Tráfico de Pessoas em Moçambique

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1 Tráfico de Pessoas em Moçambique da retórica das palavras à dinâmica da acção Por: Carlos Serra 1

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3 I. Considerações iniciais Com o fim da Guerra Civil e consequente estabilização, a questão do tráfico de pessoas não assumiu em Moçambique a atenção merecida, pois, inúmeras foram as prioridades: o retorno e reintegração social dos refugiados, a desmobilização dos exércitos beligerantes, a reabertura das vias de comunicação, o re-controlo administrativo do território, a satisfação das necessidades humanitárias básicas, etc. Diversas organizações não governamentais, de cariz internacional ou nacional, foram emergindo no País, na defesa de grupos específicos e vulneráveis da sociedade moçambicana, especialmente as mulheres e as crianças. Estas organizações intervieram num contexto em que o regresso da livre circulação de pessoas, quer no plano interno quer no regional, associado à depauperação de grande parte da população moçambicana, trouxe para a ribalta a seriedade e gravidade do problema do tráfico de pessoas. Numa primeira fase, o tráfico para além-fronteiras e mais recentemente, o tráfico interno. Durante muito tempo, ainda que não oficialmente, este problema foi sendo relegado para segundo plano por parte da sociedade no geral, e das autoridades governamentais competentes, em especial. O tráfico de pessoas foi subestimado, e considerado problema dos outros. Nem sequer o visionamento de um documentário realizado por um canal público sul-africano, em 2003, no qual se denunciou todo um processo de tráfico de mulheres, desde o recrutamento em Moçambique até às casas de prostituição na África do Sul, foi suficiente para convencer quem de direito sobre a seriedade do fenómeno no País. Gastaram-se recursos em campanhas, seminários e reuniões técnicas, no contexto de um longo e exaustivo processo de advocacia dirigido à consciencialização das autoridades sobre a problemática em torno do tráfico de pessoas. 3

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5 II. O Estudo Tatá-Mamã Tatá-Papá Tráfico de Menores em Moçambique Entretanto, um estudo multi-disciplinar realizado pelo Centro de Estudos Africanos, da Universidade Eduardo Mondlane, solicitado por diversas organizações da sociedade civil, veio comprovar a realidade, contornos e consequências do tráfico de pessoas em Moçambique. No estudo foram definidas três características fundamentais do tráfico de pessoas: (1) Prostituição para exploração sexual na África do Sul; (2) trabalho forçado (eventualmente disfarçado por relações de parentesco; e (3) extracção de órgãos para fins mágicos ou cirúrgicos. Este fenómeno é agravado pela precariedade social e a vulnerabilidade das fronteiras. Entre diversas conclusões importantes, este Estudo chama-nos à atenção para a existência de um quadro legal que, apesar de não prever expressamente o crime de tráfico de pessoas, poderia ser efectivamente aplicado ao conjunto de práticas criminosas perpetradas pelas redes de tráfico. A passividade tem sido a característica principal em relação aos casos de crimes praticados relacionados com o tráfico de pessoas, nem mesmo quando ocorram casos de denúncia publicados nos órgãos de comunicação social. Vigora, portanto, uma espécie de lei do silêncio, no qual se destaca o efectivo receio de as pessoas se pronunciarem em torno do assunto, em virtude das eventuais represálias. Ora, neste cenário, quem paga são os inocentes que caem nas malhas das redes de tráfico. Além disso, o referido Estudo chama a atenção da sociedade para o tráfico interno, que, não tendo tanta atenção por parte dos órgãos de comunicação social, poderá envolver números bem mais significativos, 5

6 encobertos sob práticas culturalmente ditas como legítimas. O envio, por exemplo, de crianças para as cidades, a troco de um qualquer pagamento ou favor, acaba por traduzir-se na amputação dos seus direitos mais básicos e no causar de profundos traumas de ordem física e/ou psicológica. 6

7 III. A elaboração e aprovação da Lei sobre Tráfico de Pessoas Entretanto, as organizações da sociedade civil, nacionais e internacionais, com o apoio de organizações internacionais e de governos de países estrangeiros prosseguiram os seus esforços junto do Governo e da Assembleia da República para convencer da importância da aprovação de uma lei específica sobre o tráfico de pessoas, que se consubstanciasse no conceito previsto no Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra a Criminalidade Organizada Transnacional relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em especial Mulheres e Crianças, tipificasse todas as condutas associadas e definisse as penas apropriadas. Este trabalho teve finalmente uma resposta positiva por parte do Governo moçambicano que, através do Ministério da Justiça, em meados de 2006, se comprometeu a elaborar um Ante-projecto Lei sobre Tráfico de Pessoas, tendo sido criada uma comissão para o efeito. Esta comissão trabalhou em contexto de participação pública, o que permitiu acolher uma boa parte dos subsídios apresentados pelas organizações da sociedade civil, entre os quais o entendimento de que a noção a consagrar de tráfico de pessoas não poderia restringir-se aos casos de tráfico transnacional, mas igualmente aos não menos grave, e muito provavelmente, mais numerosos, situações de tráfico interno. O resultado foi a finalização de um Ante-projecto Lei que, embora não perfeito, possui as bases jurídicas para a prevenção e combate ao crime de tráfico de pessoas, consubstanciando os principais pilares previstos nos instrumentos internacionais em relação aos quais o Estado moçambicano se encontra vinculado. Este Ante-projecto foi aprovado ao nível do Conselho de Ministros e seguidamente depositado na Assembleia da República no decurso de

8 Nos primeiros meses de 2008, dois factos chocaram a opinião pública nacional: o caso das três raparigas adolescentes traficadas para a África do Sul para fins de exploração sexual ( caso Diana ) e o caso das 39 crianças encontradas a serem transportadas num camião-cavalo, na província de Manica, em condições nada dignas, sendo supostamente dirigidas para uma escola religiosa, situação que até hoje não foi devidamente esclarecida. Apesar de demasiado tristes, chocantes e vergonhosos, tais factos contribuíram para criar a necessária conjuntura política fundamental para a consideração da importância da aprovação de uma Lei específica sobre tráfico de pessoas. Isto conduziu a que o Projecto-Lei sobre Tráfico fosse apresentado à Assembleia da República, juntamente com os Projectos da Lei de Promoção e Base de Protecção dos Direitos da Criança e da Lei que aprova o Organização Tutelar de Menores. Os dados foram lançados e culminaram na aprovação por consenso dos três instrumentos. 8

9 IV. Os principais pilares do novo regime sobre menores 4.1. A Lei de Promoção e Protecção dos Direitos da Criança Objecto A Lei de Promoção e Protecção dos Direitos da Criança foi aprovada através da Lei n.º 7/2008, de 9 de Julho, e tem como objecto, de acordo com o respectivo artigo1., a protecção da criança, visando reforçar, estender, promover e proteger os direitos da criança, tal como se encontram definidos na Constituição da República, na Convenção sobre os Direitos da Criança, na Carta Africana sobre os Direitos e o Bem-Estar da Criança e demais legislação de protecção à criança. Este instrumento fixa essencialmente as bases do regime jurídico de protecção da criança, determinando um elenco de matérias que deverão ser regulamentadas, em sede própria, pelo legislador. Passamos apenas a enumerar algumas das bases definidas por esta lei com importância para o tratamento do tráfico de pessoas, especialmente crianças Princípio basilar do interesse superior da criança Em primeiro lugar, através da construção minuciosa de um conjunto de disposições gerais (Subtítulo I do Título I) contendo princípios e regras fundamentais, o legislador consagrou e mate- 9

10 rializou o princípio do interesse superior da criança previsto no artigo 47. a Constituição da República de Moçambique. Este interesse superior da criança foi definido no n.º 3 do artigo 9. da Lei de Promoção e Protecção dos Direitos da Criança, como tudo o que tem a ver com a defesa e salvaguarda da sua integridade, identidade, manutenção e desenvolvimento são e harmonioso. Assim, destacamos dois importantes sub-princípios densificadores de interesse superior: o princípio da integração da criança em ambiente de amor, de preferência familiar, e o princípio da proibição de tratamento negligente, discriminatório, violento e cruel, previstos, respectivamente, nos artigos 5. e 6. da Lei de Promoção e Protecção dos Direitos da Criança. Estes princípios visam impedir ou evitar a geração das condições de vulnerabilidade social, económica e psicológica propícias à queda das crianças nas malhas dos traficantes. Actuam, portanto, preventivamente, devendo nortear todos os aplicadores da Lei na devida actuação dirigida ao livre desenvolvimento integral, físico e psicológico, da criança, de modo a que, em momento algum, possa vir a ser submetida às mais cruéis implicações do crime de tráfico Direitos fundamentais da criança De seguida, o Subtítulo II do Título I versa sobre os direitos fundamentais da criança, encontra-se estruturado em cinco capítulos, designadamente: I (direito à vida e à saúde), II (direito à liberdade, ao respeito e à dignidade), III (direito à convivência familiar e comunitária), IV (direito à educação, à cultura, ao desporto e 10

11 ao lazer) e IV (direito a um posto de trabalho e à protecção no trabalho). No capítulo I (direito à vida e à saúde), urge fazer menção do artigo 20., referente à obrigatoriedade de comunicação de maus tratos sobre a criança. Assim, nos termos do respectivo n.º 1, os casos em que haja suspeita ou confirmação de maus-tratos, abuso ou violência contra a criança, devem ser obrigatoriamente comunicados à autoridade policial mais próxima, sem prejuízo de outras providências legais. Este artigo pode ser lido em conjugação com o disposto no n.º 1 do artigo 48., ao determinar que todo o cidadão e as instituições em geral têm o dever de prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança. No capítulo II (direito à liberdade, ao respeito e à dignidade), encontra-se consagrada, através do artigo 25., uma cláusula sobre a salvaguarda da dignidade, ao se estipular que é dever de todos os cidadãos zelar pela dignidade da criança, salvaguardando-a de qualquer tratamento desumano, cruel, violento, exploratório, humilhante, constrangedor ou discriminatório. O capítulo III (direito à convivência familiar e comunitária) contém importantes disposições normativas dirigidas à materialização do princípio da integração da criança em ambiente de amor, especialmente familiar. Assim, o n.º 1 do artigo 26., sobre o direito à família e ao nome, determina que toda a criança tem direito a ter uma família, a conhecer e conviver com os seus pais e demais membros da família, de forma sã e harmoniosa. O artigo 27. consagrou o direito à protecção alternativa e as- 11

12 sistência especial por parte do Estado, em termos excepcionais, sempre que a criança ficar temporária ou definitivamente impossibilitada do seu ambiente familiar, ou, dado o seu superior interesse, não puder permanecer integrada na sua família natural. O artigo 28., referente ao direito a acompanhamento familiar, determinou que toda a criança tem direito a ser criada no seio da sua família e, excepcionalmente, em família de acolhimento ou adoptiva e a ter assegurada a convivência familiar e comunitária Neste capítulo encontramos ainda, através do artigo 35., a previsão de que a violação do dever de sustentar a criança 1 ou ainda o acto dirigido ao seu abandono são punidos nos termos da lei. Há aqui, portanto, uma expressa remissão para a legislação penal, onde deve constar o exemplo ou caracterização dos tipos legais de crime de violação do dever de sustentar e de abandono de menor. Em relação a este último, veja-se que o Código Penal em vigor já prevê, ainda que através de um regime penal insuficiente, dada a necessidade de rever as idades previstas, de acordo com o interesse superior da criança, o crime de exposição ou abandono de menor de sete anos (artigo 345. ) e o crime de entrega ilegítima de menor de sete anos (artigo 347. ). Há efectivamente necessidade de actualizar a legislação penal atendendo ao novo regime constitucional e legal sobre a protecção da criança. No capítulo IV (direito à educação, à cultura, ao desporto e ao lazer) encontramos, no n.º 1 do artigo 39., (obrigações dos pais) um artigo bastante importante e que importa sublinhar, e que determina caber especialmente aos pais e às demais pessoas que 1 Nos termos do n.º 2 do Artigo 32. da Lei de Promoção e Protecção dos Direitos da Criança os pais estão ainda obrigados a assumir as despesas relativas à segurança, saúde, educação e desenvolvimento da criança até que esta esteja legalmente em condições de se auto-sustentar. 12

13 têm crianças a seu cargo ou responsabilidade, o dever de assegurar, dentro das suas possibilidades, as condições necessárias para garantir o desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral e social da criança. Por fim, o capítulo V (direito a um posto de trabalho e à protecção no trabalho) estabelece, através do artigo 46., ser proibida toda a forma de exploração do trabalho infantil, devendo a violação deste princípio ser punida por lei, bem como nos termos do n.º 2 do artigo 47., a colocação da criança em turnos nocturnos ou em sectores laborais que ponham em risco a sua saúde ou integridade física e psíquica Direitos especiais A Lei de Promoção e Protecção dos Direitos da Criança possui ainda, na sua estrutura, um capítulo subordinado aos Direitos Especiais e que importa destacar naquilo que for relevante para a prevenção e combate ao tráfico de pessoas, especialmente crianças. Assim, várias disposições prevêem proibições e restrições associadas a direitos especiais dirigidas precisamente a atacar algumas das causas da vulnerabilidade e exposição ao tráfico. Entre as mesmas, começaríamos por aludir à proibição de ingresso e permanência em locais de apresentação ou exibição de espectáculo dirigida às crianças menores de dez anos não acompanhadas dos seus pais, parentes maiores de idade até ao quarto grau ou do seu representante legal, nos termos do n.º 2 do artigo 50., da referida Lei. A seguir há, através do artigo 51., uma clara e expressa alusão à obrigação do Governo, por intermédio dos órgãos competentes, 13

14 de garantir a cabal e rigorosa implementação da legislação referente à entrada de menores nos estabelecimentos de diversão nocturna, filmes videocassete e à venda e consumo de bebidas alcoólicas, a qual, de acordo com inúmeras fontes de informação, tem conhecido constrangimentos significativos no domínio da sua aplicação trata-se da Lei n.º 6/99, de 2 de Fevereiro e respectivo Regulamento, aprovado pelo Decreto n.º 35/2002, de 11 de Dezembro. Estas matérias são tratadas na Lei que temos vindo a trabalhar, na forma de bases jurídico-legais, através dos artigos 51. (Acesso a lugares públicos de diversão), 54. (venda e aluguer de filmes) e 58. (proibição de venda de produtos). O capítulo I contém ainda duas bases fundamentais dirigidas a prevenir e a combater situações de tráfico de pessoas, uma referente à hospedagem de crianças e outra sobre a saída e acompanhamento de crianças para o exterior. Assim, o n.º 1 do artigo 60. estabelece ser proibida a hospedagem de criança em hotel, motel, pensão ou estabelecimento similar, salvo quando for autorizada ou estiver acompanhada pelos pais ou representante legal. Já o n.º 2 do mesmo artigo remete para sede própria a punição deste preceito. Por seu turno, o artigo 61. determinou que, quando se tratar de viagem para o exterior, a autorização é dispensável, se a criança viajar na companhia de um dos pais, autorizado pelo outro, ou mediante autorização do tribunal competente, no caso de se verificar impossibilidade de obter a autorização do outro progenitor ou houver recusa da parte deste. A Lei não trata, no entanto, da viagem e acompanhamento de 14

15 crianças no interior das fronteiras nacionais, pelo menos em termos expressos, o que consideramos uma lacuna significativa dado que muitas das situações de tráfico ocorrem não tendo, necessariamente, como destino final um país estrangeiro. Há necessidade de atender à amplitude e gravidade do tráfico interno. Veja-se que foi também estabelecido, através do artigo 62., um direito de protecção contra as situações de rapto, venda e tráfico de crianças, traduzidas na materialização de medidas preventivas e sancionatórias, independentemente do fim e da forma de que aquelas condutas ilícitas se revestem. Trata-se, portanto, de uma remissão expressa para a legislação específica sobre tráfico. Nas secções seguintes, foram igualmente previstas obrigações gerais para que o Estado adopta medidas legislativas e administrativas de protecção das crianças contra a prostituição e práticas sexuais ilícitas (artigo 63. ), contra o abuso, maus tratos e tratamento negligente (artigo 64. ) e contra todas as formas de exploração económica (artigo 65. ). Estes artigos consubstanciam uma forma indirecta de protecção da criança contra o tráfico Política de atendimento O subtítulo I do Título II é totalmente dedicado à política de atendimento, contendo disposições normativas que se aplicam igualmente aos casos de vítimas potenciais ou efectivas de tráfico. O legislador consagrou assim um conjunto de linhas gerais, de directrizes e de princípios orientadores da política de atendimento da criança, através dos artigos 67., 69. e 70., respectivamente. Como opção importante e realística do legislador veja-se, no n. 15

16 1 do artigo 66., a adopção de um modelo aberto de atendimento da criança, assente na actuação articulada de entidades públicas e de organizações não governamentais devidamente autorizadas. Importa destacar, enquanto directriz da política de atendimento, a previsão da criação do Conselho Nacional dos Direitos da Criança, dirigido a assegurar a participação popular paritária por meio de organizações representativas A Lei do Tráfico de Pessoas Objecto e âmbito de aplicação Conforme vimos, a Lei do Tráfico de Pessoas, Lei n. 6/2008, de 9 de Julho, constituiu, sem margem para dúvidas, uma importante vitória de todas as organizações da sociedade civil que, durante longos anos, juntaram esforços e realizaram uma importante campanha de sensibilização e pressão ao Governo moçambicano sobre a necessidade de uma lei específica que previsse e punisse os casos de tráfico de pessoas, especialmente mulheres e crianças. Nos termos do respectivo n. 1 do artigo 2., a Lei n. 6/2008, de 9 de Julho, esta Lei visa estabelecer o regime jurídico aplicável à prevenção e combate ao tráfico de pessoas, em particular mulheres e crianças, nomeadamente a criminalização do tráfico de pessoas e actividades conexas e a protecção das vítimas, denunciantes e testemunhas. 2 Cfr. Artigo 69. b) da Lei de Promoção e Protecção dos Direitos da Criança. De acordo com o artigo 71., cabe ao Governo regulamentar a composição, funcionamento e competências do Conselho Nacional dos Direitos da Criança. 16

17 De acordo com a leitura do seu objecto, depreendem-se duas finalidades fundamentais: (1) a consagração e respectivo sancionamento do crime de tráfico de pessoas, bem como de todas as actividades eventualmente conexas; (2) a protecção das vítimas, denunciantes e testemunhas. Por seu turno, segundo o artigo 3., esta lei aplica-se à prevenção e combate ao tráfico de pessoas dentro ou para fora do território nacional, dirigindo-se portanto, não apenas aos casos de tráfico para além fronteiras, mas também às inúmeras situações de tráfico interno. Há apenas uma limitação é necessário que o infractor seja encontrado em Moçambique ou possa ser extraditado para o território moçambicano Crime de tráfico enquanto crime público Uma nota importante foi o facto de o legislador ter atribuído ao crime de tráfico de pessoas natureza de crime público, ou seja, não se faz depender a acção penal do exercício de queixa, denúncia ou participação do ofendido ou dos seus representantes 3. Esta opção é perfeitamente justificável à luz da gravidade da ofensa aos valores mais básicos acautelados pela ordem jurídica moçambicana. Pela mesma razão previu o legislador um dever geral de denúncia a cargo de todo o cidadão que tiver conhecimento de um caso de tráfico ou de qualquer dos comportamentos penalizados pela Lei em causa, mas também, especificamente, um dever específico de denúncia a cargo dos funcionários da Migração, das Alfândegas, da Polícia, da Saúde, bem como, no geral, todo o funcionário público, sempre que tiverem conhecimento de que 3 Cfr. Artigo 7. da Lei do Tráfico de Pessoas. 17

18 Artigo Crime Cominação Artigo 10. (Tráfico de pessoas) Artigo 11. (Pornografia e exploração sexual) Artigo 12. (Adopção para fins ilícitos) Artigo 13. (Transporte e rapto) Artigo 14. (Arrendamento de imóvel para fins de tráfico) Artigo 15. (Publicidade e promoção do tráfico) Artigo 16. (Destruição de documentos de viagem) Artigo 17. (Beneficio financeiro) 18 Recrutar, transportar, acolher, fornecer ou receber uma pessoa, por quaisquer meios, incluindo sob pretexto de emprego doméstico ou no estrangeiro ou formação ou aprendizagem, para fins de prostituição, trabalho forçado, escravatura, servidão involuntária ou servidão por dívida Traficar com o fim de obter dinheiro, lucro ou qualquer outra vantagem, um cidadão moçambicano a cidadão estrangeiro, para casamento com o fim de adquirir, comprar, oferecer, vender ou trocar a pessoa para envolvimento em pornografia, exploração sexual e trabalho forçado, escravatura, servidão involuntária e servidão por dívidas Adoptar ou facilitar a adopção de pessoas com a finalidade de envolvimento na prostituição, exploração sexual e trabalho forçado, escravatura, servidão involuntária e servidão por dívidas Recrutar, contratar, adoptar, transportar ou raptar uma pessoa, mediante ameaça ou uso da força, fraude, engano, coação ou intimidação, com a finalidade de remoção ou venda de órgãos da referida pessoa Conscientemente arrendar ou subarrendar, ou permitir a utilização de qualquer casa ou estabelecimento com a finalidade de promoção do tráfico de pessoas Fazer publicidade, imprimir, transmitir ou distribuir, ou causar a publicidade, publicação, impressão, transmissão ou distribuição, por quaisquer meios, incluindo o uso de tecnologia de informação e a Internet, ou qualquer brochura ou material de propaganda que promova o tráfico de pessoas Confiscar, esconder ou destruir o passaporte, os documentos de viagem, documentos ou pertences pessoais das vítimas do tráfico para impedir de abandonar o país ou buscarem ajuda de Governo ou das autoridades competentes Beneficiar conscientemente, financeiramente ou de outra forma, ou fazer uso do trabalho ou dos serviços de uma pessoa sujeita a uma condição de servidão involuntária, trabalho forçado ou escravatura 16 a 20 anos de prisão maior 12 a 16 anos de prisão maior 16 a 20 anos de prisão maior 16 a 20 anos de prisão maior 8 a 12 anos de prisão maior 2 a 8 anos de prisão maior 2 a 8 anos de prisão maior 8 a 12 anos de prisão maior

19 certa pessoa se encontra numa situação de vítima de tráfico A criminalização do tráfico e actividades conexas A Lei do Tráfico prevê a penalização, na realidade, não apenas de um tipo legal de crime o tráfico de pessoas propriamente dito, cuja redacção foi fortemente inspirada no Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra a Criminalidade Organizada Transnacional relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em especial Mulheres e Crianças, ratificado pelo Conselho de Ministros de Moçambique, através da Resolução n.º 87/2002, de 11 de Dezembro, mas também um conjunto de sete outros comportamentos normalmente associados ao tráfico e que importa conhecer de seguida. Veja-se que tais comportamentos serão agravados nos termos do arti- 4 Cfr. Artigos 8. e 9. da Lei do Tráfico de Pessoas. 19

20 go 5. da mesma Lei, que definiu uma lista de circunstâncias agravantes a acrescer àquelas que se encontram definidas no Código Penal. Importa ainda frisar que, para além da sanção principal a pena de prisão maior - serão aplicadas sanções de carácter acessório, de acordo com o artigo 19., e que vão desde a expulsão do território nacional no caso de o infractor se tratar de um cidadão estrangeiro, até à reversão a favor do Estado de todos os bens móveis, imóveis e proventos resultantes do crime; à interdição do exercício de profissão ou de actividade, se o agente da infracção a possuir, por um período de cinco a dez anos; ao encerramento da empresa, estabelecimentos ou lugar público, onde os factos tenham ocorrido, por período de dois a seis anos; ao confisco e cancelamento das autorizações passadas em nome do agente da infracção; à interdição de exercício de novas actividades que por sua natureza podem propiciar o tráfico de pessoas; e à indemnização à vitima e reparação dos danos causados. Não é nossa intenção, pelo menos em sede do presente artigo, analisar com detalhe cada um dos comportamentos que passaram a constituir crime à luz da Lei do Tráfico, mas tão-somente levantar algumas questões que julgamos relevantes no trabalho que vier a ser desenvolvido na prevenção e combate ao tráfico de pessoas, especialmente mulheres e crianças A protecção das vítimas, denunciantes, testemunhas e activistas sociais O capítulo II da Lei do Tráfico de Pessoas é alusivo à protecção das vítimas, denunciantes, testemunhas e activistas sociais. No que toca às vítimas, o artigo 20. determinou que, para além das medidas gerais de protecção de testemunhas previstas na lei processual penal, estas gozam de medidas especiais de protecção, entre as quais 20

21 se definiu a possibilidade de a identidade não ser revelada durante e depois do encerramento do processo crime. Note-se que, segundo o n. 2 deste artigo, encontram-se particularmente nesta situação de vítimas a merecer protecção especial, quem entrar ilegalmente no país ou no estrangeiro, com ou sem documentação legalmente exigida, estar no estado de gravidez, ser portadora de deficiência, ter contraído HIV/SIDA, infecção de transmissão sexual ou malnutrição em consequência do tráfico, ser menor de idade e dedicar-se à prostituição, em virtude do tráfico. De modo a assegurar a recuperação, reabilitação e reintegração social das vítimas, o legislador consagrou, nos artigos 21., 22. e 23. um conjunto de direitos, a saber: Direito a abrigo de emergência e alojamento apropriado; Direito à assistência médica e medicamentosa; Direito à assistência e acompanhamento psicológico; Direito ao aconselhamento; Direito a assistência jurídica e patrocínio judiciário gratuitos; Direito à educação e formação profissional ou profissionalizante; Direito à informação. No domínio do repatriamento de vítimas de tráfico de pessoas, foram estabelecidas, através do artigo 23., várias disposições visando fundamentalmente a protecção da respectiva segurança e vida, quer durante o processo de repatriamento, quer no destino para a qual a vítima vai ser conduzida, prevenindo-se eventuais situações de a mesma voltar a ser traficada. Neste sentido, o artigo 24. determinou que, em relação às vítimas de tráfico estrangeiras, que se encontrem em Moçambique, deva ser emitida uma autorização de residência temporária, desde que concorde em colaborar com as autoridades na investigação e prossecução de crimes de trafico de pessoas e esteja sob cuidados de instituições de 21

22 assistência ou outras pessoas devidamente autorizadas. Nos artigos 25. e 26. encontramos disposições respeitantes à protecção de denunciantes, testemunhas, activistas sociais e seus familiares, designadamente nos casos em que houver ameaça ou receio fundado de ameaça à sua vida, integridade física ou moral. Estas medidas poderão ser determinadas pelas entidades competentes da Administração Pública 5, mas também pelos tribunais 6. Nota particular para a previsão expressa, no n. 1 do artigo 26., de que nenhum queixoso, denunciante ou testemunha pode ser sujeito a medida disciplinar ou prejudicado na sua carreira profissional ou por qualquer forma, ser perseguido em virtude da queixa ou denúncia dos crimes na Lei do Tráfico de Pessoas. O legislador determinou que quem infringir o comando legal acima referido incorre numa pena de prisão de até um ano e multa até seis meses, ao qual apelidaremos, no silêncio da lei, de crime de perseguição em virtude da queixa ou denúncia dos crimes de tráfico. Veja-se que o n. 3 do artigo 26. prevê que a qualidade de queixoso, denunciante ou testemunha possa ser exercida por organizações sociais, desde que devidamente reconhecidas Prevenção dos crimes contra o tráfico de pessoas O artigo 27. estabeleceu o princípio geral segundo o qual compete ao Governo promover, coordenar e realizar acções tendentes à prevenção e combate ao crime de tráfico, destacando, para o efeito, as campanhas de informação, a protecção e reintegração da vítima, a investigação e recolha de informações sobre as vítimas de tráfico e a 5 Cfr. Artigo 25. /1, da Lei do Tráfico de Pessoas. 6 Cfr. Artigo 25. /2, da Lei do Tráfico de Pessoas. 22

23 coordenação com o poder local, incluindo as autoridades comunitárias, no combate às situações de vulnerabilidade. Tudo depende agora da forma como tais acções deverão ser conduzidas, para que, efectivamente, surtam os desejáveis efeitos, em proveito da paz e harmonia social, contra a consumação do crime de tráfico de pessoas e demais comportamentos criminosos associados. De modo a reforçar o programa de prevenção e combate ao tráfico, estabeleceu-se, no artigo 29., que os rendimentos, produtos e bens utilizados na prática do crime de tráfico ou delas resultantes, que nos termos da presente Lei reverterem a favor do Estado, são aplicados em programas de prevenção e reiteração das vítimas de tráfico. V. Da retórica à acção A Lei n. 6/2008, de 9 de Julho, foi um passo importante na luta contra o drama do tráfico de pessoas. Moçambique encontra-se na dianteira ao nível da região, merecendo, por isso, os mais rasgados elogios por parte das organizações internacionais que têm vindo trabalhar nos domínios da protecção da mulher e crianças, bem como no combate ao tráfico de pessoas. Contudo, não nos podemos contentar com a aprovação da Lei, incorrendo no falso pressuposto de que assim teremos alcançado a resolução do problema do tráfico de mercadoria humana. O caminho é ainda deveras longo em termos de prevenção e combate a tão hediondo crime, sabendo o quão difícil é o processo de implementação das leis em Países como o nosso, em que o sistema de administração da justiça se encontra ainda fragilizado. O maior risco da inércia será continuarmos passivamente a assistir ao desenrolar de comportamentos criminosos, sem lançar mão a uma série de medidas dirigidas a construir um verdadeiro quadro preventivo contra o tráfico de pessoas, assente no ataque às causas da vulnerabili- 23

24 dade social que conduzem as vitimas a cair nas malhas dos traficantes, e sem dar seguimento à acção penal visando a condenação dos autores morais e materiais dos diversos crimes previstos e punidos na Lei n. 6/2008, de 9 de Julho. Temos, assim, o desafio fundamental de passar das palavras para a acção, isto é, de garantir a efectiva implementação do novo instrumento legal, sabendo que o longo historial de antecedentes não é, em nada, abonatório. Se não conseguimos fazer a aplicação do Código Penal e dos instrumentos internacionais que versam sobre a matéria e em relação aos quais o nosso País se encontra vinculado, como conseguiremos garantir a plena implementação da Lei sobre Tráfico de Pessoas? Mais, como conseguiremos atacar algumas das manifestações relacionadas com o tráfico de pessoas que se encontram encobertas sob práticas culturalmente assumidas como legítimas, designadamente quando este ocorre no plano interno? Sabemos que este constitui um dos maiores constrangimentos verificados na análise do sistema jurídico moçambicano. Temos muitas e bonitas leis, mas, daí à efectivação existe um caminho longo e penoso. Senão vejamos a Lei possui uma forte componente substantiva, traduzida essencialmente na previsão do tráfico de pessoas e de uma série de outros comportamentos ilícitos como tipos legais de crime, punidos com pena de prisão maior. Mas não houve tanto cuidado na definição de medidas de acção e institucionais dirigidas à exequibilidade das normas substantivas definidas na Lei. Ou seja, torna-se crucial que a pressão junto do Governo para aprovar as medidas regulamentares necessárias à cabal e plena implementação, sob risco de ganharmos apenas mais uma lei morta, que se junta ao já longo acervo de instrumentos legais completamente desajustados e não operacionais em face da realidade. E isto diz res- 24

25 peito, especialmente, ao tráfico interno, que mereceu menos atenção por parte do legislador, não obstante o alcance e a gravidade que o mesmo comporta. Repare-se que o essencial deste instrumento jurídico-legal não assenta tanto no seu cariz reactivo e sancionador, mas sim, fundamentalmente, 25

26 na definição de medidas preventivas que obstem à prática das infracções jurídico-penais. E a intervenção deve ancorar na tripla vertente: família escola sociedade, através da adopção de medidas sérias, racionais, ponderadas, criativas e eficazes, para não ficarmos tão somente centrados nos dados estatísticos da criminalidade. Importa portanto, fazer seguir à aprovação da Lei uma verdadeira campanha de divulgação a todos os níveis, com especial incidência na família e na escola, locais priviligiados para a intervenção preventiva. Contudo, a mudança, em alguns casos, pressupõe um árduo e longo esforço, principalmente quando associadas a certas modalidades de tráfico, como é o caso do interno, se encontram práticas culturais tidas como perfeitamente normalizadas. E, neste capítulo, há realmente que atacar a mudança das mentalidades, demonstrando como tais práticas ofendem gravemente princípios e normas constitucionais e legais, especialmente pondo em causa o interesse superior da criança. Referimo-nos aqui aos casos da entrega ilegítima de menores por parte dos próprios pais e encarregados de educação 7. Dito de outra forma, temos não apenas que erguer um quadro sancionatório, mas procurar atacar as causas da vulnerabilidade social que conduzem à prática do crime de tráfico de pessoas. Em vez de nos vangloriarmos com as acusações realizadas ou as sentenças condenatórias pela prática de crimes de tráfico, há que realizar todos os esforços para promover a redução de pessoas em situação de pobreza ou o aumento do número de crianças que conseguimos recuperar das teias de traficantes e reinserir na sociedade. 7 Recorde-se que, de acordo com o artigo 4. da Constituição, o Estado reconhece os vários sistemas normativos (...) que coexistem na sociedade moçambicana, na medida em que não contrariem os valores e os princípios fundamentais da Constituição. 26

27 VI. Elementos que compõem a noção de tráfico de pessoas e os caminhos de acção Antes de mais, urge que tenhamos presente o conceito de tráfico internacionalmente reconhecido, constante no Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra a Criminalidade Organizada Transnacional relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em especial Mulheres e Crianças, ratificado pelo Conselho de Ministros de Moçambique, através da Resolução n.º 87/2002, de 11 de Dezembro, dado que inspirou claramente o legislador nacional. Segundo a alínea a) do artigo 3. do referido Protocolo, entendese por tráfico de seres humanos: o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso de força ou outras formas de coacção, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou da situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tem autoridade sobre outra, para fins de exploração. A exploração incluirá, no mínimo, a exploração da prostituição de outrem ou outras formas de exploração sexual, o trabalho ou serviços forçados ou práticas similares à escravatura, servidão ou a remoção de órgãos. A Lei n. 6/2008, de 9 de Julho, definiu o tráfico como o recrutamento de pessoas ou acolhimento de pessoas para obter benefícios económicos indevidos ou para fora do território nacional (condutas), recorrendo à ameaça ou ao uso da força, ou outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao casamento forçado, ao abuso de autoridade ou da situação de vulnerabilidade, ou à entrega ou à aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tem autoridade sobre a outra (meios), com a finalidade de exploração, o que inclui a prostituição ou outras formas de exploração sexual, casamento forçado, extracção de órgãos huma- 27

28 nos, trabalho forçado, escravatura ou práticas similares, bem como à servidão (fins). Por seu turno, esta Lei determina igualmente que o recrutamento, o transporte, o aliciamento, a transferência, o alojamento ou acolhimento de crianças com a finalidade de exploração é considerado tráfico de pessoas mesmo que não envolva qualquer dos meios referidos nesta disposição. Esta previsão constitui uma singularidade da nossa Lei, em resposta às chamadas de atenção que vinham a ser feitas pelas organizações da sociedade civil sobre a gravidade que determinadas práticas culturais, socialmente consideradas legítimas. A riqueza, complexidade e grandeza da definição decorre principalmente das especificidades que caracterizam o tráfico de pessoas enquanto acto ilícito de natureza criminal, dado que dificilmente se conseguirá perceber a sua ocorrência sem tomar em consideração, na sua prevenção e combate, a todos os elementos que o compõem, justificando-se, assim uma leitura, análise e compreensão atenta. A definição de tráfico constante no Protocolo acima referido e na Lei n. 6/2008, de 9 de Julho, faz a combinação, de uma forma bastante clara e objectiva, entre três tipos de elementos: (1) as condutas praticadas pelos traficantes; (2) os meios a utilizar por estes; (3) e os fins visados pelos mesmos. Assim, o que distingue o tipo legal de crime de tráfico de pessoas dos demais tipos legais de crime, muitos dos quais tipificados no ordenamento jurídico-penal moçambicano, é precisamente a combinação entre uma ou mais condutas, um ou mais meios, dirigidos a um ou mais fins constantes na referida definição. Para que haja crime de tráfico de pessoas, e não um outro qualquer crime, tem que haver preenchimento cumulativo de pelo menos uma conduta, um meio e um fim. Assim, passaríamos a referir algumas das medidas de prevenção e 28

29 combate que devem ter lugar no nosso País, em relação a cada grupo de elementos da noção de tráfico de pessoas, sem deixar de ter em consideração este fenómeno no seu todo. Esta informação deveria vir no princípio pois trata o conceito e sua definição 6.1. O tratamento das condutas do tráfico Segundo vimos, a Lei n. 6/2008, de 9 de Julho, determina que constituem condutas de tráfico, o recrutamento de pessoas ou acolhimento de pessoas para obter benefícios económicos indevidos ou para fora do território nacional. O legislador nacional não foi tão exaustivo na definição das condutas, havendo necessariamente que se tomar em consideração o disposto na segunda parte da definição de tráfico, referente às crianças, por estar mais consentâneo com a definição do Protocolo acima referido, passando a considerar-se igualmente o transporte, a transferência e o alojamento de pessoas. A prevenção e combate a este tipo de condutas pressupõe, antes de mais, um profundo conhecimento do modo de operação dos traficantes, e que se traduz na movimentação das vítimas do local de origem/ recrutamento para um ou mais lugares provisórios/de trânsito e, por fim, para o local de destino. Isto é, o tráfico pressupõe uma acção dinâmica dirigida a retirar o sujeito traficado do seu meio, para o conduzir a um destino intermédio ou definitivo, com recurso a um leque específico de meios com vista à prossecução de uma diversidade de fins, conforme veremos de seguida. Ora, para que se consiga um sucesso na prevenção e combate ao tráfico de pessoas, urge centrar a acção, em primeiro lugar, nos locais de recrutamento, através de medidas de educação e consciencialização cívica, com o envolvimento directo e indirecto das mais diversas entidades e actores. Conforme tem vindo a ser profundamente tratado na bibliografia, o 29

30 recrutamento tem lugar nas áreas e no seio das comunidades onde a vulnerabilidade social é uma realidade dominante, associada a um conjunto de normas costumeiras em que, por exemplo, é prática socialmente aceite como legítima a entrega de um menor para ir trabalhar na cidade. Por seu turno, são largamente priviligiados locais onde há ainda muita falta ou défice de informação. Torna-se imperiosa uma maior e melhor actuação integrada na prevenção e combate ao tráfico, junto das estruturas administrativas locais (postos administrativos, localidades, povoações, bairros, quarteirões), lideranças comunitárias (incluindo as autoridades tradicionais, secretários de bairro, chefes de quarteirão), estabelecimentos de ensino (do nível primário ao ensino superior), congregações religiosas, e, especialmente, da família enquanto instituição privilegiada para salvaguardar a protecção das vítimas. Destaca-se ainda a importância de um maior envolvimento do Sistema Nacional de Educação na prevenção do tráfico de pessoas, através de uma actuação concertada em todos os estabelecimentos de ensino, após a necessária preparação prévia dos professores, realizando acções de sensibilização dos estudantes para a realidade do tráfico, suas características, manifestações, finalidades e consequências traumáticas ao nível físico e psicológico. Uma atenção especial deve ser prestada aos mercados, barracas e locais de diversão nocturna, especialmente nas áreas urbanas, lugares especialmente privilegiados para o recrutamento com vista à prostituição e outras formas de exploração sexual, conforme confirmam diversos trabalhos realizados sobre a matéria. O envolvimento de todas estas instâncias é também crucial para as demais condutas, nomeadamente o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento, intermédio ou definitivo, tendo presente, 30

31 que, em boa parte dos casos, o destino final pode ser um país estrangeiro, e que, portanto, tudo deva ser feito para prevenir o preenchimento pleno da infracção. Se, em relação ao recrutamento, a actuação se centra fundamentalmente em obstar que a vítima seja submetida ao tráfico, procurando paralisar a acção do sujeito traficante antes de este ter a oportunidade de iniciar a prática do crime ou, tendo iniciado, tudo fazendo para evitar a concretização dos seus intentos, no que toca às demais condutas, a actuação se centrará no crime de tráfico em fase de execução. Contudo, a lógica da prevenção ainda assim deverá prevalecer sobre o mero accionamento da sanção penal, na medida em que possa ser possível prevenir a concretização efectiva dos intentos ou fins pretendidos com o tráfico das pessoas, garantindo a protecção, entre outros, do direito à vida e à integridade física e moral das eventuais vítimas 8. E aqui torna-se particularmente importante conceber, desenvolver e accionar um modelo de intervenção, vigilância, controlo e fiscalização das principais rotas e locais utilizadas pelos traficantes, quer no caso do tráfico transnacional, quer igualmente no caso do tráfico interno, o que, especialmente para esta última modalidade, não constituirá um exercício simples, dada a dimensão do nosso País e a actual escassez de meios, condições e recursos humanos. Destacamos as medidas especiais de prevenção e combate que deverão ser implementadas nas terminais rodoviárias, vias de comunicação e postos de fronteira, envolvendo uma articulação estreita entre os diferentes órgãos com competência, nomeadamente: a Direcção Nacional da Migração, a Polícia da República de Moçambique (especialmente a Guarda Fronteira) e a Autoridade Tributária (Alfândegas). Sabe-se, por exemplo, que, no caso do tráfico transnacional, depois de fazer uso das vias de comunicação oficiais, há registos de emigração clandes- 8 Cfr. Artigo 40. /1, da Constituição da República de Moçambique. 31

32 tina a partir do nosso País, em que as vitimas são passadas através das vedações depois de despojadas dos respectivos documentos, quando os tenham. No caso particular do posto fronteiriço de Ressano Garcia, estes actos ocorrem nas proximidades das autoridades, envolvendo verdadeiras redes de auxílio à emigração, em que é prática corrente o recurso ao suborno de funcionários moçambicanos e sul-africanos. Em relação ao tráfico interno, tudo está por fazer, tendo presente a total impunidade com que este se desenrola e o escasso conhecimento dos reais contornos, alcance, características e meios que lhe são associados. Será de todo importante iniciar com a preparação técnica da Polícia, de modo a capacit á-la na prevenção e combate de eventuais situações de tráfico interno dirigindo-a, como ponto de partida, à identificação de eventuais vítimas, normalmente menores, desacompanhadas dos seus pais ou encarregados de educação, tendo um destino incerto ou duvidoso. Assim, a preparação técnica e específica dos funcionários das unidades acima referidas torna-se vital para a detecção de casos de tráfico, nomeadamente na perspectiva das condutas que caracterizam a sua manifestação. Repara-se que o tráfico é uma das modalidades do chamado crime organizado, exigindo das autoridades públicas uma resposta necessária, adequada e proporcional. De acordo com a alínea a) do artigo 2.º da Convenção das Nações Unidas contra a Criminalidade Organizada Transnacional, ratificada através da Resolução n.º 86/2002, de 11 de Dezembro, por grupo criminoso organizado entende-se um grupo estruturado de três ou mais pessoas, existente há algum tempo e actuando concertadamente com o propósito de cometer um ou mais crimes graves ou infracções estabelecidas na presente Convenção, com a intenção de obter, directa ou indirectamente, um beneficio económico ou outro benefício material. Torna-se claramente preocupante a criminalidade organizada transna- 32

33 cional e que, no caso particular de Moçambique, se traduz no envolvimento de cidadãos nacionais e estrangeiros na prática do crime de tráfico, com vista à realização de fins ilícitos em outros países. E aqui se torna imperiosa uma cooperação estreita entre as autoridades moçambicanas e as dos países vizinhos, especialmente da África do Sul, de modo a alcançar êxitos na prevenção e combate ao tráfico. Uma solução possível passaria pela criação de uma brigada especializada mista para prevenir e combater casos de tráfico de pessoas. Um dado é certo, para combater eficazmente a criminalidade organizada, urge conceber um sistema policial com níveis de organização e funcionamento próximos da excelência. Por fim, chama-se a atenção para a necessidade de especializar o Ministério Público moçambicano no tratamento dos crimes de tráfico de pessoas e comportamentos associados, especialmente em termos de técnicas de investigação criminal específicas em face da natureza peculiar de tais condutas criminosas. Até ao presente momento, a especialização funcional desta magistratura, na área penal, efectivou-se unicamente em relação aos crimes de corrupção e afins O tratamento dos meios do tráfico de pessoas Constituem meios que compõem a noção de tráfico de pessoas os seguintes: ameaça ou ao uso da força, ou outras formas de coacção, ao rapto, à fraude, ao engano, ao casamento forçado, ao abuso de autoridade ou da situação de vulnerabilidade, ou à entrega ou à aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tem autoridade sobre a outra. Em relação aos meios do tráfico, importa sobretudo realizar um amplo e profundo trabalho de educação e consciencialização da sociedade, no geral, e das potenciais vítimas, em especial, pondo-se a descoberto 33

34 a grandeza, complexidade, criatividade, artifício e variedade de instrumentos utilizados pelos traficantes, baseados fundamentalmente na exploração da situação de fragilidade e precariedade económica, social e emocional das vítimas, bem como das suas famílias, com vista a prevenir que mais pessoas caiam nas malhas das redes de tráfico. Relativamente ao uso de meios porventura violentos, como são os casos da coacção e rapto, torna-se imperioso conceber medidas de segurança pública, dirigidas essencialmente para a detecção dos traficantes antes do cometimento da infracção, sabendo que já existe um conhecimento mínimo sobre o tipo e padrões de comportamentos, o modelo das viaturas utilizadas, o modo de circulação para reconhecimento, entre outros dados. É claro que os meios podem variar em função do tempo e do local, dado que as redes de tráfico são altamente organizadas e facilmente ajustáveis ao contexto, tudo fazendo para alcançar os seus intentos. Por conseguinte, propomos um sério, abrangente e permanente trabalho de pesquisa sobre os mecanismos de actuação dos traficantes, funcionando como uma espécie de Observatório do Tráfico. É certo que, ao nível do Ministério do Interior existe um departamento cujo escopo é a pesquisa sobre criminalidade, contudo, torna-se crucial que se opere uma especialização funcional por forma a tratarse especialmente o tráfico de pessoas. Contudo, nada obsta que, a nível das organizações da sociedade civil possa emergir um interesse na prossecução de um programa de observação permanente e profunda sobre o tráfico de pessoas e comportamentos criminosos conexos. Uma atenção especial deveria ser prestada, por este Observatório, ao tráfico interno, procurando conhecer profundamente as suas causas, manifestações, contornos e consequências, procurando acompanhar casos concretos de menores que tenham sido apartados das respectivas famílias e conhecido os mais diversos destinos, contra o disposto na Constituição e demais legislação que proteja o interesse superior da criança. 34

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