. (C) Os linfonodos inguinais profundos direitos. (D) Os linfonodos ilíacos comum direitos. (E) Os linfonodos no hilo renal direito. 47. A rotura da uretra peniana na transição penoescrotal pode resultar no extravazamento de urina para todas as estruturas a seguir, EXCETO: (A) A parede abdominal anterior até a clavícula. (B) O escroto. (C) O pênis, profundamente até a fáscia de dartos. (D) O períneo, em um padrão asa de borboleta. (E) As nádegas. 48. Para preservar a irrigação vascular do ureter, as incisões no peritônio devem ser feitas: (A) Medialmente no abdome e lateralmente na pelve. (B) Lateralmente no abdome e medialmente na pelve. (C) Sempre medial ao ureter. (D) Sempre lateral ao ureter. (E) Diretamente sobre o ureter. 49. O músculo cremáster é inervado pelo(s): (A) Nervo ilioinguinal. (B) Ramo genital do nervo genitofemoral. (C) Ramo femoral do nervo genitofemoral. (D) Ramos terminais do nervo bubcostal(t12). (E) Nervo iliohipogástrico. Cirurgia Geral Página 11
14 50. O (os) primeiros ramo(s) arteriais da aorta abdominal é (são): (A) O par de artérias renais. (B) A artéria supra-renal direita. (C) As artérias frênicas inferiores. (D) A artéria hepática. (E) A artéria mesentérica superior. Cirurgia Geral Página 12
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