Identidade e Gestão. Caroline Reolon Liane Marques Milton Ribeiro
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- Juliana Tomé Salazar
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1 Identidade e Gestão Caroline Reolon Liane Marques Milton Ribeiro
2 Na gestão participativa das cidades, seus gestores devem buscar eqüidade social bem como também construir gestões geradoras de igualdade social, que integrem os cidadãos de uma cidade.
3 Perguntas são feitas por estudiosos do assunto e pelos integrantes comuns de toda a sociedade envolvida sobre qual seria o fundamento que se aplica aos esforços em busca de políticas administrativas que sejam eficientes no sentido cultural, social, econômico, urbano, democraticamente implantados. Segundo Octavio Lanni, as políticas econômicas estão visivelmente desencontradas dos interesses de uma industrialização moderna e de evolução social econômica ideal à satisfazer ambas as expectativas. Tal constatação revela a necessidade de novos planejamentos e estratégias para que se chegue aos objetivos de distribuição e construção com eqüidade.
4 Jordi Borja planejador Catalão representa o pensamento que medeia o sentimento de crise global das cidades em âmbitos regionais. Aponta o Brasil dos anos 90 que de um lado recupera as discussões sobre crise globalizada e de outro enseja novos protagonistas para a vida urbana. Na reflexão de Lefebvre, afasta-se do saudosismo e repensa ciclos de tempos e de espaços como gerador de vida numa visão organicista da urbanidade. Lefebvre não é contra a cidade nova, por ser ela expressão de recriação do cotidiano urbano social.
5 Já para Jordi Borja, São Paulo como grande cidade sentindo ares de crise globalizada, inspirase em busca de atores no Sistema Público Privado e Urbano visando planejamento com estratégias capaz de fechar consórcio internacional das Bacias do Tamanduateí em busca do desenvolvimento econômico, objetivando a criação de novos estímulos para a construção de instrumentos de mobilização econômica, social e tecnológica.
6 A memória do pesquisador-gestor, busca refletir a realidade do ser gestor, em especial nas cidades de porte médio porém com áreas metropolitanas.
7 As gestões das cidades passaram a tratar o orçamento como "instrumento financeirizável", após a Constituição de As mediações econômico - financeiras sobrepõem às necessidades do fim público; a prioridade do bem público cede lugar à visão da empresa bancária. Os planejamentos sofrem pressões partidárias, ocasionando a inversão de prioridades. Geralmente, os planos estratégicos tradicionais são direcionados aos interesses dos gestores; daí acontece o círculo vicioso das licitações e seus ganhadores.
8 O gestor público deveria partilhar e encaminhar escolhas, priorizando os direitos de cidadania tais como: comunicação, participação e decisão, dar transparência aos processos de gestão, da boa prática comunitária. Qualquer gestor sensível reconhece a insustentabilidade das cidades, pois se fossem, seriam espaços sociais justos,com plena participação social.
9 Os temas considerados relevantes nas cidades, como: historicidade, democracia, conflitos de interesse, sustentabilidade, agenda política, consensos e planejamento estratégico, são retomados na apresentação dos fatos e dados dessas cidades. Os autores de estudos sobre novos modelos de gerência da área pública, enfatizam a cultura e a dimensão humanas de gestores e cidadãos, para garantir a implantação de novos modelos.
10 A integralização no planejamento das cidades será efetivada através da participação popular, principalmente nos temas transversais, tais como: etnia,direitos humanos, tecnologias, diversidade cultural, ecologia, etc, os quais definem a eqüidade social nas cidades. Para garantir o uso social da cidade e a construção de cidades mais justas, igualitárias, democráticas e cidadãs, fortalece a necessidade de um planejamento sistemático e integrado, construído a partir de um modelo mais participativo de gestão urbana.
11 A cidade vem sendo um fator de atração e sobrevivência para muitas famílias pobres, resultando no inchamento urbano, com informalidade, o que resulta num crescimento desordenado e sócio-ambientalmente inadequado. Portanto, as extensas áreas de população exigem referências e participação ampliadas, para o encaminhamento de soluções que visem o bem comum. DIZIA LE GOFF(1988)que "O DIREITO À CIDADE CRIA ATOS DE AMOR ÀS CIDADES".
12 A compreensão da cidade no cenário contemporâneo ganha um perfil muito particular quando se considera a dinâmica histórica situada em sua origem. A cidade industrial pode ser concebida como parte de um processo mais amplo de transformações e conflitos sociais.
13 O estudo etnográfico, a leitura dos documentos históricos e o trabalho de ouvir descendentes dos antigos trabalhadores e trabalhadoras, revelam lições significativas para a história social de aglomerações auxiliares às metrópoles. A memória cultural criada em torno do trabalho incumbiu-se de questionar o modo de globalização nesse lugar altamente industrializado, principalmente o seu caráter não-inclusivo, a descontinuidade das políticas, a fragmentação do conhecimento e o abandono de amplos contingentes humanos.
14 Produzir comunicação, segundo essa memória cultural, vai muito além de submeter-se a novos processos de informação; ao contrário, exige o entendimento coletivo da informação e sua interpretação, como contribuintes, cidadãos e consumidores, como seres culturais. A sociedade civil da região e as administrações públicas das sete cidades têm criado novas instituições e novos métodos de articulação social; a rigor, nova agenda política.
15 Com base em experiências européias e norteamericanas, debatidas em seminários internacionais realizados no Brasil e no exterior, criaram-se nos últimos 10 anos três instituições produtoras, veiculadoras e negociadoras de informação e serviço: o Consórcio Regional de Prefeitos, a Câmara Regional e a Agência de Desenvolvimento. Efetivamente, esse novo mecanismo de ação da sociedade organizada criou-se pela consciência das profundas transformações dessa sociedade periférica e industrializada.
16 A Agência de Desenvolvimento busca alternativas para a implantação regional de pólos tecnológicos, enquanto os fóruns e os conselhos populares criam novos modos de representação popular e institucional, não como substituição de um poder ou de uma função social, mas como estímulo para o seu crescimento. Estamos diante de uma forma de regionalização nascida a partir da consciência local e regional, sem uma estrutura oficial do Estado brasileiro.
17 Retornando, enfim, a Octavio Ianni e Celso Daniel, citados no início deste trabalho, convém ao gestor, ao estudioso e ao cidadão ver a cidade como campo de disputa de idéias, movimento histórico em direção à democracia e espaço do exercício do direito e da justiça. Diante dessa dinâmica, a submissão e o conformismo são tão prejudiciais quanto a imposição e o clientelismo.
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