Camões (1525? 1580) Sobre a Obra e os Sonetos Camões

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Camões (1525? 1580) Sobre a Obra e os Sonetos Camões"

Transcrição

1 1

2 Camões (1525? 1580) Sobre a Obra e os Sonetos Camões Sabemos que a obra lírica camoniana, póstuma(1595), chama-se Rimas. Em vida, Camões só publicou três poemas. Um historiador contemporâneo, Diogo de Couto, que conheceu Camões em Moçambique (preso por dívidas) conta-nos que sua produção fora-lhe roubada. Chamar-se-ia Parnaso de Luís de Camões. Por isso a sua obra lírica é póstuma e não muito confiável. As edições, desde a primeira, vêm acrescidas de apócrifos. A de 1598, tinha 240 poemas; a de 1779, 501 e a de 1860, 595 poemas. Edições modernas, como a de Hernâni Cidade registram381 poemas; a do Professor Salgado Júnior, 409. Parte dela é constituída pelos sonetos (204 em Hernâni e 211 em Salgado). Recordemos que o soneto corresponde a uma forma poética fixa, de 14 versos, geralmente decassílabos, divididos em dois blocos: um de 8 versos, correspondente a duas quadras (ou quartetos), e outro de 6 versos, correspondente a dois tercetos. As rimas são 3 para as quadras (disposições possíveis: ABBA AABB ou ABAB) e outras 2 ou 3 para os tercetos (disposições mais freqüentes: CDC DCD ou CDE CDE). Quanto à estrutura argumentativa (ou seja, a maneira como o pensamento é exposto), muitas vezes, no soneto clássico, o tema é apresentado na primeira quadra, desenvolvido ou contrastado na segunda quadra e no primeiro terceto, e levado a uma conclusão no segundo terceto. Mas os tipos de organização das idéias, no soneto, são muito variáveis. De maneira geral os sonetos camonianos apresentam as seguintes características: Constituído de versos decassílabos (Medida Nova), sobretudo acentuados nas sílabas pares; Influência do Renascimento italiano, principalmente da poesia de Petrarca; trata-se do doce estilo novo trazido por Sá de Miranda, em 1527; 2

3 Racionalismo: embora a maioria de seus sonetos sejam líricoamorosos, percebe-se que o poeta não se abandona ao fluxo emocional ou sentimental. Comunica-nos antes um pensamento do que um sentimento sobre o Amor e a Mulher. Contém-se nos limites do equilíbrio e da harmonia. Universalismo: o poeta atenua os impulsos do eu, quer dizer, de sua vida subjetiva, particular, em favor de uma visão impessoal ou objetiva e universal, que pressupõe absolutos de beleza, de bem e de verdade. Por isso, interessa-lhe mais a Mulher que a mulher (ou esta como reflexo daquele), mais o Amor que o amor (ou este como reflexo daquele). Maior complexidade frasal, mais investimento intelectual do que a média dos poemas de medida velha ; Tema predominante: drama do amor e da saudade. A amada é vista com elevação e virtude (neoplatonismo), mas sem esconder uma vibração sensual; Outros temas: o desconcerto do mundo (tema social); a transitoriedade do mundo e da existência e o ideal de perfeição (neoplatonismo); Exercícios: Fontes predominantes: o platonismo, a nostalgia bíblica e a mitologia pagã; Figuras predominantes: a metáfora (imaginação), a antítese (dialética) e o hipérbato ou inversão (técnica de composição). Estilo: além do clássico, a influência maneirista (pré-barroco): as antíteses, o pessimismo e a temática do efêmero. Na verdade, grande parte de seus sonetos são mais maneiristas do que clássicos. 01. Assinale a alternativa incorreta a respeito do Renascimento: a) O Renascimento foi conseqüência de um conjunto de causas econômicas, políticas, sociais, religiosas e culturais que substituíram o sistema de vida feudal; b) O que caracteriza fortemente a Renascença literária é a volta dos modelos gregos e latinos; c) Nasce o Classicismo, caracterizado pela rigidez da disciplina de composição; são leis, princípios, modelos que orientam os literatos; d) O Renascimento, no campo artístico, chamou-se Classicismo, isto é, os gregos e latinos são considerados de classe; e) A poesia clássica é acompanhada da música, como nos tempos trovadorescos, por isso, podemos afirmar que a arte clássica restaura o princípio da melopéia. 3

4 02. Assinale a alternativa incorreta sobre o Renascimento: a) O Renascimento designa o período de grandes transformações políticas, econômicas e culturais que caracterizam a Europa de meados do século XV até fins do século XVI; b) A Igreja teve de enfrentar a Reforma protestante, liderada por Martinho Lutero. Essa Reforma fortalecia a classe média, pois exaltava a atividade comercial e justificava a obtenção de lucros. Por isso, foi apoiada pela burguesia, detentora do poder econômico; c) Copérnico divulga a teoria heliocêntrica, que identifica o sol como centro do universo, e Galileu comprova o duplo movimento da terra; d) A ampliação dos limites da terra conhecida, o enfrentamento de dificuldades em mares nunca dantes navegados, o contato com povos longínquos e a descoberta de novas culturas acabam por gerar na sociedade da época uma nova concepção de homem e de universo; e) A religiosidade medieval ainda atendia ao espírito do homem renascentista, pois a vida terrena ainda era vista como uma passagem em que o indivíduo se prepara para ganhar o céu. 03. Assinale a alternativa errada sobre o Renascimento artístico: a) O Renascimento artístico marca-se por uma explosão de vida e confiança na graça divina (teocentrismo); b) A arte desse período vai voltar-se para o passado: a Antigüidade clássica; c) A cultura greco-latina vai ser considerada fonte de inspiração e modelo de civilização; d) A arquitetura e escultura inspiram-se em obras da Antigüidade; a pintura recebe influência da arquitetura e principalmente da escultura; há um grande interesse pelo nu e pela mitologia; e) O Renascimento artístico (Classicismo) começou em Portugal, em 1527, quando Sá de Miranda retorna da Itália, trazendo novas idéias a respeito da arte ( a Medida Nova ). 04. Assinale a alternativa incorreta sobre o Classicismo: a) Racionalismo: A razão e a liberdade de pensar e agir sustentavam a cultura clássica. Daí o predomínio da razão sobre o sentimento. b) Universalismso: Expressão de verdades universais, absolutas e eternas, desprezando os assuntos de caráter individual, particular ou relativo; c) Ausência da Mitologia: Para simbolizar emoções, sentimentos e atitudes humanas, os clássicos valeram-se dos santos medievais e cristãos; 4

5 d) Antropocentrismo: Interesse e valorização do ser humano. Preocupação com a vida terrena, com a natureza e com a aventura, uma vez que o homem é a medida de todas as coisas, o centro do mundo; e) Neoplatonismo: O conceito de amor prende-se ao amor idealizado, não-carnal, que ultrapassa o limite do plano físico e situa-se no plano ideal. Paradoxo e Universalidade no Amor O eu-lírico, nos poemas de medida nova de Camões, exprime sobretudo uma saudade que se interroga insistentemente a si mesma. Aquilo que o poeta sente não se separa, portanto, daquilo que ele pensa. Mas como sentir e o pensar são movimentos antagônicos, porque o sentir deseja e o pensar limita, o resultado na prática textual só pode ser um acúmulo de contradições e paradoxos: Amor é um fogo que arde sem se ver, É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bemquerer; É um andar solitário entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder. Note-se que Camões aí só está falando da amada por extensão; na verdade, o que ele diz está universalizado, vale para todos. Tendo conhecido a experiência do amor, Camões sabe que este só pode dar num beco sem saída: É querer estar preso por vontade, É servir a quem vence o vencedor, É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? Beco sem saída, paradoxo, contradições e indefinições são o que podemos encontrar no texto abaixo. Trata-se do mais belo soneto em língua portuguesa, na opinião de Machado de Assis: Busque Amor novas artes, novo engenho Pera matar-me, e novas esquivanças Que não pode tirar-me as esperanças Que mal me tirará o que eu não tenho. Olhai de que esperanças me mantenho! Vede que perigosas seguranças! 5

6 Que não tempo contrastes nem mudanças, Andando em bravo mar, perdido o lenho. Mas conquanto não pode haver desgosto Onde esperança falta, lá me esconde Amor um mal que mata e não se vê; Que dias há que na alma me tem posto Um não sei quê, que nasce não sei onde, Vem não sei como e dói não sei por quê. Exercícios: 01. O poema acima é de medida velha ou medida nova? Por quê? 02. O poema acima é um soneto. Qual seu esquema de rimas? 03. Assinale a alternativa errada: a) O poema pode ser dividido em duas partes: 1 a os dois quartetos: o sujeito-lírico diz que,em seu estado desesperado, nenhum mal pode piorar sua situação; 2 a os dois tercetos: apesar de tudo, amor ainda lhe reserva um mal indefinível; b) Os versos Olhai de que esperanças me mantenho! e Vede que perigosas seguranças! contêm ironia carregada de amargura; c) O sentido dos versos 7-8 é que quem está no meio do mar bravo, sem nenhum barco ou navio ( lenho ), não pode temer nenhuma virada da sorte que piore sua situação; d) O poema se encerra com uma engenhosa definição do Amor: Um não sei quê, que nasce não sei onde, / Vem não sei como e dói não sei por quê. ; e) Os dois versos finais do poema são uma explicação do mal que mata e não se vê. 04. Numa expressão do verso 6 há uma antítese que forma um oxímoro (paradoxo), pois uma das palavras dela se refere à outra, contradizendo-a De que expressão se trata? 05. (Fuvest) Na Lírica de Camões: a) o metro usado para a composição dos sonetos é a redondilha maior; b) encontram-se sonetos, odes sátiras e autos; c) cantar a Pátria é o centro das preocupações; d) encontra-se uma fonte de inspiração de muitos poetas brasileiros do século XX: e) a Mulher é vista em seus aspectos físicos, despojada de espiritualidade. 6

7 06. Considere as seguintes afirmações sobre a lírica de Camões: I. Embora tenha sido o maior mestre, em Portugal, do novo estilo renascentista, elaborado na medida nova, compôs também numerosos poemas em formas tradicionais, na chamada medida velha ; II. Encontram-se em seus poemas amargas reflexões sobre o destino, o sentido da experiência e a desproporção entre os valores e os fatos; III. Seus poemas amorosos são marcados pela espiritualização da mulher, que neles aparece despojada de qualquer atributo sensorial e, portanto, despida de qualquer sensualidade. Quanto a essas afirmações, deve-se concluir que está(ão) correta(s): a) todas; b) apenas a I; c) apenas a II; d) I e II, apenas; e) II e III,apenas. Real Vs. Ideal, Tempo vs. Eternidade A essência do amor é volúvel. A razão é que o tempo não permite que nada fique como é: Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o Mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança; Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem ( se algum houve...), as saudades. O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria, E em mim converte em choro o doce canto. E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía. Neoplatonismo e Reminiscência Amorosa Antes de vir ao mundo, diz Platão, olhamos o que há de mais belo e mais verdadeiro, lá no outro mundo. Ao começarmos nossa vida, vamos 7

8 insensivelmente esquecendo aquela perfeição já vista em outra vida. Porque o que existe aqui neste mundo é tudo cópia imperfeita daquele outro mundo em que estávamos antes de nascer. Isso explica a razão de acharmos belas algumas coisas. É que nós já vimos uma beleza muito maior e dela temos uma certa reminiscência (vaga lembrança). Enfim, este mundo é apenas uma sombra imitativa daquele outro. A amada, que partiu para esse mundo das idéias e formas eternas, também se torna objeto de elevação e saudade: Alma minha gentil, que te partiste Tão cedo desta vida, descontente, Repousa lá no Céu eternamente E viva eu cá na terra sempre triste. E se lá no assento etéreo, onde subiste, Memória desta vida se consente, Não te esqueças daquele amor ardente Que já nos olhos meus tão puro viste. E se vires que pode merecer-te Alguma coisa a dor que me ficou Da mágoa sem remédio de perder-te, Roga a Deus, que teus anos encurtou, Que tão cedo de cá me leve a ver-te Quão cedo de meus olhos te levou. O que há de neoplatônico neste soneto é principalmente uma espécie de sublimação eternizadora da amada, a partir da morte, do abandono deste mundo. Enfim, para o platonismo, abandonar o mundo dos sentidos já é conquistar um pouco do mundo da verdade. A morte representa, portanto, uma espécie de purificação. O elemento da reminiscência está sugerido às avessas: Camões supõe a possibilidade de que a amada se lembre dele, lá no assento etéreo. O Desconcerto do mundo As loucuras e contrastes do amor se reproduzem também na esfera das outras relações humanas e em parte são a causa delas. Enfim, se não há justiça no amor, não há justiça cósmica (incluindo, obviamente, a social). Nada está bem distribuído, e a dor parece uma constante, que cada vez mais aguça as suas garras. O tema do desconcerto do mundo, que aparece também nas redondilhas, tem um bom exemplo neste final de soneto, já visto: Alternância de Hebraísmo e Paganismo E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz do mor espanto: Que não se muda já como soía... Em Camões, nós encontramos muitas alusões ou influências de dois sistemas culturais antigos, de espírito até certo ponto antagônico. Um vem da 8

9 Bíblia (sobretudo do Antigo Testamento), outro vem da mitologia grega. Camões não se preocupa com as divergências ideológicas de uma e outra. Está interessado na sugestão erótica e amorosa, como nestas passagens tiradas do Gênesis, XXIX,25: Sete anos de pastor Jacó servia Labão, pai de Raquel, serrana bela; Mas não servia ao pai, servia a ela, Que ela só por prêmio pretendia. Os dias, na esperança de um só dia Passava, contentando-se com vê-la; Porém o pai, usando de cautela, Em lugar de Raquel lhe dava Lia. Vendo o triste pastor que com enganos Lhe fora assim negada a sua pastora, Como se a não tivera merecida, Começa de servir outros sete anos, Dizendo: -- Mais servira, se não fora Pera tão longo amor tão curta a vida! Como vimos, para Platão a verdadeira realidade reside no mundo das idéias, e o mundo sensível se afigura apenas um aglomerado de sombras vagas, lembranças do outro; e o amor é um ser intermediário entre os deuses e os mortais. Ele nos inspira o desejo de ter sempre o bem; sua ação é uma geração que garante aos mortais a imortalidade que lhes é possível (Introdução a O Banquete, de Platão). Observe os dois últimos versos de Jacó: Mais servira, se não fora / Para tão longo amor tão curta a vida!. É que seu amor tanscendia o plano histórico em que vivia e projetava-se para uma zona ideal, infensa à astúcia e à malícia de Labão: Jacó teria sua amada custasse o que custasse, pois o sentimento não era da carne mas do espírito, e este participava da esfera inteligível onde assiste, ao ver de Platão, a realidade de tudo; vivia somente para e pelo amor, e a servidão podia atingir-lhe o corpo, nunca a alma, que gozava de plenitude em razão do sentimento que o ligava a Raquel; a rigor, servia a ela, a si próprio ou ao Amor, não a Labão; por isso, servia resignado e contente. Ou ainda nestas, de forte sugestão pagã (greco-latina): Num bosque que das Ninfas se habitava, Sibela, Ninfa linda, andava um dia; E, subida nua árvore sombria, As amarelas flores apanhava. Cupido, que ali sempre costumava A vir passar a sesta à sombra fria, Num ramo o arco e setas que trazia, Antes que adormecesse, pendurava. 9

10 Princípio da Imitação (Mimesis) A Ninfa, como idôneo tempo vira Pera tamanha empresa, não dilata, Mas com as armas foge ao Moço esquivo. As setas traz nos olhos, com que tira. -- Ó pastores! fugi, que a todos mata, Senão a mi(m), que de matar-me vivo! O Classicismo impõe a aceitação de modelos preexistentes à elaboração da obra de arte, sejam eles os escritores greco-latinos, sejam os modernos que lhes seguiram as pegadas. E o acatamento de moldes pressupunha, inclusive, o empréstimo de versos inteiros ou de temas. Em troca, exigia-se que o poeta imitador instilasse originalidade, o engenho e arte de que fala Camões, na substância poética recebida de fora. Assim, o soneto camoniano que começa com o verso Sete anos de pastor Jacó servia ter-se-ia inspirado no soneto de Petrarca que se inicia com o verso Per Rachel ho servito e non per Lia, e no Gênesis, XXIX, 25. O soneto Um mover de olhos, brando e piedoso, deve ter-se calcado no de Petrarca que começa com o seguinte verso: Grazie ch a poch l Ciel largo destina. O mesmo ocorre com o soneto Transforma-se o amador na cousa amada,, conforme Petrarca, L amante nell amato si trasforma ; o Alma minha gentil, que te partiste, também em Petrarca: Questa anima gentil che si diparte e Anima bella, da quel nodo sciolta. Sobre Dinamene Segundo a tradição, Dinamente, a famosa amante chinesa de Camões, morreu afogada. NOs Lusíadas há uma referência à passagem do naufrágio, quando o poeta fala em canto molhado. Colocado entre salvar Dinamene ou a sua obra (20 anos de trabalho!), para a glória da língua portuguesa, acaba salvando a epopeia. No entanto, graves sofrimentos abalaram o poeta. Derivado desse episódio encontramos vários sonetos a ela dedicados. O mais famoso já vimos acima. Aquele que começa com o verso Alma minha gentil, que te partiste. Abaixo veremos mais dois textos: Texto 01 Quando de minhas mágoas a comprida Maginação os olhos me adormece, Em sonhos aquela alma me aparece 10

11 Que pera mim foi sonho nesta vida. Lá nua soïdade, onde estendida A vista pelo campo desfalece, Corro pera ela, e ela então parece Que mais de mim se alonga, compelida. Brado: -- Não me fujais, sombra benigna! Ela, os olhos em mim, cum brando pejo, Como quem diz que já não pode ser, Torna a fugir-me. E eu, gritando: -- Dina... Antes que diga --...mene!,acordo, e vejo Que nem um breve engano posso ter. Texto 02 Cara minha inimiga, em cuja mão Pôs meus contentamentos a ventura, Faltou-te a ti na terra sepultura, Porque me falte a mim consolação. Eternamente as águas lograrão A tua peregrina formosura, Mas enquanto me a mim a vida dura Sempre viva em minh alma te acharão. E se os meus rudos versos podem tanto Que possam prometer-te longa história Daquele amor tão puro e verdadeiro. Celebrada serás sempre em meu canto, Porque enquanto no mundo houver memória Será minha escritura teu letreiro. 01. Os versos do texto 02 são de medida nova ou de medida velha? Explique, fazendo a divisão das sílabas métricas dos dois primeiros versos e classificando o seu metro. 02. O poema corresponde a um modelo poético (chamado forma fixa ) muito utilizado desde o Renascimento. De que se trata? Por quê? 11

12 03. Logo no início do poema há uma antítese. Qual é ela? Explique-a 04. Há no texto algo que permita concluir que a amada a que o poeta se dirige tenha morrido afogada? Por quê? 05. No fim da segunda quadra, o poeta promete guardar para sempre a memória da amada morta. Nos tercetos ele desenvolve essa afirmação e, aí, introduz um novo elemento: o tema da perenidade da poesia (um tema freqüente na obra dos poetas clássicos, desde a antigüidade). Como se relaciona o tema da perenidade da poesia com o tema da amada morta? 06. Como se relaciona o tema do soneto acima com os seguintes versos de Píndaro: Mais tempo que os feitos vive a Palavra, / o que quer que seja que a língua, pelo favor / das Graças, retira da profundeza da mente. ( Nemea IV, 6-8) a) o eu-lírico confia na imortalidade de seus versos, que guardarão para sempre a memória da amada; b) as águas possuirão eternamente a beleza da musa inspiradora morta; c) a mulher a quem o poeta ama viverá em sua alma enquanto ele viver; d) o destino pôs os contentamentos do eu-lírico nas mãos de uma inimiga; e) a ausência de sepultura para aquela a quem o texto se refere é a causa do desconsolo do poeta. 07 Leia o excerto abaixo: Transforma-se o amador na coisa amada Por virtude do muito imaginar; Não tenho, logo, mais que desejar, Pois em mim tenho a parte desejada. Assinale a alternativa incorreta: a) O agente do primeiro verso é o amador e o paciente é a coisa amada; b) O verbo que expressa a fusão entre agente e paciente é transforma-se; c) Após a identificação o eu-lírico considera-se satisfeito: Não tenho, logo, mais que desejar. ; d) O quarteto transcrito apresenta um estrutura lógica: os dois primeiros versos constituem a premissa que explica a conclusão exposta no terceiro verso; e) Não há nenhuma influência platônica, no texto acima, pois o amor é expresso através de uma atitude emocional e não racional. 12

13 Antologia: Aquela triste e leda madrugada, Cheia toda de mágoa e de piedade, Enquanto houver no mundo saudade Quero que seja sempre celebrada. Ela só, quando amena e marchetada Saía, dando ao mundo claridade, Viu apartar-se de ua outra vontade, Que nunca poderá ver-se apartada. Ela só viu as lágrimas em fio. Que de uns e de outros olhos derivadas, Se acrescentaram em grande e largo rio. Ela ouviu as palavras magoadas Que puderam tornar o fogo frio E dar descanso às almas condenas. Transforma-se o amador na cousa amada, Por virtude do muito imaginar; Não tenho, logo, mais que desejar, Pois em mim tenho a parte desejada. Se nela está minha alma transformada, Que mais deseja o corpo de alcançar? Em si somente pode descansar, Pois consigo tal alma está liada. Mas esta linda e pura semidéia, Que, como o acidente em seu sujeito, Assim coa alma minha se conforma, Está no pensamento como idéia; E o vivo e puro amor de que sou feito, Como a matéria simples busca a forma. 13

14 A fermosura desta fresca serra E a sombra dos verdes castanheiros, O manso caminhar destes ribeiros, Donde toda a tristeza se desterra; O rouco som do mar, a estranha terra, O esconder do sol pelos outeiros, O recolher dos gados derradeiros, Das nuvens pelo ar a branda guerra; Enfim, tudo o que a rara Natureza Com tanta variedade nos ofrece, Me está, se não te vejo, magoando. Sem ti, tudo me enoja e me aborrece; Sem ti, perpetuamente estou passando Nas mores alegrias mor tristeza. Ah! Minha Dinamene! Assim deixaste Quem não deixara nunca de querer-te! Ah! Ninfa minha, já não posso ver-te! Tão asinha esta vida desprezaste! Como já para sempre te apartaste De quem tão longe estava de perder-te? Puderam estas ondas defender-te Que não visses quem tanto magoaste? Nem falar-te somente a dura Morte Me deixou, que tão cedo o negro manto Em teus olhos deitado consentiste! Ó mar! Ó céu! ó minha escura sorte! Que pena sentirei que valha tanto, Que ainda tenha por pouco viver triste? 14

15 Correm turvas as águas deste rio, Que as do Céu e as do monte as enturbaram; Os campos florescidos se secaram; Intratável se fez o vale, e frio. Passou o Verão, passou o ardente Estio; Uas cousas por outras se trocaram; Os fementidos Fados já deixaram Do mundo o regimento ou desvario. Tem o tempo sua ordem já sabida; O mundo não; mas anda tão confuso, Que parece que dele Deus se esquece. Casos, opiniões, natura e uso Fazem que nos pareça desta vida Que não há nela mais que o que parece. Julga-me a gente toda por perdido, Vendo-me tão entregue a meu cuidado, Andar sempre dos homens apartado, E dos tratos humanos esquecido. Mas eu, que tenho o mundo conhecido, E quase que sobre ele ando dobrado, Tenho por baixo, rústico, enganado, Quem não é com meu mal engrandecido. Vão revolvendo a terra, o mar e o vento, Busquem riquezas, honras a outra gente, Vencendo ferro, fogo, frio e calma; Que eu só em humilde estado me contento De trazer esculpido eternamente Vosso fermoso gesto dentro na alma. 15

16 Ao céu, à terra, ao vento sossegado, Às ondas, que se estendem pela areia, Aos peixes, que no mar o sono enfreia, Ao noturno silêncio repousado, O pescador Aônio, que, deitado Onde co vento a água se meneia, Chorando, o nome amado em vão nomeia, Que não pode ser mais que nomeado. Ondas dizia antes que Amor me mate, Tornai-me a minha Ninfa, que tão cedo Me fizestes à morte estar sujeita. Ninguém lhe fala; o mar de longe bate; Move-se brandamente o arvoredo; Leva-lhe o vento a voz, que ao vento deita. O dia em que nasci moura e pereça, Não o queira jamais o tempo dar; Não torne mais ao Mundo, e, se tornar, Eclipse nesse passo o Sol padeça. A luz lhe falte, o Sol se lhe escureça, Mostre o Mundo sinais de se acabar, Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar, A mãe ao próprio filho não conheça. As pessoas pasmadas, de ignorantes, As lágrimas no rosto, a cor perdida, Cuidem que o Mundo já se destruiu. Ó gente temerosa, não te espantes, Que este dia deitou ao Mundo a vida Mais desgraçada que jamais se viu! O tempo acaba o ano, o mês e a hora, A força, a arte, a manha, a fortaleza; 16

17 O tempo acaba a fama e a riqueza, O tempo o mesmo tempo de si chora; O tempo busca e acaba o onde mora Qualquer ingratidão, qualquer dureza; Mas não pode acabar minha tristeza, Enquanto não quiserdes vós, Senhora. O tempo o claro dia torna escuro, E o mais ledo prazer em choro triste; O tempo, a tempestade em grão bonança. Mas de abrandar o tempo estou seguro O peito de diamante, onde consiste A pena e o prazer desta esperança. Um mover de olhos, brando e piedoso, Sem ver de quê; um riso brando e honesto, Quase forçado; um doce e humilde gesto, De qualquer alegria duvidoso; Um desejo quieto e vergonhoso; Um repouso gravíssimo e modesto; Uma pura bondade, manifesto Indício da alma, limpo e gracioso; Um encolhido ousar; uma brandura; Um medo sem ter culpa; um ar sereno; Um longo e obediente sofrimento: Esta foi a celeste formosura Da minha Circe, e o mágico veneno Que pôde transformar meu pensamento. 17

Quando eu, senhora...

Quando eu, senhora... Quando eu, senhora... Sá de Miranda Quando eu, senhora, em vós os olhos ponho, e vejo o que não vi nunca, nem cri que houvesse cá, recolhe-se a alma em si e vou tresvariando, como em sonho. Isto passado,

Leia mais

QUANDO EU, SENHORA...

QUANDO EU, SENHORA... QUANDO EU, SENHORA... Sá de Miranda Quando eu, senhora, em vós os olhos ponho, e vejo o que não vi nunca, nem cri que houvesse cá, recolhe-se a alma em si e vou tresvariando, como em sonho. Isto passado,

Leia mais

Luís de Camões (1524?-1580?)

Luís de Camões (1524?-1580?) Prof. André de Freitas Barbosa Análise literária Luís de Camões (1524?-1580?) SONETOS (1595) Aspectos da lírica camoniana Luís de Camões é o maior expoente do Classicismo literário e, por extensão, do

Leia mais

A arte de escrever um soneto

A arte de escrever um soneto A arte de escrever um soneto Em primeiro lugar, não se ensina um poeta a escrever. Ele tira da alma o que sua mão escreve. Porém, a tarefa de escrever um soneto, uma obra considerada pelos intelectuais

Leia mais

Aula 6 A lírica camoniana

Aula 6 A lírica camoniana Aula 6 A lírica camoniana Lírica Camoniana Poemas em medida velha: Poemas em medida nova: - Tradição popular medieval - Doce estilo novo -- Influência de Petrarca: soneto - Redondilha Menor: pentassílabo

Leia mais

1) Soneto: Enquanto quis Fortuna que tivesse

1) Soneto: Enquanto quis Fortuna que tivesse 1) Soneto: Enquanto quis Fortuna que tivesse Enquanto quis Fortuna que tivesse Esperança de algum contentamento, O gosto de um suave pensamento Me fez que seus versos escrevesse. Porém, temendo Amor que

Leia mais

Biblioteca. Educação literária. Poesia - 8o ano

Biblioteca. Educação literária. Poesia - 8o ano Biblioteca Educação literária Poesia - 8o ano AGRUPAMENTO VERTICAL DE ESCOLAS DE CANELAS BIBLIOTECA Conteúdo Sá de Miranda......4 Comigo me desavim,...4 O sol é grande, caem co a calma as aves,...4 Luís

Leia mais

RENASCIMENTO David de Michelangelo (1504) CLASSICISMO INFLUÊNCIA TRADICIONAL VS INFLUÊNCIA CLÁSSICA OU RENASCENTISTA. A influência / corrente tradicional A influência / corrente clássica CORRENTE TRADICIONAL

Leia mais

Literatura 1º ano João J. Classicismo

Literatura 1º ano João J. Classicismo Literatura 1º ano João J. Classicismo LITERATURA 1º ANO Tema: CLASSICISMO O Classicismo, terceiro grande movimento literário da língua portuguesa, marca o início a chamada Era Clássica da Literatura. A

Leia mais

LÍNGUA PORTUGUESA ENSINO MÉDIO PROF. DENILSON SATURNINO 1 ANO PROF.ª JOYCE MARTINS

LÍNGUA PORTUGUESA ENSINO MÉDIO PROF. DENILSON SATURNINO 1 ANO PROF.ª JOYCE MARTINS LÍNGUA PORTUGUESA 1 ANO PROF.ª JOYCE MARTINS ENSINO MÉDIO PROF. DENILSON SATURNINO CONTEÚDOS E HABILIDADES Unidade II Cultura A pluralidade na expressão humana 2 CONTEÚDOS E HABILIDADES Aula 10.2 Conteúdo

Leia mais

Luís Vaz de Camões Retrato pintado em Goa, 1581.

Luís Vaz de Camões Retrato pintado em Goa, 1581. Luís Vaz de Camões +- 1524-1580 Retrato pintado em Goa, 1581. Vida Provavelmente nasceu e faleceu em Lisboa Um dos maiores poetas da literatura de língua portuguesa Frequentou a corte de D. João III 1755:

Leia mais

Prof. Eloy Gustavo. Aula 4 Renascimento

Prof. Eloy Gustavo. Aula 4 Renascimento Aula 4 Renascimento Renascimento ou Renascença O florescimento intelectual e artístico que começou na Itália no século XIV, culminou nesse país no século XVI e influenciou enormemente outras partes da

Leia mais

Cantigas Medievais. Cantadas pelos trovadores, as can0gas chegaram a. cancioneiros (coleções) de diversos 0pos. Séc. XII a XIV

Cantigas Medievais. Cantadas pelos trovadores, as can0gas chegaram a. cancioneiros (coleções) de diversos 0pos. Séc. XII a XIV Cantigas Medievais Cantadas pelos trovadores, as can0gas chegaram a n ó s p e l o s cancioneiros (coleções) de diversos 0pos. Séc. XII a XIV Anote no caderno suas respostas para as questões propostas ao

Leia mais

*O Amor é o principal tema de toda a lírica camoniana - como é n'os Lusiadas, uma das grandes linhas que movem, organizam e dão sentido ao universo,

*O Amor é o principal tema de toda a lírica camoniana - como é n'os Lusiadas, uma das grandes linhas que movem, organizam e dão sentido ao universo, * *O Amor é o principal tema de toda a lírica camoniana - como é n'os Lusiadas, uma das grandes linhas que movem, organizam e dão sentido ao universo, elevando os heróis à suprema dignidade de, através

Leia mais

Desde sempre presente na nossa literatura, cantado por trovadores e poetas, é com Camões que o Amor é celebrado em todo o seu esplendor.

Desde sempre presente na nossa literatura, cantado por trovadores e poetas, é com Camões que o Amor é celebrado em todo o seu esplendor. Desde sempre presente na nossa literatura, cantado por trovadores e poetas, é com Camões que o Amor é celebrado em todo o seu esplendor. O Poeta canta o amor platónico, a saudade, o destino e a beleza

Leia mais

Exercícios do ver literário. As respostas das questões desses slides estão no seu caderno. Use-as para estudar.

Exercícios do ver literário. As respostas das questões desses slides estão no seu caderno. Use-as para estudar. + Exercícios do ver literário As respostas das questões desses slides estão no seu caderno. Use-as para estudar. + a) A imagem 2 é plagio da primeira b) A imagem 1 é caricatura de Pedro c) A imagem 2 é

Leia mais

Classicismo em Portugal

Classicismo em Portugal Classicismo em Portugal Contexto Histórico Desenvolvimento do comércio; Reforma Protestante; Desenvolvimento científico-tecnológico Navegações Antropocentrismo Imprensa Nas artes valorização dos clássicos

Leia mais

AULA 03 LITERATURA. Classicismo

AULA 03 LITERATURA. Classicismo AULA 03 LITERATURA Classicismo PROFª Edna Prado O Classicismo, terceiro grande movimento literário da língua portuguesa, marca o início a chamada Era Clássica da Literatura. A Era Clássica é formada por

Leia mais

Síntese da unidade 4

Síntese da unidade 4 Síntese da unidade 4 Influências da lírica camoniana (Século XVI) Medida velha/corrente tradicional TEMAS Influência dos temas da poesia trovadoresca. Tópicos de circunstância; a saudade, o sofrimento

Leia mais

Luís de Camões (Sonetos)

Luís de Camões (Sonetos) Luís de Camões (Sonetos) TEXTO 1 Bendito seja o dia, o mês, o ano A sazão, o lugar, a hora, o momento E o país de meu doce encantamento Aos seus olhos de lume soberano E bendito o primeiro doce afano Que

Leia mais

( ) A literatura brasileira da fase colonial é autônoma em relação à Metrópole.

( ) A literatura brasileira da fase colonial é autônoma em relação à Metrópole. 3º EM Literatura Carolina Aval. Subs. / Opt. 23/04/12 1. Sobre o Quinhentismo brasileiro, assinale V para verdadeiro e F para falso. Em seguida, explicite o erro das afirmações julgadas falsas. (Os itens

Leia mais

Sonetos de Luís Vaz de Camões I

Sonetos de Luís Vaz de Camões I Sonetos de Luís Vaz de Camões I Enquanto quis Fortuna que tivesse Esperança de algum contentamento, O gosto de um suave pensamento Me fez que seus efeitos escrevesse. Porém, temendo Amor que aviso desse

Leia mais

Uma grande parte dos sonetos incluídos nesta

Uma grande parte dos sonetos incluídos nesta Amor & desamor Uma grande parte dos sonetos incluídos nesta edição foram garimpados criteriosamente pelo escritor Sergio Faraco, que os editou nos volumes Livro dos sonetos, Livro do corpo, Livro das cortesãs,

Leia mais

luís de camões Sonetos de amor Prefácio de richard zenith

luís de camões Sonetos de amor Prefácio de richard zenith luís de camões Sonetos de amor Prefácio de richard zenith Copyright do prefácio 2016 by Richard Zenith Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, que entrou em vigor no

Leia mais

Classicismo. Literatura brasileira 1ª EM Prof.: Flávia Guerra

Classicismo. Literatura brasileira 1ª EM Prof.: Flávia Guerra Classicismo Literatura brasileira 1ª EM Prof.: Flávia Guerra Contexto O século XV traz o ser humano para o centro dos acontecimentos, relegando para segundo plano o deus todopoderoso do período medieval.

Leia mais

Soneto a quatro mãos

Soneto a quatro mãos Soneto a quatro mãos Circus do Suannes "Aonde quer que eu vá, eu descubro que um poeta esteve lá antes de mim". Sigmund Freud Não sou de dar lição a ninguém, pois meu tempo de magistério pertence à História

Leia mais

QUESTÃO 2 INDIQUE os elementos da tela que retratam uma caracterização da Idade Média. (Não descreva a tela)

QUESTÃO 2 INDIQUE os elementos da tela que retratam uma caracterização da Idade Média. (Não descreva a tela) Literatura Linguagens, códigos e suas Tecnologias Edilaine Araújo Atividade de Recuperação Rec. Final 35 pontos 1 º A/B Leia os textos a seguir e responda à questão Notícia de jornal Tentou contra a existência

Leia mais

A passagem do tempo na cultura digital

A passagem do tempo na cultura digital A passagem do tempo na cultura digital "Tempus fugit", o tempo voa, é uma inscrição em latim encontrada em muitos relógios. Para mim, voa. E para você? Voa para todos, parece. Essa sensação de estar perdendo

Leia mais

Escola Secundária com 3º Ciclo de Manuel da Fonseca Santiago do Cacém. Literatura Portuguesa

Escola Secundária com 3º Ciclo de Manuel da Fonseca Santiago do Cacém. Literatura Portuguesa Escola Secundária com 3º Ciclo de Manuel da Fonseca Santiago do Cacém PROVA DE EXAME A NÍVEL DE ESCOLA PARA A CONCLUSÃO E CERTIFICAÇÃO GENERALISTA DE NÍVEL SECUNDÁRIO DE EDUCAÇÂO (Decreto-Lei nº 357/2007

Leia mais

PROVA DE LITERATURAS

PROVA DE LITERATURAS COMISSÃO PERMANENTE DE SELEÇÃO COPESE MÓDULO III DO PISM TRIÊNIO 2012-2014 PROVA DE LITERATURAS INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA Será excluído do concurso o candidato que for flagrado portando ou

Leia mais

Se nela está minha alma transformada, que mais deseja o corpo de alcançar? Em si somente pode descansar, pois consigo tal alma está liada.

Se nela está minha alma transformada, que mais deseja o corpo de alcançar? Em si somente pode descansar, pois consigo tal alma está liada. SONETOS DE CAMÕES Camões escreveu peças de teatro (Anfitriões, Filodemo, El rei Seleuco), a obra épica Os Lusíadas (única obra publicada em vida) e mais de duas centenas de soneto. O soneto é uma forma

Leia mais

Amor & Sociologia Cultural - Fernando Pessoa

Amor & Sociologia Cultural - Fernando Pessoa Page 1 of 5 Universidade Federal do Amapá Pró-Reitoria de Ensino de Graduação Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia Disciplina: Sociologia Cultural Educador: João Nascimento Borges Filho Amor & Sociologia

Leia mais

Por. Raphael Hormes. Monitor: Bruna Basile

Por. Raphael Hormes. Monitor: Bruna Basile Por. Professor: Eduardo Valladares Raphael Hormes Monitor: Bruna Basile Figuras de Linguagem 02 nov EXERCÍCIOS DE AULA 1. Canção do vento e da minha vida O vento varria as folhas, O vento varria os frutos,

Leia mais

Velho do Restelo. De mil Religiosos diligentes, Em procissão solene, a Deus orando, Pera os batéis viemos caminhando.

Velho do Restelo. De mil Religiosos diligentes, Em procissão solene, a Deus orando, Pera os batéis viemos caminhando. 88 A gente da cidade, aquele dia, Da partida (Uns por amigos, outros por parentes, Outros por ver somente) concorria, curiosos Saudosos na vista e descontentes. E nós, co a virtuosa companhia O Gama e

Leia mais

A REPRESENTAÇÃO DO AMOR NA LÍRICA CAMONIANA

A REPRESENTAÇÃO DO AMOR NA LÍRICA CAMONIANA A REPRESENTAÇÃO DO AMOR NA LÍRICA CAMONIANA Marcos Paulo de Azevedo (UERN) marcos_h.p@hotmail.com Maria Joseane Rodrigues Silva (UERN) joseanesilva_29@hotmail.com Introdução Luís Vaz de Camões é considerado

Leia mais

Primeiro dia Jogando eu aprendo a ser feliz

Primeiro dia Jogando eu aprendo a ser feliz Bons dias Primeiro dia Jogando eu aprendo a ser feliz Pensamento do dia O esporte não é somente uma forma de entretenimento, mas também - e eu diria sobretudo - um instrumento para comunicar valores que

Leia mais

CANTO IV - ESTROFES 94 A 104 EPISÓDIO DO VELHO DO RESTELO

CANTO IV - ESTROFES 94 A 104 EPISÓDIO DO VELHO DO RESTELO CANTO IV - ESTROFES 94 A 104 EPISÓDIO DO VELHO DO RESTELO 94 «Mas um velho, d' aspeito venerando, Que ficava nas praias, entre a gente, Postos em nós os olhos, meneando Três vezes a cabeça, descontente,

Leia mais

FIGURAS DE LINGUAGEM

FIGURAS DE LINGUAGEM FIGURAS DE LINGUAGEM Figuras de linguagem figura do latim aspecto, forma, aparência. Exercem papel preponderante na construção do sentido do texto literário. QUAIS AS FIGURAS DE LINGUAGEM MAIS COMUNS?

Leia mais

Gêneros Literários OBRAS LITERÁRIAS: QUANTO À FORMA = VERSO & PROSA QUANTO AO CONTEÚDO = GÊNEROS LITERÁRIOS

Gêneros Literários OBRAS LITERÁRIAS: QUANTO À FORMA = VERSO & PROSA QUANTO AO CONTEÚDO = GÊNEROS LITERÁRIOS GÊNEROS LITERÁRIOS Gêneros Literários OBRAS LITERÁRIAS: QUANTO À FORMA = VERSO & PROSA QUANTO AO CONTEÚDO = GÊNEROS LITERÁRIOS Gêneros Literários GÊNERO ÉPICO (NARRATIVO) = Quando é contada uma história.

Leia mais

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA ROTEIRO DE ATIVIDADES 1ª SÉRIE 3º BIMESTRE AUTORIA SELMA DE SOUZA SANGLARD Rio de Janeiro 2012 TEXTO GERADOR I 1º Momento: Explicação do gênero abordado; Busca

Leia mais

ミ Trabalho de Literatura 彡. Tema: Classicismo e Humanismo.

ミ Trabalho de Literatura 彡. Tema: Classicismo e Humanismo. ミ Trabalho de Literatura 彡 Tema: Classicismo e Humanismo. Movimento cultural que se desenvolveu na Europa ao longo dos séculos XV e XVI, com reflexos nas artes, nas ciências e em outros ramos da atividade

Leia mais

MEU JARDIM DE TROVAS

MEU JARDIM DE TROVAS ANGÉLICA DA SILVA ARANTES MEU JARDIM DE TROVAS PRIMEIRA EDIÇÃO / 2011-1 - SINOPSE: Com intensidade tem se falado sobre o tema trova, acontece que nem todas as pessoas sabem o que é tecnicamente uma trova.

Leia mais

ESTAVA A FORMOSA SEU FIO TORCENDO (paráfrase de Cleonice Berardinelli) - Por Jesus, senhora, vejo que sofreis Estava a formosa seu fio torcendo,

ESTAVA A FORMOSA SEU FIO TORCENDO (paráfrase de Cleonice Berardinelli) - Por Jesus, senhora, vejo que sofreis Estava a formosa seu fio torcendo, 3º EM Literatura Dina Aval. Mensal 19/03/11 Responda no gabarito ao final 1. Sobre a poesia trovadoresca em Portugal, é INCORRETO afirmar que: a) refletiu o pensamento da época, marcada pelo teocentrismo,

Leia mais

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA ROTEIRO DE ATIVIDADES 1ª SÉRIE 3º BIMESTRE AUTORIA ELIZAMAR DE SOUZA SILVA Rio de Janeiro 2012 TEXTO GERADOR I O Texto Gerador integra a obra de Marília de Dirceu,

Leia mais

Arcadismo / Neoclassicismo

Arcadismo / Neoclassicismo Melhores Poemas de Cláudio Manuel da Costa (UPF) Arcadismo / Neoclassicismo Minas Gerais Vila Rica Século XVIII Contexto século XVIII Iluminismo Razão como luz da História A Liberdade guiando o povo, Delacroix

Leia mais

Comigo mais poesia. Nelson Martins. Reflexões e Sentimentos

Comigo mais poesia. Nelson Martins. Reflexões e Sentimentos Comigo mais poesia Comigo mais poesia Nelson Martins Reflexões e Sentimentos Apresentação A poesia de Nelson Martins conduz o leitor à territorialidade da existência humana, como memória grifada de cada

Leia mais

ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO ANUAL DE LITERATURA

ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO ANUAL DE LITERATURA ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO ANUAL DE LITERATURA - 2016 Nome: Nº 1ª Série Professores : Danilo / Fernando / Nicolas Nota: I Introdução Caro aluno, Neste ano, você obteve média inferior a 6,0 e, portanto, não

Leia mais

Unidade 3 Por mares nunca dantes navegados. Escola EB2,3 do Caramulo 2.008_

Unidade 3 Por mares nunca dantes navegados. Escola EB2,3 do Caramulo 2.008_ Unidade 3 Por mares nunca dantes navegados 2.008_.2009 1 Para compreender a epopeia Os Lusíadas, devemos conhecer: 1 - O contexto histórico cultural dos Séc. XV e XVI 2 - As fontes literárias dos poetas

Leia mais

Ler. Hoje. Luís de camões. poesia lírica e épica OS CLÁSSICOS MARIA ALMIRA SOARES

Ler. Hoje. Luís de camões. poesia lírica e épica OS CLÁSSICOS MARIA ALMIRA SOARES Ler OS CLÁSSICOS Hoje MARIA ALMIRA SOARES Luís de camões poesia lírica e épica ÍNDICE GERAL CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA... 6 Época clássica renascimento... 6 Biografia de luís de camões... 8 Importância

Leia mais

Trovadorismo e Humanismo Literatura Portuguesa

Trovadorismo e Humanismo Literatura Portuguesa Trovadorismo e Humanismo Literatura Portuguesa Prof. Thiago Robson Aletro As Trovas Medievais Contexto histórico-cultural Idade Média (Séc XII) Feudalismo/vassalage m Nobreza Teocentrismo Cruzadas Galego-Português

Leia mais

Bárbara da Silva. Literatura. Parnasianismo

Bárbara da Silva. Literatura. Parnasianismo Bárbara da Silva Literatura Parnasianismo O Parnasianismo foi um movimento essencialmente poético, surgido na segunda metade do século XIX, reagindo contra o sentimentalismo e o subjetivismo dos românticos.

Leia mais

DATA: 26 / 09 / 2014 II ETAPA AVALIAÇÃO DE RECUPERAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA 1.º ANO/EM ALUNO(A): Nº: TURMA:

DATA: 26 / 09 / 2014 II ETAPA AVALIAÇÃO DE RECUPERAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA 1.º ANO/EM ALUNO(A): Nº: TURMA: SOCIEDADE MINEIRA DE CULTURA Mantenedora da PUC Minas e do COLÉGIO SANTA MARIA DATA: 26 / 09 / 2014 1 UNIDADE: II ETAPA AVALIAÇÃO DE RECUPERAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA 1.º ANO/EM ALUNO(A): Nº: TURMA: PROFESSOR(A):

Leia mais

Mulher lendo Renoir, c. 1895, óleo sobre tela, 32 x 28 cm. Coleção particular.

Mulher lendo Renoir, c. 1895, óleo sobre tela, 32 x 28 cm. Coleção particular. Mulher lendo Renoir, c. 1895, óleo sobre tela, 32 x 28 cm. Coleção particular. Poesia Miguel Reale Eterna juventude Quando em meus olhos os teus olhos pousas vejo-te jovem como via outrora: luz interior

Leia mais

QUÃO GRANDE É O MEU DEUS (Chris T./Jesse R.)

QUÃO GRANDE É O MEU DEUS (Chris T./Jesse R.) QUÃO GRANDE É O MEU DEUS (Chris T./Jesse R.) Com esplendor de um rei Em majestade e luz Faz a terra se alegrar, faz a terra se alegrar Ele é a própria luz E as trevas vão fugir Tremer com sua voz, tremer

Leia mais

MODERNISMO 2ª GERAÇÃO. Por Carlos Daniel S. Vieira

MODERNISMO 2ª GERAÇÃO. Por Carlos Daniel S. Vieira MODERNISMO 2ª GERAÇÃO Por Carlos Daniel S. Vieira CONTEXTO HISTÓRICO-SOCIAL CONTEXTO HISTÓRICO-SOCIAL Duas guerras mundiais Crack da bolsa (1929) Instabilidade social e política O homem busca esperanças......

Leia mais

SEMPRE ORANDO. Cálida e fervorosa oração penetra os céus e chega a Deus.

SEMPRE ORANDO. Cálida e fervorosa oração penetra os céus e chega a Deus. SEMPRE ORANDO Cálida e fervorosa oração penetra os céus e chega a Deus. AOS ORANTES Que a oração seja sempre em nossas vidas a companheira de todas as horas as asas que nos elevam a melhor ferramenta de

Leia mais

SEMPRE ORANDO. A oração abre caminho para o encontro com o Mestre Interior. Depois nos unifica com Ele.

SEMPRE ORANDO. A oração abre caminho para o encontro com o Mestre Interior. Depois nos unifica com Ele. A oração abre caminho para o encontro com o Mestre Interior. SEMPRE ORANDO Depois nos unifica com Ele. Em seguida, ensina-nos que a vida é comunhão, é trabalho silencioso de almas unidas numa só luz para

Leia mais

Aos Poetas. Que vem trazer esperança a um povo tristonho, Fazendo os acreditar que ainda existem os sonhos.

Aos Poetas. Que vem trazer esperança a um povo tristonho, Fazendo os acreditar que ainda existem os sonhos. Aos Poetas Venho prestar homenagem a uma grande nação, Que são os nossos poetas que escrevem com dedicação, Os poemas mais lindos e que por todos são bemvindos, Que vem trazer esperança a um povo tristonho,

Leia mais

Presente Perfeito A. D. Feldman

Presente Perfeito A. D. Feldman Presente Perfeito A. D. Feldman Encontramo-nos em algum lugar de um pequeno planeta e observamos a beleza fria e ao mesmo tempo arrebatadora do infinito em sua profundeza impenetrável. Lá a morte e a vida

Leia mais

Centro de Competências de Artes e Humanidades PORTUGUÊS/LITERATURA ~

Centro de Competências de Artes e Humanidades PORTUGUÊS/LITERATURA ~ PROVAS ESPECIALMENTE ADEQUADAS DESTINADAS A AVALIAR A CAPACIDADE PARA A FREQUÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR PARA MAIORES DE 23 ANOS Centro de Competências de Artes e Humanidades PROVA DE AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS

Leia mais

ARTES VISUAIS E LITERATURA

ARTES VISUAIS E LITERATURA Vestibular 2008 1ª Fase ARTES VISUAIS E LITERATURA Instruções Gerais: No dia de hoje (15/11), você deverá responder as questões de Geografia, História, Artes Visuais e Literatura e Raciocínio Lógico-Matemático.

Leia mais

CLÁSSICO O QUE SIGNIFICA ESSA PALAVRA PARA VOCÊ?

CLÁSSICO O QUE SIGNIFICA ESSA PALAVRA PARA VOCÊ? CLÁSSICO O QUE SIGNIFICA ESSA PALAVRA PARA VOCÊ? ERA CLÁSSICA CLASSICISMO BARROCO ARCADISMO (SEC. XVI) (SEC. XVII) (SEC. XVIII) Classicismo A BUSCA POR EQUILÍBRIO E HARMONIA. A AFIRMAÇÃO DA SUPERIORIDADE

Leia mais

Os gêneros literários. Literatura Brasileira 3ª série EM Prof.: Flávia Guerra

Os gêneros literários. Literatura Brasileira 3ª série EM Prof.: Flávia Guerra Os gêneros literários Literatura Brasileira 3ª série EM Prof.: Flávia Guerra Os gêneros literários O termo gênero é utilizado para determinar um conjunto de obras que apresentam características semelhantes

Leia mais

CASTRO ALVES O ABOLICIONISTA

CASTRO ALVES O ABOLICIONISTA CASTRO ALVES O ABOLICIONISTA BIOGRAFIA * 14 / 03 /1847 (Curralinho, hoje Castro Alves, BA) + 06 /07 /1871 (Salvador, BA) Aos dezesseis anos foi para o Recife e começou os preparatórios para se habilitar

Leia mais

aula Barroco LITERATURA

aula Barroco LITERATURA aula Barroco LITERATURA As Escolas Literárias Barroco 1601 Arcadismo 1768 Romantismo 1836 Realismo 1881 Naturalismo 1881 Parnasianismo 1882 Simbolismo 1893 Pré-modernismo 1902 Modernismo 1922 Barroco 1601

Leia mais

O texto poético Noções de versificação

O texto poético Noções de versificação O texto poético Noções de versificação Género lírico métrica, rima, composição Introdução A poesia é uma arte muito antiga e sabe-se que todas as literaturas começaram com textos em versos. Quando ouvimos

Leia mais

Sócrates, Sofistas, Platão e Aristóteles (ética) Séc. III e IV a. C

Sócrates, Sofistas, Platão e Aristóteles (ética) Séc. III e IV a. C Sócrates, Sofistas, Platão e Aristóteles (ética) Séc. III e IV a. C Nunca deixou nada escrito Patrono da Filosofia Sh As principais fontes: Platão, Xenofonte e Aristóteles Questões Antropológicas O início

Leia mais

INVASORA DOS MEUS SONHOS

INVASORA DOS MEUS SONHOS Gonzaga Filho Página 1 Gonzaga Filho Página 2 Gonzaga Filho INVASORA DOS MEUS SONHOS Primeira Edição Guamaré - RN 2015 Gonzaga Filho Página 3 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara

Leia mais

Alguns autores escrevem de acordo com o novo A. O., outros segundo a antiga ortografia

Alguns autores escrevem de acordo com o novo A. O., outros segundo a antiga ortografia Olhar de Amor - COLECTÂNEA DE POESIA - VÁRIOS AUTORES Título Olhar de Amor Colectânea de Poesia - Edição Tecto de Nuvens, Edições e Artes Gráficas, LDA. Rua Camilo Pessanha, 152, 4435-638 Baguim do Monte

Leia mais

Pergaminho dos Sonhos

Pergaminho dos Sonhos Pergaminho dos Sonhos Michel R.S. Era uma vez um poeta... Um jovem poeta que aprendera a amar e deixar de amar. E de uma forma tão simples, assim como o bem e o mal, O amor tornou-se o objetivo de suas

Leia mais

UM OLHAR ENTRE DOIS POETAS

UM OLHAR ENTRE DOIS POETAS UM OLHAR ENTRE DOIS POETAS 1 2 CARLA DETOMI RODRIGO PICON UM OLHAR ENTRE DOIS POETAS 3 Título UM OLHAR ENTRE DOIS POETAS É proibida a reprodução desta obra, em parte ou totalmente, por meio eletrônico,

Leia mais

Poemas de um Fantasma. Fantasma Souza

Poemas de um Fantasma. Fantasma Souza 1 2 3 Poemas de um Fantasma Fantasma Souza 2012 4 5 Fantasma Souza Todos os Direitos Reservados TITULO ORIGINAL POEMAS DE UM FANTASMA Projeto Gráfico Midiartes Capa Erisvaldo Correia Edição e Comercialização

Leia mais

Alberto Caeiro O Pastor Amoroso

Alberto Caeiro O Pastor Amoroso Este material é parte integrante do site e pode ser distribuído livremente desde que não seja alterado e que todas as informações sejam mantidas. Abr s Equipe Mundo Cultural O amor é uma companhia. Já

Leia mais

Sheikespir, sim, é que era bão: só escrivia citação! (Millôr Fernandes) *

Sheikespir, sim, é que era bão: só escrivia citação! (Millôr Fernandes) * Sheikespir, sim, é que era bão: só escrivia citação! (Millôr Fernandes) * * Este livro é dedicado a Millôr Fernandes, o melhor de todos. 12 Shakespeare disse, disse, disse... A mulher e um prato para os

Leia mais

Poesia Acústica #3 Capricorniana Clube do Violão. (Intro) Em7 Bm C7M D2. Eu tava doido pra cantar pra ela nosso som C7M D2

Poesia Acústica #3 Capricorniana Clube do Violão. (Intro) Em7 Bm C7M D2. Eu tava doido pra cantar pra ela nosso som C7M D2 Poesia Acústica #3 Capricorniana Clube do Violão (Intro) Eu tava doido pra cantar pra ela nosso som Que escrevi ontem pensando no amanhã E hoje eu tô aqui despreparado Preocupado com tudo ao redor As pernas

Leia mais

Fabiany Monteiro do Nascimento. Amor Perfeito

Fabiany Monteiro do Nascimento. Amor Perfeito Fabiany Monteiro do Nascimento Amor Perfeito Dedico este livro a... Grandes pessoas que fizeram de minha vida uma fábula de sonhos reais. Primeiro agradeço a Deus, que mesmo nós momentos ruins, nunca me

Leia mais

Nos primeiros discursos de Jó contidos nos capítulos 3, 6 e 7 podemos observar a angustia que afligia o patriarca. Neles, derrama sua alma em

Nos primeiros discursos de Jó contidos nos capítulos 3, 6 e 7 podemos observar a angustia que afligia o patriarca. Neles, derrama sua alma em Lição 5 para 29 de outubro de 2016 Nos primeiros discursos de Jó contidos nos capítulos 3, 6 e 7 podemos observar a angustia que afligia o patriarca. Neles, derrama sua alma em lamentos e perguntas. «Pereça

Leia mais

CONHECE DEUS NA SUA ESSÊNCIA O AMOR

CONHECE DEUS NA SUA ESSÊNCIA O AMOR 2ªf (28 set) CONHECE DEUS NA SUA ESSÊNCIA O AMOR Guia Bom Dia! Jesus, numa das suas Parábolas, compara Deus a um pastor. Ao apresentar esta parábola, Jesus quis mostrar o tamanho do amor de Deus pelas

Leia mais

Gabriel Arruda Burani. EstilhACos. de Mim

Gabriel Arruda Burani. EstilhACos. de Mim EstilhACos de Mim Gabriel Arruda Burani EstilhACos de Mim Copyright 2013 by Gabriel Arruda Burani Todos os direitos reservados. 1ª Edição A reprodução não autorizada desta publicação em sua totalidade

Leia mais

MATERIAL PARA SEMANA DE REVISÃO LITERATURA. 1. (Unicamp 2016) Leia o soneto abaixo, de Luís de Camões:

MATERIAL PARA SEMANA DE REVISÃO LITERATURA. 1. (Unicamp 2016) Leia o soneto abaixo, de Luís de Camões: MATERIAL PARA SEMANA DE REVISÃO LITERATURA 1. (Unicamp 2016) Leia o soneto abaixo, de Luís de Camões: Cá nesta Babilônia, donde mana matéria a quanto mal o mundo cria; cá donde o puro Amor não tem valia,

Leia mais

Sou eu quem vivo esta é minha vida Prazer este

Sou eu quem vivo esta é minha vida Prazer este Vivo num sonho que não é realidade Faz parte do meu viver Crescer sonhando esquecendo os planos Sou eu quem vivo esta é minha vida Prazer este EU Hoje deixei pra lá me esqueci de tudo Vivo minha vida sobre

Leia mais

2ª FEIRA 19 de novembro

2ª FEIRA 19 de novembro 2ª FEIRA 19 de novembro NA GENEROSIDADE INTRODUÇÃO Bom dia a todos e boa semana! Nos próximos dias seguiremos o tema da generosidade. Podemos dizer que a generosidade é a qualidade de quem gosta de dar

Leia mais

Eis que chega meu grande amigo, Augusto dos Anjos, ele com seu jeitão calado e sempre triste, me fala que não irá existir palavra alguma para

Eis que chega meu grande amigo, Augusto dos Anjos, ele com seu jeitão calado e sempre triste, me fala que não irá existir palavra alguma para Oceano em Chamas Querida, Tentei em vão, fazer um poema a você, não consegui. Me faltavam palavras para descrever-te, então pedi aos poetas do universo para me ajudarem. O primeiro com quem conversei,

Leia mais

THESAURUS EDITORA DE BRA- SÍLIA LTDA.

THESAURUS EDITORA DE BRA- SÍLIA LTDA. 1 o organizador Thesaurus Editora - 2008 Armindo Ferreira é formou-se em Letras na antiga Universidade do estado da Guanabara, hoje Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Professor de Português e de

Leia mais

3) As primeiras manifestações literárias que se registram na Literatura Brasileira referem-se a:

3) As primeiras manifestações literárias que se registram na Literatura Brasileira referem-se a: ATIVIDADES DE RECUPERAÇÃO PARALELA - LITERATURA PROFESSOR: Renan Andrade TURMA: 1ª Série EM REVISÃO 1) Comente a respeito das vertentes lírica e épica da poesia de Camões. 2) Não se relaciona à medida

Leia mais

Colégio Santa Dorotéia

Colégio Santa Dorotéia ISTRUES Prezado(a) aluno(a), Área de Códigos e Linguagens Disciplina: Ano: 2º - Ensino Médio Professora: Ana Lúcia Atividades para Estudos Autônomos Data: 8 / 5 / 2018 Aluno(a): N o : Turma: As atividades

Leia mais

DEIXA-ME SENTIR TUA ALMA ATRAVÉS DO TEU CALOROSO ABRAÇO

DEIXA-ME SENTIR TUA ALMA ATRAVÉS DO TEU CALOROSO ABRAÇO EU AMO VOCÊ: DEIXA-ME SENTIR TUA ALMA ATRAVÉS DO TEU CALOROSO ABRAÇO Cleber Chaves da Costa 1 O amor é paciente, o amor é benigno, não é invejoso; o amor não é orgulhoso, não se envaidece; não é descortês,

Leia mais

Cifras de Beth Carvalho por André Anjos

Cifras de Beth Carvalho por André Anjos Cifras de Beth Carvalho por André Anjos Compilado 21/05/2017 http://cifras.andreanjos.org/artist/beth-carvalho/cifras.pdf http://cifras.andreanjos.org Conteúdo 1800 Colinas.....................................

Leia mais

GREGÓRIO DE MATOS BOCA DO INFERNO

GREGÓRIO DE MATOS BOCA DO INFERNO GREGÓRIO DE MATOS BOCA DO INFERNO Profª Ivandelma Gabriel Características * abusa de figuras de linguagem; * faz uso do estilo cultista e conceptista, através de jogos de palavras e raciocínios sutis;

Leia mais

Atividade extra. Fascículo 6 Linguagens Unidade 17 Barroco e romantismo Poesia de sentimentos. Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

Atividade extra. Fascículo 6 Linguagens Unidade 17 Barroco e romantismo Poesia de sentimentos. Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Atividade extra Fascículo 6 Linguagens Unidade 17 Barroco e romantismo Poesia de sentimentos Textos para os itens 1 e 2 I. Pálida, à luz da lâmpada sombria Sobre o leito de flores reclinada, como a lua

Leia mais

Filosofia da Arte. Unidade II O Universo das artes

Filosofia da Arte. Unidade II O Universo das artes Filosofia da Arte Unidade II O Universo das artes FILOSOFIA DA ARTE Campo da Filosofia que reflete e permite a compreensão do mundo pelo seu aspecto sensível. Possibilita compreender a apreensão da realidade

Leia mais

CEMAS - REVISTA ARCADISMO REVISTA CEMAS 1º ANO A

CEMAS - REVISTA ARCADISMO REVISTA CEMAS 1º ANO A ARCADISMO REVISTA CEMAS 1º ANO A 1 ARCADISMO O Arcadismo, também conhecido como Setecentismo ou Neoclassicismo, é o movimento que compreende a produção literária brasileira na segunda metade do século

Leia mais

Os Lusíadas Luís Vaz de Camões /1580

Os Lusíadas Luís Vaz de Camões /1580 Os Lusíadas 1572 Luís Vaz de Camões +- 1524/1580 Influências Grandes navegações: período dos descobrimentos (séc. XV ao XVII): financiadas pela Igreja Católica, que buscava domínio em terras distantes

Leia mais

A tristeza. A tristeza

A tristeza. A tristeza E a leitura continua..."o Principezinho" - quarta-feira, 6 de Fevereiro de 2013 No capítulo V, o Principezinho demonstra muita tristeza nas suas palavras. Após a leitura, foi proposto aos alunos escreverem

Leia mais

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA ROTEIRO DE ATIVIDADES 2º ANO 3º BIMESTRE AUTORIA SUSANA DINIZ DIAS Rio de Janeiro 2012 TEXTO GERADOR I CRISTAIS Mais claro e fino do que as finas pratas O som da

Leia mais

Professor: Luiz Romero Disciplina: Literatura Conteúdo: Arcadismo Aula: 01

Professor: Luiz Romero Disciplina: Literatura Conteúdo: Arcadismo Aula: 01 Professor: Luiz Romero Disciplina: Literatura Conteúdo: Arcadismo Aula: 01 O Arcadismo no Brasil A Conjuração Mineira (1789); Literatura com forte ligação sócio-política; AUTOR OBRA - PÚBLICO O nascimento

Leia mais

Fascículo 6 Linguagens Unidade 17 A linguagem nas tirinhas e nas charges

Fascículo 6 Linguagens Unidade 17 A linguagem nas tirinhas e nas charges Atividade extra Fascículo 6 Linguagens Unidade 17 A linguagem nas tirinhas e nas charges Leia a tirinha para responder às próximas questões Disponível em http://lpressurp.wordpress.com/2011/02/14/lista-de-exercicios/

Leia mais

2 Em que data começou o Trovadorismo em Portugal, e que fato marcou essa data?

2 Em que data começou o Trovadorismo em Portugal, e que fato marcou essa data? Escola de Educação Básica Hemes Fontes Petrolândia - SC Professor: Ricardo Luís Mees Data: 07/06/2019 Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura 1ª SÉRIE I Aluno (a): LITERATURA - TROVADORISMO Responda

Leia mais

VIGÍLIA DE ORAÇÃO POR QUEM NOS MORREU

VIGÍLIA DE ORAÇÃO POR QUEM NOS MORREU VIGÍLIA DE ORAÇÃO POR QUEM NOS MORREU PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA HORA 2010-2011 P = Presidente: Aquele que preside à oração. Qualquer pessoa o pode fazer, desde que tenha gosto e capacidade para tal.

Leia mais

1. Disse Jesus: Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim jamais terá sede. Jo 6,35

1. Disse Jesus: Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim jamais terá sede. Jo 6,35 1. Disse Jesus: Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim jamais terá sede. Jo 6,35 Senhor Jesus, Tu tens palavras de vida eterna e Tu revelas-te a nós como Pão da vida

Leia mais