PENHORA ONLINE SOBRE O FATURAMENTO DE EMPRESAS RESUMO
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- Manuela Peralta Camilo
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1 PENHORA ONLINE SOBRE O FATURAMENTO DE EMPRESAS RESUMO Pretende-se com este artigo fazer uma analise simplificada, do que se trata a penhora online e o seu relacionamento com as empresas. O risco existente em executar a penhora online sobre o faturamento de empresas. Destacar possibilidade de ameaças existente, da execução civil por meio de penhora online e o risco de que desta resulte a falência de empresas. Conceituar falência, e esclarecer do que se trata e o que faz o administrador de empresas nomeado pelo juiz. O presente trabalho também tem o escopo de analisar as problemáticas sobre o assunto e trazer algumas possíveis soluções. Palavras chaves: penhora online, faturamento de empresa, falência e administrador judicial. INTRODUÇÃO A penhora é um ato executório, praticado na execução, tal como define Gonçalves (p.88, 2010), A penhora pode ainda ser realizada por meio eletrônico (penhora online), em especial de numerário depositado em instituição financeira. Os artigos 655 e 655-A, do código de processo civil, alterados e introduzidos pela Lei /06, legalizaram a denominação da penhora online, que vêm veementemente sendo utilizadas judicialmente. A penhora online passou a ser expressamente admitida, de acordo com a edição da lei n /2006, já citada anteriormente e conforme o art. 659, 6º, do CPC, tem constituído importante mecanismo para a efetividade da execução. Gonçalves (p.89, 2010) 1. Diferença entre faturamento e capital livre Faturamento é o resultado de toda a movimentação financeira, sem haver, necessariamente, o pagamento de tributos, salários, encargos etc. Ou seja, é tudo o que a empresa ganha sem quaisquer descontos, diante desta definição conclui-se que o capital livre
2 é tudo aquilo que restar depois de ser feita todos estes, descontos, ou seja, após ser efetuado o pagamento de tributos, salários entre outros. Moreira Melo (p. 95, 2010) É importante ressaltar que há o capital de giro, que também é de suma importância para a continuidade da empresa, ou seja, é o ativo circulante que sustenta as operações do dia-a-dia da empresa e representa a parcela do investimento que circula de uma forma a outra, durante a condução normal dos negócios, ou seja, sem o mesmo torna-se praticamente impossível a continuidade da empresa, pois ele é o responsável pela continuidade da principal fonte de renda da empresa. Lima ( 2010) 2. Princípio da continuidade da empresa Seguindo a linha de raciocínio de Fazzio Junior (p. 576, 2010), Só deve ser liquidada a empresa inviável, ou seja, aquela que não comporta uma reorganização eficiente ou não justifica o desejável resgate. Destaca a importância da continuidade da empresa, para a economia Coelho (p. 342, 2009), com as seguintes palavras: Muito já se escreveu acerca da importância da empresa no regime econômico de livre iniciativa, como é o caso do brasileiro. Tal é o papel que ela tem na economia, que o direito contemporâneo está desenvolvendo mecanismo de preservação da empresa, em face dos infortúnios que envolvem o empresário ou os sócios da sociedade empresária. Por existir princípio, que defende a continuidade da empresa, e por ser de grande relevância para a economia, é de se levar em consideração que deve ser feito, de tudo para que a mesma não incorra em falência, até mesmo porque, se trata da economia, o que de certa forma acaba sendo uma questão de interesse público. É oportuno ressaltar, que de acordo com o art. 170 da CF/88, observado os princípios expostos em seus incisos, é de grande importância a existência da empresa que cumpre a função social, pois a mesma gera empregos, fomenta a sociedade, e garante uma existência digna às pessoas. 3. Falência
3 Como salienta Coelho (p. 308, 2009), A falência é a execução concursal do devedor empresário. Ou seja, quando o devedor empresário possuir seu passivo maior que o seu ativo, se encontrará em uma situação de insolvência, diante da qual poderá entrar em falência, complementa seu raciocínio da seguinte forma: Quando o profissional exercente de atividade empresária é devedor de quantias superiores ao valor de seu patrimônio, o regime jurídico da execução concursal é diverso daquele que o direito prevê para o devedor civil, não-empresário. O direito falimentar refere-se ao conjunto de regras jurídicas pertinentes à execução concursal do devedor empresário, as quais não são as mesmas que se aplicam ao devedor civil. Proença tem o seguinte conceito, (p.68, 2005), Falência é um processo de execução coletiva, por meio do qual todo o patrimônio de um empresário, individual ou sociedade, declarada falido é arrecadado para o pagamento da universalidade dos credores, pagamento esse integral ou parcial. No caso da penhora online, ser executada sobre o faturamento da empresa existe grandes chances desta incorrer em falência, pois no faturamento da empresa, como já salientado anteriormente, é tudo que a mesma possui sem ter sido feito sobre o mesmo nenhum desconto, diante disso há essa grande possibilidade da falência. 4. Nomeação de administrador Incumbe ao juiz nomear um administrador judicial que assumirá atribuições administrativas na condução do processo, ou seja, sua principal função é defender os interesses do processo e também tem como papel além de diversos outros, fiscalizar as atividades do devedor. O administrador judicial é um auxiliar do juiz que age em nome próprio, razão pela qual responde pessoalmente por seus atos. Para fins penais é equiparado a funcionário público. É um representante da comunhão dos interesses dos credores; e deve ser profissional idôneo, preferencialmente advogado, contador, administrador de empresas ou empresa especializada. Sua função é indelegável, podendo, entretanto, mediante aprovação do juiz, contratar auxiliares e pode deixar suas funções em razão de substituição ou destituição. Coelho (p.328, 2009)
4 Necessária se faz, então, analisar a conceituação do parágrafo terceiro do artigo 655-A do CPC que determina em seu dispositivo legal que na penhora sobre percentual do faturamento da empresa será nomeado um depositário com a função de trazer ao Judiciário a forma de pagamento da dívida, com retiradas periódicas até a quitação do débito, ou seja, buscar um meio menos oneroso para que a divida seja sanada. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Sendo, a morosidade existente, na tentativa de distinguir o faturamento de empresa e o capital livre um dos principais meios que, trazem riscos de falência às empresas, causadas por meio da execução de penhora online; poderia então ser criado um meio eficaz que, acelerasse o percurso desta distinção, até mesmo porque há princípio que defende a continuidade da empresa, por ser útil ao interesse público, e atribuir com a função social, além de muitos outros benefícios. Como já mencionado anteriormente, o que é, e alguma de suas funções, chega-se a conclusão de que a nomeação de um administrador judicial, feita pelo juiz, é um meio expressamente autorizado por lei, e de suma importância, para a solução desta problemática, porém não é o único. Outro meio de solução para esta problemática seria então que, a própria empresa, criasse uma maneira rápida e transparente, para deixar claro o seu faturamento e o seu capital livre, ou seja, que já ficassem distinguidos, para que em casos como este, de execução de penhora online, não houvesse dúvidas sobre o capital a ser executado, mas enquanto esse meio não surge o melhor a fazer é denominar um administrador judicial. Referências: COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial: Direito de empresa. 21. Ed. São Paulo: Saraiva, FAZZIO JUNIOR, Waldo. Manual de direito comercial. 11. ed.- São Paulo: Atlas, GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Processo de execução e cautelar. 13. Ed.- São Paulo: Saraiva, (coleção sinopses jurídicas; v. 12)
5 LIMA, Euries B.conceito de capital de giro. Para seu funcionamento, as empresas utilizam recursos materiais de renovação lenta. Disponível em: Acesso em: 01. nov MOREIRA MELO, Lisânio Macedo. Penhora on line ameaça empresas. Revista visão jurídica nº43. São Paulo: Escala, PROENÇA,José Marcelo Martins. Direito comercial 2.São Paulo: Saraiva, 2005.
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