CRIME CONTINUADO EM HOMICÍDIOS. César Dario Mariano da Silva 8º PJ do II Tribunal do Júri de São Paulo

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "CRIME CONTINUADO EM HOMICÍDIOS. César Dario Mariano da Silva 8º PJ do II Tribunal do Júri de São Paulo"

Transcrição

1 CRIME CONTINUADO EM HOMICÍDIOS César Dario Mariano da Silva 8º PJ do II Tribunal do Júri de São Paulo A figura do crime continuado surgiu na antigüidade por razões humanitárias, a fim de que fosse evitada a pena de morte quando da prática do terceiro furto. (1) Atualmente, existe por política criminal. É uma ficção jurídica de existência de crime único para o efeito de imposição de pena, embora haja a prática de várias condutas criminosas. Para os demais efeitos, deve ser tratado como forma de concurso de crimes. Mesmo após a reforma da parte geral do Código Penal, que em seu artigo 71, caput, praticamente manteve a redação do 2º do artigo 51 da parte geral do Código anterior, ainda há divergência doutrinária e jurisprudencial profunda acerca da natureza jurídica do crime continuado. Ocorrerá o crime continuado quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, praticar dois ou mais crimes da mesma espécie, e pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro (CP, art. 71, caput ). A pena do crime continuado é a correspondente a um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentadas, em qualquer caso, de um sexto a dois terços (CP, art. 71, caput, última parte). Para efeito do aumento da pena, o Juiz deverá atentar para o número de crimes que compõem a série continuada, aos efeitos e à gravidade desses crimes, bem como a outras circunstâncias que se relacionam com a sucessão de delitos. (2)

2 Por crimes da mesma espécie, devem ser entendidos os previstos no mesmo tipo penal, na forma consumada ou tentada, simples, privilegiada ou qualificada. A jurisprudência tem admitido a prática de crimes em continuação com intervalo de até um mês e em cidades próximas. Há necessidade, também, de identidade de participantes e de que o modus operandi seja o mesmo. Atendo-se à exigência, ou não, de um critério subjetivo para o reconhecimento do crime continuado, surgiram duas correntes doutrinárias sobre o assunto. Para a chamada teoria objetiva pura, basta, apenas, que a conduta do agente se adeqüe ao disposto no art. 71, caput, do Código Penal. Dispensa, portanto, a verificação da vontade do agente, bastando a simples adequação típica, ou seja, que os crimes sejam da mesma espécie e se apresentem semelhantes quanto ao fator tempo, lugar, modo de execução, etc. É a adotada pelo atual Código Penal. Em contraposição a essa corrente, surgiu a teoria objetivasubjetiva. Para essa corrente, não basta somente a verificação dos elementos objetivos preceituados pela lei. Há necessidade da coexistência de elementos subjetivos, quais sejam: unidade de desígnio, unidade de dolo e unidade de resolução. (3) Assim, só poderemos falar em crime continuado quando o delito ou delitos subsequentes aparecerem na mente do agente como sendo uma só ofensa à norma jurídica. Deve, o agente, portanto, aproveitar-se das relações ou oportunidades surgidas quando da prática do primeiro delito. Tribunal de Justiça: Na esteira desse entendimento, o posicionamento do Superior Para a caracterização do crime continuado não basta a simples repetição dos fatos delituosos num breve espaço de

3 tempo, pois a atual teoria penal, corroborada pela jurisprudência dominante nos Tribunais Superiores, preconiza a exigência de unidade de desígnios, em que os atos estejam entrelaçados, ou melhor, necessário se torna levar em conta, tanto os elementos objetivos como os subjetivos do agente. Continuidade delitiva não reconhecida. (4) Tratando-se, igualmente, de criminoso habitual, não poderemos falar em crimes em continuação, pois a habitualidade criminosa exclui a continuidade entre os crimes para o efeito de aplicação do artigo 71 do Código Penal, uma vez que o benefício não pode alcançar aquele que faz do crime a sua profissão. Nesse sentido, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo: Não há como reconhecer a continuidade delitiva das penas que foram impostas. Trata-se, não de continuidade, mas de reiteração criminosa decorrente da atividade de delinqüente habitual. As ações subsequentes, na caracterização da continuidade, devem ser tidas como desdobramentos da primeira. Daí a necessária unidade de desígnio. Contudo, na hipótese, os desígnios são evidentemente diversos, independentes e autônomos, revelando criminalidade habitual que afasta a continuação premiada. (5) Federal: Analisando o assunto, também se posicionou Supremo Tribunal Quem faz do crime a sua atividade comercial, como se fosse uma profissão, incide na hipótese de habitualidade, ou de reiteração delitiva, que não se confundem com a continuidade delitiva. O benefício do crime continuado (art. 71 do Código Penal), não alcança quem faz do crime a sua profissão. (6)

4 De tal forma, evidenciando-se a criminalidade habitual, que exige punição mais rigorosa, dada à exacerbada culpabilidade do agente, nunca poderemos falar em continuidade delitiva, que visa diminuir a pena devido a razões de política criminal. A questão se complica quando analisamos a possibilidade, ou não, da ocorrência de crime continuado praticado contra bens jurídicos personalíssimos de vítimas diferentes, como no caso do homicídio. Para grande parte dos doutrinadores, com o advento do parágrafo único do artigo 71 do Código Penal, a questão estaria superada. De acordo com esse parágrafo, nos crimes dolosos praticados com o emprego de violência ou grave ameaça à vítimas diferentes, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, não podendo ultrapassar o limite de trinta anos ou a que seria aplicada no caso de concurso material. (7) Bastaria, portanto, o simples preenchimento dos requisitos objetivos para o reconhecimento da continuidade delitiva em homicídios praticados contra vítimas diferentes. (8) Todavia, com o devido respeito aos Mestres e aos que entendem dessa forma, ousamos discordar. Pelo regime anterior, o Supremo Tribunal Federal editou a súmula 605, não reconhecendo a continuidade delitiva em homicídio. Diz a súmula: Não se admite continuidade delitiva nos crimes contra a vida. É certo que a lei não excluiu expressamente a possibilidade da ocorrência de continuidade delitiva nos crimes contra a vida. Porém, foge à lógica e ao bom senso entender que pode ser um homicídio a continuação do outro. O agente até pode praticar dois homicídios pelo mesmo motivo, mas nunca o subsequente poderá ser tido como a continuação do primeiro. Os desígnios para a prática do homicídio contra vítimas diferentes são autônomos. Há pluralidade de

5 bens personalíssimos violados, cujos crimes foram praticados com desígnios distintos, não havendo, por conseguinte, continuidade delitiva, mas cúmulo material, que implica na soma das penas nos termos do artigo 69 do Código Penal. Entender de forma diversa, seria banalizar o direito mais importante consagrado na Constituição Federal : a vida. Sobre o assunto, pronunciou-se o Supremo Tribunal Federal: Não encerra ilegalidade a rejeição da continuidade delitiva entre quatro homicídios, quando as circunstâncias de sua prática denotam o caráter reiterativo da conduta criminosa, como ocorre nos autos, onde se encontra comprovada a atuação do paciente como justiceiro contratado para eliminar as vítimas. (9) Embora com fundamento diverso, esse também é o entendimento de Damásio. Diz o Eminente Penalista: O CP vigente adotou a teoria objetiva a respeito do crime continuado. Essa teoria, de origem germânica, afirma que um dos requisitos do crime continuado é a identidade do ofendido, cuidando-se de interesses jurídicos pessoais, como a vida, a saúde, a honra, etc. Exigindo unidade do bem jurídico lesado e, nesses casos, sendo o bem somente lesado na pessoa do respectivo titular, não é possível, tratando-se de diversas pessoas, que a lesão praticada contra uma seja continuação da cometida contra outra. O bem jurídico é ofendido de maneira descontínua, de modo que não se pode falar em continuação. (10) O reconhecimento do crime continuado no homicídio não implica somente na diminuição da pena, tomando-se por base a que poderia ser aplicada no caso de concurso material, mas também na possibilidade da interposição do protesto

6 por novo júri, caso a pena, devidamente acrescida, seja igual ou superior a vinte anos de reclusão. Isso porque, como já dito, o crime continuado é tido como crime único, um dos requisitos para a possibilidade do deferimento do protesto por novo júri. (11) Inclusive, se quando do julgamento da apelação o Tribunal reconhecer a continuidade delitiva e fixar pena igual ou superior a vinte anos de reclusão, preenchidos os demais pressupostos (art. 607, do CPP), deverá conhecer do recurso como protesto por novo júri e determinar a realização de novo julgamento. (12)

7 1 - Cf: E. Magalhães Noronha, Direito Penal, v. I, p Cf: Heleno Cláudio Fragoso, Lições de Direito Penal, p Cf: Damásio Evangelista de Jesus, Direito Penal, 1º volume, p RSTJ 56/360. No mesmo sentido, RT 748/ RT 723/ HC SP, DJU de , p Cf: E. Magalhães Noronha, Direito Penal, v. I, p. 265 e Júlio Fabbrini Mirabete, Manual de Direito Penal, p Nesse sentido: STJ RE Rel. Assis Toledo DJU, de , p e TJSP: Ap. Crim. nº /9-00-SP, 1ª C.Crim., , Rel. David Haddad, v.u. 9 - STF HC Rel. Ilmar Galvão DJU, de , p Direito Penal, 1º volume, p Nesse sentido, RJDTACRIM 24/20, JTACRIM 49/403, 55/ Nesse sentido: RT 580/337 e 444/ Nesse sentido: TJSP - Apel. Crim. nº /9-SP, 2ª C.Crim, , Rel. Ângelo Gallucci, v.u.

8 BIBLIOGRAFIA BITENCOURT, Cezar Roberto, Manual de Direito Penal, parte geral, São Paulo, 6ª ed., Saraiva, DAMÁSIO, Evangelista de Jesus. Código Penal Anotado, São Paulo, 9ª ed., Saraiva, Direito Penal, vol. I, Parte Geral, São Paulo, 19ª ed., Saraiva, DELMANTO, Celso et al. Código Penal Comentado, São Paulo, 5ª ed., Renovar, FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições de Direito Penal, Rio de Janeiro, 2ª ed., Forense, HUNGRIA, Nélson. Comentários ao Código Penal, vol. I, 3ª ed., Forense, LEAL, João José. Direito Penal Geral, São Paulo, 1ª ed., Atlas, MARIANO DA SILVA, César Dario. Manual de Direito Penal, parte geral, 3ª ed., Forense, NORONHA, E. Magalhães. Curso de Direito Processual Penal, São Paulo, 25ª ed., Saraiva, Direito Penal, São Paulo, 31ª ed., Saraiva, NUCCI, Guilherme de Souza, Código Penal Comentado, São Paulo, 1ª ed., Revista dos Tribunais, PEREIRA, José Ruy Borges. Tribunal do Júri - Crimes Dolosos contra a Vida, Bauru/SP, 2ª ed, Edipro, ROXIN, Claus, Derecho Penal, parte general (Fundamentos. La estructura de la teoria del delito). Trad. Diego-Manuel Luzòn Peña, Miguel Días y Garcia Conlledo, Javier de Vicente Remesal. Madrid : Civitas, T.1. SHINTATI, Tomaz M.. Curso de Direito Penal, Rio de Janeiro, 2ª ed., Forense, SILVA FRANCO, Alberto et al. Código Penal e sua Interpretação Jurisprudencial, São Paulo, 5ª ed., Revista dos Tribunais, TOLEDO, Francisco de Assis, Princípios Básicos de Direito Penal, São Paulo, 5ª ed., Saraiva, 2000.

LATROCÍNIO COM PLURALIDADE DE VÍTIMAS

LATROCÍNIO COM PLURALIDADE DE VÍTIMAS LATROCÍNIO COM PLURALIDADE DE VÍTIMAS ALESSANDRO CABRAL E SILVA COELHO - alessandrocoelho@jcbranco.adv.br JOSÉ CARLOS BRANCO JUNIOR - jcbrancoj@jcbranco.adv.br Palavras-chave: crime único Resumo O presente

Leia mais

Egrégio Tribunal, Colenda Câmara,

Egrégio Tribunal, Colenda Câmara, RAZÕES DE APELAÇÃO Vara do Júri do Foro de Osasco Proc. nº 00XXXXX-76.2000.8.26.0405 Apelante: O.C.B. Apelado: MINISTÉRIO PÚBLICO Egrégio Tribunal, Colenda Câmara, 1. Breve síntese dos autos O.C.B. foi

Leia mais

TEMA: CONCURSO DE CRIMES

TEMA: CONCURSO DE CRIMES TEMA: CONCURSO DE CRIMES 1. INTRODUÇÃO Ocorre quando um mesmo sujeito pratica dois ou mais crimes. Pode haver um ou mais comportamentos. É o chamado concursus delictorum. Pode ocorrer entre qualquer espécie

Leia mais

PONTO 1: Concurso de Crimes PONTO 2: Concurso Material PONTO 3: Concurso Formal ou Ideal PONTO 4: Crime Continuado PONTO 5: PONTO 6: PONTO 7:

PONTO 1: Concurso de Crimes PONTO 2: Concurso Material PONTO 3: Concurso Formal ou Ideal PONTO 4: Crime Continuado PONTO 5: PONTO 6: PONTO 7: 1 PROCESSO PENAL PONTO 1: Concurso de Crimes PONTO 2: Concurso Material PONTO 3: Concurso Formal ou Ideal PONTO 4: Crime Continuado PONTO 5: PONTO 6: PONTO 7: 1. CONCURSO DE CRIMES 1.1 DISTINÇÃO: * CONCURSO

Leia mais

Excelentíssima Senhora Presidente da Comissão Permanente de Direito Penal do Instituto dos Advogados Brasileiros, Dra.

Excelentíssima Senhora Presidente da Comissão Permanente de Direito Penal do Instituto dos Advogados Brasileiros, Dra. Excelentíssima Senhora Presidente da Comissão Permanente de Direito Penal do Instituto dos Advogados Brasileiros, Dra. Victória Sulocki, Indicação nº 056/2012, sobre o "Projeto de Lei nº 3901/2012, de

Leia mais

PONTO 1: Conduta PONTO 2: Resultado PONTO 3: Nexo Causal PONTO 4: Tipicidade 1. CONDUTA. 1.1.1 CAUSALISMO ou NATURALÍSTICA Franz Von Liszt

PONTO 1: Conduta PONTO 2: Resultado PONTO 3: Nexo Causal PONTO 4: Tipicidade 1. CONDUTA. 1.1.1 CAUSALISMO ou NATURALÍSTICA Franz Von Liszt 1 DIREITO PENAL PONTO 1: Conduta PONTO 2: Resultado PONTO 3: Nexo Causal PONTO 4: Tipicidade 1.1 TEORIAS DA CONDUTA 1. CONDUTA 1.1.1 CAUSALISMO ou NATURALÍSTICA Franz Von Liszt Imperava no Brasil até a

Leia mais

L G E ISL S A L ÇÃO O ES E P S EC E IAL 8ª ª-

L G E ISL S A L ÇÃO O ES E P S EC E IAL 8ª ª- DIREITO PENAL IV LEGISLAÇÃO ESPECIAL 8ª - Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 Direito penal Iv 2 ROUBO 3 - Roubo Qualificado/Latrocínio 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL IV

DIREITO PROCESSUAL PENAL IV AULA DIA 25/05/2015 Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA E-mail: tiago_csouza@hotmail.com DIREITO PROCESSUAL PENAL IV Procedimento Sumaríssimo (Lei 9.099/95) - Estabelece a possibilidade de conciliação civil,

Leia mais

Estupro e atentado ao pudor, nas formas típicas simples, são hediondos?

Estupro e atentado ao pudor, nas formas típicas simples, são hediondos? SEM REVISÃO Estupro e atentado ao pudor, nas formas típicas simples, são hediondos? Damásio Evangelista de Jesus Professor SP Há duas orientações: 1ª) O estupro e o atentado violento ao pudor, em suas

Leia mais

Questão de Direito Penal 1,0 Ponto PADRÃO DE RESPOSTA.

Questão de Direito Penal 1,0 Ponto PADRÃO DE RESPOSTA. Poder Judiciário da União Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios XL Concurso Público para Provimento de Cargos de Juiz de Direito Substituto da Justiça do Distrito Federal SEGUNDA PROVA

Leia mais

Plano de Ensino de Disciplina

Plano de Ensino de Disciplina UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Faculdade de Direito Departamento de Direito e Processo Penal Plano de Ensino de Disciplina DISCIPLINA: DIREITO PE AL I CÓDIGO: DIN101 PRÉ-REQUISITO: DIT027 DEPARTAMENTO:

Leia mais

PROGRAMA DE DISCIPLINA

PROGRAMA DE DISCIPLINA Faculdade Anísio Teixeira de Feira de Santana Autorizada pela Portaria Ministerial nº 552 de 22 de março de 2001 e publicada no Diário Oficial da União de 26 de março de 2001. Endereço: Rua Juracy Magalhães,

Leia mais

Introdução ao direito penal. Aplicação da lei penal. Fato típico. Antijuridicidade. Culpabilidade. Concurso de pessoas.

Introdução ao direito penal. Aplicação da lei penal. Fato típico. Antijuridicidade. Culpabilidade. Concurso de pessoas. Programa de DIREITO PENAL I 2º período: 4h/s Aula: Teórica EMENTA Introdução ao direito penal. Aplicação da lei penal. Fato típico. Antijuridicidade. Culpabilidade. Concurso de pessoas. OBJETIVOS Habilitar

Leia mais

O CONSENTIMENTO DO OFENDIDO

O CONSENTIMENTO DO OFENDIDO O CONSENTIMENTO DO OFENDIDO Rodrigo Fragoso O consentimento do ofendido constitui objeto de intenso debate entre os penalistas que, divergindo quanto à sua posição na estrutura do delito, atribuem efeitos

Leia mais

Doutrina - Omissão de Notificação da Doença

Doutrina - Omissão de Notificação da Doença Doutrina - Omissão de Notificação da Doença Omissão de Notificação da Doença DIREITO PENAL - Omissão de Notificação de Doença CP. Art. 269. Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja

Leia mais

PLANO DE RESPOSTA DA PROVA DISSERTATIVA PARA O CARGO DE DELEGADO

PLANO DE RESPOSTA DA PROVA DISSERTATIVA PARA O CARGO DE DELEGADO PLANO DE RESPOSTA DA PROVA DISSERTATIVA PARA O CARGO DE DELEGADO PEÇA D E S P A C H O 1. Autue-se o Auto de Prisão em Flagrante; 2. Dê-se o recibo de preso ao condutor; 3. Autue-se o Auto de Apresentação

Leia mais

A PRISÃO PREVENTIVA E AS SUAS HIPÓTESES PREVISTAS NO ART. 313 DO CPP, CONFORME A LEI Nº 12.403, DE 2011.

A PRISÃO PREVENTIVA E AS SUAS HIPÓTESES PREVISTAS NO ART. 313 DO CPP, CONFORME A LEI Nº 12.403, DE 2011. A PRISÃO PREVENTIVA E AS SUAS HIPÓTESES PREVISTAS NO ART. 313 DO CPP, CONFORME A LEI Nº 12.403, DE 2011. Jorge Assaf Maluly Procurador de Justiça Pedro Henrique Demercian Procurador de Justiça em São Paulo.

Leia mais

2. OBJETIVO GERAL Possibilitar ao aluno contato com toda a teoria do delito, com todos os elementos que integram o crime.

2. OBJETIVO GERAL Possibilitar ao aluno contato com toda a teoria do delito, com todos os elementos que integram o crime. DISCIPLINA: Direito Penal II SEMESTRE DE ESTUDO: 3º Semestre TURNO: Matutino / Noturno CH total: 72h CÓDIGO: DIR118 1. EMENTA: Teoria Geral do Crime. Sujeitos da ação típica. Da Tipicidade. Elementos.

Leia mais

Do concurso de crimes

Do concurso de crimes PROGRAMA DIREITO PENAL EM 3 MESES LUIZ FLÁVIO GOMES Doutor em Direito Penal pela Universidade Complutense de Madri Presidente do Instituto Avante Brasil www.institutoavantebrasil.com.br ALICE BIANCHINI

Leia mais

Curso: Direito Carga Horária: 64 Departamento: Direito Público Área: Direito Penal e Processo Penal PLANO DE ENSINO

Curso: Direito Carga Horária: 64 Departamento: Direito Público Área: Direito Penal e Processo Penal PLANO DE ENSINO Faculdade de Direito Milton Campos Disciplina: Direito Penal II Curso: Direito Carga Horária: 64 Departamento: Direito Público Área: Direito Penal e Processo Penal PLANO DE ENSINO EMENTA A prática do crime

Leia mais

A (IN)COMPATIBILIDADE DA TENTATIVA NO DOLO EVENTUAL RESUMO

A (IN)COMPATIBILIDADE DA TENTATIVA NO DOLO EVENTUAL RESUMO 331 A (IN)COMPATIBILIDADE DA TENTATIVA NO DOLO EVENTUAL Cícero Oliveira Leczinieski 1 Ricardo Cesar Cidade 2 Alberto Wunderlich 3 RESUMO Este artigo visa traçar breves comentários acerca da compatibilidade

Leia mais

www.apostilaeletronica.com.br

www.apostilaeletronica.com.br DIREITO PENAL PARTE GERAL I. Princípios Penais Constitucionais... 003 II. Aplicação da Lei Penal... 005 III. Teoria Geral do Crime... 020 IV. Concurso de Crime... 027 V. Teoria do Tipo... 034 VI. Ilicitude...

Leia mais

PLANO DE ENSINO. Disciplina Carga Horária Semestre Ano Teoria Geral do Direito Penal I 80 2º 2015. Carga

PLANO DE ENSINO. Disciplina Carga Horária Semestre Ano Teoria Geral do Direito Penal I 80 2º 2015. Carga 1 PLANO DE ENSINO Disciplina Carga Horária Semestre Ano Teoria Geral do Direito Penal I 80 2º 2015 Unidade Carga Horária Sub-unidade Introdução ao estudo do Direito Penal 04 hs/a - Introdução. Conceito

Leia mais

O alcance do princípio da culpabilidade e a exclusão da responsabilidade penal

O alcance do princípio da culpabilidade e a exclusão da responsabilidade penal O alcance do princípio da culpabilidade e a exclusão da responsabilidade penal Pedro Melo Pouchain Ribeiro Procurador da Fazenda Nacional. Especialista em Direito Tributário. Pósgraduando em Ciências Penais

Leia mais

DISCIPLINA: DIREITO PENAL

DISCIPLINA: DIREITO PENAL ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO DISCIPLINA: DIREITO PENAL QUESTÃO Nº 109 Protocolo: 11913003657-0 Não existe qualquer erro material na questão. Nada a ser alterado. O recorrente

Leia mais

NOVA LEI ANTICORRUPÇÃO

NOVA LEI ANTICORRUPÇÃO NOVA LEI ANTICORRUPÇÃO O que muda na responsabilização dos indivíduos? Código Penal e a Lei 12.850/2013. MARCELO LEONARDO Advogado Criminalista 1 Regras Gerais do Código Penal sobre responsabilidade penal:

Leia mais

MATERIAL DE AULA LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996.

MATERIAL DE AULA LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996. MATERIAL DE AULA I) Ementa da aula Interceptação Telefônica. II) Legislação correlata LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono

Leia mais

AULA 08. CONTEÚDO DA AULA: Teorias da Conduta (cont). Teoria social da ação (cont.). Teoria pessoal da ação. Resultado. Relação de Causalidade Início.

AULA 08. CONTEÚDO DA AULA: Teorias da Conduta (cont). Teoria social da ação (cont.). Teoria pessoal da ação. Resultado. Relação de Causalidade Início. Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Direito Penal / Aula 08 Professora: Ana Paula Vieira de Carvalho Monitora: Mariana Simas de Oliveira AULA 08 CONTEÚDO DA AULA: Teorias da (cont). Teoria social

Leia mais

PONTO 1: Concursos de Crimes: 1) Distinção 2) Conceito. 3) Espécies de concursos de crimes:

PONTO 1: Concursos de Crimes: 1) Distinção 2) Conceito. 3) Espécies de concursos de crimes: 1 DIREITO PENAL PONTO 1: Concursos de Crimes: 1) Distinção 2) Conceito 3) Espécies de concursos de crimes 4) Natureza Jurídica 5) Sistemas de aplicação da pena 6) Concurso Material ou Real 7) Concurso

Leia mais

PARAMETROS DO ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL

PARAMETROS DO ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL 1 PARAMETROS DO ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL Prof.Dr.Luís Augusto Sanzo Brodt ( O autor é advogado criminalista, professor adjunto do departamento de Ciências Jurídicas da Fundação Universidade Federal

Leia mais

Espelho Penal Peça. Endereçamento correto da interposição 1ª Vara Criminal do Município X 0 / 0,25

Espelho Penal Peça. Endereçamento correto da interposição 1ª Vara Criminal do Município X 0 / 0,25 Espelho Penal Peça O examinando deve redigir uma apelação, com fundamento no artigo 593, I, do Código de Processo Penal. A petição de interposição deve ser endereçada ao juiz de direito da 1ª vara criminal

Leia mais

Com a citada modificação, o artigo 544, do CPC, passa a vigorar com a seguinte redação:

Com a citada modificação, o artigo 544, do CPC, passa a vigorar com a seguinte redação: O NOVO AGRAVO CONTRA DESPACHO DENEGATÓRIO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL 2011-06-15 Alexandre Poletti A Lei nº 12.322/2010, que alterou os artigos 544 e 545 do CPC, acabou com o tão conhecido e utilizado

Leia mais

L G E ISL S A L ÇÃO O ES E P S EC E IAL 8ª ª-

L G E ISL S A L ÇÃO O ES E P S EC E IAL 8ª ª- DIREITO PENAL IV LEGISLAÇÃO ESPECIAL 8ª - Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 Direito penal IV 2 EXTORSÃO Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter

Leia mais

Direito Penal Dr. Caio Paiva Aprovado no Concurso para Defensor Público Federal

Direito Penal Dr. Caio Paiva Aprovado no Concurso para Defensor Público Federal Direito Penal Dr. Caio Paiva Aprovado no Concurso para Defensor Público Federal Escola Brasileira de Ensino Jurídico na Internet (EBEJI). Todos os direitos reservados. 1 Direito Penal Parte Especial do

Leia mais

Embriaguez e Responsabilidade Penal

Embriaguez e Responsabilidade Penal Embriaguez e Responsabilidade Penal O estudo dos limites da responsabilidade penal é sempre muito importante, já que o jus puniendi do Estado afetará um dos principais direitos de qualquer pessoa, que

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 101.274 - PR (2008/0261931-6) RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO AUTOR : JUSTIÇA PÚBLICA RÉU : EM APURAÇÃO SUSCITANTE : JUÍZO DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL

Leia mais

Plano de Ensino. Identificação

Plano de Ensino. Identificação Plano de Ensino Identificação Curso: Direito Disciplina: Direito Penal III Ano/semestre: 2012/1 Carga horária: Total: 80h Semanal: 12h Professor: Ronaldo Domingues de Almeida Período/turno: 5º - matutino

Leia mais

O art. 96, III da CF prevê o foro por prerrogativa de função dos membros do MP, incluindo os Promotores e Procuradores de Justiça.

O art. 96, III da CF prevê o foro por prerrogativa de função dos membros do MP, incluindo os Promotores e Procuradores de Justiça. Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Processo Penal / Aula 11 Professor: Elisa Pittaro Conteúdo: Foro por Prerrogativa de Função; Conexão e Continência. 3.5 Foro por Prerrogativa de Função: b) Juízes

Leia mais

Do crime continuado. A predominância da teoria objetivo-subjetiva

Do crime continuado. A predominância da teoria objetivo-subjetiva Do crime continuado A predominância da teoria objetivo-subjetiva Autora: Lorena Junqueira Victorasso, advogada, graduada pela Faculdade de Direito Milton Campos, pós-graduada em Direito do Estado pela

Leia mais

ARTIGO 14 da Lei nº 6368/76: CRIME HEDIONDO!

ARTIGO 14 da Lei nº 6368/76: CRIME HEDIONDO! ARTIGO 14 da Lei nº 6368/76: CRIME HEDIONDO! ELIANE ALFRADIQUE O artigo 14 da Lei nº 6.368/76 tem causado certa dificuldade em sua aplicação prática. O enunciado do artigo em questão, tipifica a associação

Leia mais

A Responsabilidade civil objetiva no Código Civil Brasileiro: Teoria do risco criado, prevista no parágrafo único do artigo 927

A Responsabilidade civil objetiva no Código Civil Brasileiro: Teoria do risco criado, prevista no parágrafo único do artigo 927 A Responsabilidade civil objetiva no Código Civil Brasileiro: Teoria do risco criado, prevista no parágrafo único do artigo 927 Marcela Furtado Calixto 1 Resumo: O presente artigo visa discutir a teoria

Leia mais

1. CONCURSO MATERIAL OU REAL

1. CONCURSO MATERIAL OU REAL DO CONCURSO DE CRIMES C V D Sumário 1. Concurso material ou real; 1.2 Espécies; 1.3 Aplicação das penas 2. Concurso formal ou ideal: 2.1 Espécies; 2.2 Aplicação das penas 3. Crime continuado: 3.1 Requisitos;

Leia mais

Ministério da Educação Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Sociais e Humanas Departamento de Direito PLANO DE ENSINO

Ministério da Educação Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Sociais e Humanas Departamento de Direito PLANO DE ENSINO Ministério da Educação Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Sociais e Humanas Departamento de Direito PLANO DE ENSINO 1) Identificação Disciplina Direito Penal II - NOTURNO Carga horária

Leia mais

FATO TÍPICO. Conduta (dolosa ou culposa; comissiva ou omissiva) Nexo de causalidade Tipicidade

FATO TÍPICO. Conduta (dolosa ou culposa; comissiva ou omissiva) Nexo de causalidade Tipicidade TEORIA GERAL DO CRIME FATO TÍPICO Conduta (dolosa ou culposa; comissiva ou omissiva) Resultado Nexo de causalidade Tipicidade RESULTADO Não basta existir uma conduta. Para que se configure o crime é necessário

Leia mais

Faculdade de Direito de Alta Floresta (FADAF) Edinaldo Rosa e Silva DESCRIMINALIZAÇÃO DA POSSE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL ÁREA CRIMINAL

Faculdade de Direito de Alta Floresta (FADAF) Edinaldo Rosa e Silva DESCRIMINALIZAÇÃO DA POSSE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL ÁREA CRIMINAL 0 Faculdade de Direito de Alta Floresta (FADAF) Edinaldo Rosa e Silva DESCRIMINALIZAÇÃO DA POSSE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL ÁREA CRIMINAL Alta Floresta-MT 2011 1 Edinaldo Rosa e Silva DESCRIMINALIZAÇÃO

Leia mais

JURISPRUDÊNCIA FAVORÁVEL:

JURISPRUDÊNCIA FAVORÁVEL: TRF 2 COMPETÊNCIA PENAL - PROCESSO PENAL - DECISÃO QUE REJEITA EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA - INEXISTÊNCIA DE RECURSO - APELAÇÃO CRIMINAL NÃO CONHECIDA - PEDIDO RECEBIDO COMO HABEAS CORPUS - REDUÇÃO À CONDIÇÃO

Leia mais

ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de

ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de constitucionalidade Luís Fernando de Souza Pastana 1 RESUMO: há diversas modalidades de controle de constitucionalidade previstas no direito brasileiro.

Leia mais

FACULDADE METROPOLITANA SÃO CARLOS

FACULDADE METROPOLITANA SÃO CARLOS FACULDADE METROPOLITANA SÃO CARLOS DIREITO CHEYENNE BERNARDES CLÁUDIO GUALANDE JALLON NOGUEIRA KARINA CAVICHINI MARCELO NUNES DE JESUS MARCO ANTÔNIO TEIXEIRA MAYRA RAMOS PAULO RODRIGO MARTINS PEDRO LEMGRUBER

Leia mais

Prof. José Nabuco Filho. Direito Penal

Prof. José Nabuco Filho. Direito Penal Direito Penal 1. Apresentação José Nabuco Filho: Advogado criminalista em São Paulo, mestre em Direito Penal 1 (UNIMEP), professor de Direito Penal desde 2000. Na Universidade São Judas Tadeu, desde 2011,

Leia mais

Ministério da Educação Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Sociais e Humanas Departamento de Direito PLANO DE ENSINO

Ministério da Educação Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Sociais e Humanas Departamento de Direito PLANO DE ENSINO Ministério da Educação Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Sociais e Humanas Departamento de Direito PLANO DE ENSINO 1) IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA Disciplina Processo Penal II Código

Leia mais

O Novo Regime das Medidas Cautelares no Processo Penal

O Novo Regime das Medidas Cautelares no Processo Penal 202 O Novo Regime das Medidas Cautelares no Processo Penal Juliana Andrade Barichello 1 O objetivo deste trabalho é discorrer sobre os principais pontos das palestras, enfatizando a importância das alterações

Leia mais

Tendo em vista o artigo da Promotora de Justiça no Estado do Paraná, Dra. Suzane Maria Carvalho do Prado, disponibilizado por esse CAO-Crim, e as decisões proferidas pela Turma Recursal (Acórdão 71001890557)

Leia mais

O bem jurídico tutelado é a paz pública, a tranqüilidade social. Trata-se de crime de perigo abstrato ou presumido.

O bem jurídico tutelado é a paz pública, a tranqüilidade social. Trata-se de crime de perigo abstrato ou presumido. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA CONCEITO Dispõe o art. 288 do CP: Associarem-se três ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: Pena reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. No delito em apreço, pune-se

Leia mais

PONTO 1: Teoria da Tipicidade PONTO 2: Espécies de Tipo PONTO 3: Elementos do Tipo PONTO 4: Dolo PONTO 5: Culpa 1. TEORIA DA TIPICIDADE

PONTO 1: Teoria da Tipicidade PONTO 2: Espécies de Tipo PONTO 3: Elementos do Tipo PONTO 4: Dolo PONTO 5: Culpa 1. TEORIA DA TIPICIDADE 1 DIREITO PENAL PONTO 1: Teoria da Tipicidade PONTO 2: Espécies de Tipo PONTO 3: Elementos do Tipo PONTO 4: Dolo PONTO 5: Culpa 1.1 FUNÇÕES DO TIPO: a) Função garantidora : 1. TEORIA DA TIPICIDADE b) Função

Leia mais

FATO TÍPICO. Conduta (dolosa ou culposa; comissiva ou omissiva) Nexo de causalidade Tipicidade

FATO TÍPICO. Conduta (dolosa ou culposa; comissiva ou omissiva) Nexo de causalidade Tipicidade TEORIA GERAL DO CRIME FATO TÍPICO Conduta (dolosa ou culposa; comissiva ou omissiva) Resultado Nexo de causalidade Tipicidade NEXO DE CAUSALIDADE O nexo causal ou relação de causalidade é o elo que une

Leia mais

CONCURSO DE CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ*

CONCURSO DE CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ* CONCURSO DE CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ* João Carlos Toledo Júnior Acadêmico do 10º período da Faculdade de Direito DOM BOSCO. 1º Tenente da Polícia Militar do Paraná e Assessor Jurídico do Cmdo do

Leia mais

EXERCÍCIOS ATO INFRACIONAL.

EXERCÍCIOS ATO INFRACIONAL. EXERCÍCIOS ATO INFRACIONAL. 1.José foi inserido em medida sócio-educativa de internação, com prazo indeterminado. Durante o cumprimento da medida sócio-educativa, já tendo completado dezoito anos, praticou

Leia mais

PADRÃO DE RESPOSTA PEÇA PROFISSIONAL

PADRÃO DE RESPOSTA PEÇA PROFISSIONAL PEÇA PROFISSIONAL Petição inicial: Queixa-crime. Endereçamento: Vara Criminal da Comarca de São Paulo SP. Vara criminal comum, visto que as penas máximas abstratas, somadas, ultrapassam dois anos. Como

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº 215, DE 2015 (EM APENSO OS PLS NºS 1.547 E 1.589, DE 2015)

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº 215, DE 2015 (EM APENSO OS PLS NºS 1.547 E 1.589, DE 2015) COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº 215, DE 2015 (EM APENSO OS PLS NºS 1.547 E 1.589, DE 2015) Acrescenta inciso V ao art. 141 do Decreto- Lei nº 2.848, de 7 de dezembro

Leia mais

XV Exame de Ordem 2ª Fase OAB Civil - ProfessorAoVivo Qual a peça Juquinha? Prof. Darlan Barroso

XV Exame de Ordem 2ª Fase OAB Civil - ProfessorAoVivo Qual a peça Juquinha? Prof. Darlan Barroso XV Exame de Ordem 2ª Fase OAB Civil - ProfessorAoVivo Qual a peça Juquinha? Prof. Darlan Barroso 2ª Fase OAB - Civil Juquinha Junior, representado por sua genitora Ana, propôs ação de investigação de paternidade

Leia mais

Conceito. Responsabilidade Civil do Estado. Teorias. Risco Integral. Risco Integral. Responsabilidade Objetiva do Estado

Conceito. Responsabilidade Civil do Estado. Teorias. Risco Integral. Risco Integral. Responsabilidade Objetiva do Estado Conceito Responsabilidade Civil do Estado é a obrigação que ele tem de reparar os danos causados a terceiros em face de comportamento imputável aos seus agentes. chama-se também de responsabilidade extracontratual

Leia mais

COMPETÊNCIA CAPÍTULO VIII 1. NOÇÕES GERAIS

COMPETÊNCIA CAPÍTULO VIII 1. NOÇÕES GERAIS COMPETÊNCIA CAPÍTULO VIII COMPETÊNCIA SUMÁRIO 1. Noções gerais; 2. Competência territorial (ratione loci); 2.1. O lugar da infração penal como regra geral (art. 70 CPP); 2.2. O domicílio ou residência

Leia mais

VERSÃO CURRICULAR: 2008/1. EME TA Teoria da Pena. Sistema penal sancionatório e valores constitucionais. Extinção da punibilidade.

VERSÃO CURRICULAR: 2008/1. EME TA Teoria da Pena. Sistema penal sancionatório e valores constitucionais. Extinção da punibilidade. 1 U IVERSIDADE FEDERAL DE MI AS GERAIS Faculdade de Direito Departamento de Direito e Processo Penal Plano de Ensino de Disciplina VERSÃO CURRICULAR: 2008/1 DISCIPLINA: DIREITO PE AL II CÓDIGO: DIN102

Leia mais

No dia 29 de março de 2007, entrou em vigor a lei nº 11.464/07 que alterou a redação do artigo 2º, da lei nº 8.072, de 28 de julho de 1990.

No dia 29 de março de 2007, entrou em vigor a lei nº 11.464/07 que alterou a redação do artigo 2º, da lei nº 8.072, de 28 de julho de 1990. A NOVA DISCIPLINA DA PROGRESSÃO DE REGIME TRAZIDA PELA LEI Nº 11.464/07. MAURICIO MAGNUS FERREIRA JUIZ DE DIREITO DO TJ/RJ No dia 29 de março de 2007, entrou em vigor a lei nº 11.464/07 que alterou a redação

Leia mais

L G E ISL S A L ÇÃO O ES E P S EC E IAL 1ª ª-

L G E ISL S A L ÇÃO O ES E P S EC E IAL 1ª ª- DIREITO PENAL IV LEGISLAÇÃO ESPECIAL 1ª - Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 TEORIA GERAL DO CRIME REVISÃO CRIME É : FATO TÍPICO CONDUTA - DOLO E CULPA NEXO CAUSAL/NEXO DE IMPUTAÇÃO RESULTADO TIPICIDADE

Leia mais

1. PRINCÍPIOS DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS art. 62 da Lei 9.009/95 2. OBJETIVOS DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL

1. PRINCÍPIOS DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS art. 62 da Lei 9.009/95 2. OBJETIVOS DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL 1 PROCESSO PENAL PROCESSO PENAL PONTO 1: Princípios dos Juizados Especiais Criminais PONTO 2: Objetivos PONTO 3: Competência PONTO 4: Fase Policial PONTO 5: Fase Judicial PONTO 6: Recursos PONTO 7: Atos

Leia mais

DISCIPLINA: Direito Penal III SEMESTRE DE ESTUDO: 4º Semestre. CH total: 72h

DISCIPLINA: Direito Penal III SEMESTRE DE ESTUDO: 4º Semestre. CH total: 72h DISCIPLINA: Direito Penal III SEMESTRE DE ESTUDO: 4º Semestre TURNO: Matutino / Noturno CH total: 72h CÓDIGO: DIR121 1. EMENTA: Princípios atinentes às penas e às medidas de segurança. Tratamento penal

Leia mais

Súmulas em matéria penal e processual penal.

Súmulas em matéria penal e processual penal. Vinculantes (penal e processual penal): Súmula Vinculante 5 A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. Súmula Vinculante 9 O disposto no artigo

Leia mais

A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NO PROCESSO PENAL

A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NO PROCESSO PENAL A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NO PROCESSO PENAL CRISTIANE APARECIDA ROSA DIALUCE 1 GUILHERME JORGE DO CARMO SILVA 2 VÂNIA MARIA BEMFICA GUIMARÃES PINTO COELHO 3 RESUMO O presente estudo vem à lume apresentar

Leia mais

CONCURSO DE PESSOAS NO INFANTICÍDIO

CONCURSO DE PESSOAS NO INFANTICÍDIO CONCURSO DE PESSOAS NO INFANTICÍDIO Thyara Galante Alvim SOARES 1 Antenor Ferreira PAVARINA 2 RESUMO: O presente trabalho teve por objetivo analisar a punibilidade dos agentes que, em concurso, praticam

Leia mais

Sumário. Lista de abreviaturas 25. Apresentação 31. Introdução 35. 1. Origens e precedentes históricos do instituto. A legislação comparada 41

Sumário. Lista de abreviaturas 25. Apresentação 31. Introdução 35. 1. Origens e precedentes históricos do instituto. A legislação comparada 41 Sumário Lista de abreviaturas 25 Apresentação 31 Introdução 35 1. Origens e precedentes históricos do instituto. A legislação comparada 41 1.1. Do surgimento do Instituto 41 1.2. O Instituto na legislação

Leia mais

Primeiras impressões sobre o feminicídio Lei nº 13.104/2015. César Dario Mariano da Silva Promotor de Justiça SP

Primeiras impressões sobre o feminicídio Lei nº 13.104/2015. César Dario Mariano da Silva Promotor de Justiça SP Primeiras impressões sobre o feminicídio Lei nº 13.104/2015. César Dario Mariano da Silva Promotor de Justiça SP A Lei nº 13.104, de 09 de março de 2015 criou em nossa legislação a figura do feminicídio,

Leia mais

Direito Penal. Prof. Davi André Costa TEORIA GERAL DO CRIME

Direito Penal. Prof. Davi André Costa TEORIA GERAL DO CRIME TEORIA GERAL DO CRIME 1. Conceito de infração penal: a) Unitário (monista): infração penal é expressão sinônima de crime. Adotado pelo Código Penal do Império (1830). b) Bipartido (dualista ou dicotômico):

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO Atualizado até 13/10/2015 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Quando se fala em responsabilidade, quer-se dizer que alguém deverá

Leia mais

COMUNICADO REFERENTE ÀS 08 QUESTÕES DE DIREITO PENAL DA PROVA DE ESCRIVÃO DA POLÍCIA CIVIL

COMUNICADO REFERENTE ÀS 08 QUESTÕES DE DIREITO PENAL DA PROVA DE ESCRIVÃO DA POLÍCIA CIVIL COMUNICADO REFERENTE ÀS 08 QUESTÕES DE DIREITO PENAL DA PROVA DE ESCRIVÃO DA POLÍCIA CIVIL A Universidade Estadual de Goiás, por meio do Núcleo de Seleção, vem perante aos candidatos que fizeram a prova

Leia mais

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: ELABORAÇÃO DE MATERIAL, TUTORIA E EDITAL DE SELEÇÃO

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: ELABORAÇÃO DE MATERIAL, TUTORIA E EDITAL DE SELEÇÃO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: ELABORAÇÃO DE MATERIAL, TUTORIA E DIREITO AMBIENTES PENAL PARTE VIRTUAIS GERAL EDITAL DE SELEÇÃO Direito Penal Parte Geral CURSO JURÍDICO DE EXTENSÃO ONLINE DIREITO PENAL - PARTE

Leia mais

TEORIAS DA CONDUTA DIREITO PENAL. Cléber Masson + Rogério Sanches + Rogério Greco

TEORIAS DA CONDUTA DIREITO PENAL. Cléber Masson + Rogério Sanches + Rogério Greco TEORIAS DA CONDUTA DIREITO PENAL Cléber Masson + Rogério Sanches + Rogério Greco TEORIAS CAUSALISTA, CAUSAL, CLÁSSICA OU NATURALISTA (VON LISZT E BELING) - CONDUTA É UMA AÇÃO HUMANA VOLUNTÁRIA QUE PRODUZ

Leia mais

RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR E DEVERES DO ADMINISTRADOR

RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR E DEVERES DO ADMINISTRADOR RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR E DEVERES DO ADMINISTRADOR A punição administrativa ou disciplinar não depende de processo civil ou criminal a que se sujeite também o servidor pela mesma falta, nem obriga

Leia mais

Prescrição da pretensão punitiva

Prescrição da pretensão punitiva PRESCRIÇÃO PENAL 1 CONCEITO É o instituto jurídico mediante o qual o Estado, por não fazer valer o seu direito de punir em determinado tempo, perde o mesmo, ocasionando a extinção da punibilidade. É um

Leia mais

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL E A ANÁLISE DOS CRITÉRIOS DE AFERIÇÃO DA IMPUTABILIDADE PENAL Á LUZ DO ORDENAMENTO JURÍDICO.

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL E A ANÁLISE DOS CRITÉRIOS DE AFERIÇÃO DA IMPUTABILIDADE PENAL Á LUZ DO ORDENAMENTO JURÍDICO. 1 REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL E A ANÁLISE DOS CRITÉRIOS DE AFERIÇÃO DA IMPUTABILIDADE PENAL Á LUZ DO ORDENAMENTO JURÍDICO. VAGULA, J. E. M. Resumo No decorrer desta pesquisa buscou-se a melhor forma, dentre

Leia mais

PROFESSORES: Selma Santana, Gamil Föppel, Thaís Bandeira e Fábio Roque SEMESTRE DE ESTUDO: 2º Semestre

PROFESSORES: Selma Santana, Gamil Föppel, Thaís Bandeira e Fábio Roque SEMESTRE DE ESTUDO: 2º Semestre DISCIPLINA: Direito Penal I CH total: 36h PROFESSORES: Selma Santana, Gamil Föppel, Thaís Bandeira e Fábio Roque SEMESTRE DE ESTUDO: 2º Semestre TURNO: Matutino / Noturno CÓDIGO: DIR012 1. EMENTA: Propedêutica

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Furto de aparelho de som instalado em automóvel. 1. Problema jurídico Edison Miguel da Silva Jr. Ao quebrar o vidro do automóvel subtraindo apenas o aparelho de som nele instalado,

Leia mais

01 MOEDA FALSA. 1.1. MOEDA FALSA 1.1.1. Introdução. 1.1.2. Classificação doutrinária. 1.1.3. Objetos jurídico e material

01 MOEDA FALSA. 1.1. MOEDA FALSA 1.1.1. Introdução. 1.1.2. Classificação doutrinária. 1.1.3. Objetos jurídico e material 01 MOEDA FALSA Sumário: 1. Moeda falsa 2. Crimes assimilados ao de moeda falsa 3. Petrechos para falsificação de moeda 4. Emissão de título ao portador sem permissão legal. 1.1. MOEDA FALSA 1.1.1. Introdução

Leia mais

Chamamos esses fenômenos jurídicos de ultratividade da lei penal e retroatividade

Chamamos esses fenômenos jurídicos de ultratividade da lei penal e retroatividade Conceito A lei penal, quanto à sua obrigatoriedade e efetiva vigência, está subordinada às mesmas regras que disciplinam as leis em geral: publicação oficial no Diário Oficial e decurso de eventual prazo

Leia mais

PLANO DE CURSO 2010/2

PLANO DE CURSO 2010/2 Este Plano de Curso poderá sofrer alterações a critério do professor e / ou da Coordenação. DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL II PROFESSOR: BRUNO ALBINO RAVARA TURMA: 2º ANO INTEGRAL PLANO DE CURSO

Leia mais

COLEGIADO DO CURSO DE DIREITO. Reconhecimento renovado pela portaria MEC nº 608 de 19.11.13, DOU de 20.11.13 PLANO DE CURSO

COLEGIADO DO CURSO DE DIREITO. Reconhecimento renovado pela portaria MEC nº 608 de 19.11.13, DOU de 20.11.13 PLANO DE CURSO COLEGIADO DO CURSO DE DIREITO Reconhecimento renovado pela portaria MEC nº 608 de 19.11.13, DOU de 20.11.13 Componente Curricular: DIREITO PENAL II Código: DIR - 265 CH Total: 60 horas Pré-requisito:Direito

Leia mais

NEXO CAUSAL PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

NEXO CAUSAL PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES NEXO CAUSAL PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES 1 Conceito. Causa. É elemento do fato típico. É o vínculo entre conduta e resultado. O estudo da causalidade busca concluir se o resultado decorreu da conduta

Leia mais

L G E ISL S A L ÇÃO O ES E P S EC E IAL 4ª ª-

L G E ISL S A L ÇÃO O ES E P S EC E IAL 4ª ª- DIREITO PENAL IV LEGISLAÇÃO ESPECIAL 4ª - Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 Direito penal IV 2 FURTO NO REPOUSO NOTURNO: STJ: Causa de incidência de aumento de pena aplicada ao furto simples; O

Leia mais

FACULDADE DE DIREITO DE SOROCABA FADI 2015

FACULDADE DE DIREITO DE SOROCABA FADI 2015 FACULDADE DE DIREITO DE SOROCABA FADI 2015 Disciplina: Direito Penal I Departamento III Direito Penal e Direito Processo Penal Carga Horária Anual: 100 h/a Tipo: Anual 2º ano Docente Responsável: Prof.

Leia mais