1 PAGAMENTO DE HORAS EXTRAS A SERVIDORES COM JORNADA DE TRABALHO 12h X 36h

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1 CIRCULAR GEPE N o 003/2006 De: Para: (GEPE) Unidades de Controle de Pessoal das Secretarias, Gerências Regionais de Recursos Humanos, Gerências da GEPE, Divisão de Pessoal da Fundação Municipal de Cultura e Divisão de Recursos Humanos da Fundação de Parques ASSUNTOS: 1. Pagamento de horas-extras a servidores que cumprem jornada de trabalho 12h X 36h 2. Critérios para pagamento da média de extensão de jornada conforme ofícios 649 e Transposição de vantagens quando o servidor sofre alteração de BM 4. Orientações sobre abono dos sábados não-trabalhados de servidores da religião adventista 5. Concessão de nível efeitos financeiros retroativos 1 PAGAMENTO DE HORAS EXTRAS A SERVIDORES COM JORNADA DE TRABALHO 12h X 36h Com relação à apuração de horas-extras de servidores que cumprem jornada especial de 12h X 36h, temos a esclarecer: No intuito de aplicação isonômica e igualitária entre os servidores, orientamos que sejam consideradas, como horas-extras, aquelas que ultrapassem a jornada mensal prevista para os cargos efetivos dos servidores, desconsiderando-se quatro repousos remunerados por mês. Assim, para um cargo efetivo com previsão de jornada normal diária de 6 (seis) horas e desconsiderando-se os repousos remunerados, as horas trabalhadas que ultrapassarem as 156 (cento e cinqüenta e seis) horas mensais, efetivamente trabalhadas, deverão ser consideradas como horas extras. [180 horas no mês 4 repousos remunerados (24 horas) = 156 h/mês]. Exemplificando APURAÇÃO DE HORAS-EXTRAS: No caso de o mês possuir 30 dias 15 dias trabalhados = 15 dias X 12 horas = 180 horas efetivamente trabalhados = 24 horas-extras a pagar 1

2 No caso de o mês possuir 31 dias Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos 16 dias trabalhados = 16 dias X 12 horas = 192 horas efetivamente trabalhados = 36 horas-extras a pagar Conforme prevê a Constituição Federal de 1988, o repouso semanal remunerado deverá ser concedido preferencialmente aos domingos, e não necessariamente. Portanto, no regime de revezamento 12h X 36h, as horas trabalhadas aos sábados, domingos ou feriados serão computados sem qualquer acréscimo para efeitos de apuração do número de horas-extras. 2 CRITÉRIOS PARA PAGAMENTO DA MÉDIA DE EXTENSÃO DE JORNADA CONFORME OFÍCIOS 649 E 024 Conforme ofícios GABSCOMARH 649/04 e 024/04, foi determinado que, durante períodos de afastamento por motivo de licença médica, dentre outros, o pagamento da extensão de jornada é devido pela média dos valores recebidos nos doze meses anteriores ao afastamento e a continuidade dessa remuneração por até quatro meses contados a partir da data do término do Termo de Compromisso, caso a licença ultrapasse tal data. Considerando as normas em vigor para pagamento da referida extensão, será considerado o 31 de dezembro de cada exercício como a data de referência para a aplicação das determinações dos ofícios acima citados. Esse procedimento deve ser adotado até que seja normatizada a renovação dos Termos de Compromisso da extensão de jornada. Para servidores admitidos por meio do Edital n o 04/2003, cuja jornada a ser cumprida é de 40 horas semanais (jornada normal + extensão previstas na Lei 6.206/92), deve-se observar a data do Termo de Adesão na aplicação da regra prevista no ofício TRANSPOSIÇÃO DE VANTAGENS QUANDO O SERVIDOR ASSUME NOVO VÍNCULO NÃO CUMULATIVO De acordo com o parecer jurídico da SMARH sobre a transferência de vantagens relativas ao cargo efetivo, em virtude de aquisição de novo vínculo por aprovação e nomeação em concurso público, com a extinção do anterior, temos a esclarecer: 2

3 Inicialmente, com base nas conclusões do referido parecer, a determinação foi a de não conservar o Boletim de Matrícula, BM, que representa meramente um número de identificação do servidor municipal. A sua conservação não representa a transposição linear de todos os direitos que dispunha em seu vínculo funcional anterior, somente se a Lei assim o determinar. Sendo empossado em novo cargo, o servidor está assumindo novo vínculo com a PBH, inclusive estando sujeito a novo estágio probatório. O servidor, assim, inicia uma nova carreira. Além disso, devido à atual concepção do sistema Arte-RH, quando não há troca do número de matrícula, as informações do vínculo anterior serão sobrepostas. É importante destacar as diferenças entre vencimento e remuneração, conforme Lei 7.169/96, Estatuto do Servidor: Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei, (art. 1 º ). Remuneração é o vencimento do cargo, acrescido das vantagens pecuniárias, permanentes ou temporárias (art. 2 º ). Algumas vantagens pecuniárias estão ligadas a cargos específicos, não tendo relação com nova situação funcional do servidor. Outras decorrem do tempo de serviço e poderão ser transferidas para o novo cargo do servidor. Para fins de esclarecimentos, seguem transcritas as definições contidas no parecer exarado no processo n o , quanto à transferência de vantagens. APOSTILAMENTO Vantagem que se liga ao cargo, conforme art. 15 da Lei Municipal n o 5.809/90: O servidor público que contar pelo menos 10 anos de efetivo exercício na Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e nela exercer cargo ou emprego em comissão, e dele for exonerado, por iniciativa da administração não motivada por penalidade ou a pedido, por escrito, do interessado, após contar mais de 4 (quatro) anos consecutivos ou 06 (seis) alternados de exercício de cargo dessa natureza, continuará, ao reassumir o cargo de provimento efetivo de que for titular, salvo opção, a receber o vencimento correspondente ao cargo desempenhado em comissão. O apostilamento foi extinto de acordo com o art. 120 da Lei Municipal n o de Decorre daí que, enquanto direito adquirido, o apostilamento incorpora-se à remuneração do servidor; contudo, sendo condição para fazer jus à percepção da vantagem a reassunção do cargo efetivo de que era titular o servidor, evidente que a referida vantagem vincula-se ao cargo, razão pela qual o servidor a receberá somente enquanto for detentor do cargo efetivo que ocupava no momento em que se apostilou. 3

4 PROGRESSÃO FUNCIONAL Progressão Funcional é a promoção do servidor ao nível imediatamente superior de sua respectiva série de classe, define o Estatuto do Servidor Público Municipal, Lei 7.169/96. No que se refere a progressão profissional, não há transferência de um cargo para outro, pois trata-se de promoção mediante avaliação de seu desempenho na função que ocupar naquele momento. A progressão adquirida em um determinado cargo é, portanto, inerente ao desempenho do servidor naquele cargo, haja vista que o mesmo foi avaliado segundo critérios estabelecidos em lei, relacionados ao cargo que ocupa no momento da progressão. VANTAGENS JUDICIAIS OU INCORPORADAS Tendo sido as vantagens, tanto as judiciais quanto as incorporadas por força da lei, estabelecidas em razão do cargo efetivo que ocupava o servidor à época, não poderão ser transpostas para um novo cargo. ABONO POR TEMPO DE SERVIÇO (QÜINQÜÊNIO) O art. 135 do Estatuto estabelece que cada período de 5 (cinco) anos de efetivo exercício dá ao servidor o direito ao adicional de 10% (dez por cento) sobre seu vencimento. Esta vantagem, conhecida como qüinqüênio, decorre do tempo de serviço, razão pela qual deverá acompanhar o servidor, podendo ser computado o tempo de efetivo exercício no cargo anterior para fins de recebimento da vantagem no novo cargo. Contudo, com o advento da EC n o 19/98, os acréscimos pecuniários percebidos pelo servidor público não mais poderão ser computados nem acumulados para fins de concessão, razão pela qual, iniciando-se um novo vínculo com a Administração, a base de cálculo deverá ser alterada, para atender ao art. 37, XIV da CF/88. FÉRIAS REGULAMENTARES Poderá o servidor aproveitar o período aquisitivo relativo ao cargo de que se exonerou para fins de férias regulamentares no novo cargo, caso não ocorra intervalo entre a exoneração de um cargo e a posse no outro e 4

5 desde que não tenha o servidor fruído as férias regulamentares no exercício em que se deu a transposição para o novo cargo. ESTABILIDADE A CF/88, em seu art. 41, vincula a estabilidade do servidor a resultado satisfatório em estágio probatório, que é o meio utilizado pela Administração Pública para aferir a aptidão do servidor empossado para exercer as funções de um cargo. Note-se que, conforme parecer do douto consultor jurídico da GAB-SMADRH, no processo administrativo n o , o fato de o servidor ser considerado apto para exercer as funções de um cargo não pode significar que o seja para o exercício de outro cargo na Administração Pública. Destarte, estará o servidor sujeito a novo estágio probatório no caso de assunção de novo cargo por meio de concurso público, adquirindo a estabilidade apenas após aprovação e lapso temporal exigido. Só com a aquisição da estabilidade, transcorrido o tempo e aprovado em avaliação de desempenho (estágio probatório) é que o servidor poderá requerer as licenças previstas no Estatuto em que se exige que o servidor seja estável. Conclui-se, portanto, que tão somente as vantagens decorrentes do tempo de serviço deverão ser transpostas para o novo cargo, acompanhando o servidor, mas jamais serão passíveis desta transposição as vantagens que se vinculam ao cargo. 4 ABONO DOS SÁBADOS NÃO-TRABALHADOS PELOS SERVIDORES DA RELIGIÃO ADVENTISTA Acerca de questionamentos referentes a legislação que abone os sábados não-trabalhados por servidores da religião Adventista, por meio do processo n o , a Assessoria Jurídica esclarece que os mesmos não serão dispensados da jornada de trabalho nesses dias: Os adventistas também não terão abonados os dias faltosos. Deverão, como todos, atender às atividades em horário regulamentar, inclusive aos sábados, se for o caso, a menos que as funções inerentes ao cargo possam ser desempenhadas, sem prejuízo para a Administração Pública, em outro horário, circunstância na qual poderá ser fixado horário alternativo que resguarde o sábado e contemple a jornada de trabalho fixada por Lei. 5

6 Embora a CF de 1988, garanta a liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício de cultos religiosos, a proteção dos locais de realização de suas liturgias, (art. 5 o, VI), deve haver uma divisão bastante nítida entre o Estado e as religiões em geral, sem imposição de religião oficial alguma. É importante ressaltar que as práticas religiosas não gozam de liberdade absoluta, haja vista o fato de não haver mesmo qualquer direito absoluto em nosso sistema jurídico. A liberdade religiosa encontra limite nos direitos individuais dos outros e no interesse público. 5 CONCESSÃO DE NÍVEL EFEITOS FINANCEIROS RETROATIVOS Com relação aos efeitos financeiros decorrentes da concessão retroativa de níveis de progressão, temos a esclarecer: De acordo com o art. 180 da Lei n o 7.169/96, o direito de petição prescreve: I em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou disponibilidades, ou que afetem interesse patrimonial e créditos decorrentes das relações de trabalho. Compete à Gerência de Avaliação de Desempenho (GADV) observar se os servidores possuem direito ou não a progressão profissional e à (GEPE) orientar sobre a observância do prazo prescricional qüinqüenal. Portanto, quanto ao pagamento retroativo à concessão de níveis, deve ser observado o prazo prescricional qüinqüenal, previsto no art. 180 da Lei 7.169/96, a contar do requerimento do servidor. Belo Horizonte, 25 de outubro de Geraldo César Pereira Rodrigues Gerente de Administração de Pagamento de Pessoal 6