Daniel Gustavo Mocelin

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1 TERCEIRIZAÇÃO E COMPLEXIFICAÇÃO DE UMA EMPRESA CONTRATADA NO SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES Daniel Gustavo Mocelin Cientista Social, Mestre em sociologia, doutorando do Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Endereço residencial (postal): Rua Felipe Camarão, 180 Apto. 11 Bairro Rio Branco CEP Porto Alegre-RS-Brasil Telefone: / dmocelin@terra.com.br Endereço Institucional: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA IFCH UFRGS Av. Bento Gonçalves, Campus do Vale, IFCH, Prédio Sala 103, Bairro Agronomia CEP: Porto Alegre/ RS Telefone: (51) ppgsoc@ufrgs.br

2 2 Resumo: Após a reestruturação dos anos , a terceirização foi uma prática habitual das empresas. Abordando um caso do setor de telecomunicações, o estudo discute as mudanças de procedimento organizacional adotadas no setor, demonstrando como as transformações na configuração do setor contribuíram para transformar qualitativamente uma unidade que compõem a rede de empresas. Argumenta-se que os efeitos do fenômeno da terceirização transformam a empresa contratada, causando sua complexificação em termos de organização, serviços prestados e força de trabalho. O estudo de caso foi realizado numa empresa terceirizada em 2004, e assenta-se em estudos prévios realizados no setor de telecomunicações e em fontes secundárias, como relatórios anuais das empresas, estatísticas oficiais, periódicos e literatura especializados. Palavras-chave: Terceirização; Terceirização no setor de telecomunicações; complexificação organizacional; condições de emprego. Outsourcing and complexification of a contracted company in telecommunications sector Abstract: After the restructuring in the 1980s and 1990s, outsourcing became a usual practice between firms. Approaching a case of telecommunications sector, this research discusses organizational changes in the procedures used in the sector. We aim to demonstrate how the configuration contributed to promote qualitative changes in a unit of the companies network. One could argue that the consequences of outsourcing may lead to the complexification of the organization, services, and labor force of enterprises. The research was conduct in 2004 with a contracted company and it made use of previous studies in the telecommunication sector and secondary sources such as companies annual reports, official statistics, and specialized literature. Key-words: Outsourcing; Outsourcing in telecommunication sector; organizational complexification; job conditions.

3 3 Introdução O artigo analisa novas características dos processos de terceirização, observadas no setor das telecomunicações, na etapa mais recente. Toma por referência o estudo de uma empresa terceira em que ocorreu complexificação em termos de organização, serviços prestados e força de trabalho com repercussões positivas nas relações e nas condições de emprego. A empresa analisada participa da rede formada a partir de uma operadora de telefonia fixa, atuante no Rio Grande do Sul. Através da análise deste caso, pôde-se constatar que as empresas, enquanto agentes atuantes de mercado procuram ampliar suas competências, desenvolver e atingir maior especialização, melhorar procedimentos organizacionais, ampliar as condições de trabalho e melhorar a qualidade do emprego. Durante os anos 1990, a terceirização foi uma prática habitual nas empresas e que se tornou recorrente, no setor de telecomunicações. No Brasil, a terceirização se intensificou com a privatização do setor, em 1998, provocando severas implicações sobre as relações e as condições de emprego. As operadoras de telefonia fixa passaram a enxugar o quadro pessoal, demitindo muitos trabalhadores, principalmente aqueles das atividades menos nobres, como manutenção e instalação de redes e terminais telefônicos, mas também de atividades de operação, serviços de rede e centrais de atendimento. Grande parte das empresas terceiras foi formada após a reestruturação da Telebrás e ampliada depois da privatização. Naquele momento, muitas empresas empreiteiras se constituíram para prestar serviços às operadoras. No caso das atividades de manutenção e instalação de terminais e redes telefônicas, empreiteiras reuniam trabalhadores para execução de projetos, sendo contratadas pelas operadoras de telefonia fixa para realizar a expansão e manutenção da rede telefônica, absorvendo trabalhadores desligados das operadoras. Nas empreiteiras, muitos problemas em termos de qualidade do emprego foram observados, que incluíam informalidade, baixos salários, alta rotatividade, instabilidade e contratos temporários de emprego, especialmente no período anterior ou logo posterior à privatização, situação que foi analisada por pesquisadores interessados no tema e denunciada por sindicatos. A precarização do emprego ocorria em razão do tipo de relação estabelecido entre as operadoras e as empreiteiras, com base em contratos ocasionais, em geral vinculados a projetos de expansão da rede telefônica, mas que de certa forma eram recorrentes, devido às exigências contratuais colocadas às empresas privadas. Os projetos eram recorrentes, visto que as operadoras deveriam cumprir metas de universalização, o que estava definido nos contratos de concessão do serviço.

4 4 Contudo, esse cenário de mudanças no setor de telecomunicações também sofreu mudanças. Acontecimentos posteriores ao que ocorreu no início da adoção do procedimento de terceirização nas empresas de telecomunicações evidenciaram uma situação diferente quando se consolidou nova configuração do setor, segundo princípios de qualidade do serviço e competição de mercado, privilegiando a produtividade, a eficiência e a lucratividade. Com as exigências de qualidade do serviço, foi gerada forte pressão sobre as operadoras que precisaram ampliar as relações com as empreiteiras. Desde então, as empreiteiras transformaram-se, gradualmente, em empresas mais sólidas, duradouras e complexas, ou seja, empresas que vendem serviços para as operadoras permanentemente, ampliando responsabilidades e competência, bem como a qualidade do emprego. Adotando uma perspectiva sócio-histórica, a pesquisa analisou as mudanças de procedimento organizacional tanto na empresa terceira como na empresa contratante uma operadora de telefonia fixa, demonstrando como as transformações tecnológicas e políticas no âmbito do setor de telecomunicações e da operadora transformaram qualitativamente uma unidade empresarial que presta serviços a operadora. Essa observação empírica conduziu-nos a problematizar os estudos sobre terceirização, estabelecendo um debate com a literatura que analisa a terceirização de forma unilateral, como um fenômeno promotor apenas de precarização. As evidências encontradas sugerem repensar a perspectiva sobre esse procedimento organizacional, demonstrando que seus efeitos sobre atividades terceirizadas não são definitivos, mas que também transformam a empresa contratada, causando sua complexificação em termos de organização empresarial, serviços prestados e qualificação dos empregados. Destaca-se que esse processo pode ser restrito a determinados setores, em razão do grau de desenvolvimento dos seus ambientes empresariais e, neste sentido, os achados da pesquisa não tratam de por em xeque as teorias sobre a precariedade do trabalho terceirizado, mas em complementar as interpretações, com novas evidências empíricas. Complexificação foi entendido como um processo que representa uma melhora qualitativa na empresa contratada, em que ocorre gradativo avanço de competências. No caso do estudo, esse processo foi identificado por aspectos tais como transferência de trabalhadores no interior da rede de empresas (trabalhadores desligados da empresa-mãe e alojados em outra unidade da rede), crescimento do número de empregados na empresa terceira, formalização total dos vínculos trabalhistas, profissionalização do setor de recursos humanos, diversificação da divisão técnica do trabalho e segmentação do pessoal empregado na

5 5 empresa terceira, reconhecimento das empresas terceiras por parte dos sindicatos e ampliação das negociações com as entidades de representação. O estudo foi realizado durante dois anos em uma empresa terceira do setor de telecomunicações gaúcho, em que foram realizadas entrevistas com quatro diretores operacionais, dois diretores administrativos, dois gerentes de recursos humanos e vinte trabalhadores. Também foram aplicados questionários para sessenta empregados da empresa, analisados relatórios e realizadas observações no local de trabalho, com base em oito visitas. O estudo também se baseia em outras investigações no setor de telecomunicações e toma por base muitas evidências, especialmente oriundas de entrevistas na operadora de telefonia fixa e no sindicato de telecomunicações. A terceirização no contexto das transformações na organização do trabalho Na literatura sociológica, há consenso sobre o fato de que o padrão taylorista-fordista, rígido e verticalizado, tornou-se incapaz de atender as variações de diferentes mercados da sociedade global. Autores como Manuel Castells e David Harvey afirmaram que a produção tem se tornado cada vez mais fragmentada, diversificada, personalizada, exigindo flexibilidade organizacional. As mudanças nas formas como se organizam as empresas compõem um processo de ajuste característico da nova fase de desenvolvimento do capitalismo relacionado, por um lado, à globalização da economia, ampliando a concorrência entre os agentes do mercado, e, de outro lado, à reestruturação das empresas de diversos setores econômicos, convidadas a produzir mais, melhor e diversamente. As maiores mudanças ocorridas nas empresas aconteceram não no contexto de um novo e melhor modo de produção que surge, mas no contexto de uma crise de um modelo antigo. Dessa crise, surgem diversos sistemas organizacionais, onde alguns prosperam e outros fracassam, dependendo de sua adaptabilidade, dos contextos institucionais diferenciados e das estruturas competitivas. Não ocorre um desaparecimento total do antigo modelo, mas uma diversidade de possibilidades. Tratando destas diferentes possibilidades, a externalização de atividades foi uma alternativa adotada pelas empresas com a finalidade de sanar a crise da produção em massa. Essa alternativa possibilitou uma nova configuração organizacional, a empresa em rede. Segundo Castells (2000), a empresa em rede, forma predominante de organização do Leste asiático, prosperou em vários contextos, enquanto a grande empresa, com várias unidades organizadas hierarquicamente em torno de linhas verticais de comando, tornou-se

6 6 mal-adaptada à economia informacional. A novidade não estaria na externalização de atividades, mas no seu alargamento, tendo em vista manter atividades de gestão, geralmente comerciais, externalizando as demais atividades, passando-as para outras empresas. Essa forma de organização empresarial permitiria a terceirização e a subcontratação como modos de ter o trabalho executado externamente, favorecendo uma adaptação flexível às condições de mercado. Conforme Antunes (2000), houve necessidade emergente de mesclar, aos antigos processos produtivos, novas formas de produção, mais flexíveis, sustentadas na qualidade dos produtos e serviços, articuladas pela re-qualificação do pessoal, da flexibilização organizacional da empresas capaz de transformá-las em uma rede de relação e prestação de serviços. Dessa forma, as empresas ficaram em posição de adequar-se frente à nova realidade, para sobreviverem. Para Hendry (1997), as mudanças tecnológicas, principalmente as de tecnologia da informação, contribuíram para que as organizações verticalmente integradas se tornassem organizações em rede. Segundo Bernstorff e Cunha (1999), a recessão econômica do final da década de 1980, quando a ordem era cortar custos (importância no lucro gerado versus capital imobilizado), e a crescente competitividade internacional somaram os elementos determinantes para a terceirização surgir como forma de gestão, relacionando a estrutura organizacional com a ideologia política dos Estados Unidos e da Inglaterra, baseada no individualismo, na eficiência, no profissionalismo e na orientação ao mercado. Historicamente, a terceirização foi uma estratégia adotada inicialmente pela indústria bélica Norte Americana, durante a Segunda Guerra Mundial, com a finalidade de aumentar a capacidade de produção de armamentos. No Brasil, segundo Leiria e Saratt (1995) a empresa Riocell aderiu a esta alternativa por volta do início da década de No final desta mesma década, verificou-se a expansão da terceirização por muitas outras empresas brasileiras, em diversos setores. Para Giosa (1994 apud Bernstorff e Cunha, 1999), terceirização significa um procedimento de gestão pelo qual se repassam algumas atividades para terceiros, com os quais se estabelece uma relação de parceria, ficando a empresa central da rede concentrada apenas em tarefas essencialmente ligadas ao negócio em que atua. Para definir terceirização, partilha-se das construções de Brasil (1993), Leite (1994), Oliveira (1996), Queiroz (1998) e Ruduit (2001, 2002) que, isolando suas particularidades, entendem esta alternativa organizacional como sendo um processo pelo qual a empresaorigem (ou empresa-mãe) transfere parte de suas atividades referentes ao processo produtivo para outra empresa. A empresa contratada para executar as atividades externalizadas da

7 7 empresa-origem é a empresa-destino, ou empresa terceira. A empresa terceira opera ou no interior do espaço físico da empresa-origem ou opera em seu próprio espaço físico. Segundo Ruduit (2002) o conceito de terceirização é distinto do de subcontratação. A subcontratação refere-se ao recurso gerencial pelo qual uma empresa contrata outra empresa para executar atividades auxiliares à produção, como higiene, vigilância, zeladoria, transporte, saúde, alimentação; enquanto que terceirização diria respeito à contratação de empresas para a realização de tarefas relativas à atividade-meio da cadeia produtiva, interna ou externamente aos limites espaciais da empresa contratante. Segundo o autor, o essencial é que a empresa terceira tenha total independência administrativa da empresa-origem e que opere com seu próprio capital, visando flexibilizar tanto a produção como o trabalho. Assim, ao invés de uma única empresa realizar todas as atividades necessárias para garantir a produção, forma-se um arranjo de empresas. Dentre os diversos objetivos da terceirização de atividades-fim estariam a otimização dos custos de produção, reduzindo o quadro funcional da empresa-mãe e repassando este custo para a empresa terceira, além da suposta maximização da produtividade e do aumento da qualidade dos serviços e da produção. Neste sentido, muitos estudos apontaram que a terceirização provoca redução da qualidade do emprego nas atividades que são terceirizadas. E esta é a perspectiva analítica mais evidenciada, especialmente na sociologia. No Brasil, existem três perspectivas complementares que discutem a terceirização. Diz-se que são perspectivas complementares uma vez que as dimensões que definem as considerações teóricas geralmente referem-se a elementos tomados sob pontos de vista diferenciados. A perspectiva defendida por Queiroz (1992) adota uma postura otimista, enfatizando aspectos organizacionais. O argumento sustenta que a terceirização de atividades proporcionaria uma relação de crescimento significativo da produtividade com elevação da qualidade dos produtos e serviços oferecidos. Nesta perspectiva, as empresas terceiras são empresas mais especializadas que a empresa-mãe acerca das atividades para elas repassadas. Em decorrência de maior know how, as empresas terceiras também teriam elevação na qualidade do quadro pessoal, uma vez que são contratados apenas trabalhadores voltados à atividade executada pela empresa terceira, possibilitando otimização de recursos ou de treinamento, por exemplo. Nesta perspectiva, a inserção de pessoal mais qualificado na empresa terceira favoreceria, portanto, as próprias condições de emprego. Para outros autores, a perspectiva de maior qualificação do pessoal não é evidenciada no caso da terceirização, e o emprego nas empresas terceiras possui menor qualidade do que

8 8 nas empresas centrais, em que quanto mais longe do núcleo, haveria mais precarização. Compartilhada por Borges e Druck (1993), essa perspectiva adota uma postura pessimista em relação à terceirização, observando esse procedimento organizacional através de suas características negativas. A busca por uma diminuição dos custos de produção acarretaria em perdas para os trabalhadores, como a diminuição dos salários, o aumento da jornada de trabalho, a diminuição dos benefícios e das condições de trabalho. A terceira perspectiva adota uma postura dualista, distanciando-se do antagonismo das duas perspectivas anteriores e propõe, conforme Gitahy (1994), a possibilidade de serem observados diferentes modos de terceirização, adaptados cada um ao seu contexto, com história e estrutura particulares. Essa perspectiva discute a terceirização no centro do processo de flexibilização do trabalho, entendendo ser possível observar a coexistência de diversos tipos de terceirização. Esta é uma abordagem que propõem analisar a terceirização no ambiente empresarial em que ela ocorre, percebendo particularidades contextuais que possibilitam diferentes avaliações sobre as conseqüências da terceirização. Nesta perspectiva, torna-se possível localizar formas de terceirização com maior ou menor grau de virtude, em que diferentes sistemas estariam combinados com diferentes tipos de contrato, diferentes perfis sócio-demográficos do pessoal ocupado e diferentes condições de trabalho, dependendo do segmento, do período analisado, da complexidade da atividade terceirizada, ou do grau de desenvolvimento dos setores analisados. No caso do Brasil, alguns autores entendem que a introdução do procedimento de terceirização teria se chocado com a crise econômica do final dos anos oitenta, com a instabilidade econômica, e com a participação assimétrica na globalização de mercados. Desta forma, a formação de redes de empresas teria sido marcada especialmente pela redução dos custos do trabalho e em detrimento da qualidade dos serviços. Em 1998 ocorreu a privatização das telecomunicações no Brasil e houve o boom da terceirização, especialmente no caso das operadoras de telefonia fixa. Os primeiros estudos sobre a terceirização neste setor destacaram situações pouco virtuosas, geralmente evidenciando a precarização do trabalho. Porém, a terceirização já ocorria nestas empresas mesmo quando eram públicas, mas num caráter de atividades auxiliares, como a expansão local das redes telefônicas, portanto, em termos de subcontratação, considerando-se a conceituação anteriormente definida. Foi após a privatização que se formou o terreno propício para que a subcontratação se expressasse de fato como terceirização. As operadoras de telefonia fixa passaram a terceirizar cada vez mais suas atividades, chegando ao momento atual em que gerenciam e monitoram as

9 9 empresas que prestam serviços para elas. Em 2004, as atividades de instalação e manutenção de rede, operação virtual de rede, comercialização de serviços, atendimento ao cliente, causas trabalhistas, dentre outras, estão terceirizadas, em sua maior parte. A terceirização no novo cenário do setor de telecomunicações do Brasil A reestruturação e a privatização das telecomunicações no Brasil foram provocadas por mudanças técnicas e por medidas políticas, impulsionando a constituição de um novo cenário organizacional e de emprego bastante distinto do que vigorou até o final dos anos As mudanças técnicas referem-se ao desenvolvimento e introdução de novas tecnologias, que proporcionaram novos produtos e serviços. As medidas políticas, por sua vez, incluíram processos de desregulamentação, privatização e liberalização, que tiveram repercussão sobre a formação de um ambiente competitivo 1 de atuação para as empresas. Segundo Guimarães (2006), o sistema público de telecomunicações, existente no Brasil até então, teria dificuldades para realizar os investimentos necessários para suportar a velocidade e a natureza das mudanças exigidas para a atualização do setor aos padrões internacionais. No Brasil, até 1998, o setor de telecomunicações estava constituído por empresas estatais, organizadas em regime de monopólio, operando em âmbito estadual e produzindo quase que exclusivamente telefonia fixa, como serviços de utilidade pública. Com as mudanças na base tecnológica do setor e o fim do monopólio estatal 2, entraram no mercado possibilidades de novos serviços, abrindo a perspectiva para a exploração comercial, segundo a concorrência e o atendimento às novas demandas. 3 Desde então, o setor de telecomunicações constitui-se por empresas de capital privado, com cultura e filosofia orientadas para o mercado. Segundo Wohlers (1999, p. 71), a reestruturação das telecomunicações no Brasil distinguiu-se positivamente das demais experiências latinoamericanas, não apenas pela maior dimensão relativa do mercado e do porte do seu operador público (Telebrás), mas especialmente pelo caráter tardio das mudanças. 1 O ambiente competitivo foi reflexo da Lei Geral de Telecomunicações (Lei Nº 9.472/1997). Convém destacar que a competição foi virtuosa no caso da telefonia celular e entre esta e a telefonia fixa. 2 A quebra do monopólio iniciou-se nos Estados Unidos, em 1984, seguido pela Inglaterra e por muitos outros países, entre esses, na América Latina, por exemplo, Chile, Argentina e México. O Brasil foi dos últimos a reestruturar o setor de telecomunicações e o fez privatizando o Sistema Telebrás, em Sobre a reestruturação e a privatização das telecomunicações no Brasil ver Larangeira (1998, 2003, 2004), Walter (1998), Dores (1999), Wohlers (1999), Novaes (2000), Pires e Dores (2000), Ruduit (2001), Guimarães (2006), Mocelin (2007).

10 10 Após a privatização, o setor de telecomunicações brasileiro passou por um revolucionário processo de expansão. Em 1990, existiam 10 milhões de acessos telefônicos fixos, equivalentes a 7,1 acessos telefônicos para cada 100 habitantes. Em 2006, o número de acessos superou os 140 milhões, sendo 40 milhões de acessos fixos e 99 milhões de acessos móveis (Gráfico 1). Gráfico 1: Evolução do número de acessos instalados na telefonia fixa e na telefonia móvel celular Brasil, Milhões de acessos instalados Fixo Celular Fonte: Agência Brasileira de Telecomunicações, Anatel. O crescimento inicial do setor não foi resultado imediato da expansão dos segmentos emergentes, como a telefonia móvel celular, mas ocorreu, sobretudo, em razão da modernização dos segmentos tradicionais, especialmente a telefonia fixa, em que ocorreu a digitalização das plantas telefônicas. No período entre 1994 e 2001, a telefonia fixa cresceu quase cinco vezes em relação ao início da década, mas estagnou nos anos seguintes. Mesmo assim, a expansão e a diversificação dos serviços de telefonia ampliaram o acesso da população aos serviços: a tele-densidade na telefonia fixa atingiu seu ápice em 2002 (28,7 acessos por 100 habitantes) e depois daí passou a declinar, devido ao crescimento da telefonia móvel celular. As operadoras de telefonia fixa são empresas que operam milhões de pontos telefônicos que estão na casa dos seus clientes ou nos estabelecimentos comerciais, o que implica na existência de um significativo contingente de trabalhadores responsáveis pela instalação e manutenção de extensas redes telefônicas. A operação destas redes exige dos trabalhadores especialização técnica na tarefa, mas não exigem escolaridade elevada. Após a

11 11 privatização, as operadoras de telefonia fixa passaram a externalizar toda a estrutura de operação de rede externa, e em seu núcleo tornam-se empresas concentradas cada vez mais cargos de gerenciamento, comerciais e voltados aos negócios. Gráfico 2: Evolução do número de empregos nas empresas de telefonia fixa Brasil, ,000 80,000 70,000 60,000 50,000 40,000 30,000 20,000 10, Tele Norte-Leste Tele São Paulo Tele Centro-Sul Fonte: Relatório Anual das respectivas empresas. Observação: Algumas empresas de telefonia fixa oferecem serviços de call center e de telefonia móvel celular, entretanto, o número de empregados considerado no gráfico refere-se exclusivamente aqueles que trabalham com telefonia fixa. Pesquisas realizadas no período logo após a privatização ( ) identificavam que o comportamento do mercado do trabalho demonstrava uma tendência à supressão de empregos nas operadoras e à expansão do trabalho informal, autônomo e pequenos empreendimentos, observando que tais trabalhadores eram re-inseridos via terceirização e com condições de trabalho precárias. Após a privatização, no caso das operadoras de telefonia fixa, houve redução no número de empregos, principalmente nas atividades de manutenção e instalação de rede. A redução de pessoal nas operadoras foi bastante expressiva e intensificouse no período entre 1997 e Em 1997, um ano antes da privatização, as empresas de telefonia fixa empregavam 80 mil trabalhadores. Em 1999, dois anos depois da privatização, o número de empregados nas empresas de telefonia fixa foi menor que 50 mil, chegando, em 2002, a casa dos 20 mil empregos, número que se estabilizou a partir de então. Contudo, não seria correto afirmar que as mudanças no setor de telecomunicações implicaram em redução do número de empregos no setor. Em linhas gerais, ocorreu geração de empregos, embora com características distintas, com atividades laborais demandantes de

12 12 trabalho mais qualificado. Os dados da base RAIS-Caged 4 permitem observar que o número de empregos no setor não sofreu redução no período entre 1994 e 2004, tendo inclusive se ampliado, mesmo que ligeiramente. Em alguns casos, houve eliminação de determinadas funções, mas com a criação de outras; em outros casos, houve re-alocação desse contingente de trabalhadores, em conseqüência da formação de novas empresas no setor e da terceirização. Gráfico 3: Evolução do número de empregos no setor de telecomunicações Brasil, , , , , , , ,000 60,000 40, , , Telecomunicações Obras em telecomunicações Fabricação de aparelhos telefônicos Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego, Rais-Caged. Nota: Número de vínculos de emprego formais ativos no dia 31 de dezembro do referido ano, declarado pelos respectivos estabelecimentos. Observação: Telecomunicações são atividades econômicas do setor de serviços; obras em telecomunicações, atividades do setor de construção civil; fabricação de aparelhos telefônicos, atividades do setor industrial. Entre 1994 e 1999, ocorre redução no número de trabalhadores na atividade de telecomunicações (serviços e empregos nas operadoras centrais da rede) e aumento no número de trabalhadores na atividade definida como obras em telecomunicações (manutenção e instalação de terminais telefônicos, caso da empresa analisada no presente estudo, que será destaca adiante). Neste período, haveria uma preparação para a privatização, expressa pelos planos de demissão voluntária, com trabalhadores saindo das estatais e sendo re-alocados nas 4 A RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), instituída em 1975, fornece informações estatísticas sobre o mercado de trabalho formal, funciona em conjunto com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), criado em 1965, que instituiu o registro permanente de admissões e dispensa de empregados; são mantidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego. As bases estatísticas podem ser acessadas em mediante cadastro como pesquisador.

13 13 empreiteiras. Todavia, neste período, o número de empregos reduziu-se em 16 mil na atividade telecomunicações, correspondente ao setor de serviços, que concentra as operadoras centrais de telefonia fixa e móvel, da mesma maneira que houve implementação de 16 mil empregos no caso das atividades definidas por obras em telecomunicações, que correspondem às atividades de manutenção e instalação de rede (Gráfico 3). Gráfico 4: Evolução da produtividade nas empresas concessionárias de telefonia fixa, Tele Norte-Leste Tele São Paulo Tele Centro-Sul Fonte: Relatórios das empresas. O número de trabalhadores no setor de telecomunicações aumenta logo após a privatização, sendo, entre 1999 e 2000, maior do que o número de trabalhadores no período ainda estatal. A partir de 1998, ano da privatização, até 2000, o setor passou por um grande processo de expansão e diversificação, com as empresas privadas tendo que cumprir as metas de universalização definidas pela Agência Nacional de Telecomunicações Anatel 5, nos contratos de concessão, o que explicaria o aumento do número de trabalhadores tanto na atividade de telecomunicações quanto em obras em telecomunicações. A partir de 2001, até 2003, o número total de trabalhadores começa a reduzir-se, porque o setor passaria a se ajustar, consolidando um contingente de trabalhadores capaz de fornecer suporte estratégico e 5 A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) é uma autarquia especial criada pela Lei Geral de Telecomunicações (Lei 9.472, de 16 de julho de 1997). A agência é administrativamente independente, financeiramente autônoma, não se subordina hierarquicamente a nenhum órgão de governo suas decisões só podem ser contestadas judicialmente. Segunda agência reguladora a ser criada no País, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) foi a primeira a ser instalada, em 5 de novembro de Do Ministério das Comunicações, a Anatel herdou os poderes de outorga, regulamentação e fiscalização e um grande acervo técnico e patrimonial. Compete à Agência adotar as medidas necessárias para o atendimento do interesse público e para o desenvolvimento das telecomunicações brasileiras (Home Page da Anatel, acesso em 26 de dezembro de 2008).

14 14 técnico para a nova configuração do setor, considerando-se que o número de empregos cai nas telecomunicações e também nas obras em telecomunicações. Em 2004, contudo, ocorre novo incremento no número de empregos em ambas as atividades de telecomunicações. A digitalização das plantas telefônicas também significou a obsolescência de determinado tipo de problemas, de conhecimento e de funções relacionados à tecnologia eletro-mecânica e, ao mesmo tempo, a emergência de novas áreas de atividades ligadas à tecnologia da informação e ao trabalho informático. O resultado foi uma nova distribuição desse contingente de trabalhadores, destacando-se a redução de pessoal nas operadoras e, em conseqüência, também a expansão da terceirização, o que acenaria para a transferência de pessoal entre empresas, sejam centrais sejam contratadas. O aumento da produtividade do trabalho (número de linhas em serviço por empregado) tem sido extraordinário nas empresas centrais de telefonia fixa (Gráfico 4), o que deve-se à introdução de novas tecnologias e ao crescimento das plantas telefônicas, contudo, é concomitante à redução do número de empregados nas operadoras. As concessionárias transformaram-se em empresas mais enxutas, voltando sua atenção a determinadas atividades e transferindo outras funções, terceirização, para empresas que se reportam a elas, formando uma rede. Tabela 1: Custo operacional com o pessoal das empresas concessionárias de telefonia fixa, Concessionária Custo Operacional/Ano Tele Norte-Leste Serviços de terceiros 21,8 20,0 25,3 26,0 26,0 Pessoal 17,9 13,8 12,2 11,7 11,7 Tele São Paulo Serviços de terceiros 36,8 31,0 31,2 28,3 (27.000)* Pessoal 20,4 11,9 12,5 10,2 (7.134)* Tele Centro-Sul Serviços de terceiros 12,6 16,4 (29.450)* 19,6 (23.329)* 28,1 (23.207)* 21,7 (26.650)* Pessoal 15,3 8,7 (7.890)* 6,9 (5.571)* 9,4 (5.207)* 5,2 (6.482)* Fonte: Relatório dos resultados anuais das empresas. Nota: 1) O custo operacional representa o valor percentual gasto com pessoal e serviços de terceiros sobre a receita das empresas. 2) Nesta tabela, a Tele Centro Sul é apresentada em seu conjunto, que inclui as filiais dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Rondônia e Acre. ( )* número de empregados. No Brasil, três operadoras (concessionárias) detêm 92% do mercado de telefonia fixa, cada uma delas atuando em uma Região específica, e não competindo entre si, mas com operadoras-espelho regionais, chamadas empresas autorizadas. As três operadoras 31,1 7,4

15 15 concessionárias, porém, passam por processos de transformação organizacional semelhantes. Com a externalização de atividades e a terceirização, as concessionárias reduziram os gastos com pessoal, que chegam a ser quase três vezes menor que os gastos com serviços de terceiros. O número de empregados das empresas centrais constitui-se aproximadamente cinco vezes menor do que o número de empregados na extensão da rede de empresas terceiras formada a partir das operadoras (Tabela 1). A redução de pessoal nas operadoras também teve influência específica sobre os tipos de empregos que ficaram concentrados nessas empresas. Houve reduções marcantes em algumas áreas e ampliação em outras (Tabela 2). Na Tele Centro-Sul, entre 2001 e 2002, a redução dos empregos na empresa foi de 29,4%, passando de para empregados. O aumento no número de empregos ocorreu nos cargos de diretorias e nas atividades de marketing e vendas. Por outro lado, as atividades em que ocorreram os maiores cortes de pessoal foram nas centrais de atendimento (-70%), rede expansão e operação (-43,5%) e recursos humanos (-51,5%). Tabela 2: Número de empregados na Tele Centro-Sul, segundo a atividade, 2001 e Ano Atividade % Marketing e Vendas ,0 Centrais de Atendimento ,7 Rede ,5 Expansão ,8 Operação ,0 Tecnologia da Informação ,7 Administração ,4 Presidência e Diretorias ,2 Materiais e Serviços ,5 Recursos Humanos ,5 Financeiro ,4 Total ,4 Fonte: Relatório de Resultados da Tele Centro-Sul, O novo ambiente competitivo tende a centrar as preocupações da empresa central sobre a gestão do negócio. Na lógica visada pela operadora, mudanças repentinas no mercado ou no contexto poderiam ser superadas sem que ela precisasse realizar grandes mudanças organizacionais. Com a mudança no foco das operadoras, a externalização de atividade tornase prática habitual, o que é relatado no trecho de uma entrevista abaixo reproduzido. A empresa como um todo é mais gestão, menos operação... eles [terceiros] fazem o que a gente deixou de fazer. Essa foi a grande mudança no modelo, isso em todo o Brasil, em todas as operadoras houve mudanças do modelo estatal para o modelo privado. Antes a operadora ia

16 16 até a casa do cliente [ou estabelecimento do cliente], instalava o telefone, arrumava o aparelho, em fim, fazia tudo. Depois houve a migração e a gente não faz diretamente isso em hipótese alguma, a gente tem apenas um grupo pequeno que faz apenas a gestão...é claro que a gente não abre mão de controlar as pessoas que gerem a nossa planta, mas virou muito mais comercial... (Engenheiro de operadora de telefonia fixa, Fevereiro de 2004). No Brasil, a terceirização foi implementada no setor de telecomunicações em três etapas, que podem ser sumariamente caracteriza da seguinte maneira. Numa primeira, ainda na década de 1980, foram terceirizados os serviços de apoio, desde alimentação e segurança até instalação e manutenção de rede em alguns municípios. Na segunda etapa, num momento pré-privatização, se ensaiou a terceirização de alguns serviços de rede, que se intensificam com a privatização, quando foram terceirizados desde o projeto de redes, passando pelos serviços de instalações, ampliando-se até os serviços de manutenção. Tendo iniciado por volta de , esse modelo permaneceu aproximadamente até o ano Durante o período ainda estatal, esse período foi marcado pelos planos de demissão voluntária. Na terceira etapa, há uma ampliação e intensificação da terceirização, com transferência acentuada de trabalhadores para outras empresas, atingindo serviços administrativos, de controle e supervisão técnica e também a criação de trabalhadores pessoa jurídica, ou seja, empresas formadas por um único trabalhador que antes era empregado da empresa. A partir de 2001, a terceirização no setor de telecomunicações tornou-se mais abrangente, incluindo não apenas serviços de instalação e manutenção da rede externa, mas também vendas de serviços de valor agregado, manutenção da rede interna e controle virtual da planta telefônica. As empreiteiras, que foram formadas para executar atividades de manutenção e instalação, também passaram a assumir outras responsabilidades, o que favoreceu a constituição de empresas ainda mais complexas. Essa maior abrangência da terceirização implica em transformações nas relações que se estabelecem no âmbito da rede de empresas, principalmente entre operadora e empresa terceira. Complexificação da empresa terceira A empresa terceira investigada é uma de duas empresas terceiras que operam a planta externa da concessionária Tele Centro-Sul 6, no Rio Grande do Sul. Essa operadora de 6 A empresa terceira investigada atende a estrutura da antiga Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT), parcialmente privatizada em 1996 (35% das ações), totalmente em 1998, passando a pertencer à Telefônica do Brasil Holding S/A, e, posteriormente, transferida para a Tele Centro-Sul, em Em 2004, a Revista Info Exame, classificou a concessionária como a quarta maior empresa de tecnologia do Brasil, quando obteve, em 2003, vendas de US$ 3,6 bilhões (receita operacional bruta) e lucro líquido de US$ 47 milhões.

17 17 telefonia fixa é concessionária dos serviços de telecomunicação, da Região II do antigo Plano Geral de Outorgas - PMO de A empresa terceira é responsável pela operação da planta externa da sua contratante, o que compreende as atividades relativas à instalação e manutenção e à operação virtual do sistema da rede telefônica. A planta externa (rede telefônica) é a conexão dos usuários (clientes/assinantes) aos serviços prestados pela operadora. Em 2004, é uma empresa com empregados. Porém, nem sempre a empresa terceira foi responsável pela completa operação da rede telefônica da operadora e possuía grande contingente de trabalhadores. A empresa terceira investigada iniciou suas atividades em 1987, quando o setor ainda era estatal, e possuía seis empregados, trabalhando sem contrato formal de emprego, quase como autônomos, e prestava um número limitado de serviços nas atividades de cabeamento e instalação de rede em determinadas localidades de operação da Companhia Rio Grandense de Telecomunicações, na cidade de Novo Hamburgo e localidades da Região do Vale do Rio dos Sinos. No final dos anos 1980, havia centenas de micro-empresas (pequenas empresas e cooperativas de trabalho) na mesma situação. Muitas empresas atuavam no mercado sem estarem regularizadas com a Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT), sendo assim, realizavam suas atividades utilizando o nome de empreiteiras maiores. As pequenas empresas, muitas delas formadas por ex-funcionários da estatal, muitos aposentados, constituíam conglomerados numa espécie de consórcio. Antes da privatização, o processo de subcontratação era dificultado em razão das licitações públicas. Os primeiros contratos com as empresas terceiras não tinham índices de qualidade previamente estabelecidos e ocorria perda de qualidade, principalmente devido ao baixo comprometimento dos trabalhadores das empreiteiras com o serviço. Além disso, durante o monopólio estatal, não havia concorrência e não existia uma agência avaliando os serviços prestados. Qualquer conjunto de trabalhadores podia participar das licitações, desde que atendesse a documentação requerida, cujo critério era o menor valor para a execução da obra, sem preocupação com a qualidade. Após a privatização, o processo de contratação para a prestação de serviços tornou-se menos burocratizado, embora tenha crescido a demanda de preços, racionalização do trabalho, e qualidade. Tornaram-se exigências não apenas preços competitivos, mas também formalização dos vínculos com os trabalhadores e reconhecimento no mercado. Além disso, a criação da agencia reguladora não só firmava metas em contrato com as operadoras como fiscalizava os serviços e avaliava a qualidade do mesmo. Foram poucas as empreiteiras que resistiram ao período. Muitas faliram, pois, além da expansão dos serviços, ocorria também

18 18 uma diminuição dos valores pagos pela operadora, empresa-mãe, para as empreiteiras em relação às contas telefônicas. Em geral, as empreiteiras não tinham competência para assumir maiores responsabilidades, como as concessionárias passavam a exigir, devido à pressão da avaliação da agência reguladora. Em conseqüência, as centenas de empreiteiras existentes entre desapareceram, restando apenas duas, que passaram a absorver os técnicos e instaladores de telecomunicações disponíveis no mercado. Outro fator que colaborou para a permanência de apenas duas empresas operando a planta externa da Tele Centro-Sul foi uma impossibilidade da lucratividade ocorrer quando se trabalha com poucas instalações. A margem de contribuição só se tornava atrativa para as empreiteiras quando podiam deter uma grande fatia do mercado, favorecendo seu crescimento. A contratação de serviços por parte da operadora passava a priorizar a transferência das atividades para empresas maiores que tivessem capacidade de assumir com responsabilidade e definitivamente segmentos da atividade-meio da operadora, tendo em vista garantir qualidade dos serviços que a empresa contratada passaria a prestar aos clientes da operadora. Porém, essas empresas maiores não existiam, e precisaram ser formadas no decorrer das mudanças no setor. Foi o que passou a ser observado a partir dos anos Gráfico 5: Evolução do número de empregados na empresa investigada e na contratante Contratada Contratante (Filial Rio Grande do Sul) Fonte: Pesquisa empírica; Relatórios das empresas, diversos anos. Entre 2001 e 2004, a empresa terceira passou por mudanças significativas em estrutura e organização, uma vez que teve responsabilidades mais complexas transferidas gradualmente

19 19 pela sua contratante. No caso estudado, a redução dos empregos na sede regional da Tele Cento-Sul acompanha o aumento no número de empregos alocados na empresa terceira analisada (Gráfico 5). O aumento no número de trabalhadores na empresa terceira está relacionado ao repasse de competências da operadora para ela. Em muitos casos, houve transferência de empregados da operadora para a empresa terceira, mediada pela operadora, em parceria com o sindicato, a fim de evitar maiores prejuízos aos trabalhadores. As maiores responsabilidades transferidas à empresa terceira implicam na diversidade da composição do contingente de pessoal, que demandou uma estrutura de cargos e funções no âmbito da empresa terceira, o que repercutiu na profissionalização do setor de recursos humanos, que ocorreu em Um importante aspecto da profissionalização dos recursos humanos foi a redução do turn over, que até o ano 2000, apresentava índices de 20% ao ano; em 2004, foi de 12% (ver Quadro 1, adiante). A ampliação do número de trabalhadores na empresa terceira causou forte repercussão nas atividades de recursos humanos, ocupado agora com uma população crescente de trabalhadores e de diferentes características técnicas. A empresa terceira passou, então, por um processo de racionalização, tendo em vista tornar o seu ambiente empresarial funcional, e corresponder às expectativas de sua contratante. Esse movimento de necessidade de ampliação da empresa fica ilustrado no trecho de entrevista, que segue abaixo. Hoje temos funcionários e até duas semanas atrás a gente tinha dificuldade, vários problemas, para gerar a folha de pagamento. Não estava profissional o suficiente, para trabalhar com funcionários e ainda capilarizados [Numa empresa de telefonia fixa, grande contingente do pessoal executa suas atividades fora da sede da empresa, portanto, não no chão-de-fábrica e longe dos olhos da gerência ] pelo estado todo, que era o que complicava mais. A gente tem profissionais que estão lá na cidade de Uruguaiana, as necessidades deles lá são completamente diferentes das nossas aqui. O sistema de gestão precisa reduzir essa distância que se tem hoje. A nossa busca hoje é por mais indicadores [de qualidade, eficiência], fazer um acompanhamento melhor dos empregados, ter uma equipe mais bem preparada, melhor formada, melhor remunerada, uma equipe mais profissional. O nosso sistema de gestão [da empresa terceira] precisa condizer com nossas crescentes responsabilidades. (Gerente de RH, empresa Y, Julho de 2004). A estrutura da empresa terceira compreende atividades complementares além daquelas ligadas à sua atividade-fim (manutenção e instalação de rede e controle virtual da planta telefônica), fato que implica que a empresa terceira possui independência administrativa e uma estrutura complexa, diferente do caso da antiga empreiteira. O Quadro 1 permite observar o desenvolvimento de indicadores organizacionais da empresa terceira, como a

20 20 evolução do número de empregados por atividade, o número de acessos telefônicos atendidos, a frota de veículos e a rotatividade. Quadro 1: Aspectos da complexificação da empresa terceira: evolução do número de trabalhadores e dos serviços e presença de estrutura própria, Complexificação Ano N de trabalhadores Instalação e manutenção * Centro de operações* Administrativos N de acessos atendidos 150,0 391, , , ,5 Convencionais (mil) 150,0 391, , , ,2 TUPs Dados ADSL Frota (N de veículos) ** Turn over 50% 20% 20% 12% 12% Atividade-fim Instalação e manutenção Sim Sim Sim Sim Sim Centro de operações - Sim Sim Sim Sim Profissionalização do RH Sim Sim Sede própria (centralização) - - Sim Sim Sim Negociação sindical Sim Sim Sim Sim Sim Acordo coletivo - - Sim Sim Sim Emprego: formalização total Sim Sim Departamento de qualidade - - Sim Sim Sim Absorção de terceiros Sim Avaliação das condições de emprego por parte da contratante Sim Sim Fonte: Pesquisa empírica. * Número aproximado (estimativa). ** 686 veículos próprios e 363 agregados (que pertencem aos funcionários) Como descrito até aqui, desde sua criação, nos anos 1980, até o presente, a empresa terceira investigada passou por mudanças significativas. Era uma pequena oficina informal que se tornou uma empresa grande, empregando mais de trabalhadores, em 2004, grande parte destes egressos de muitas outras pequenas empresas prestadoras de serviços que se formam logo após a privatização do setor. Deve-se considerar desta forma que a empreiteira da década de 1980 não é a mesma empresa de meados da década de 1990, diferenciando-se também da empresa atual. As mudanças mais intensas e que determinaram a considerar a complexificação da empresa terceira, ocorreram no período entre 2000 e Ruduit (2000) analisou a mesma empresa, no período entre 1996 e 2000, e constatou que a empresa terceira precisava explorar ao máximo a força de trabalho para poder realizar as tarefas solicitadas por menores valores,

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