ANEMIA PANCITOPÊNICA EM CÃES E GATOS

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "ANEMIA PANCITOPÊNICA EM CÃES E GATOS"

Transcrição

1 UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO CURSO DE PATOLOGIA CLÍNICA ANIMAL ANEMIA PANCITOPÊNICA EM CÃES E GATOS Luciula Moreira Kfuri Rio de Janeiro Abr. 2007

2 LUCIULA MOREIRA KFURI Aluna do Curso de Patologia Clínica Veterinária da UCB ANEMIA PANCITOPÊNICA EM CÃES E GATOS Trabalho monográfico de conclusão do Curso de Patologia Clínica Veterinária, (TCC),apresentado a UCB, como requisito parcial para a conclusão do curso de pós graduação latu sensu, sob a orientação do Prof: Nayro Xavier de Alencar ] Rio de Janeiro Abr ii

3 APLASIA PANCITOPÊNICA EM CÃES E GATOS Elaborado por Luciula Moreira Kfuri Aluna do Curso de Patologia Clínica Veterinária Foi analisado e aprovado com grau:... Rio de Janeiro, de de Professor Orientador Rio de Janeiro,abr.2007 iii

4 Dedico este trabalho a minha família que sempre me apoiou nos estudos e principalmente ao meu marido e filha pela ausência causada iv

5 Agradecimentos Aos meus pais, que sempre me incentivaram nos estudos; À minha sogra Dionéia, ao meu marido e minha mãe, por terem ficado com minha filha nos dias de ausência; As minhas colegas de trabalho Aline Vieira, Gracy C. Gomes Tatiana Castro pelas contribuições ao trabalho; Ao meu orientador, Prof. Nayro Xavier pela orientação v

6 RESUMO A aplasia pancitopênica, também conhecida por anemia aplásica, tem como característica a baixa celularidade e a marcante presença de gordura na medula óssea. Este processo ocorre, devido a uma deficiência na produção de células hematopoiéticas e suas características no sangue são anemia não-regenerativa, com baixa ou inexistente reticulocitose, leucopenia e trombocitopenia. A aplasia medular tem sido descrita em várias espécies, incluindo cães, gatos e humanos. Suas causas são incertas em todas as espécies. Nos cães e gatos, a aplasia tem sido associada a doenças imunomediadas, viroses, agentes infecciosos, toxicidade por medicamentos, insuficiência renal crônica, neoplasias, mielonecrose e mielofibrose. O rápido diagnóstico pode ajudar a reverter o quadro de aplasia, pois quase todas as causas levam inicialmente a citopenias de no máximo duas linhagens, e posteriormente com o aumento da lesão medular a aplasia pancitopênica ocorre, devido a necrose medular. ABSTRACT Pancytopenia aplastic, also known as aplastic anemia, is characterized by low cellularity and marked fat deposition on bone marrow. This process occur due to deficient production of hematopoietic cells and the major signs are non regenerative anemia, low or absent reticulocytes, leucopenia and thrombocytopenia. Bone marrow aplasia has been described in several species, including dogs, cats and humans. No specific etiology has been determined for any species. In dogs and cats, the bone marrow aplasia has been associated with immune mediated diseases, viruses, infectious agents, drug toxicity, chronic renal failure, neoplasia, bone marrow necrosis and bone marrow fibrosis. Diagnostic procedures need to be done as early as possible in the course of the disease, since the beginning of the process is characterized by only cytopenia of at least two cell lines. The continuing injury will lead to pancytopenia as a consequence of bone marrow necrosis. vi

7 SUMÁRIO Resumo... vi 1. Introdução Revisão de Literatura Hematopoiese Fisiopatologia da Aplasia Aplasia Pancitopênica Idiopática Mielonecrose Aplasia Induzida Por Doença Imunomediada Aplasia Induzida Por Toxicidade Aplasia Induzida Por Agentes Infecciosos Mielofibrose Conclusão Bibliografia...16 vii

8 UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO CURSO DE PATOLOGIA CLÍNICA ANIMAL ANEMIA PANCITOPÊNICA EM CÃES E GATOS Aluna: Luciula Moreira Kfuri Coordenadora: Aline Moreiras Souza Orientador : Prof: Nayro Xavier de Alencar Rio de Janeiro Abr viii

9 1.INTRODUÇÃO Aplasia pancitopênica, também conhecida como anemia aplásica, é definida por uma deficiência na produção de células hematopoiéticas, resultando em uma medula hipocelular que é substituída por gordura. Ou seja, é caracterizada por uma redução ou ausência das células eritróides, granulocíticas e megacariocíticas (HARVEY,2001,p.125), que resulta em anemia, leucopenia e trombocitopenia, concomitantemente. Segundo Jain (1993,p.215), quando ocorre uma bicitopenia (depressão de dois elementos sanguíneos) no sangue periférico, a pancitopenia pode ocorrer. Devido a meia-vida curta dos neutrófilos e das plaquetas, comparadas as dos eritrócitos, a leucopenia, assim como a trombocitopenia, são manifestações de aplasia de medula que primeiramente aparecem (WEISS,2003,p.1327). As características no sangue são anemia não-regenerativa, com baixa ou inexistente reticulocitose, leucopenia e trombocitopenia. Aplasia medular tem sido descrita em várias espécies, incluindo cães, gatos e humanos (BRUNNING 1989, DORNSIFE et al., 1989, WEISS 2000,citado ix

10 ,WEISS,2005,p.203). Nas aplasias pancitopênicas, comumente são encontradas células do estroma ( adipócitos, células reticulares, células endoteliais e macrófagos), plasmócitos e alguns linfócitos e os macrófagos se encontram com grande quantidade de hemosiderina, devido ao estoque de ferro não utilizado pela produção de eritrócitos (HARVEY, 2001,p.12). Suas causas são incertas em todas as espécies e bem variadas (MIURA et al., 1991, NISSEN,1991, WEISS 2005, op.cit. p.203). Estudos descritos anteriormente indicam uma supressão hematopoiética imuno-imediada (MIURA et al.,1991, ibid). Mais recentemente, uma superprodução de citocinas interferon-γ e fator de necrose tumoral-α tem sido descritas na aplasia humana (Verma et al., 2002, ibid). O exame da medula óssea, seja através da citologia por aspiração ou pela biopsia, é uma importante ferramenta para avaliação dos distúrbios hematológicos que ocorrem nos animais. Essa avaliação, feita juntamente com o histórico clínico,a anamnese do animal e com a avaliação do exame de sangue periférico (hemograma completo), pode nos levar a um diagnóstico, prognóstico e tratamento apropriados. Nesta revisão, dá-se enfoque a aplasia medular pancitôpenica, suas características, causas e possíveis tratamentos. O exame da medula por aspiração muitas vezes é dificultado pela baixa concentração de células, x

11 o diagnóstico final geralmente é realizado por biopsia, demonstrando a marcante hipocelularidade e a presença de gordura na medula (JAIN, 1993,p.8). Nos cães e gatos a aplasia tem sido associada a doenças imunomediadas, agentes infecciosos, toxicidade por medicamentos, insuficiência renal crônica, neoplasias e mielonecrose. A mielofibrose, apesar de não ser considerada por muitos autores como uma das causas de aplasia de medula, será considerada nesta revisão porque,mesmo não sendo uma causa primária, a mielofibrose leva a uma aplasia medular secundariamente. 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Hematopoiese A hematopoiese ou hemopoiese é a produção dos elementos celulares do tecido sanguíneo. A atividade hematopoiética gera mais de nove tipos celulares diferentes, divididos em: linhagem linfóide (linfócitos T e B, células NK (natural killer) e células dendríticas linfóides); e linhagem mielóide (macrófagos, eosinófilos, xi

12 neutrófilos, mastócitos, eritrócitos, etc.), a partir de uma entidade celular denominada célula-tronco hematopoiética ou HSC (hematopoietic stem cell) (WEISSMAN & ANDERSON et al., 2001,p.201). A hematopoiese começa na vida intra-uterina, no saco vitelíneo, e durante a formação do feto, o fígado e baço também participam. Somente após o nascimento é que a medula óssea assume o sitio definitivo da hematopoiese, com exceção da linfopoiese que também ocorre no timo, baço e linfonodos. Em um animal normal, o número de eritrócitos, leucócitos e plaquetas se mantém em equilíbrio constante. Quando há um distúrbio que cause uma hemorragia, ou uma inflamação, por exemplo, o centro hematopoietico é estimulado a produzir as células necessárias. Este mecanismo funciona graças a um mecanismo de feedback, que responde a um decréscimo da população de células. A medula óssea contém um pequeno número de células-tronco primitivas, que respondem a essa demanda. Elas se diferenciam em células progenitoras, que se multiplicam e amadurecem formando as células que requerem expansão. Estas são chamadas de células pluripotenciais, também conhecidas como CFU. As CFU são células heterogêneas, capazes de se auto-regenerar e de se diferenciar em vários tipos de células progenitoras (JAIN,1993,p.73). Estas, se diferenciam em células progenitoras mieloides e células progenitoras linfóides, que também se diferenciam xii

13 em várias unidades formadoras de colônias (CFU), até formarem as células sanguineas. Figura Fisiopatogenia Da Aplasia Fonte: Google imunologia.ufp.pt/imuno-cfa/teórica/to9-visão integrada.ppt xiii

14 Vários fatores regulam a hematopoiese, estes incluem o microambiente hematopoietico (HM) e fatores humorais. O HM é um sistema de malhas composto por células do estroma, matriz extracelular, glicoproteínas (fatores de crescimento) e células acessórias ( linfócitos T e B e células NK). Os fatores humorais consistem nas poietinas (ex. eritropoietina), nos fatores estimulantes de colônias(fec) e nas interleucinas. Qualquer falha em uma das etapas da hemopoiese, pode levar a um defeito na produção e na diferenciação, levando a uma mieodisplasia ou mesmo a uma aplasia pancitopênica. 2.2 Fisiopatogenia da Aplasia Os mecanismos que causam a aplasia pancitopênica incluem a destruição das células- tronco e das células progenitoras; mutações que resultam no decréscimo da proliferação das células-tronco; distúrbios do HM, incluindo anormalidades com as citocinas e distúrbios no estroma( WEISS,op.cit.p.1327). xiv

15 Independente da causa, a aplasia pancitopênica pode ser dividida na forma aguda e na forma crônica. A forma aguda está freqüentemente associada com a destruição das células progenitoras e das células proliferativas da medula. Os exames laboratoriais incluem leucopenia e trombocitopenia. A anemia usualmente é suave ou inexistente, devido a meia vida longa das hemácias. Assim que a lesão medular é retirada, as células voltam a crescer e a se desenvolver. A aplasia pancitopênica crônica ocorre devido a lesões nas células tronco hematopoiéticas, e é caracterizada por neutropenia, trombocitopenia, e moderada à severa anemia. A repopulação da medula é incerta, depende do grau de lesão ocorrido com as célulastronco.(feldman et al,2000,,op.cit.p.213) A destruição das células-tronco/progenitoras, está ligada muitas vezes a agentes infecciosos (Felv, Parvovírus, Ehrlichia sp.), drogas, toxinas e radiação. Alguns tipos de infecções e radiações causam rápida destruição das células precursoras da medula óssea. Parvovírus em cães ou gatos causam aplasia pancitopênica aguda devido a destruição direta das células progenitoras e proliferativas dentro da medula. A lesão na medula também pode ser resultado da endotoxemia ou septicemia. Parece que as endotoxinas atuam diretamente nas células hematopoiéticas. A medula óssea fica caracterizada pela necrose e pelo crescente número de macrófagos fagocitando. Na infecção causada pelo vírus da xv

16 Felv ocorre, freqüentemente, supressão seletiva da eritropoiese e trombopoiese, mas pode causar aplasia pancitopênica. A medula óssea canina é altamente susceptível a supressão induzida por estrógenos, seja ele endógeno ou exógeno. Quando esses estrógenos estão em altas doses nos cães, áreas de necroses são observadas na medula, mas seu maior efeito é na supressão das células-tronco. Drogas e radiações atingem mais as células proliferativas da medula. Devido ao fato das células tronco não terem alto poder mitótico, parece que elas, são relativamente mais resistentes a esse tipo de injúria medular. Geralmente após o descontinuamento do tratamento, as células começam a se recuperar. Drogas com alto poder mielossupressivo incluem, ciclofosfamida, doxirrubicina e vincristina..(feldman et al,2000,,op.cit.p.213) Aplasia Pancitopênica Idiopática Em humanos é responsável por 40 a 90% dos casos de aplasia pancitopênica.células-mediadoras de citotoxicidade, defeitos no estroma, superprodução de citocinas inibidoras da hemopoiese, deficiência nas células-tronco e xvi

17 mutação genética, têm sido as prováveis causas da aplasia em humanos WEISS,op.cit.p.214). Linfócitos T citotóxicos têm sido associados a anemia aplásica, mas segundo Weiss(,op.cit.p.1328), estes podem surgir após repetidas transfusões. Estas células podem suprimir a hematopoiese através da liberação de citocinas interferonγ e fator de necrose tumoral-α e estas induzem a apoptose. O diagnóstico é feito através de um completo histórico, onde se descartam todas as possibilidades de agentes infecciosos, exposições a drogas ou qualquer outro agente que possa levar a uma aplasia de medula. O tratamento é de suporte, com antibióticos, drogas imunosupressoras, assim como transfusões. Em humanos, estudos têm utilizado GM-CSF, IL-3, resultando em aumento das células no sangue, mas estes fatores provavelmente estimulam resíduos hematopoiéticos existentes, mas não melhoram o defeito hematopoiético.(weiss,2003,p.1331) O melhor tratamento têm sido o transplante de medula óssea, em humanos, mas em veterinária, doadores compatíveis têm sido um problema (ibid,p.1332). xvii

18 2.2.2 Mielonecrose Há duas formas de morte celular, a necrose e a apoptose (morte fisiológica). Na necrose, a célula morre pela inabilidade da mitocôndria de gerar energia na forma de ATP, ocorrendo assim uma degeneração da célula. (HARVEY,op.cit,p.128) Os mecanismos da mielonecrose não estão claramente elucidados, sugere-se que a necrose possa ser causada por danos diretos as células hematopoieticas ou pela isquemia da microcirculação medular. As lesões iniciais demonstram máculas de células hematopoieticas de celularidade indistinta. Com o decorrer da doença estas áreas de necrose se tornam hipocelulares e a região começa a ser substituída por fragmentos de tecido granular eosinofílico (ibid,p.129.). Este tecido,depois, começa a ser fagocitado por macrófagos. No aspirado esta é a principal característica, um número aumentado de macrófagos fagocitando estes fragmentos de células. Este processo pode levar posteriormente a uma mielofibrose, que será discutido mais a frente. Knupp et al., citado por Shimoda et al.(2000,p.115), demonstrou que a concentração de fatores de necrose tumoral (TNF) em pacientes com câncer, com xviii

19 mielonecrose, eram mais elevadas que os pacientes com câncer, sem mielonecrose. Sugerindo-se assim que os TNF possam estar envolvidos com a mielonecrose. As causas são, septicemia,e/ou endotoxemia; neoplasia; toxicidade por drogas; estrógenos; agentes infecciosos; anemia imunomediada e lúpus eritematoso sistêmico (WEISS,2006,p.215). O prognóstico vai depender do grau da lesão, pois o local da necrose não se regenera. O tratamento depende da doença desencadeadora Aplasia Induzida por Doença Imunomediada A aplasia que ocorre por doença imunomediada, é de difícil diagnóstico, devido ao uso de glicocorticoides que inibem a doença. Geralmente as células eritroides são as mais afetadas, mas as células mielóides também podem ser afetadas (WEISS 2003,p.1331). A doença imunomediada pode ser congênita ou induzida por agentes infecciosos ou por agentes tóxicos. Nesta seção daremos enfoque ao lúpus eritematoso sistêmico (LES). xix

20 O LES é tipicamente uma doença imunomediada multissistêmica crônica, na qual os anticorpos estão dirigidos contra uma variedade de tecidos e/ou componentes tissulares (NELSON & COUTO, 1994,p.715). Sua etiologia não é conhecida, mas além de ser congênita, ela também pode ser induzida por agentes infecciosos. Os achados hematológicos mostram uma pancitopenia. O exame da medula mostra que os precursores hematopoiéticos estão presente, mas em número reduzido e há um aumento no número de macrófagos, fagocitando eritrócitos maduros e fragmentos de células ( FELCHE et al,1996,p.742). Plasmócitos também são encontrados em número aumentado. Na verdade o LES não atinge diretamente as células tronco e/ou as células precursoras, mas faz com haja uma necrose na medula (mielonecrose). O prognóstico vai depender do tempo de evolução da doença e o grau de necrose da medula. Geralmente usa-se prednisona em dose imunosupressiva ou mesmo azatioprina ( Imuran ) Aplasia Induzida Por Toxicidade xx

21 Muitas drogas têm sido relacionadas as alterações hematológicas em cães (WEISS, 2002,p.213). A medula óssea é altamente susceptível a drogas como o estrógeno, a ciclofosfamida, azatioprina, doxirrubicina, vincristina, sulfadiazina, cefalosporinas, albendazol, captopril, fenotiazina, griseofulvina, cloranfenicol, antinflamatórios não-esteroidais, entre outras. A mais freqüente ocorrência de aplasia induzida por toxinas, é a que ocorre devido ao estrógeno, principalmente o endógeno, causado pelos tumores testiculares. Os três tumores testiculares que ocorrem com mais freqüência em cães são o tumor de células de Sertoli (Sertolioma), seminiomas e tumores de células interticiais e se desenvolvem com a mesma freqüência, principalmente em cães criptorquidas ou com hérnia inguinal. Os sertoliomas secretam estrógeno e podem causar a síndrome da feminilização em cães machos devido ao hiperestrogenismo. Cães com seminiomas e tumores de células interticiais também têm sido relatados, mas com menor freqüência (MORGAN 1982, SUESS et al., 1992,citados por SANPERA et al.,2002, p.365). A mielosupressão atribuída ao estrógeno, seja ele endógeno ou exógeno, inicialmente demonstra uma hiperplasia granulocítica transitória e uma redução nos elementos megacariocíticos e eritróides que corresponde no sangue a uma leucocitose neutrofílica, trombocitopenia e anemia. Três semanas após o início xxi

22 do hiperestrogenismo, todas as linhagens de células hematopoiéticas estão suprimidas (SUESS et al.,1992.p.1347).). O mecanismo da mielosupressão pelo estrógeno ainda não está bem compreendido, mas tem sido relacionado com alterações e interferências na diferenciação das células tronco (SANPERA,op.cit.p.369, ibid p.1347), na alteração no uso de ferro pelos precursores eritrocitários e pela possibilidade de inibição da produção de fatores estimulantes eritrocitários ( FELDMAN & NELSON, 1987 citado por SANPERA et al., op.cit.p.366). O prognóstico é grave, sua reversão depende do diagnóstico precoce e o tratamento é de suporte. Antinflamatórios não esteroidais, como o fenilbutazona, também possuem prognóstico reservado quando usados por longos períodos. Eles causam lesões nas células-tronco, mas usados por períodos menores, podem causar danos reversíveis após o descontinuamento do tratamento ( FELDMAN et al,op.cit.p.213). Quimioterápicos são tóxicos para as células progenitoras e para as células proliferativas da medula. Devido ao fato das células-tronco não terem alto poder mitótico, elas usualmente parecem ser poupadas. Por essa razão o quadro é reversível após decontinuamento da drogas(ibid,p.214). Albendazol usado em altas doses, foi descrito por Stokol et al. (1997,p.1755), como a causa de aplasia pancitopênica em cães e gatos, tendo xxii

23 acometido as células hematopoiéticas precursoras. Outras drogas como febendazol, sulfadiazina-trimetropim, griseofulvina, metronidazol e captopril, têm sido relacionadas a aplasia medular em gatos, assim como em cães. O prognóstico geralmente é favorável após descontinuamento do tratamento Aplasia Induzida Por Agentes Infecciosos As causas de aplasia pancitipênica incluem parvovírus, vírus da leucemia felina (FELV), vírus da imuno-deficiência felina (FIV), ehrliquiose septicemia bacteriana e endotoxemia(feldman et al, 2000, p.216). A infecção por parvovírus pode causar hipoplasia eritróide, assim como hipoplasia mielóide, mas trombocitopenia é rara ou ausente. Parvovírus pode causar anemia aplásica, devido a lesões nas células precursoras da medula, ocorrida secundariamente através da endotoxemia ou septicemia provocada pelo vírus. Há presença de um grande número de macrófagos e de eritrofagocitose, assim como há um grande número de plasmócitos e linfócitos reativos, caracterizando assim uma mielonecrose(boosinger et al, 1982,p.558). xxiii

24 A leucemia felina está associada com inúmeras anormalidades hematológicas, incluindo proliferação e depressão da medula. Fatores de necrose tumoral têm sido associados a hipoplasia eritróide causadas pela Felv (SHIMODA ET AL.,op.cit.p.115), sugerindo-se que os TNF possam estar envolvidos com a supressão da medula óssea, causando a mielonecrose. Lester et al.,(1981,p.471) sugerem que a neutropenia, anemia e trombocitopenia ocorrem quando ocorre o contato inicial do vírus com a medula, causando uma imunosupressão no gatos. A ehrlichiose nos cães e gatos pode causar anemia pancitopênica, nas formas crônicas da doença, onde já há supressão das células precursoras na medula. Na forma aguda a medula se encontra hipercelular, sugerindo que as citopenias são decorrentes da destruição das células no sangue periférico. Sendo assim a anemia aplásica causada pelos agentes infecciosos, geralmente ocorre devido a mielonecrose que estes provocam. O prognóstico também varia de acordo com a doença e do grau de lesão medular Mielofibrose xxiv

25 A mielofibrose é decorrente de uma resposta proliferativa de fibroblastos na medula óssea e deposição de colágeno na cavidade da medula (HOFF ET AL.1991, p.357). Pode ser classificada como primária e secundária. A mielofibrose primária é decorrente de um distúrbio mieloproliferativo nas célulastronco pluripotenciais nos humanos. Tem como características, células eritróides nucleadas e granulócitos imaturos na circulação, hematopoiese extramedular e mielofibrose. Este tipo de mielofibrose não tem sido descrita nos cães (REAGAN, 1993,p.164). A mielofibrose secundária é decorrente da seqüela de uma lesão medular, causada por necrose, danos vasculares, inflamação e neoplasias(ibid). A mielofibrose tem sido documentada em animais com necrose medular, distúbios mieloproliferativos, distúrbios linfoproliferativos, neoplasias não originadas na medula, e cães com deficiência de piruvato-kinase, (HARVEY, op.cit.p.128), anemia hemolítca crônica e causas inespecíficas Acredita-se que esses distúrbios, diretos ou indiretos, leve a produção dos fatores de crescimento dos fibroblastos. A hipótese que é mais aceita, é a de que fatores de crescimento derivados dos megacariócitos ou das plaquetas, estimulem o aumento de fibroblastos e a produção de colágeno. Na mielofibrose, os megacarioblastos estão presentes em grande número (HOFF et al.,op.cit.p.357). xxv

26 O tratamento é de suporte e vai depender do estado em que o animal se encontra, antibióticos, transfusões, vitamina B-12, anabolizantes esteróides, corticosteróides(ibid,p.358) O prognóstico depende do grau da lesão medular, quanto mais cedo for diagnosticado, mais chances terá o animal. Estágios da doença muitos avançados, tem um prognóstico reservado, pois a área atingida não se recupera mais. 3. CONCLUSÃO A anemia pancitopênica pode ser evitada,na maioria das vezes, se for rapidamente diagnosticada, através do exame de medula óssea, quando for observado algum tipo de citopenia no sangue periférico, sem diagnóstico conclusivo. Todas as causas relatadas, levam, em geral, a uma destruição das células progenitoras e proliferativas, e geralmente atigem até duas linhagens no início da doença, podendo levar a uma pancitopenia, graças a uma lesão medular causada pela necrose celular (mielonecrose). Conclui-se que a mielonecrose, é a consequência direta, de praticamente todas as doenças aqui relatadas, sendo a principal causadora de xxvi

27 aplasia pancitopênica e que o tratamento depende da doença desencadeadora e do diagnóstico precoce, antes que grandes áreas de fibrose se instalem. 4.BIBLIOGRAFIA AMMANN,V.J. et al. Pancytopenia associated with bone marrow aplasi in a Holstein heifer. Can Vet J. Montreal.v.37,p , Aug Disponível em:<. Acesso em 15 de jan BOOSSINGER.T.R. et al. Bone marrow alterations associated with canine parvoviral enteritis. In:- Vet. Pathology p xxvii

28 BRODSKY, R. Aplasia anaemia.. V.365 p May 7,2005. Disponível em:<. Acesso em 20 de jan FELCHE et al.. Sytemic lupus erythematosus and bone marrow necrosis in a dog. Can Vet. J. V37, P , Dec Disponível em:<. Acesso em 15 de jan FELDMAN,B.F. et al. Schalm s veterinary hematology.5.ed.usa. Wolters Kluwer Company,2000. p ; HARVEY,J.W. Atlas of veterinary hematology:blood and bone marrow of domestic animals. Flórida:W.B. Saunders Company,2001.p HITT. M. E. ; MCCAW. D. L. Felv infection, hemolitic anemia and hypocellular boné marrow in a cat: Treatment with Protein A and Prednisone. Can Vet J. V.29. September, Disponível em:<. Acesso em 15 de jan HOFF et al. Myelofibrosis: Review of clinical and pathological features in fourteen dogs. Can Vet J. Ontário.v.32, p , June Disponível em:<. Acesso em 15 de jan HOLLAND, M. Et al.. Pancitopenia associated with adminstration of captopril to a dog. JAVMA. V.208, n.10, p , May HOOF.B et al. An appraisal of bone marrow biopsy in assessment of sick dogs. Can J. Comp. Med. Ontário: v.49. p.34-42,1983. Disponível em:<. Acesso em 15 de jan JAIN, N.C. Essentials of veterinary hematology.philadelphia: Lea & Febinger,1993.p KLAG,A.R. et al, Concurrent ehrlichiosis and babesioses in a dog. Can Vet J. Montreal. V.32, p , May Disponível em:<. Acesso em 15 de jan LESTER.S.J.; SEARCY.G.P. Hematologic abnormalities preceding apparent recovery from feline leukemia virus infection. JAVMA. Canadá, March 1, 1982 MACIEJEWSKI,J.P. ; RISITANO,A. Hematopoietic Stem Cells in Aplastic anemia. Archieves of medical Research.v.34,p ,2003. xxviii

29 OGAWA,M. Differentiation and proliferation of hematopoietic stem cells. Blood.v.81,n.11,p ,1993 OGAWA,M. Hematopoeisis. J. Allergy Clin. Immunol. Charleston, S.C. p sep REAGAN.W.J. A review of myelofibrosis in dogs. Toxicologic Pathology. USA.v.21.n.2, p , REBAR, A.H. General responses of the boné marrow to injury. Toxicology Pathology. V.21, n.2, p , 1993 RINKARDT, N.E.; KRUTH,S.A. Azathioprine-induced boné marrow toxicity in four dogs. Can Vet J. Ontário. V.37,p , Oct SANPERA et al. Oestrogen-induced bone marrow aplasia in a dog with a Sertoli cell tumor. Journal of Small Animal practice. Barcelona. V. 43.p , August Disponível em:<. Acesso em 15 de jan SHIMODA,T. et al. Bone marrow necrosis in a cat infected with feline leucemia vírus. J Vet. Med. Sci. Japan. V.62(1).p.113-5, Disponível em:<. Acesso em 15 de jan STOKOL et al. Development of boné marrow toxicosis after albendazole administration in a dog and cat. JAVMA. V.210, n.12, p , June SUESS et al. Boné marrow hypoplasia in a feminized dog with na intertitial cell tumor. JAVMA. V.200. N. 9, P , MAY WEISS, D. D. Aplastic anemia in cats-clinicopathological features and associated disease conditions Journal of Feline Medicine and Surgery. Minessota: Elsevier, v.8.p Nov Disponível em:<. Acesso em 15 de jan WEISS, D.J. et al.. Retrospective Study of Canine Pancytopenia. Veterinary Clinical Pathology. Minnesota.v.28,n.3,p.83-87, xxix

30 WEISS, D.J. Feline myelonecrosis and myelofibrosis: 22 cases Comp. Clin. Pathol. Disponível em:< Acesso em 15 de jan WEISS, D.J. New insight sinto the physiology and treatment of acquired myelodysplastic syndromes and aplastic pancytopenia.vet Clin Small. Minnesota:Elsevier,v.33.p ,2003 WEISS,D.J. ; SMITH, S.A. Interpretation of canine bone marrow. Compend. Contin. Educ. Pract. Vet. Minnesota.v.24.n.9, p Disponível em:<. Acesso em 20 de jan.2007 xxx

31 xxxi

32 FIG.1 REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA PRODUÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DAS CÉLULAS HEMATOPOIÉTICAS Fonte: Google, imunologia.ufp.pt/imuno_cfa/teorica/t09-visaointegrada.ppt xxxii

CONHECIMENTO GOTAS. neoplasias hematológicas: leucemia mieloide crônica

CONHECIMENTO GOTAS. neoplasias hematológicas: leucemia mieloide crônica CONHECIMENTO EM GOTAS neoplasias hematológicas: leucemia mieloide crônica leucemia é uma doença maligna dos leucócitos (glóbulos brancos). ela pode ser originada em duas linhagens diferentes: a linhagem

Leia mais

Perguntas e respostas sobre imunodeficiências primárias

Perguntas e respostas sobre imunodeficiências primárias Perguntas e respostas sobre imunodeficiências primárias Texto elaborado pelos Drs Pérsio Roxo Júnior e Tatiana Lawrence 1. O que é imunodeficiência? 2. Estas alterações do sistema imunológico são hereditárias?

Leia mais

Contagem total de leucócitos Contagem diferencial e absoluta Neutrófilos Linfócitos Monócitos Eosinófilos Basófilos Achados de esfregaço sanguíneo

Contagem total de leucócitos Contagem diferencial e absoluta Neutrófilos Linfócitos Monócitos Eosinófilos Basófilos Achados de esfregaço sanguíneo Contagem total de leucócitos Contagem diferencial e absoluta Neutrófilos Linfócitos Monócitos Eosinófilos Basófilos Achados de esfregaço sanguíneo Contagem total de leucócitos Contagem diferencial e absoluta

Leia mais

Diagnóstico diferencial da trombocitopenia em cães e gatos. Leonardo P. Brandão, MV, Msc, PhD

Diagnóstico diferencial da trombocitopenia em cães e gatos. Leonardo P. Brandão, MV, Msc, PhD Diagnóstico diferencial da trombocitopenia em cães e gatos Leonardo P. Brandão, MV, Msc, PhD Gerente de Produto 0peração Animais de Companhia- MERIAL Saúde Animal 2011 Trombopoiese Plaquetas são fragmentos

Leia mais

LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA EM CÃO RELATO DE CASO

LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA EM CÃO RELATO DE CASO LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA EM CÃO RELATO DE CASO LUCIANE CAMILA HISCHING 1, FABIOLA DALMOLIN 2, JOELMA LUCIOLI 3, THIAGO NEVES BATISTA 3, JOSÉ EDUARDO BASILIO DE OLIVEIRA GNEIDING 3. 1 Discente Medicina

Leia mais

DEFINIÇÃO. quantidade de plaquetas.

DEFINIÇÃO. quantidade de plaquetas. HEMOGRAMA DEFINIÇÃO É o exame mais requisitado pela medicina e nele analisa-se as células sanguíneas. É comum você pegar um laudo dividido em três partes:eritrograma, parte que analisa as células vermelhas

Leia mais

AVALIAÇÃO LABORATORIAL

AVALIAÇÃO LABORATORIAL AVALIAÇÃO LABORATORIAL Escolha das análises a serem realizadas Realização da coleta de forma adequada domínio da técnica reconhecimento de eventuais erros de procedimento escolha do recipiente, acondicionamento

Leia mais

Aplasia Medular em Cães

Aplasia Medular em Cães Aplasia Medular em Cães Aplastic bone marrow in dogs Lívia Fagundes Moraes 1, Regina Kiomi Takahira 2 Recebido em 20/05/2009; aprovado em 19/02/2010. RESUMO A aplasia medular (também conhecida como anemia

Leia mais

17/03/2011. Marcos K. Fleury Laboratório de Hemoglobinas Faculdade de Farmácia - UFRJ mkfleury@ufrj.br

17/03/2011. Marcos K. Fleury Laboratório de Hemoglobinas Faculdade de Farmácia - UFRJ mkfleury@ufrj.br Marcos K. Fleury Laboratório de Hemoglobinas Faculdade de Farmácia - UFRJ mkfleury@ufrj.br São doenças causadas pela proliferação descontrolada de células hematológicas malignas ou incapacidade da medula

Leia mais

Linfomas. Claudia witzel

Linfomas. Claudia witzel Linfomas Claudia witzel Pode ser definido como um grupo de diversas doenças neoplásicas : Do sistema linfático Sistema linfóide Que tem origem da proliferação de linfócitos B ou T em qualquer um de seus

Leia mais

SÍNDROMES MIELODISPLÁSICAS. Hye, 2014

SÍNDROMES MIELODISPLÁSICAS. Hye, 2014 SÍNDROMES MIELODISPLÁSICAS Hye, 2014 DEFINIÇÃO Trata se de um grupo de diversas desordens da medula óssea que leva o indivíduo não produzir células sanguíneas saudáveis em número suficiente. SINTOMATOLOGIA

Leia mais

. Hematos = sangue + poese = formação.

. Hematos = sangue + poese = formação. Marco Biaggi - 2015 . Hematos = sangue + poese = formação. transporte de nutrientes, gases respiratórios, hormônios e excretas Sangue participa da defesa do organismos, juntamente com a linfa e o sistema

Leia mais

TROMBOCITOPENIA EM ANIMAIS DOMÉSTICOS

TROMBOCITOPENIA EM ANIMAIS DOMÉSTICOS TROMBOCITOPENIA EM ANIMAIS DOMÉSTICOS LEONEL, Rafael Alves Barbosa MATSUNO, Roldy Marcel Jorge SANTOS, Willian dos VERONEZI, Alfredo Henrique Martins COSTA, Diogo Rodrigo de Discentes do Curso de Medicina

Leia mais

Unidade 1 Adaptação e Lesão Celular

Unidade 1 Adaptação e Lesão Celular DISCIPLINA DE PATOLOGIA Prof. Renato Rossi Jr Unidade 1 Adaptação e Lesão Celular Objetivo da Unidade: Identificar e compreender os mecanismos envolvidos nas lesões celulares reversíveis e irreversíveis.

Leia mais

SÍNDROME MIELODISPLÁSICA (SMD) POR ANEMIA REFRATÁRIA (AR) EM CÃO MYELODYSPLASTIC SYNDROME (MDS) FOR REFRACTORY ANEMIA (RA) IN DOG

SÍNDROME MIELODISPLÁSICA (SMD) POR ANEMIA REFRATÁRIA (AR) EM CÃO MYELODYSPLASTIC SYNDROME (MDS) FOR REFRACTORY ANEMIA (RA) IN DOG 1 SÍNDROME MIELODISPLÁSICA (SMD) POR ANEMIA REFRATÁRIA (AR) EM CÃO MYELODYSPLASTIC SYNDROME (MDS) FOR REFRACTORY ANEMIA (RA) IN DOG CARLOS C. KROETZ¹, MARCELA SIGOLO VANHONI¹, SANDRA VOGEL SEIXAS 1, DANIELE

Leia mais

Descrição do esfregaço

Descrição do esfregaço Descrição do esfregaço Série vermelha: microcitose e hipocromia acentuadas com hemácias em alvo. Policromasia discreta. Série branca: sem anormalidades morfológicas Série plaquetária: sem anormalidades

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO COMISSÃO DE EXAMES DE RESIDÊNCIA MÉDICA. Nome do Candidato Caderno de Prova 18, PROVA DISSERTATIVA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO COMISSÃO DE EXAMES DE RESIDÊNCIA MÉDICA. Nome do Candidato Caderno de Prova 18, PROVA DISSERTATIVA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO COMISSÃO DE EXAMES DE RESIDÊNCIA MÉDICA Novembro/2010 Processo Seletivo para Residência Médica - 2011 18 - Área de atuação em Hematologia e Hemoterapia Nome do Candidato

Leia mais

Curso de Capacitação em Biossegurança de OGMs Células-tronco Legislação de Biossegurança

Curso de Capacitação em Biossegurança de OGMs Células-tronco Legislação de Biossegurança Curso de Capacitação em Biossegurança de OGMs Células-tronco Legislação de Biossegurança Florianópolis, Agosto 2004 Células-tronco O que são células-tronco e o que podemos fazer com elas? Qual a relação

Leia mais

substância intercelular sólida, dura e resistente.

substância intercelular sólida, dura e resistente. Tecido ósseo É um dos tecidos que formam o esqueleto de nosso corpo, tendo como função principal a sustentação. Além disso: serve de suporte para partes moles; protege órgão vitais; aloja e protege a medula

Leia mais

O QUE É? A LEUCEMIA MIELOBLÁSTICA AGUDA

O QUE É? A LEUCEMIA MIELOBLÁSTICA AGUDA O QUE É? A LEUCEMIA MIELOBLÁSTICA AGUDA A LEUCEMIA MIELOBLÁSTICA AGUDA O QUE É A LEUCEMIA MIELOBLÁSTICA AGUDA? A Leucemia Mieloblástica Aguda (LMA) é o segundo tipo de leucemia mais frequente na criança.

Leia mais

QUESTÕES DE HEMATOLOGIA E SUAS RESPOSTAS

QUESTÕES DE HEMATOLOGIA E SUAS RESPOSTAS QUESTÕES DE HEMATOLOGIA E SUAS RESPOSTAS O QUE É VERDADEIRO E O QUE É FALSO? Questões 1 Anemia na deficiência de ferro a) Está geralmente associada com elevação do VCM. b) O HCM geralmente está diminuído.

Leia mais

Por outro lado, na avaliação citológica e tecidual, o câncer tem seis fases, conhecidas por fases biológicas do câncer, conforme se segue:

Por outro lado, na avaliação citológica e tecidual, o câncer tem seis fases, conhecidas por fases biológicas do câncer, conforme se segue: 8 - O câncer também tem fases de desenvolvimento? Sim, o câncer tem fases de desenvolvimento que podem ser avaliadas de diferentes formas. Na avaliação clínica feita por médicos é possível identificar

Leia mais

AULA PRÁTICA 11: SANGUE E HEMATOPOIESE

AULA PRÁTICA 11: SANGUE E HEMATOPOIESE AULA PRÁTICA 11: SANGUE E HEMATOPOIESE O sangue é um tecido conectivo especializado constituído por diferentes tipos celulares em suspensão em um meio líquido denominado de plasma. Funciona primordialmente

Leia mais

TROMBOCITOPENIA NA GRAVIDEZ

TROMBOCITOPENIA NA GRAVIDEZ TROMBOCITOPENIA NA GRAVIDEZ Ricardo Oliveira Santiago Francisco Herlânio Costa Carvalho INTRODUÇÃO: - Trombocitopenia pode resultar de uma variedade de condições fisiológicas e patológicas na gravidez.

Leia mais

AVALIAÇÃO LABORATORIAL DAS ALTERAÇÕES LEUCOCITÁRIAS PARTE II

AVALIAÇÃO LABORATORIAL DAS ALTERAÇÕES LEUCOCITÁRIAS PARTE II AVALIAÇÃO LABORATORIAL DAS ALTERAÇÕES LEUCOCITÁRIAS PARTE II 1 Paulo César Ciarlini Doutor em Clínica Veterinária pela Universidade Estadual Paulista Professor Adjunto de Laboratório Clínico Veterinário

Leia mais

CURSO de MEDICINA VETERINÁRIA - Gabarito

CURSO de MEDICINA VETERINÁRIA - Gabarito UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE TRANSFERÊNCIA 2 o semestre letivo de 2005 e 1 o semestre letivo de 2006 CURSO de MEDICINA VETERINÁRIA - Gabarito Verifique se este caderno contém: INSTRUÇÕES AO CANDIDATO

Leia mais

Rejeição de Transplantes Doenças Auto-Imunes

Rejeição de Transplantes Doenças Auto-Imunes Rejeição de Transplantes Doenças Auto-Imunes Mecanismos da rejeição de transplantes Envolve várias reações de hipersensibilidade, tanto humoral quanto celular Habilidade cirúrgica dominada para vários

Leia mais

Protocolo. Transplante de células-tronco hematopoiéticas nas hemoglobinopatias

Protocolo. Transplante de células-tronco hematopoiéticas nas hemoglobinopatias Protocolo Transplante de células-tronco hematopoiéticas nas hemoglobinopatias Versão eletrônica atualizada em Abril 2012 Embora a sobrevida dos pacientes com talassemia major e anemia falciforme (AF) tenha

Leia mais

Padrões hematológicos de vacas leiteiras no período de transição

Padrões hematológicos de vacas leiteiras no período de transição 1 Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária www.ufpel.edu.br/nupeec Padrões hematológicos de vacas leiteiras no período de transição João Paulo Meirelles Graduando em Medicina Veterinária Samanta

Leia mais

Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal Disciplina : Imunologia. Leucograma. Prof.Dr. Manoel Barral-Netto

Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal Disciplina : Imunologia. Leucograma. Prof.Dr. Manoel Barral-Netto Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal Disciplina : Imunologia Leucograma Prof.Dr. Manoel Barral-Netto Os Neutrófilos são os granulócitos mais comuns no sangue. (55-70% de todos os Leucócitos

Leia mais

O que é Hemofilia? O que são os fatores de coagulação? A hemofilia tem cura?

O que é Hemofilia? O que são os fatores de coagulação? A hemofilia tem cura? Volume1 O que é? O que é Hemofilia? Hemofilia é uma alteração hereditária da coagulação do sangue que causa hemorragias e é provocada por uma deficiência na quantidade ou qualidade dos fatores VIII (oito)

Leia mais

Câncer de Próstata. Fernando Magioni Enfermeiro do Trabalho

Câncer de Próstata. Fernando Magioni Enfermeiro do Trabalho Câncer de Próstata Fernando Magioni Enfermeiro do Trabalho O que é próstata? A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. Ela é um órgão muito pequeno, tem

Leia mais

28.03. As plaquetas são os elementos figurados do sangue responsáveis pela coagulação sanguínea.

28.03. As plaquetas são os elementos figurados do sangue responsáveis pela coagulação sanguínea. BIO 10E aula 28 28.01. Para fazer a defesa do organismo, alguns leucócitos podem atravessar a parede dos vasos sanguíneos e atuar no tecido conjuntivo. Este processo é denominado diapedese. 28.02. A coagulação

Leia mais

LÍDER NO DESENVOLVIMENTO DA CRIOPRESERVAÇÃO. Garantir o futuro do seu filho com SEGURANÇA e INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

LÍDER NO DESENVOLVIMENTO DA CRIOPRESERVAÇÃO. Garantir o futuro do seu filho com SEGURANÇA e INOVAÇÃO TECNOLÓGICA LÍDER NO DESENVOLVIMENTO DA CRIOPRESERVAÇÃO Garantir o futuro do seu filho com SEGURANÇA e INOVAÇÃO TECNOLÓGICA Apresentação de um serviço único na Europa na área da Biotecnologia Clínica As células estaminais

Leia mais

RESPOSTA RÁPIDA 154/2014 Alfapoetina na IRC

RESPOSTA RÁPIDA 154/2014 Alfapoetina na IRC RESPOSTA RÁPIDA 154/2014 Alfapoetina na IRC SOLICITANTE Dra. Herilene de Oliveira Andrade Juíza de Direito Comarca de Itapecerica NÚMERO DO PROCESSO 0335.14.706-3 DATA 26/03/2014 SOLICITAÇÃO Solicito parecer

Leia mais

Hemoglobina / Glóbulos Vermelhos são as células responsáveis por carregar o oxigênio para todos os tecidos.

Hemoglobina / Glóbulos Vermelhos são as células responsáveis por carregar o oxigênio para todos os tecidos. Doenças Hematológicas Hematologia é o ramo da medicina que estuda o sangue, seus distúrbios e doenças, dentre elas anemias, linfomas e leucemias. Estuda os linfonodos (gânglios) e sistema linfático; a

Leia mais

HEMATOLOGIA. 2010-11 3ºAno. 10ª Aula. Prof. Leonor Correia

HEMATOLOGIA. 2010-11 3ºAno. 10ª Aula. Prof. Leonor Correia HEMATOLOGIA 2010-11 3ºAno Prof. Leonor Correia 10ª Aula Hematologia 2010/2011 Tumores dos tecidos hematopoiético e linfático Classificação OMS 2008: Interesse e objectivos da classificação Neoplasias mieloproliferativas

Leia mais

Mielograma. Esterno Crista ilíaca Tíbia (RN)

Mielograma. Esterno Crista ilíaca Tíbia (RN) MIELOGRAMA Medula Óssea Mielograma Esterno Crista ilíaca Tíbia (RN) Biópsia de Medula Óssea Crista ilíaca insere-se agulha para retirada de fragmento ósseo Mielograma (aspirativo) Biópsia de Medula Óssea

Leia mais

Qual é a função dos pulmões?

Qual é a função dos pulmões? Câncer de Pulmão Qual é a função dos pulmões? Os pulmões são constituídos por cinco lobos, três no pulmão direito e dois no esquerdo. Quando a pessoa inala o ar, os pulmões absorvem o oxigênio, que é levado

Leia mais

Aspectos Clínicos da Hemobartolenose Felina

Aspectos Clínicos da Hemobartolenose Felina GEAC UFV Grupo de Estudos de Animais de Companhia Aspectos Clínicos da Hemobartolenose Felina Cecilia Sartori Zarif, Graduanda do 9 período de Medicina Veterinária da UFV Etiologia Anemia Infecciosa Felina

Leia mais

Azul. Novembro. cosbem. Mergulhe nessa onda! A cor da coragem é azul. Mês de Conscientização, Preveção e Combate ao Câncer De Próstata.

Azul. Novembro. cosbem. Mergulhe nessa onda! A cor da coragem é azul. Mês de Conscientização, Preveção e Combate ao Câncer De Próstata. cosbem COORDENAÇÃO DE SAÚDE E BEM-ESTAR Novembro Azul Mês de Conscientização, Preveção e Combate ao Câncer De Próstata. Mergulhe nessa onda! A cor da coragem é azul. NOVEMBRO AZUL Mês de Conscientização,

Leia mais

INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS

INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS CINÉTICA DO FERRO Danni Wanderson Introdução A importância do ferro em nosso organismo está ligado desde as funções imune, até as inúmeras funções fisiológicas, como

Leia mais

O que é câncer de mama?

O que é câncer de mama? Câncer de Mama O que é câncer de mama? O câncer de mama é a doença em que as células normais da mama começam a se modificar, multiplicando-se sem controle e deixando de morrer, formando uma massa de células

Leia mais

Patologia Geral AIDS

Patologia Geral AIDS Patologia Geral AIDS Carlos Castilho de Barros Augusto Schneider http://wp.ufpel.edu.br/patogeralnutricao/ SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (AIDS ou SIDA) Doença causada pela infecção com o vírus

Leia mais

Numeração Única: 0145120798114 ou 0798114-29.2012.8.13.0145

Numeração Única: 0145120798114 ou 0798114-29.2012.8.13.0145 NT 25/2012 Solicitante: João Martiniano Vieira Neto Juiz da 2ª Vara de Registros Públicos e Fazenda Pública Municipal de Juiz de Fora/MG Data: 26/11/2012 Medicamento X Material Procedimento Cobertura Numeração

Leia mais

N o 35. Março 2015. O mieloma múltiplo é uma. MIELOMA MÚLTIPLO: Novo Medicamento no tratamento contra o Câncer de Medula Óssea

N o 35. Março 2015. O mieloma múltiplo é uma. MIELOMA MÚLTIPLO: Novo Medicamento no tratamento contra o Câncer de Medula Óssea N o 35 Março 2015 Centro de Farmacovigilância da UNIFAL-MG Site: www2.unifal-mg.edu.br/cefal Email: cefal@unifal-mg.edu.br Tel: (35) 3299-1273 Equipe editorial: prof. Dr. Ricardo Rascado; profa. Drª. Luciene

Leia mais

Tecido sanguíneo. Prof. Msc. Roberpaulo Anacleto

Tecido sanguíneo. Prof. Msc. Roberpaulo Anacleto Tecido sanguíneo Prof. Msc. Roberpaulo Anacleto Transporte Regulação Proteção Funções do Sangue Sangue É um tecido conjuntivo especializado pois apresenta sua matriz extracelular totalmente fluida. O sangue

Leia mais

TEMA: RITUXIMABE PARA A LEUCEMIA LINFOCÍTICA. Data: 05/03/2014 NOTA TÉCNICA /2014. Medicamento x Material Procedimento Cobertura

TEMA: RITUXIMABE PARA A LEUCEMIA LINFOCÍTICA. Data: 05/03/2014 NOTA TÉCNICA /2014. Medicamento x Material Procedimento Cobertura NOTA TÉCNICA /2014 Data: 05/03/2014 Medicamento x Material Procedimento Cobertura Solicitante: Marly Gonçalves Pinto - PJPI 3998-2 - Oficial de Apoio Judicial B - Escrivã Judicial da Comarca de Cláudio/MG

Leia mais

DIAGNÓSTICO MÉDICO DADOS EPIDEMIOLÓGICOS FATORES DE RISCO FATORES DE RISCO 01/05/2015

DIAGNÓSTICO MÉDICO DADOS EPIDEMIOLÓGICOS FATORES DE RISCO FATORES DE RISCO 01/05/2015 01/05/2015 CÂNCER UTERINO É o câncer que se forma no colo do útero. Nessa parte, há células que podem CÂNCER CERVICAL se modificar produzindo um câncer. Em geral, é um câncer de crescimento lento, e pode

Leia mais

7ª série / 8º ano 2º bimestre U. E. 10

7ª série / 8º ano 2º bimestre U. E. 10 7ª série / 8º ano 2º bimestre U. E. 10 Tipos de reprodução Reprodução é a capacidade que os seres vivos têm de gerar descendentes da mesma espécie. A união dos gametas é chamada fecundação, ou fertilização,

Leia mais

CITOCINAS/INTERLEUCINAS. Universidade Estadual Paulsita Imunologia Veterinária Prof. Helio Montassier Andréa Maria C. Calado

CITOCINAS/INTERLEUCINAS. Universidade Estadual Paulsita Imunologia Veterinária Prof. Helio Montassier Andréa Maria C. Calado CITOCINAS/INTERLEUCINAS Universidade Estadual Paulsita Imunologia Veterinária Prof. Helio Montassier Andréa Maria C. Calado Introdução Respostas imunes: interações entre as diferentes populações celulares.

Leia mais

Leucemias. Gracy Canto Gomes Marcello Mestranda UFF

Leucemias. Gracy Canto Gomes Marcello Mestranda UFF Leucemias Gracy Canto Gomes Marcello Mestranda UFF Leucemia Neoplasia maligna das células das linhagens hematopoiéticas situada na Medula Óssea (M.O.). Mielograma Citologia aspirativa da Medula Óssea.

Leia mais

ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS, PROGNÓSTICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS NA LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA

ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS, PROGNÓSTICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS NA LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS, PROGNÓSTICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS NA LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA Laiz Silva Ribeiro laiz0711@bol.com.br Prof Dr. Rodrigo da Silva Santos rdssantos@gmail.com FACULDADE ALFREDO

Leia mais

Curso Básico de Hematologia para Iniciantes.

Curso Básico de Hematologia para Iniciantes. Curso Básico de Hematologia para Iniciantes. Por Esp. Joice Raposo Ferreira. Curso gratuito para interessados no assunto. Aqui serão abordados tópicos gerais, com o objetivo de iniciar o estudante na hematologia,

Leia mais

Peço desculpa, mas perdi o documento e apenas o consegui recuperar nesta forma. Para não atrasar mais, envio-o mesmo assim.

Peço desculpa, mas perdi o documento e apenas o consegui recuperar nesta forma. Para não atrasar mais, envio-o mesmo assim. Peço desculpa, mas perdi o documento e apenas o consegui recuperar nesta forma. Para não atrasar mais, envio-o mesmo assim. Assinale com uma cruz no(s) quadrado(s) que antecede(m) a(s)resposta(s) verdadeira(s):

Leia mais

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO ATUALIZA ASSOCIAÇÃO CULTURAL ESPECIALIZAÇÃO EM BIOLOGIA MOLECULAR E CITOGENÉTICA HUMANA JOANA MARIA SANTANA SANTOS

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO ATUALIZA ASSOCIAÇÃO CULTURAL ESPECIALIZAÇÃO EM BIOLOGIA MOLECULAR E CITOGENÉTICA HUMANA JOANA MARIA SANTANA SANTOS UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO ATUALIZA ASSOCIAÇÃO CULTURAL ESPECIALIZAÇÃO EM BIOLOGIA MOLECULAR E CITOGENÉTICA HUMANA JOANA MARIA SANTANA SANTOS CITOGENÉTICA NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA LEUCEMIA MIELÓIDE

Leia mais

II Workshop Internacional de Atualização. em Hepatologia. na Hematologia. Dominique Muzzillo

II Workshop Internacional de Atualização. em Hepatologia. na Hematologia. Dominique Muzzillo II Workshop Internacional de Atualização em Hepatologia O Fígado na Hematologia Dominique Muzzillo Prof a. Adjunto UFPR 1. Anemias - siderose secundária - hemólise transfusão 2. Doenças Malignas - leucemia

Leia mais

PlanetaBio Resolução de Vestibulares UFRJ 2006 www.planetabio.com

PlanetaBio Resolução de Vestibulares UFRJ 2006 www.planetabio.com 1-No processo evolutivo, centenas de espécies podem ser criadas em um tempo relativamente curto. Esse fenômeno é conhecido como radiação adaptativa. No grupo dos répteis, ocorreu uma grande radiação adaptativa

Leia mais

Considerando as informações básicas sobre as células e os tecidos envolvidos no processo de formação dos dentes, responda:

Considerando as informações básicas sobre as células e os tecidos envolvidos no processo de formação dos dentes, responda: 2º Processo Seletivo/2004 3º DIA BIOLOGIA 5 05. Cientistas do King s College, de Londres, receberam recursos da ordem de R$ 2,6 milhões para ajudá-los a desenvolver dentes humanos a partir de células-tronco.

Leia mais

VIVER BEM OS RINS DO SEU FABRÍCIO AGENOR DOENÇAS RENAIS

VIVER BEM OS RINS DO SEU FABRÍCIO AGENOR DOENÇAS RENAIS VIVER BEM OS RINS DO SEU FABRÍCIO AGENOR DOENÇAS RENAIS Leia o código e assista a história de seu Fabrício Agenor. Este é o seu Fabrício Agenor. Ele sempre gostou de comidas pesadas e com muito tempero

Leia mais

CÉLULAS-TRONCO E A DIFERENCIAÇÃO CELULAR

CÉLULAS-TRONCO E A DIFERENCIAÇÃO CELULAR CÉLULAS-TRONCO E A DIFERENCIAÇÃO CELULAR CÉLULAS-TRONCO E A DIFERENCIAÇÃO CELULAR Plano de Aula -Desenvolvimento embrionário -Diferenciação celular -Células-tronco em diversos tecidos - Profª Juliana Schmidt

Leia mais

Descobrindo o valor da

Descobrindo o valor da Descobrindo o valor da Ocâncer de mama, segundo em maior ocorrência no mundo, é um tumor maligno que se desenvolve devido a alterações genéticas nas células mamárias, que sofrem um crescimento anormal.

Leia mais

A LINGUAGEM DAS CÉLULAS DO SANGUE LEUCÓCITOS

A LINGUAGEM DAS CÉLULAS DO SANGUE LEUCÓCITOS A LINGUAGEM DAS CÉLULAS DO SANGUE LEUCÓCITOS Prof.Dr. Paulo Cesar Naoum Diretor da Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto, SP Sob este título o leitor poderá ter duas interpretações

Leia mais

Mato Grosso do Sul conta com 80.665 pessoas cadastradas (até 2010) como doadoras de

Mato Grosso do Sul conta com 80.665 pessoas cadastradas (até 2010) como doadoras de Nesta sexta-feira (12) o Rádio Clube se dedica à solidariedade. Será feita uma campanha de captação de doadores de medula óssea no clube. A intenção da ação é sensibilizar as pessoas para aumentar o número

Leia mais

Atualização do Congresso Americano de Oncologia 2014. Fabio Kater

Atualização do Congresso Americano de Oncologia 2014. Fabio Kater Atualização do Congresso Americano de Oncologia 2014 Fabio Kater Multivitaminas na prevenção do câncer de mama, próstata e pulmão: caso fechado! Revisão da literatura para tipos específicos de câncer

Leia mais

COAGULOPATIAS NO PACIENTE ONCOLÓGICO. Dra Carmen Helena Vasconcellos Hospital Veterinário Botafogo - RJ

COAGULOPATIAS NO PACIENTE ONCOLÓGICO. Dra Carmen Helena Vasconcellos Hospital Veterinário Botafogo - RJ COAGULOPATIAS NO PACIENTE ONCOLÓGICO Dra Carmen Helena Vasconcellos Hospital Veterinário Botafogo - RJ HEMOSTASIA Conjunto de mecanismos que visa manter a fluidez do sangue no interior dos vasos no sistema

Leia mais

Componente Curricular: Patologia e Profilaxia Módulo I Profª Mônica I. Wingert Turma 101E TUMORES

Componente Curricular: Patologia e Profilaxia Módulo I Profª Mônica I. Wingert Turma 101E TUMORES TUMORES Tumores, também chamados de neoplasmas, ou neoplasias, são alterações celulares que provocam o aumento anormal dos tecidos corporais envolvidos. BENIGNO: são considerados benignos quando são bem

Leia mais

TECIDO CONJUNTIVO HISTOLOGIA

TECIDO CONJUNTIVO HISTOLOGIA TECIDO CONJUNTIVO HISTOLOGIA CARACTERÍSTICAS GERAIS: - Unem e sustentam outros tecidos - Não apresentam células justapostas - Possuem vários tipos de células - Possuem matriz intercelular material gelatinoso

Leia mais

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA EM CÃO CLINICAL CHARACTERISTICS OF CRONIC LYMPHOCYTIC LEUKEMIAS IN DOGS

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA EM CÃO CLINICAL CHARACTERISTICS OF CRONIC LYMPHOCYTIC LEUKEMIAS IN DOGS CIÊNCIAS AGRÁRIAS 68 REVISÃO DE LITERATURA CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA EM CÃO CLINICAL CHARACTERISTICS OF CRONIC LYMPHOCYTIC LEUKEMIAS IN DOGS Juliana Zanini Shimomura 1, Daniela

Leia mais

III MOSTRA NACIONAL DE PRODUÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA

III MOSTRA NACIONAL DE PRODUÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA III MOSTRA NACIONAL DE PRODUÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA DOAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA, O TRABALHO DE CAPTAÇÃO DE CANDIDATOS E A POSSIBILIDADE DE ENVOLVIMENTO DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA Déborah Carvalho Gerência

Leia mais

Apoptose em Otorrinolaringologia

Apoptose em Otorrinolaringologia Apoptose em Otorrinolaringologia Teolinda Mendoza de Morales e Myrian Adriana Pérez García Definição A apoptose é um processo biológico existente em todas as células de nosso organismo, conhecida desde

Leia mais

Partes: CÉLIO FERREIRA DA CUNHA MUNICÍPIO DE COROMANDEL-MG

Partes: CÉLIO FERREIRA DA CUNHA MUNICÍPIO DE COROMANDEL-MG RESPOSTA RÁPIDA 208/2014 Assunto: Azacitidina para tratamento de mielodisplasia SOLICITANTE Juiz de Direito da comarca de Coromandeu NÚMERO DO PROCESSO 0193.14.001135-7 DATA 16/04/2014 Coromandel, 14/04/2014

Leia mais

[PARVOVIROSE CANINA]

[PARVOVIROSE CANINA] [PARVOVIROSE CANINA] 2 Parvovirose Canina A Parvovirose é uma doença infecto-contagiosa causada por um vírus da família Parvoviridae. Acomete mais comumente animais jovens, geralmente com menos de 1 ano

Leia mais

Introdução: Objetivo. Materiais e métodos:

Introdução: Objetivo. Materiais e métodos: Estudo das alterações citogenéticas em pacientes com suspeita clínica de síndrome mieloproliferativa e em pacientes com leucemia mielóide crônica em uso de imatinib. Experiência do laboratório Sérgio Franco

Leia mais

Anemia: generalidades... 114 Conceito e prevalência... 114 Anemia mínima... 115 Sintomas e sinais... 118 Classificação... 120

Anemia: generalidades... 114 Conceito e prevalência... 114 Anemia mínima... 115 Sintomas e sinais... 118 Classificação... 120 SUMÁRIO 1 Hemograma... 21 Introdução e filosofia de trabalho... 21 Registro e processamento de dados... 29 Coleta de material... 31 Contadores eletrônicos... 35 Microscopia... 44 Critérios para indicação

Leia mais

Aplicação das células mesenquimatosas na transplantação de medula óssea. Projecto IPOFG,IST- IBB, LT Apoios: APCL, JMS 2008

Aplicação das células mesenquimatosas na transplantação de medula óssea. Projecto IPOFG,IST- IBB, LT Apoios: APCL, JMS 2008 Aplicação das células mesenquimatosas na transplantação de medula óssea Projecto IPOFG,IST- IBB, LT Apoios: APCL, JMS 2008 Doenças potencialmente tratáveis com transplantação de medula óssea Leucemias

Leia mais

ATLAS VIRTUAL DE LEUCÓCITOS

ATLAS VIRTUAL DE LEUCÓCITOS ATLAS VIRTUAL DE LEUCÓCITOS (2013) ALTERAÇÕES LEUCOCITÁRIAS E SUAS RELAÇÕES COM PATOLOGIAS. PARA QUE SERVE? E COMO SE INTERPRETA? Prof.Dr. Paulo Cesar Naoum Academia de Ciência e Tecnologia de São José

Leia mais

CITOLOGIA DA TALASSEMIA ALFA

CITOLOGIA DA TALASSEMIA ALFA CITOLOGIA DA TALASSEMIA ALFA Foto 1: Talassemia Alfa Mínima em sangue periférico corado com azul de crezil brilhante. Comentários: A investigação laboratorial da talassemia alfa mínima se faz por meio

Leia mais

LEUCEMIAS. Profª Ms. Priscila Ferreira Silva prifs@hotmail.com

LEUCEMIAS. Profª Ms. Priscila Ferreira Silva prifs@hotmail.com LEUCEMIAS Profª Ms. Priscila Ferreira Silva prifs@hotmail.com HEMATOPOESE LEUCEMIAS Alteração genética monoclonal Classificadas em: Agudas Crônicas Mielóides Linfóides LEUCEMIAS Leucemias agudas: Leucemia

Leia mais

O Câncer de Próstata. O que é a Próstata

O Câncer de Próstata. O que é a Próstata O Câncer de Próstata O câncer de próstata é o segundo tumor mais comum no sexo masculino, acometendo um em cada seis homens. Se descoberto no início, as chances de cura são de 95%. O que é a Próstata A

Leia mais

LEVANTAMENTO DOS DADOS DOS ATENDIMENTOS ULTRASSONOGRÁFICOS DO SERVIÇO DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM DO HV/EVZ/UFG

LEVANTAMENTO DOS DADOS DOS ATENDIMENTOS ULTRASSONOGRÁFICOS DO SERVIÇO DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM DO HV/EVZ/UFG LEVANTAMENTO DOS DADOS DOS ATENDIMENTOS ULTRASSONOGRÁFICOS DO SERVIÇO DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM DO HV/EVZ/UFG BRAGATO, Nathália. 1 ; PÁDUA, Fernanda Maria Ozelim de 1 ; COSTA, Ana Paula Araújo.; SILVA,

Leia mais

Diagnóstico Microbiológico

Diagnóstico Microbiológico Diagnóstico Microbiológico Identificação e Tipagem Bacteriana Prof. Vânia Lúcia Diagnóstico clínico Sinais (mensuráveis) e sintomas (subjetivos) Origem Etiologia Natureza Diagnóstico laboratorial Identificação

Leia mais

Algoritmo de investigação Alterações do leucograma

Algoritmo de investigação Alterações do leucograma 2013 26 de Abril Sexta-feira Algoritmo de investigação Lígia Peixoto Manuel Ferreira Gomes Teste simples e barato. Consiste no estudo da série branca, efectuando-se uma contagem total Intervalos dos leucócitos

Leia mais

O QUE É? O LINFOMA DE HODGKIN

O QUE É? O LINFOMA DE HODGKIN O QUE É? O LINFOMA DE HODGKIN Gânglio Linfático O LINFOMA DE HODGKIN O QUE É O LINFOMA DE HODGKIN? O linfoma de Hodgkin é um cancro do sistema linfático, que surge quando as células linfáticas se alteram

Leia mais

Infermun em parvovirose canina

Infermun em parvovirose canina em parvovirose canina Redução do tempo de recuperação em cães infectados por Parvovirus e tratados com Departamento I+D. Laboratórios Calier, S.A. INTRODUÇÃO: A Parvovirose é uma das enfermidades entéricas

Leia mais

Nossas células cutâneas morrem e são substituídas por células novas a cada 21 dias.

Nossas células cutâneas morrem e são substituídas por células novas a cada 21 dias. Phycojuvenine A Importância das Células Tronco Para Uma Pele Sempre Jovem! Nossas células cutâneas morrem e são substituídas por células novas a cada 21 dias. Isso só é possível graças as Células Tronco

Leia mais

Alterações congénitas da formação da hemoglobina:

Alterações congénitas da formação da hemoglobina: ANEMIAS CAUSADAS POR DEFEITOS GENÉTICOS DA HEMOGLOBINA Alterações congénitas da formação da hemoglobina: TALASSEMIAS há uma síntese desequilibrada das cadeias globínicas HEMOGLOBINOPATIAS por alteração

Leia mais

φ Fleury Stem cell Mastócitos Mieloblastos Linfócito pequeno Natural Killer (Grande linfócito granular) Hemácias Linfócito T Linfócito B Megacariócito

φ Fleury Stem cell Mastócitos Mieloblastos Linfócito pequeno Natural Killer (Grande linfócito granular) Hemácias Linfócito T Linfócito B Megacariócito Hemopoese Marcos Fleury mkfleury@ufrj.br Hematopoese É o processo de formação, maturação e liberação das células sanguíneas Eritropoese Leucopoese Trombopoese - Hemácias - Leucócitos - Plaquetas Tem como

Leia mais

CÉLULA - TRONCO. São células com capacidade de autorenovação,eficiente

CÉLULA - TRONCO. São células com capacidade de autorenovação,eficiente CÉLULA - TRONCO São células com capacidade de autorenovação,eficiente proliferação, gerando células-filhas com as mesmas características fenotípicas da célula precursora e, ainda, com habilidade de gerar

Leia mais

TEMA: RITUXIMABE PARA LINFOMA NÃO HODGKIN DE PEQUENAS CÉLULAS

TEMA: RITUXIMABE PARA LINFOMA NÃO HODGKIN DE PEQUENAS CÉLULAS NOTA TÉCNICA 46/2014 Data: 17/03/2014 Medicamento Material Procedimento Cobertura x Solicitante: Juiz de Direito Eduardo Soares de Araújo Número do processo: 0011607-07.2014.8.13.0026 Requerido(s): MUNICÍPIO

Leia mais

PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS MÉDICO HEMATOLOGISTA

PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS MÉDICO HEMATOLOGISTA 12 PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS MÉDICO HEMATOLOGISTA QUESTÃO 21 A doença de Von Willebrand combina a presença da anormalidade da função plaquetária com a deficiência da atividade de um fator da coagulação.

Leia mais

CAMPANHA PELA INCLUSÃO DA ANÁLISE MOLECULAR DO GENE RET EM PACIENTES COM CARCINOMA MEDULAR E SEUS FAMILIARES PELO SUS.

CAMPANHA PELA INCLUSÃO DA ANÁLISE MOLECULAR DO GENE RET EM PACIENTES COM CARCINOMA MEDULAR E SEUS FAMILIARES PELO SUS. Laura S. W ard CAMPANHA PELA INCLUSÃO DA ANÁLISE MOLECULAR DO GENE RET EM PACIENTES COM CARCINOMA MEDULAR E SEUS FAMILIARES PELO SUS. Nódulos da Tiróide e o Carcinoma Medular Nódulos da tiróide são um

Leia mais

O CICLO DO ERITRÓCITO

O CICLO DO ERITRÓCITO O CICLO DO ERITRÓCITO Rassan Dyego Romão Silva Faculdade Alfredo Nasser Aparecida de Goiânia GO Brasil rassandyego@hotmail.com Orientador: Amarildo Lemos Dias de Moura RESUMO: Os eritrócitos são discos

Leia mais

Transplante de rim. Perguntas frequentes. Avitum

Transplante de rim. Perguntas frequentes. Avitum Transplante de rim Perguntas frequentes Avitum Por que irei precisar de um transplante de rim? Quando o rim de uma pessoa falha há três tratamentos disponíveis: Hemodiálise Diálise Peritoneal Transplante

Leia mais

Conheça mais sobre. Diabetes

Conheça mais sobre. Diabetes Conheça mais sobre Diabetes O diabetes é caracterizado pelo alto nível de glicose no sangue (açúcar no sangue). A insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, é responsável por fazer a glicose entrar para

Leia mais