MODELO DE GESTÃO DA QUALIDADE DO AR ABORDAGEM PREVENTIVA E CORRETIVA. Paulina Maria Porto Silva Cavalcanti
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- Thomaz Raul Alvarenga Castel-Branco
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1 MODELO DE GESTÃO DA QUALIDADE DO AR ABORDAGEM PREVENTIVA E CORRETIVA Paulina Maria Porto Silva Cavalcanti Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Planejamento Energético, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Doutor em Planejamento Energético. Orientador: Emilio Lèbre La Rovere Rio de Janeiro Novembro de 2010
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3 Cavalcanti, Paulina Maria Porto Silva Modelo de Gestão da Qualidade do Ar Abordagem Preventiva e Corretiva/ Paulina Maria Porto Silva Cavalcanti. - Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, XVII, 252 p.: il; 29,7cm Orientador: Emilio Lèbre La Rovere Tese (doutorado) UFRJ/COPPE/Programa de Planejamento Energético, Referências Bibliográficas: p Qualidade do Ar 2. Impactos Cumulativos 3.Capacidade de Suporte I. La Rovere, Emilio Lèbre. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE, Programa de Planejamento Energético III. Título. iii
4 Agradecimentos: Ao Marcinho e Pedro, pela paciência ao longo desses anos, pela compreensão pelas horas intermináveis de ausências, pelos gestos carinhosos, pelos bons momentos, pela parceria, pelo amor constante e eterno companheirismo. Aos meus irmãos, sobrinhos, tias e amigos pelo incentivo e apoio durante a elaboração desse trabalho. Ao grande amigo e colaborador Arnaldo, pela amizade, apoio, paciência e inestimável contribuição, sem a qual esse trabalho não seria realizado. À grande amiga Heliana, pela grande ajuda, pelos valiosos ensinamentos, pelo apoio incondicional em horas tão difíceis, pela amizade, paciência e carinho. Ao amigo Prof. Maia, pelo apoio e colaboração prestada. À incansável Professora Míriam, que tanto me incentivou e ajudou durante toda essa jornada. À Iara Verocai, pelas informações prestadas, pelo carinho e pelo incentivo. Ao Professor e Orientador Emilio Lèbre La Rovere, pela compreensão e orientação recebida no desenvolvimento do trabalho, além da oportunidade de haver participado de estudos e pesquisas no Laboratório Interdisciplinar de Meio Ambiente (LIMA). Aos queridos amigos do LIMA: Carmen, Juliana, Daniel, Diego, Luigi, Denise, William, Fernanda, Fernando, Buzzatti, Martin, D Avignon, Vinicius, Adriano, Ângela, Flávia e Ana Ceci, que tanto me ajudaram nos projetos e tornaram minha estada no Laboratório muito agradável. Aos meus professores do Programa de Planejamento Energético, pelo conhecimento aqui utilizado e aos funcionários Paulo, Jô, Simone, Fernando, em especial, a querida Sandrinha, pelo apoio constante propiciado ao longo desse período. Aos colegas do INEA/FEEMA, que são muitos, pela tolerância e grande colaboração ao longo de todo esse trajeto. À Vanessa e Patrícia, pela eterna colaboração e amizade. A todos que, de alguma forma, contribuíram para que esse trabalho fosse realizado. iv
5 Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Doutor em Ciências (D. Sc.). MODELO DE GESTÃO DA QUALIDADE DO AR ABORDAGEM PREVENTIVA E CORRETIVA Paulina Maria Porto Silva Cavalcanti Novembro/2010 Orientador: Emilio Lèbre La Rovere Programa: Planejamento Energético Essa tese avalia os impactos cumulativos e sinérgicos causados na qualidade do ar pelas emissões atmosféricas provenientes da operação de dois conjuntos de atividades industriais, em regiões distintas: um já implantado, resultando em alto nível de degradação atmosférica e outro a ser implantado, ainda em fase de planejamento. Foram avaliados os instrumentos de gestão estabelecidos no Brasil, quanto à sua eficácia para a gestão da qualidade do ar, principalmente, na fase de planejamento. É proposto um modelo de gestão com duas variantes corretiva e preventiva. Para tal, discute-se a oportunidade de uso da Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), em complementação à AIA, além de outros instrumentos de gestão ainda não contemplados no Brasil e, nesse contexto, a importância da avaliação de impactos cumulativos e sinérgicos que, embora previstos na legislação vigente, não são praticados. v
6 Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Doctor of Science (D. Sc.) AIR QUALITY MANAGEMENT MODEL PREVENTIVE AND CORRECTIVE APPROACH Paulina Maria Porto Silva Cavalcanti November/2010 Advisor: Emilio Lèbre La Rovere Department: Energy Planning This thesis evaluates cumulative and synergic impacts caused in air quality by the atmospheric emissions originating from the operation of two sets of industrial activities in distinct regions: one already implemented, resulting in a high level of atmospheric degradation and another to be implemented, still being planned, in different regions. The instruments of management established in Brazil were assessed, in its efficacy to air quality management issues, mostly, in the planning phase. It s proposed a model of management, with two variants a corrective and a preventive one. For that, it is discussed the opportunity of the use of Strategic Environmental Assessment SEA in complementation to EIA. As well, other management instruments, not contemplated in Brazil are evaluated, and, in this context, the importance of the cumulative impacts that, although predicted in the current legislation, they are not executed. vi
7 ÍNDICE I. Introdução 1 II. Propósito, objetivos, problema da tese e hipóteses da 5 pesquisa III. O processo de pesquisa, metodologia e a estrutura da tese 6 Capítulo 1 O Problema da Poluição do Ar 1.1 Histórico da poluição do ar Conceitos e definições relacionadas à poluição do ar Meio ambiente Poluição do ar Poluente atmosférico Fontes de emissão Inventário de Emissões Atmosféricas Escalas da Poluição Atmosférica Efeitos da Poluição Atmosférica Níveis de referência Padrão de qualidade do ar Limites de emissão Fatores que influenciam a poluição do ar Pressão atmosférica Precipitação e evaporação Temperatura Umidade relativa Insolação e nebulosidade Vento Estabilidade Atmosférica Capítulo 2 Instrumentos de Gestão da Qualidade do Ar 2.1 Gestão ambiental Identificação e apresentação dos instrumentos de gestão da 55 qualidade do ar utilizados no Brasil Política Nacional do Meio Ambiente Constituição Federal de PRONAR Plano Nacional de Qualidade do Ar PROCONVE 70 vii
8 2.2.6 PROMOT Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas para Veículos 78 Automotores Rodoviários Instrumentos Preventivos da Política, do Planejamento e da 78 Gestão Ambiental Pública Licenciamento Ambiental Avaliação de Impacto Ambiental AIA Avaliação Ambiental Estratégica AAE Gestão da qualidade do ar no Estado de São Paulo Gestão da qualidade do ar no Estado do Rio de Janeiro Constituição do Estado do Rio de Janeiro Legislação ambiental do Estado do Rio de Janeiro Sistema de licenciamento ambiental Deliberação CECA Gestão da qualidade do ar nos EUA Gestão da qualidade do ar na Califórnia Gestão da qualidade do ar na União Européia Gestão da qualidade do ar no Reino Unido Considerações Capítulo 3 Proposta de modelo de gestão da qualidade do ar 3.1 Modelo de gestão da qualidade do ar preventivo Modelo de gestão da qualidade do ar corretivo Aspectos Institucionais 145 Capítulo 4 Aplicação de Modelo de Gestão da Qualidade do Ar Complexo Industrial do Açu Caracterização da região Caracterização e diagnóstico da qualidade do ar Caracterização Climatológica Caracterização das fontes de emissão Estudo de simulação da dispersão de poluentes Estabelecimento de Diretrizes Programas de Monitoramento Programa de avaliação de objetivos e metas Avaliação Independente Região do Pólo Gás-Químico de Duque de Caxias 180 viii
9 4.2.1 Caracterização da região Caracterização e diagnóstico da qualidade do ar Caracterização Climatológica Caracterização das fontes de emissão Avaliação dos impactos cumulativos e sinérgicos Estabelecimento de Diretrizes Programas de monitoramento Programa de avaliação de objetivos e metas Avaliação Independente 219 Conclusões e Recomendações 220 Referências Bibliográficas 234 Anexos 248 ix
10 Figuras Figura 1 Distribuição dos elementos pelas camadas 18 Figura 2 Esquematização do ciclo fotoquímico do ozônio 27 Figura 3 Dimensão local da poluição do ar 33 Figura 4 Poluição do ar urbana 34 Figura 5 Bacia Aérea III da RMRJ 35 Figura 6 Ciclo da poluição do ar 41 Figura 7 Característica interativa da gestão da qualidade do ar 104 Figura 8 Estratégia de controle da poluição do ar 123 Figura 9 Estrutura Metodológica do Processo de AAE 125 Figura 10 Emissão de poluentes durante a combustão 128 Figura 11 Representação esquemática do modelo de gestão preventivo 139 Figura 12 Representação esquemática do modelo de gestão corretivo 146 Figura 13 Área do Complexo do Açu 151 Figura 14 Localização da estação de monitoramento da qualidade do ar do Porto do Açu 152 Figura 15 Concentração média diária de PTS e PM10 na estação do Porto do Açu Figura 16 Concentração média diária de SO 2 na estação do Porto do Açu 154 Figura 17 Evolução média horária das concentrações de NOx na estação 155 do Porto do Açu 153 Figura 18 Evolução média horária das concentrações de O 3 na estação do Porto do Açu 156 Figura 19 Concentração média horária de O 3 na estação do Porto do Açu 157 Figura 20 Evolução média horária das concentrações de CO na estação 158 do Porto do Açu Figura 21 Evolução média horária das concentrações de HC na estação do Porto do Açu 159 Figura 22 Rosa dos Ventos na região do Açu 161 Figura 23 Rosa dos Ventos na região do Açu de acordo com o período do 162 dia Figura 24 Temperatura média mensal 163 Figura 25 Umidade relativa média mensal 164 Figura 26 Máximos valores de incidência de radiação solar 164 x
11 Figura 27 Precipitação média acumulada mensal 165 Figura 28 Área de estudo 174 Figura 29 Concentração de longo período de NOx 176 Figura 30 Bacias Aéreas da RMRJ 184 Figura 31 Estações de monitoramento da qualidade do ar na RMRJ 185 Figura 32 Concentração de PTS na RMRJ 186 Figura 33 Número de dias com registro de ultrapassagens ao padrão 187 diário de qualidade do ar para PTS Figura 34 Concentração de PI na RMRJ 188 Figura 35 Número de dias com registro de ultrapassagens ao padrão 189 diário de qualidade do ar para PI Figura 36 Concentração média anual de SO Figura 37 Concentração média anual de dióxido de nitrogênio 191 Figura 38 Concentração média anual de O Figura 39 Variação da pressão atmosférica na RMRJ 196 Figura 40 Variação sazonal da precipitação 197 Figura 41 Rosa dos Ventos do Aeroporto do Galeão Figura 42 Contribuição das fontes na carga poluidora da RMRJ 199 Figura 43 Emissão por tipo de fonte na RMRJ 200 Figura 44 Participação das emissões por Bacias Aéreas 200 Figura 45 Participação das emissões por tipologia industrial 201 Figura 46 Densidade de emissão para o SOx na RMRJ 203 Figura 47 Densidade de emissão para o NOx na RMRJ 204 Figura 48 Densidade de emissão para o CO na RMRJ 205 Figura 49 Densidade de emissão para o HC na RMRJ 206 Figura 50 Densidade de emissão para o MP10 na RMRJ 207 Figura 51 Concentração média de três horas de HC 211 Figura 52 Concentração média anual de NOx 212 Figura 53 Isopletas de Ozônio 215 xi
12 Tabelas Tabela 1 Poluentes monitorados, suas origens e efeitos à saúde 21 Tabela 2 Relação entre fontes e seus poluentes característicos 30 Tabela 3 Efeitos dos poluentes à saúde 39 Tabela 4 Padrões de qualidade do ar segundo a Resolução CONAMA 43 03/90 Tabela 5 Critérios para episódios agudos de poluição do ar 44 Resolução CONAMA Tabela 6 Partículas em suspensão concentração de longo período 45 Tabela 7 Partículas em suspensão concentração de curto período 45 Tabela 8 Ozônio - concentrações 45 Tabela 9 Dióxido de nitrogênio - concentrações 45 Tabela 10 Dióxido de enxofre concentração de curto período 45 Tabela 11 Limites máximos de emissão de poluentes para veículos 73 leves de passageiros Tabela 12 Limites do PROCONVE para veículos diesel (g/kw.h) 73 Tabela 13 Limites máximos de emissão para veículos automotores leves 74 de passageiros: vigência em 2013 e 2014 para os novos modelos e 2015 para os demais Tabela 14 Limites máximos de emissão para veículos automotores leves 74 comerciais, com massa do veículo para ensaio menor ou igual a quilogramas: vigência em 2013 para veículos do ciclo diesel, 2014 para novos modelos e 2015 para os demais Tabela 15 Limites de emissão para veículos automotores leves 74 comerciais, com massa do veículo para ensaio maior que quilogramas,com vigência em 2013 para veículos do ciclo diesel, 2014 para os novos modelos e 2015 para os demais Tabela 16 Novos limites de emissão para veículos pesados (g/kwh) 75 Tabela 17 Limites de emissão para Ciclomotores, Motociclos e Similares 77 Tabela 18 Métodos de avaliação de impactos cumulativos 85 Tabela 19 Concentração de material particulado inalável (PM10) e total 153 (PTS) na estação Porto do Açu Tabela 20 Concentração média de SO 2 na estação Porto do Açu 154 Tabela 21 Concentração média de NO e NO 2 na estação Porto do Açu 155 xii
13 Tabela 22 Concentração média de CO na estação Porto do Açu 156 Tabela 23 Resumo dos resultados de concentração de CO na estação 158 Porto do Açu Tabela 24 Concentração de HC na estação Porto do Açu 159 Tabela 25 Variáveis meteorológicas medidas no Porto do Açu 160 Tabela 26 Configuração do Núcleo Base 168 Tabela 27 Limites de emissão: CONAMA 382 x Usinas Siderúrgicas 169 Tabela 28 Limites de emissão: CONAMA 382 x Peletização 42Mt/ano 169 Tabela 29 Limites de emissão: CONAMA 382 x Produção de Cimento Mt/ano Tabela 30 Limites de emissão UTE a carvão 170 Tabela 31 Limites de emissão: CONAMA 382 x UTE a gás natural 170 Tabela 32 Limites de emissão: CONAMA 382 x Processos de geração 170 de calor Tabela 33 Emissões de NOx 172 Tabela 34 Contribuição percentual das emissões de NOx 175 Tabela 35 Normais Climatológicas do Estado do Rio de Janeiro 195 Tabela 36 Taxas de emissão por tipo de fonte na RMRJ (x1000 t/ano) 199 Tabela 37 Principais emissões atmosféricas provenientes das fontes 208 fixas localizadas no Pólo Gás-Químico de Duque de Caxias (ano-base 2006) Tabela 38 Estimativa das emissões atmosféricas provenientes das fontes fixas localizadas no Pólo Gás-Químico de Duque de Caxias e no Terminal Flexível de GNL 210 Abreviaturas AAE Avaliação Ambiental Estratégica AIA Avaliação de Impacto Ambiental ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis AQG Air Quality Guidelines AQMA Air Quality Management Area ARH - Administração de Recursos Hídricos BAAQMD - Bay Area Air Quality Management District xiii
14 BACT - Best Available Control Technology BAT - Best Available Techniques BTX Benzeno, Tolueno e Xilenos CAA Clean Air Act CAFE - Clean Air for Europe CCA/RJ Câmara de Compensação Ambiental CE Comunidade Européia CECA Conselho Estadual de Câmaras Ambientais CETESB Companhia Estadual de Tecnologia e Saneamento Ambiental CENPES Centro de Pesquisas da Petrobras CEQ Council on Environmental Quality CF Constituição Federal CFC - Cloroflurorcarbonetos CIEP Centro Integrado de Educação Pública CIRS - Cumulative Impacts Reduction Strategy CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente CONEMA Conselho Estadual de Meio Ambiente/RJ CONTRAN - Conselho Nacional de Trânsito CONSEMA Conselho Estadual de Meio Ambiente/SP COPPE Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia COV Compostos Orgânicos Voláteis CPTEC Centro de Pesquisas Tecnológicas DZ 056 Diretriz para Realização de Auditoria Ambiental E Leste EEA European Environment Agency EI Ecologia Industrial EIA Estudo de Impacto Ambiental EPA Environment Protect Agency EUA Estados Unidos da América FECAM Fundo Estadual de Conservação Ambiental FEEMA Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente FGV/EAESP Fundação Getúlio Vargas/ Centro de Estudos em Sustentabilidade GEE Gases do Efeito Estufa GHG Protocol Green House Gas Protocol GNL Gás natural Liquefeito GTZ Deutsche Gesellschaft für Zusammenarbeit GmbH HAP - hidrocarbonetos aromáticos policíclicos xiv
15 HCnM Hidrocarbonetos não Metano HEW - Health Education and Welfare Department HPA Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos IBAMA Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IEF Instituto Estadual de Florestas INEA Instituto Estadual do Ambiente INMET Instituto Nacional de Meteorologia IMO International Maritime Organization ISC3 - Industrial Source Complex IT Interim Target LAQM - Local Air Quality Management LAR Licença Ambiental de Recuperação LAS Licença Ambiental Simplificada LCM - Licença para Uso de da Configuração de Ciclomotores, Motociclos e Similares LI Licença de Instalação LIMA Laboratório Interdisciplinar de Meio Ambiente LIO Licença de Instalação e Operação LO Licença de Operação LOR - Licença de Operação e Recuperação LP Licença de operação LPI Licença Prévia e de Instalação MINTER Ministério do Interior MMA Ministério do Meio Ambiente MNPT - Modelos Numéricos de Previsão do Tempo NAPCA National Air Pollution Control Administration NAAQS National Ambient Air Quality Standards NB Núcleo Base NCEP/EUA - National Center for Environmental Prediction NE Nordeste NEPA - National Environmental Policy Act NESHAP - National Emission Standards for Hazardous Air Pollutants OMS Organização Mundial de Saúde ONU Organização das Nações Unidas PAH - Polinuclear Aromatic Hydrocarbon PGQAr Plano de Gestão da Qualidade do Ar PLANGAS Plano de Oferta de Gás xv
16 PNA Polinuclear Aromatic Hydrocarbon PND Plano Nacional de Desenvolvimento PNMA Política Nacional de Meio Ambiente Pqar Padrão de Qualidade do Ar PROCONVE Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores PROMOT - Programa de Controle da Poluição do Ar por Ciclomotores PRONACOP Programa Nacional de Controle da Poluição PRONAR Programa Nacional de Qualidade do Ar PNQA Plano Nacional de Qualidade do Ar POM Policycle Organic Material POP Poluentes Orgânicos Persistentes PPP Política, Planos e Programas Pqar Padrão de Qualidade do Ar PREA Plano de Redução de Emissões Atmosféricas PROCON-Ar Programa de Autocontrole do Ar PRODETUR Programa de Desenvolvimento do Turismo PRQA - Piano di Risanamento della Qualità dell Aria RCQA Região de Controle da Qualidade do Ar REDUC - Refinaria de Duque de Caxias RMRJ Região Metropolitana do Rio de Janeiro SANERJ - Saneamento do Estado do Rio de Janeiro SCAQMD - South Coast Air Quality Management District SE Sudeste SEA Secretaria Estadual do Ambiente SEDEIS - Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços SEMA - Secretaria Especial do Meio Ambiente SERLA Superintendência Estadual de Rios e Lagoas SLAM Sistema de Licenciamento Ambiental SLAP Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras SIP State Implementation Plan SISNAMA Sistema Nacional de Meio Ambiente SURSAN - Superintendência de Urbanização e Saneamento SUSAM - Superintendência de Saneamento Ambiental SW - Sudoeste UE União Européia UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro xvi
17 UNECE United Nations Economic Commission for Europe USEPA United States Environment Protection Agency UTE Usina Termoelétrica W Oeste WB World Bank WHO World Health Organization WNW Oeste-Nordeste xvii
18 INTRODUÇÃO A existência de regiões saturadas de poluição do ar se deve a um modelo de desenvolvimento econômico aplicado ao Brasil, sob o discurso das autoridades governamentais de que tínhamos muito que poluir, cujos efeitos deletérios ainda estamos colhendo e tentando corrigir. Tal modelo de desenvolvimento, baseado no crescimento a qualquer preço, conclamou as indústrias a se implantarem, desprovidas dos necessários sistemas de controle de poluentes e/ou em áreas inadequadas à dispersão de poluentes, o que resultou na poluição ambiental, submetendo populações a conviverem em áreas com elevada deterioração da qualidade do ar. Esse processo aconteceu em todo o mundo desenvolvido, em diferentes épocas. Os grandes episódios de poluição ambiental, que chamaram a atenção da sociedade para o problema, aconteceram nos países desenvolvidos, como os graves episódios em Londres e na Bélgica, o envenenamento da Baía de Minamata, no Japão, a contaminação do solo de Love Canal, nos Estados Unidos e, mais recentemente, a contaminação radioativa em Three Miles Island e Chernobyl. Os elevados índices de industrialização e urbanização verificados no País, desde a década de 70, levaram o Governo Brasileiro a implementar medidas de controle da qualidade do ar, orientado para as emissões procedentes das indústrias (fontes fixas) e dos veículos automotores (fontes móveis). Em 1989, foi criado o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar (PRONAR), por Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com o objetivo de permitir o desenvolvimento econômico e social do país de forma ambientalmente segura, pela limitação dos níveis de emissão de poluentes por fontes de poluição atmosférica, com vistas à melhora da qualidade do ar, ao atendimento dos padrões estabelecidos e o não comprometimento da qualidade do ar nas áreas consideradas não degradadas. Para tal, tem como instrumentos os Padrões de Qualidade do Ar e Limites de Emissão na Fonte, Rede Nacional de Monitoramento da Qualidade do Ar e Inventário de Fontes e Poluentes Atmosféricos. O PRONAR estabeleceu novos padrões de qualidade do ar, em substituição aos fixados em 1976, pelo Ministério do Interior, e a aplicação do licenciamento ambiental para o controle das emissões fixas, de responsabilidade dos órgãos ambientais estaduais. 1
19 Quanto ao monitoramento, atualmente, somente algumas cidades e regiões metropolitanas já o realizam, sendo poucas as áreas que contam com redes automáticas. Com relação aos limites de emissão, alguns foram estabelecidos pela Resolução CONAMA 08/90, posteriormente revistos pela Resolução CONAMA 382, em 2006, incorporando novas tecnologias, novos combustíveis e acrescentando outros parâmetros. No entanto, até o momento, o Inventário Nacional de Fontes e Emissões não foi viabilizado. Em se tratando de fontes móveis, foi criado o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (PROCONVE) e, posteriormente, o Programa de Controle da Poluição do Ar por Motocicletas (PROMOT), com o objetivo de reduzir os níveis de poluentes originados pelo parque automotivo. A obrigatoriedade imposta à indústria automobilística de atendimento aos padrões de emissão estabelecidos em lei para novos modelos, a partir de 1988, serviu, na verdade, como promotora de inovações tecnológicas, fazendo aparecerem os sistemas de injeção eletrônica e os conversores catalíticos, reduzindo os níveis de emissão exigidos para o ano de 1992 e para os anos subsequentes. Incluem, também, medidas de qualidade dos combustíveis, tais como, a retirada do chumbo da gasolina; a redução do teor de enxofre do diesel; e a introdução do álcool na gasolina. Os ganhos do PROCONVE podem ser avaliados a partir da redução, na fonte, das emissões de monóxido de carbono e de outros poluentes, em relação aos valores constatados na década de 1980, em uma faixa que varia de 86% a 97%. Embora seja inegável o sucesso do PROCONVE, a poluição do ar proveniente dos veículos automotores ainda é a principal causa da contaminação atmosférica dos grandes centros urbanos. Deve ser ressaltado que mesmo tendo sido estabelecido limites de emissão para determinadas fontes de emissão, há que ser observado, dentre outros, os padrões de qualidade do ar, as condições meteorológicas e a topografia, pois é esse conjunto de fatores que irá assegurar a qualidade ambiental de uma determinada região. Parece claro que, conforme estabelecido no PRONAR, a utilização de limites de emissão como principal estratégia, em que o uso dos padrões de qualidade do ar é apenas uma ação complementar de controle, não promove a gestão da qualidade do 2
20 ar, uma vez que somente a visão de comando e controle, focada na fonte de poluição e não na qualidade do meio, não garante a qualidade do ar necessária à manutenção da saúde e bem-estar. Dessa forma, possibilita a ocorrência de situações em que, apesar do controle das fontes, são mantidos os problemas de degradação da qualidade do ar. Em termos gerais, a gestão ambiental pública tem se baseado, tradicionalmente, no processo de comando e controle, ou seja, na criação de dispositivos e exigências legais (comando) e na aplicação de mecanismos para garantir o cumprimento desses dispositivos e exigências (controle). Entretanto, todas essas medidas têm-se mostrado ineficientes na gestão dos recursos atmosféricos e vários esforços têm sido empreendidos no sentido de sua modernização. O que se observa no estado da arte da experiência internacional é que cada país tem desenvolvido um modelo próprio, de acordo com as suas peculiaridades, utilizando-se instrumentos que nem sempre são os mais adequados para o Brasil. A partir de década de 90, a questão ambiental ganhou destaque na esfera internacional motivada pelo debate sobre a sustentabilidade dos processos de desenvolvimento, tendo reflexos também no Brasil. Atualmente, em nível nacional, uma das principais iniciativas nesse campo está voltada para uma estreita articulação de alguns setores de governo à construção e à implementação de agendas ambientais, que especifiquem programas e atividades que conduzam, efetivamente, a resultados sustentáveis. As políticas setoriais, objeto dessa estratégia de articulação institucional, envolvem, especialmente, os segmentos de petróleo, energia elétrica e transportes. Ao longo do tempo, também, verifica-se que vêm se multiplicando as iniciativas de auto-gestão, levando as próprias empresas a adotarem estratégias e sistemas voluntários de auto-regulação relacionados à gestão ambiental. Hoje, as questões ambientais priorizam o controle da poluição, responsável por danos econômicos reais, por perdas ecológicas e pelo comprometimento da qualidade de vida. Conseqüentemente, os tomadores de decisão devem introduzir mecanismos inovadores no processo de gestão e implementar o controle ambiental, de forma que os seus resultados se traduzam, efetivamente, em ganhos na qualidade ambiental e na qualidade de vida da população. 3
21 A identificação de problemas ambientais críticos, resultantes do uso inadequado de recursos ambientais e da própria ineficiência do processo de gestão ambiental, aponta para a necessidade de adoção de novos modelos e procedimentos técnicos que deverão enfocar a magnitude dos danos gerados, principalmente, sociais (impactos sobre o ser humano), econômicos (perda de produtividade) e ambientais (degradação de recursos naturais) e a necessidade de cumprimento de acordos internacionais que definem normas específicas e comuns para problemas ambientais globais. São necessárias ações de gestão preventivas ou corretivas no sentido de reduzir as emissões de poluentes e os efeitos da degradação da atmosfera, o que já foi demonstrado ser compatível com o desenvolvimento econômico e social. Reduzir as concentrações de contaminantes na atmosfera, de modo a assegurar a melhoria da qualidade ambiental e a proteção à saúde, compatibilizando o alcance de metas de qualidade do ar com desenvolvimento econômico, requer a integração de políticas públicas e instrumentos que se complementem nas ações de planejamento territorial, setorial e de fomento, necessários ao alcance de metas de qualidade do ar temporalmente definidas. Nos últimos anos, a modernização do Estado brasileiro levou à proposição de políticas públicas voltadas a objetivos de desenvolvimento, numa concepção de uso do território segundo vocações e oportunidades de negócios. Tal processo culminou com a perspectiva da abordagem da variável ambiental como condicionante ao desenvolvimento. Entretanto, os instrumentos de gestão ambiental não vêm acompanhando tal avanço, fazendo com que se ressuscite a visão (extemporânea) de que a proteção do meio ambiente inviabiliza o desenvolvimento (TEIXEIRA, 2008). Assim sendo, o foco dessa pesquisa é discutir a aplicação dos atuais instrumentos de gestão estabelecidos no país, sua aplicabilidade para solucionar graves questões relativas à deterioração da atmosfera, em regiões com alto comprometimento da qualidade do ar, bem como discutir o atual processo de tomada de decisão, que envolve a apreciação das questões ambientais ainda no processo de planejamento, no sentido de verificar a contribuição de novos instrumentos de gestão de forma a garantir a promoção do desenvolvimento econômico de forma mais sustentável e com menor comprometimento da qualidade ambiental e da qualidade de vida da população. 4
22 II. Objetivos e Hipóteses da Pesquisa 1. Objetivo Geral Propor um modelo de gestão da qualidade do ar que garanta à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade da qualidade do ar, em padrões adequados para a proteção da saúde da população e do meio ambiente. 1.1 Objetivos Específicos Avaliar a aplicação dos instrumentos de gestão existentes; Desenvolver metodologia para aplicação de um sistema de gestão da qualidade do ar, com base nos padrões de qualidade do ar e avaliação dos impactos cumulativos; Identificar os pontos positivos e negativos da aplicação do licenciamento ambiental e de seus instrumentos de apoio para o controle da poluição do ar; Estabelecer critérios para tomada de decisões estratégicas para a ocupação industrial, em regiões específicas; Avaliar a aplicação de outros instrumentos de gestão tendo por base o planejamento estratégico e a sustentabilidade ambiental da região; Propor a constituição de Fórum Gestor, por região, com a participação do Poder Público e dos empreendedores, promovendo a descentralização do poder de decisão e implementando a negociação social. 2. Hipóteses Considerando-se que os objetivos ou benefícios delineados devem traduzir-se em uma contribuição à incorporação da variável ambiental no processo de planejamento da ocupação de regiões específicas por atividades do setor industrial e ao consequente acompanhamento do comprometimento da qualidade do ar de suas áreas de influência, são formuladas as seguintes hipóteses: 2.1 Hipótese 1 A aplicação dos instrumentos de comando e controle é insuficiente para garantir a gestão ambiental sustentável de uma região com múltiplas fontes de emissão de poluentes atmosféricos. 5
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