O GÊNERO TEXTUAL CARTA DO LEITOR NA REVISTA VEJA: UM INSTRUMENTO DE ENSINO DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO
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- Maria do Pilar Belo Figueiredo
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1 O GÊNERO TEXTUAL CARTA DO LEITOR NA REVISTA VEJA: UM INSTRUMENTO DE ENSINO DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO Thiago Leonardo Ribeiro (Bolsista PIBIC-UENP Fundação Araucária / GP Leitura e Ensino/ G-CLCA-UENP/CJ) Vera Maria Ramos Pinto (Orientadora-CLCA-UENP/CJ) Resumo: Na busca pela contribuição ao ensino de gêneros na sala de aula, tendo em vista as preconizações feitas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (PCN) e pelas Diretrizes Curriculares Estaduais de Língua Portuguesa (DCE), que veem os gêneros textuais como instrumento para o ensino da língua materna, neste trabalho, como integrante do Grupo de Pesquisa Leitura e Ensino e bolsista de iniciação científica, objetivamos apresentar uma análise investigativa acerca do gênero carta do leitor, muito presente em revistas e jornais, bem como estudar as características funcionais e formais quanto ao propósito comunicacional, conteúdo temático, estrutura composicional e estilo, e seu agrupamento segundo os estudiosos genebrinos. Para tanto, respaldamo-nos nas concepções teóricas de estudiosos no assunto: Bakhtin (2003), Bronckart (2003), Schneuwly e Dolz (2004), Marcuschi (2005/2008), Koch e Elias (2006/2009), Araújo (2000), Costa (2009), Barbosa (2001), Bezerra (2005), entre outros. Por meio do gênero apresentado na revista Veja, revista utilizada como recurso pedagógico para atividades de leitura e produção de texto em muitas escolas, por sua diversidade de gêneros textuais que abordam os mais variados assuntos, pode-se trabalhar atividades que desenvolvam maior competência na aquisição da linguagem, na ampliação do vocabulário, na capacidade de analisar discursos e na própria inserção do aluno como cidadão na sociedade, além de predispô-lo favoravelmente à leitura de livros. Palavras-chave: Gêneros textuais. Carta do Leitor. Revista Veja. Leitura e produção de texto. Introdução Apresentamos, neste artigo, o gênero textual carta do leitor, LEITOR na revista Veja, uma vez que a influência do suporte é tão importante que o gênero recebe o seu nome, como uma forma de diferenciá-lo de outros gêneros constantes no Dicionário de gêneros textuais de Sérgio Roberto Costa (2009). A pesquisa se justifica pelo fato de os gêneros textuais serem tidos como objeto de ensino na disciplina de Língua Portuguesa, conforme Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e Diretrizes Curriculares Estaduais (DCEs) de Língua Portuguesa, uma vez que todos os textos se manifestam num ou noutro gênero e por serem, muitas vezes, retirados de revistas, que são levadas para as salas de aula como recurso pedagógico, a exemplo da revista Veja. Por meio dos gêneros existentes nessa revista, podemos trabalhar atividades que desenvolvam maior competência na aquisição da linguagem, na ampliação do vocabulário, na 385
2 capacidade de analisar discursos e na própria inserção do aluno como cidadão na sociedade, além de predispô-lo favoravelmente à leitura de livros. Assim, buscando contribuir para o ensino de gêneros na sala de aula, tendo em vista as preconizações feitas pelos PCNs e pelas DCEs de Língua Portuguesa, que veem os gêneros textuais como instrumento para o ensino da língua materna, neste trabalho, objetivamos apresentar análise investigativa do gênero carta do leitor e estudo das características funcionais e formais quanto ao propósito comunicacional, conteúdo temático, estrutura composicional e estilo. Para tanto, respaldamo-nos nas concepções teóricas de estudiosos no assunto, como Araújo (2000); Bakhtin (2003); Barbosa (2001), Bezerra (2005); Bronckart (2003); Costa (2009); Dolz e Schnewly (2004); Marcuschi (2003/2005); Koch e Elias (2006), entre outros. Quando se fala em leitura e produção textual, é comum haver referência à expressão gêneros textuais ou gêneros do discurso. Estudiosos alemães chegaram a classificar mais de quatro mil gêneros em circulação na sociedade, segundo Marcuschi (2005, p.19). Desse modo, os gêneros textuais fazem parte do nosso dia a dia e foram historicamente criados pelo ser humano a fim de atender determinadas necessidades de interação verbal. E, em uma situação de interação verbal, a escolha do gênero textual é feita de acordo com os diferentes elementos que participam do contexto, tais como: quem é o produtor do texto, para quem se produz, com que finalidade, em que momento histórico, entre outros. Os gêneros textuais, portanto, estão ligados a esferas de circulação, a exemplo dos gêneros da esfera jornalística, em que são comuns gêneros como notícias, reportagens, resenhas críticas, entrevistas, artigos de opinião, crônica, cartas do leitor, entre outros. Além do mais, esses gêneros são encontrados em vários suportes, como revistas, jornais, internet, livros didáticos, apenas para citar alguns. Vale ressaltar que a questão do suporte dos gêneros é um outro ponto importante que não devemos esquecer, quando o assunto é gênero textual. De acordo com Marcuschi (2003, p.8), o suporte é um locus físico ou virtual com formato específico que serve de base ou ambiente de fixação do gênero materializado como texto. Assim, os suportes, além de ampararem a mensagem, auxiliam na delimitação e apresentação de um gênero textual. Destaca-se, ainda, que este trabalho provém de discussões ocorridas no Grupo de Pesquisa Leitura e Ensino, certificado pelo CNPQ desde 2005, do Centro de Letras, Comunicação e Artes da UENP Campus Jacarezinho, que visa, com o resultado de suas pesquisas, colaborar com a prática da língua materna no contexto escolar. 386
3 Fundamentação teórica Entendemos por gênero textual toda prática discursiva, seja ela oral ou escrita. A expressão gêneros textuais é defendida por Bronckart, enquanto Bakhtin cunhou o termo gêneros discursivos, por entender que no discurso estão as marcas do produtor. Bakhtin (2003) ampliou os estudos sobre gêneros discursivos, para além da literatura. O autor afirma que gêneros são tipos relativamente estáveis de enunciados, elaborados pelas mais diversas esferas da atividade humana. Então, podemos dizer que qualquer tipo discursivo se realiza dentro de um determinado gênero que se caracteriza por sua estrutura composicional, conteúdo temático, estilo e função comunicativa. Araújo (2000) defende a ideia de que os gêneros textuais são identificados como processos dinâmicos, logo mutáveis e, por isso, são considerados como estratégias de responder a contextos sociais. Assim como o propósito comunicativo, o contexto social é também um traço definidor do gênero. Qualquer tipo de comunicação verbal ocorre por meio de um gênero textual e essa comunicação se dá por meio de textos. Opinião defendida por Bakhtin (2003) e, também, por Bronckart (2003) e pela maioria dos estudiosos que pesquisam esse tema. Marcuschi (2005, p ) diferencia tipo textual de gênero textual, pois usada frequentemente nos livros didáticos e no nosso dia a dia, a primeira expressão é empregada de forma equivocada para indicar o que a segunda o é, assim, enquanto os tipos textuais são apenas meia dúzia, os gêneros são inúmeros. E como preleciona Koch e Elias (2006, p ), o que fará com que saibamos distinguir os gêneros e utilizá-los é a competência metagenérica que possuímos independente de teorização. Tal capacidade é empregada na produção e compreensão de textos. Bakhtin (2003) assevera que cada campo da atividade humana conhece seus gêneros de acordo com sua especificidade, aos quais correspondem determinados estilos. Ele ainda ressalta que uma determinada função (científica, técnica, ideológica, oficial, cotidiana) e dadas condições específicas para cada uma das esferas da comunicação verbal geram um determinado gênero, ou seja, um determinado tipo de enunciado, relativamente estável do ponto de vista temático, composicional e estilístico. Como exemplo, podemos citar, na esfera familiar, gênero lista de compras, contas a pagar, correspondência, lista telefônica, recados colados na geladeira, receita culinária, bula de remédio, manual de instruções etc.; na esfera acadêmica, resumos, testes, slides, artigos, aula 387
4 expositiva, conversação, palestra etc.; na esfera jurídica, anotações, petições, recursos, sentenças, despachos, inquéritos etc., dentre outros gêneros pertencentes a outras esferas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), acerca dos gêneros textuais apontam que produzir discurso é dizer alguma coisa a alguém, de uma determinada forma em um contexto histórico e em uma determinada circunstância de interlocução. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa para o Ensino Médio (2000), consta que o estudo dos gêneros e dos modos como se articulam proporciona uma visão ampla das possibilidades de usos da linguagem. Conforme consta nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica Língua Portuguesa do Estado do Paraná (2010, p.80): Cabe ao professor planejar e desenvolver atividades que possibilitem aos alunos a reflexão sobre o seu próprio texto, tais como atividades de revisão, de reestruturação ou refacção, de análise coletiva de um texto selecionado e sobre outros textos, de diversos gêneros que circulam no contexto escolar e extraescolar. Ainda, corroborando com o alegado: Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais de circulação. Caberá ao professor fazer a seleção de gêneros, nas diferentes esferas, de acordo com o Projeto Político Pedagógico, com a Proposta Pedagógica Curricular, com o Plano Trabalho Docente, ou seja, em conformidade com as características da escola e com o nível de complexidade adequado a cada uma das séries (PARANÁ, 2010, p.91). Isto posto, justifica-se o objetivo maior de pesquisas nessa área que é o de colaborar para que o professor faça uso dos mais variados gêneros textuais para ministrar suas atividades escolares. Utilizada como recurso pedagógico para atividades de leitura e produção de texto em muitas escolas, verifica-se que a revista Veja desempenha tal função por apresentar uma diversidade de gêneros textuais que abordam os mais variados assuntos. A revista Veja, uma revista semanal brasileira, publicada pela Editora Abril, criada pelos jornalistas Victor Civita e Mino Carta, é a revista de maior circulação no Brasil desde 11 de setembro de 1968, data de sua fundação e de sua primeira edição. Trata de temas do cotidiano da sociedade brasileira e do mundo, como política, economia, cultura, comportamento, e também tecnologia, ecologia e religião às vezes, assim como cinema, literatura, música, entre outras variedades. 388
5 Sendo um suporte para vários gêneros, cumpre ressaltar que Marcuschi (2003, p. 62) caracteriza os suportes em convencionais ( elaborados, tendo em vista a sua função de portarem ou fixarem textos ) e incidentais ( ocasionais ou eventuais, com uma possibilidade ilimitada de realizações na relação com os textos escritos ), podendo, então, inferir que a revista Veja encaixa-se na classificação suporte convencional. Por sua vez, no que diz respeito à progressão dos gêneros textuais com finalidade didática, Dolz & Schneuwly (2004) sugerem um enfoque para os agrupamentos de gêneros. Os autores afirmam que é preciso que os agrupamentos respondam às necessidades de linguagem tanto na expressão oral como na escrita, além de domínios essenciais da comunicação em nossa sociedade que retomem, de modo flexível, certas distinções tipológicas que já figuram em numerosos manuais e guias curriculares e sejam relativamente homogêneos quanto às capacidades de linguagens dominantes implicadas na mestria dos gêneros agrupados. Dolz & Schneuwly (2004, p.60-61) classificam os agrupamentos de gêneros levando em consideração alguns aspectos tipológicos e as respectivas linguagens dominantes. Os referidos autores nos apresentam grupos das seguintes ordens: do narrar: ligado ao domínio social da cultura literária ficcional, caracteriza-se pela mimeses da ação através da criação da intriga do domínio do verossímil (contos de fadas, fábulas, lendas, ficção científica, narrativa de enigma, romance, novela, biografia romanceada, etc.). do relatar: ligado ao domínio social de comunicação, voltado à documentação e memorização das ações humanas, exigindo uma representação pelo discurso de experiências vividas situadas no tempo (relatos de experiências vividas, diários íntimos, diários de viagem, notícias, reportagem, biografias, relato histórico, testemunho, curriculum, etc.). do argumentar: também ligado ao domínio social de comunicação, voltado à discussão de problemas sociais controversos, visando a um entendimento e a um posicionamento perante eles (diálogo argumentativo, carta de reclamação, debate regrado, editorial, ensaio argumentativo, etc.). do expor: ligado ao domínio social da comunicação, voltado à transmissão e construção de saberes, veiculam o conhecimento mais sistematizado, transmitido culturalmente (textos expositivos, conferências, seminários, resenhas, artigo enciclopédico, relatório científico, etc.). do descrever ações: ligado ao domínio social da comunicação, voltados às instruções e prescrições, exige a regulação mútua de comportamentos (instruções de uso, instruções de montagem, receitas, regulamentos, regras de jogo, etc.). Dessa forma, verificamos que os gêneros textuais não podem ser classificados isoladamente dentro de um determinado agrupamento. Eles apenas poderão servir como 389
6 exemplo, devido ao fato de neles prevalecerem características predominantes no tipo textual em análise. Diante de tudo que foi mencionado acerca dos gêneros, observa-se a relevância de estudos como esse para auxiliar os professores na utilização dos gêneros textuais na prática em sala de aula, tornando conteúdos maçantes mais próximos das práticas sociais realizadas pelos alunos. Corpus da pesquisa Neste artigo, apresentamos o gênero carta do leitor para estudo do propósito comunicacional, conteúdo temático, estrutura composicional e estilo, bem como em que ordem se enquadra, segundo o agrupamento de Dolz e Schneuwly (2004). Compulsando as revistas Veja, notam-se gêneros textuais como índice, notícias, manchete, editorial, entrevista, expediente, carta ao leitor, carta do leitor, resenhas críticas, sinopses de livros, de filmes, artigo de opinião, crônicas, frases, sendo que alguns se repetem como anúncios publicitários, propagandas, artigos de opinião, reportagens e notícias que versam a respeito de toda sorte de temas, distribuídos pelo suporte. Entre os gêneros não referenciados, no agrupamento de Dolz e Schneuwly (2004, p ), podemos destacar o gênero carta do leitor, Leitor na revista Veja, gênero da ordem do argumentar, ligado ao domínio social de comunicação, voltado à discussão de problemas sociais controversos, visando a um entendimento e a um posicionamento perante eles. Figura 1 primeira parte gênero carta do leitor 390
7 391
8 Figura 2 segunda parte gênero carta do leitor 392
9 Figura 3 terceira parte gênero carta do leitor 393
10 Analisando o gênero carta do leitor, observamos que recebe o nome Leitor, conforme encontramos nas páginas 32 a 42 da edição 2264 da revista Veja. 394
11 O gênero em questão, multimodal por apresentar texto escrito e imagens, sempre traz na parte superior da página à esquerda seu nome (Leitor) e à direita a capa da edição anterior com os assuntos mais comentados. Iniciando a sequência de comentários dos leitores, vemos que têm oito comentários sobre Santo Sudário somados a uma imagem com um pequeno texto explicativo; dois comentários a respeito da matéria Ser gay não é pecado, em seguida, dez páginas de anúncios publicitários, sendo DELL, FIAT, RECORD, ABRIL, VOLVO e BERGERSON os anunciantes; nove comentários sobre a entrevista com o senador Pedro Simon, contendo na metade inferior da página anúncio da SÃO PAULO INDY 300 ; a respeito de Demóstenes Torres, Corrupção na saúde e Millôr Fernandes, temos, respectivamente, dois comentários, com anúncio da empresa BOSTON MEDICAL GROUP à direita da página; ao final dos comentários indicam os meios para se manter contato com a revista, devendo a carta ser enviada com assinatura, endereço, número de identidade e do telefone do autor/leitor. Informam que as cartas poderão ser publicadas resumidamente e que serão publicadas as que chegarem à redação até a quarta-feira de cada semana. Entendemos que o gênero estudado, quanto ao propósito comunicacional, constitui-se em um instrumento comunicativo, cujo leitor tem um espaço reservado para expressar a sua opinião a respeito de alguma matéria de interesse nacional, trazida no número anterior da revista ou sobre algum fato relevante da mídia. Em seu conteúdo temático, verificamos que a maioria dos colaboradores são os próprios leitores da revista, anônimos ou famosos, pois grande parte dos temas abordados está relacionada a assuntos que foram publicados em edições anteriores. Quanto à estrutura composicional, o gênero apresenta-se em textos pequenos, com estrutura limitada a um bloco de frases ou períodos, sem adentramento de parágrafo, seguido do nome do leitor e abaixo, sua cidade e Estado. Incluindo-se imagem sobre o que foi destaque na edição passada, bem como a capa da mesma. Geralmente, quanto ao estilo, os textos são escritos em primeira pessoa, apresenta linguagem objetiva, cujo autor expressa seu ponto de vista, sua opinião de forma concisa sobre o assunto. Para Maria Auxiliadora Bezerra (2005, p.210), o gênero carta do leitor: [...] é um texto utilizado em situação de ausência de contato imediato entre remetente e destinatário, que não se conhecem (o leitor e a equipe da revista/jornal, respectivamente), atendendo a diversos propósitos comunicativos: opinar, agradecer, reclamar, solicitar, elogiar, criticar, entre outros. É um gênero do domínio público, de caráter aberto, com o objetivo de divulgar seu conteúdo, possibilitando, assim, ao público em geral a sua leitura. 395
12 As cartas do leitor são diferentes dos outros tipos de cartas, pois são mais curtas e não trazem os elementos comuns como saudações ou despedidas. Há vários tipos de carta, com seus elementos básicos, dependendo do espaço onde circula a correspondência; podemos encontrar carta familiar, comercial, de crédito, de vinhos, de recomendação, precatória, rogatória, dentre outros. Considerações finais Observamos que pesquisas sobre os gêneros textuais colaboram para o ensino da língua materna, pois os gêneros vêm preconizados pelos PCNs e DCEs de Língua Portuguesa como objeto de ensino. E, por mais que o trabalho com os gêneros textuais no ensino de leitura, produção de texto e análise linguística, já venha sendo explorado nos livros didáticos, muitos ainda sentem dificuldade em identificar esses gêneros de acordo com a sua função, que é o que faz com que um gênero possa se distinguir de outro. No caso do gênero estudado, a carta do leitor, tem como função possibilitar que o leitor expresse sua opinião a respeito de alguma matéria trazida na edição anterior da revista ou sobre algum fato relevante da mídia. Sendo assim, destacamos alguns conceitos e definições acerca de gêneros textuais e caracterizamos o gênero carta do leitor no suporte escolhido, a tão difundida Revista Veja, da Editora Abril, a fim de contribuirmos para o esclarecimento de possíveis dúvidas e assim poder propiciar o trabalho com o mesmo em sala de aula. Logo, acreditamos que o estudo do gênero textual carta do leitor, Leitor na revista Veja, possibilita aos alunos conhecerem diferentes formas de se expressar, produzirem seus textos, expor suas ideias, dar um feedback a respeito do assunto lido. Ademais, esses gêneros podem ser utilizados para que conteúdos da nossa língua materna sejam passados aos alunos de maneira mais interessante, tornando-os leitores mais cultos e preparados para exercer o seu papel de cidadão. Referências ARAÚJO, A. D. Análise de gênero: uma abordagem alternativa para o ensino de redação acadêmica. In: FORTKAMP, Mailice B. M.; TOMITCH, Leda M. B. (orgs). Aspectos da Linguística Aplicada. Florianópolis: Insular,
13 BAKHTIN, M. M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, BARBOSA, J. P. Trabalhando com os gêneros do discurso: uma perspectiva enunciativa para o ensino de Língua Portuguesa. Tese (Doutorado em Linguística aplicada ao Ensino de Línguas), Pontífica Universidade Católica de São Paulo, BEZERRA, M. A. Por que cartas do leitor na sala de aula. In: Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa: 5ª a 8ª séries. Brasília. Secretaria de Educação Fundamental, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio. Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília. Secretaria de Educação Fundamental, BRONCKART, J. P. Atividades de linguagem, textos e discurso: por um interacionismo sócio- discursivo. São Paulo: EDUC, COSTA, S. R. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica Editora, DOLZ, J.; SCHNEUWWLY, B.; et al. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Gêneros textuais. In: Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, MARCUSCHI, L. A. A questão do suporte dos gêneros textuais. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares na Educação Básica Língua Portuguesa. Curitiba: SEED, REVISTA VEJA, edição 2264, ano 45, nº 15, de 11 de abril de Para citar este artigo: RIBEIRO, Thiago Leonardo. O gênero textual carta do leitor na Revista Veja: um instrumento de ensino de leitura e produção de texto. In: XII CONGRESSO DE EDUCAÇÃO DO NORTE PIONEIRO Jacarezinho Anais...UENP Universidade Estadual do Norte do Paraná Centro de Ciências Humanas e da Educação e Centro de Letras Comunicação e Artes. Jacarezinho, ISSN p
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