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- Iago Gentil Ramires
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1 SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA 745 ALAGOAS REGISTRADO REQTE.(S) REQDO.(A/S) REQDO.(A/S) INTDO.(A/S) : MINISTRO PRESIDENTE :MUNICÍPIO DE PILAR :ESDRAS DANTAS DE SOUZA :JUIZ DE DIREITO DA 16ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE MACEIÓ :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS :TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ALAGOAS :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS :COSTA & LEITE ADVOCACIA E CONSULTORIA LTDA S/C :FRANCISCO ANTÔNIO GAIA DOS SANTOS E OUTRO(A/S) Trata-se de pedido de suspensão de tutela antecipada ajuizada pelo MUNICÍPIO DE PILAR/AL, contra atos decisórios do TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ALAGOAS que asseguraram ao escritório de advocacia COSTA & LEITE ADVOCACIA E CONSULTORIA, a participação na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS à título de retenção de honorários advocatícios, com imediata transferência de recursos que montam em quase R$ 7 milhões. Alega o autor, em síntese, que o desembargador Washington Luiz Damasceno Freias, integrante da 1ª Câmara Cível do TJ/AL determinou à Caixa Econômica Federal a continuidade da retenção dos honorários advocatícios do ICMS recebido pela municipalidade e o desbloqueio das quantias de R$ ,73 e R$ ,23 em favor do escritório jurídico (DJE-TJ/AL edição 873, divulgação em 20/2/2013). Sustenta que a Caixa Econômica Federal vem realizando os débitos na conta em que o requerente recebe ICMS ( ) e repassando os respectivos valores ao escritório de advocacia Costa & Leite, como se observa dos vários ofícios constantes em anexo, que são
2 semanalmente encaminhados à Prefeitura de Pilar e, com isso, a Caixa Econômica Federal reteve no ano passado mais de R$ 6 milhões; neste ano, considerando apenas os dois primeiros repasses, realizados em 07/01 e 14/01/2014, já foram debitados mais R$ 330 mil. Argumenta que essas retenções milionárias estão inviabilizando a administração municipal e causando grave lesão à ordem econômica pública local, e por isso o Município de Pilar requereu ao Presidente do Tribunal de Justiça a suspensão da execução das decisões, proferidas pelo Juízo da 16ª Vara Cível da Capital, que determinaram a retenção de parcela de seu ICMS. Entretanto, aduz que o pedido de suspensão de liminar foi protocolado em 20/11/2013, mas apenas apreciado (e não conhecido!) somente dois meses depois, em 21/01/2014 (...) quando o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas entendeu que como a retenção dos honorários advocatícios está respaldada por acórdão proferido por um dos órgãos fracionários da própria Corte, (...) o pedido de suspensão deveria ter por objeto essa decisão colegiada e ser ajuizado no Supremo Tribunal Federal ou no Superior Tribunal de Justiça. Nada mais equivocado!. Alega, mais, que, as decisões judiciais que determinam o bloqueio de verbas públicas em conta bancária e seu imediato repasse para suposto credor estão em confronto com o art. 100 da Constituição, que prevê a indispensabilidade do precatório (ou RPV) para cumprimento de obrigações de pagar impostas pelo Judiciário a pessoas jurídicas de direito público, bem como ao art. 160 da mesma Carta que veda a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos. Destaco, ainda, da inicial, os seguintes alegações: 2
3 Apenas para se ter uma ideia, somente no ano de 2013 foi retida da conta de ICMS da municipalidade e repassada ao escritório jurídico Costa & Leite Advocacia e Consultoria LTDA S/C a expressiva quantia de R$ ,40. Ano passado, o aludido escritório de advocacia reteve mais do ICMS do Município de Pilar que 91 dos 102 municípios alagoanos receberam a título de participação financeira no referido imposto. Se fosse um município, o Costa & Leite Advocacia seria o 12º em arrecadação de ICMS no Estado de Alagoas. No ano de 2013, as parcelas de ICMS recebidas pelo Município de Pilar totalizaram R$ ,64, dos quais R$ ,40 foram repassados ao escritório jurídico, o que corresponde a 23,597% (grifei). Por tudo isso aduz que as decisões impugnadas causam gravíssima violação à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, ante, também, à inexistência de débito. Pede a imediata suspensão das decisões da 16ª Vara Cível de Maceió que determinaram a retenção de parcela do ICMS da municipalidade e repasse ao escritório de advocacia Costa & Leite para pagamento de honorários e do acórdão proferido pela 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas no agravo de instrumento nº (Acórdão ), o qual, reformando a decisão concessiva de tutela antecipada na ação de rescisão contratual nº , restabeleceu as retenções de verbas de ICMS para fins de pagamento de honorários advocatícios. É o breve relatório. Decido. Impressionam os fatos narrados na petição inicial. Desbordam, a toda evidência, os limites constitucionais e republicanos, as decisões judiciais que autorizem o escritório Costa & 3
4 Leite Advocacia e Consultoria a açambarcar, direto na fonte, 23,5% de parcela do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS recebidas pelo Município requerente, perfazendo o montante de quase R$ 7 milhões de reais em apenas alguns meses, como se municipalidade fosse, transformando, alias, referida banca advocatícia na 12º maior fonte de arrecadação de ICMS do Estado de Alagoas. Ora, não é preciso grande esforço intelectual para perceber que os atos judiciais impugnados estão a causar grave lesão à ordem administrativa e à economia do Município de Pilar/AL, por autorizarem um escritório de advocacia a sequestrar e receber mais de 20% de parcela do ICMS, cujo crédito ainda é questionado em juízo, independentemente da expedição de precatórios e olvidando do fixado no art. 160 da Constituição: É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos. Em precedente que envolvia quantia muito inferior ao caso presente, nos autos da Suspensão de Liminar 158-AgR/CE, o Plenário desta Suprema Corte assim decidiu: AGRAVO REGIMENTAL. SUSPENSÃO DE LIMINAR. BLOQUEIO DE RECURSOS FINANCEIROS MUNICIPAIS. IMEDIATA TRANSFERÊNCIA PARA A CONTA CORRENTE DA AUTORA DA AÇÃO DE COBRANÇA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. OCORRÊNCIA DE GRAVE LESÃO À ORDEM E À ECONOMIA PÚBLICAS. VIOLAÇÃO AOS ARTS. 100 E 160 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA E AO ART. 2º-B DA LEI 9.494/97. NATUREZA ALIMENTAR DA VERBA HONORÁRIA. SUBMISSÃO AO REGIME CONSTITUCIONAL DOS PRECATÓRIOS. 1. Lei 8.437/92, art. 4º, 1º: configuração de grave lesão à ordem e à economia públicas. Pedido de suspensão de liminar deferido. 2. A tutela jurisdicional pretendida pela agravante, consubstanciada no recebimento dos honorários devidos pelos serviços 4
5 advocatícios por ela prestados ao Município agravado, só pode ser efetivada após o trânsito em julgado da ação ordinária de cobrança ajuizada na origem. 3. O seqüestro de recursos municipais, para prover à satisfação de futura e determinada cobrança, reveste-se de conseqüências extremamente prejudiciais à regular execução dos serviços básicos locais. 4. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, ao interpretar o disposto no caput do art. 100 da Constituição da República, firmouse no sentido de submeter, mesmo as prestações de caráter alimentar, ao regime constitucional dos precatórios, ainda que reconhecendo a possibilidade jurídica de se estabelecerem duas ordens distintas de precatórios, com preferência absoluta dos créditos de natureza alimentícia (ordem especial) sobre aqueles de caráter meramente comum (ordem geral). Precedentes. 5. Agravo regimental improvido (SL 158-AgR/CE, Rel. Min. Ellen Gracie). Isso posto, defiro liminarmente a segurança para suspender as decisões impugnadas do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas que autorizaram a transferência e retenção do ICMS do Município de Pilar ao escritório Costa & Leite Advocacia e Consultoria. Comunique-se, com urgência. Solicitem-se informações. Após, ouça-se a Procuradoria-Geral da República. Publique-se. Brasília, 30 de janeiro de Ministro RICARDO LEWANDOWSKI Presidente em exercício 5
Na apelação, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo deu parcial provimento ao recurso, com os seguintes fundamentos (fl.
DECISÃO: Trata-se de pedido de suspensão de ordem de sequestro de rendas públicas determinada pela Juíza de Direito da 1ª Vara Distrital de Itapevi Comarca de Cotia SP, processo n.º 271.01.1999.004912-9/000000-000
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