Grupos de Estudos Baseados em Ferramentas Colaborativas
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- Amadeu Caires de Andrade
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1 Grupos de Estudos Baseados em Ferramentas Colaborativas Alexsandro Filippetto, Giovane Barcelos, Marcelo Batista, Clovis da Silveira Faculdade Cenecista Nossa Senhora dos Anjos (FACENSA) Gravataí RS Brasil {alexsandro, giovane, Resumo. Este artigo apresenta um relato sobre o trabalho que está sendo realizado através de grupos de estudo e pesquisa com os alunos do curso de Sistemas de Informação na FACENSA (Faculdade Cenecista Nossa Senhora dos Anjos), e como estes visam sedimentar os conhecimentos dos alunos em relação às disciplinas de seu curso. Serão apresentados dados através das ferramentas utilizadas para armazenamento e compartilhamento de todo conhecimento que é gerado através das pesquisas dentro dos grupos. Palavras chaves: Grupo de estudos, Ferramentas Colaborativas, Ensino- Aprendizagem Abstract: This paper presents a report on the work being done by groups of study and research with the students of Information Systems in FACENSA (Faculdade Cenecista Nossa Senhora dos Anjos), and how they aim to settle students knowledge about the disciplines of their course. Data will be presented through the tools used for storing and sharing of all knowledge that is generated through research within the groups. 1. Introdução A união e convergência das mídias digitais está mudando a maneira como as pessoas estão comprando e vendendo, aprendendo e ensinando, e principalmente se relacionando socialmente. A disseminação de equipamentos móveis e com capacidade de processamento maiores está mudando a maneira de acesso as mais diversas mídias. Para dar suporte a estes novos conceitos, ambientes colaborativos são alternativas para que se possam obter melhores resultados através do trabalho em grupo. Um espaço de trabalho colaborativo é um ambiente interconectado no qual todos os participantes, em locais dispersos, podem acessar e interagir com os outros como se estivessem dentro de uma única entidade. Ambientes colaborativos dão suporte à colaboração de grupos de pessoas para a realização de um objetivo comum. Embora na prática possam ser ambientes físicos que proporcionem suporte à colaboração, do ponto de vista da engenharia de software são sistemas de informação baseado em computador e apoiados por comunicações eletrônicas que suportam colaboração e que habilitam os participantes a superarem os diferenciais de espaço e tempo, incrementar a produtividade e a reduzir custos. Um modelo difundido para o trabalho colaborativo é apresentado por Fuks [Fuks, 2003] através do modelo 3C. O modelo baseia-se no fato de que, para colaborarem, os Revista itec Vol. II, Nº 2, Jul Página 32
2 indivíduos têm que trocar informações (comunicar), organizar-se (coordenarem-se) e operar em conjunto num espaço compartilhado (cooperar). Esse artigo apresenta um relato da experiência na utilização de ferramentas computacionais no processo e controle da aprendizagem e construção do conhecimento através de trabalhos colaborativos dos grupos de estudos em diversas áreas relacionadas ao curso de Sistema de Informação. Inicialmente será conduzida uma breve apresentação dos principais conceitos envolvidos nesse estudo de caso (seção 2). A seção 3 apresenta o detalhamento do trabalho realizado em relação aos grupos e seus resultados na seção 4. Os comentários finais e conclusão encontram-se na seção Ferramentas utilizadas para Aprendizagem e Disseminação do Conhecimento Gerado A integração das novas tecnologias da informação e comunicação aliados aos processos educacionais intermediado por ambiente virtuais de aprendizado e ferramentas como Google DOC s contribuem para a democratização e acesso ao conhecimento AVA - Ambiente Virtual de Aprendizado: Moodle As novas tecnologias, especialmente a Internet, através das hipermídias (palavras, sons, imagens, fotos, etc) favorecem de forma prática várias informações. Estas informações são armazenadas, permitindo a pesquisa de forma muito rápida, prática e flexível para a construção do conhecimento. O avanço tecnológico e a Internet possibilitam o êxito na modalidade em Educação a Distância - EAD, fornecendo os meios para ampliar a oferta da educação a todos, no seu tempo disponível, com a possibilidade do planejamento do horário de estudo. Na EAD, o sucesso do aluno depende, na maioria das vezes, da motivação e das condições de estudo [Belloni, 1999]. Muitos destes conhecimentos utilizam o auxílio da tecnologia da informação para ajudar na aquisição de mais saberes. Segundo Moran (2007), na Internet, encontramos vários tipos de aplicações educacionais: de divulgação, de pesquisa, de apoio ao ensino e de comunicação. A divulgação pode ser institucional - a escola mostra o que faz - ou particular - grupos, professores ou alunos criam seus websites pessoais, com o que produzem de mais significativo. A pesquisa pode ser feita individualmente ou em grupo, ao vivo - durante a aula - ou fora da aula, pode ser uma atividade obrigatória ou livre. Para Dillenbourg (2010), um website educacional não é, necessariamente, um AVA. Por exemplo, disponibilizar na Internet um livro sobre construção de diagramas em estruturas isostáticas na forma de hipertexto, não apresenta maiores vantagens com relação ao próprio livro, mesmo que cada capítulo apresente exercícios com a resolução, podendo ser acessada através de hiperlinks. Nos Ambientes Virtuais de Aprendizagens é possível que as formas de relação ocorram num tempo intemporal e num espaço de fluxo. As inovações tecnológicas acarretam modificações nas práticas pedagógicas, principalmente quando utilizado os AVAs, tanto para a educação a distância como para suporte ou apoio à educação presencial física. Entre os Ambientes Virtuais de Aprendizagem existentes, há O moodle. O Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment) é um Revista itec Vol. II, Nº 2, Jul Página 33
3 sistema para gerenciamento de cursos (SGC) em educação a distância (e-learning) que permite a criação e a gestão de um curso online. É um programa livre (Open Source) que possibilita a interação do professor com seus alunos. Apresenta um conjunto de ferramentas que podem ser selecionadas pelo professor/administrador de acordo com seus objetivos pedagógicos e necessidades de seu público-alvo. O professor/administrador pode modelar um curso ou disciplina utilizando atividades e recursos como fóruns, diários, chats, lições, questionários, textos, wiki, tarefas, glossários, vídeos (as chamadas pílulas instrucionais), além de inserir e remover blocos, com informações sobre participantes, últimas notícias, calendários, entre outros. Níveis de utilização no ambiente Moodle podem ser configurados pelo professor, como as funções de estudante e monitor. Somente podem editar o conteúdo de um ambiente os professores e/ou administradores. Usuários com perfil de estudante e monitor apenas acessam as funcionalidades que são disponibilizadas em um curso ou disciplina. Devido à diversidade destes recursos, a Faculdade Cenecista Nossa Senhora dos Anjos - FACENSA adotou o AVA Moodle para colocar em prática seu ambiente virtual de aprendizado. Através do Moodle FACENSA ( professores e alunos compartilham dos benefícios de um ambiente virtual, tais como, maior facilidade na produção e distribuição de conteúdos, partilha de conteúdos e discussões através de ferramentas entre professores ou instituições Ferramentas Google O serviço disponibilizado gratuitamente pela Google Apps [Google Apps 2011] e utilizado por empresas como: Lojas Renner, GE e a própria Google, compreendem os seguintes serviços: a) criação e publicação de sites; b) criação, publicação e colaboração em tempo real na elaboração de documentos, planilhas e apresentações; c) organização de compromissos e compartilhamento de eventos e agendas com outras pessoas; d) utilização de uma conta de com a pesquisa avançada do Gmail, filtragem de spam e o bate-papo no navegador; e) realização de upload, exibição e compartilhamento de vídeos; e f) a criação e gerenciamento de grupos de usuários. Além de todos os benefícios citados anteriormente a utilização agrega uma economia, pois os aplicativos de mensagens e colaboração baseados na web do Google não necessitam de (servidores) hardwares ou softwares e exigem o mínimo de manutenção. Um exemplo prático dessa ferramenta é a confecção de textos por vários autores simultaneamente e com histórico das iterações. 3. Grupos de Estudo de Sistemas de Informação da FACENSA Os grupos de estudo e pesquisa da FACENSA são regulamentados e definidos pelo Núcleo Multidisciplinar de Pesquisa (NUMPE). O NUMPE é uma iniciativa que visa promover e estimular o desenvolvimento de iniciação científica, grupos de pesquisa e grupos de estudos na FACENSA. Objetivando atender estas diferentes demandas, o NUMPE é sub-dividido em três programas: Programa de Iniciação Cientifica (PROINCI), Programa de Pesquisa (PROPES) e Programa de Grupos de Estudos (PROGRES). Revista itec Vol. II, Nº 2, Jul Página 34
4 Apesar de existir uma regulamentação institucional dos grupos na Facensa, esta não contempla o funcionamento e operacionalização destes. Desta forma, os grupos do curso de Sistemas de Informação possuem uma forma própria de funcionamento. Eles possuem uma visão distribuída e colaborativa na sua organização. Distribuída, pois não existe apenas um grupo, mas sim vários grupos distribuídos com limite de cinco componentes focados em diferentes temas. Colaborativa, visto que, todas as informações e cooperações dos grupos ocorrem de forma colaborativa, onde componentes de grupos distintos trocam informações e experimentos entre si. [Dias 2004] A distribuição dos grupos de estudo se dá por grupos de interesse, onde os participantes no início de cada semestre definem os projetos candidatos e formam os grupos. Os grupos de interesses possuem por definição foco em soluções de problemas, assim, cada grupo deve ter um problema a ser resolvido. Este problema deve ser de interesse dos participantes e torna-se por consequência o objetivo do grupo. O interesse dos participantes e objetivo claro gera compromisso e um alvo a ser atingido pelos grupos. Com o problema, o objetivo e os componentes definidos em cada grupo iniciam-se os trabalhos. Esta iniciação inclui a investigação e definição das linguagens de programação, frameworks e ferramentas a serem utilizadas para solução do problema de cada grupo. Dessa forma, o estudo de linguagens de programação e tecnologias é secundário em relação a busca da solução de um problema, pois estas são definidas e exploradas de acordo com a demanda gerada pela investigação do problema. Isto não elimina a importância da aprendizagem de linguagens e tecnologias pelos grupos, mas torna as pesquisas e estudos destes temas mais direcionados e objetivas. Os grupos de estudos da FACENSA estão organizados nos seguintes grupos e áreas de interesse: Grupos de Estudos: FUJA: linguagem de programação Java; FACENSA.Net: linguagem de programação.net; FURoR: linguagem de programação Ruby on Rails; FUPHP: linguagem de programação PHP; GPARS: grupo de pesquisa acadêmica em Redes e Sistemas Operacionais. Áreas de interesse: Acessibilidade: acessibilidade de software para deficientes; Android: plataforma e linguagem de programação Android; CLP: supervisor de controlador lógico programável; ERP OpenSource: software de gestão empresarial com filosofia opensource; Moodle: ambiente de aprendizagem virtual moodle; Além do objetivo primário de resolver problemas e propor soluções, os grupos possuem o propósito concomitante de diminuir a distância entre a teoria e prática, permitindo que estes: participem na organização de eventos técnico-científicos; produzam conhecimento, tais como, artigos, tutorias e howtow s; aproximem-se de agências de fomento; e fomentem a iniciação cientifica. Os grupos se reúnem nos laboratórios da FACENSA a cada 15 dias, no entanto diversas atividades são desenvolvidas no intervalo destes encontros presenciais. Estas atividades são objeto de um roteiro de trabalho desenvolvido por cada grupo que inclui um cronograma de tarefas a serem desenvolvidas. Estas tarefas são compartilhadas no Revista itec Vol. II, Nº 2, Jul Página 35
5 AVA Moodle da Facensa e os códigos desenvolvidos no Google Code. O Moodle é o ambiente virtual de aprendizagem configurado para funcionar de acordo com as estratégicas e políticas pedagógicas da Facensa. O Google Code é um ambiente de hospedagem gratuito de código, aplicações web e mobilidade da Google. Foi disponibilizado no ambiente do Moodle a ferramenta Wiki para cada grupo. Através dessa ferramenta, cada integrante dos Grupos de Pesquisa pode criar e alterar o texto dos demais participantes de seu grupo, discutir nos fóruns do grupo e criar chat s próprios. Apesar de somente os componentes de um grupo poder alterar sua Wiki, todos os outros grupos e participantes podem visualizar e participar dos fóruns e chat s dos grupos distintos. Os códigos fontes das aplicações e as aplicações funcionais desenvolvidas para web e dispositivos móveis são publicados no Google Code de acordo com a conveniência e necessidade dos grupos da FACENSA. O ambiente da Google é utilizado pelos grupos no desenvolvimento dos seus trabalhos devido a sua robustez, disponibilidade e gratuidade. 4. Resultados Obtidos com as Iniciativas Os principais resultados obtidos até o momento com esta iniciativa são: comprometimento, colaboração e evolução. O comprometimento é percebido pela consistência da participação, seja on-line ou pessoal dos componentes de cada grupo. Entende-se que isto ocorre devido à formação dos grupos por interesses e objetivos. A colaboração ocorre de forma natural com o uso consistente do AVA Moodle para armazenamento de conhecimento e do Google Code para gerenciamento de configuração dos artefatos desenvolvidos. A evolução é percebida na crescente postagem de conhecimento e informações nas Wikis dos grupos, as quais podem ser observadas no Moodle, conforme demonstrado na figura 1. Figura 1: Tela principal do Moodle com os links das Wikis dos grupos e postagem de encontros. Revista itec Vol. II, Nº 2, Jul Página 36
6 A evolução e acompanhamento das postagens dos grupos também é acompanhada pelos relatórios de atividades do Moodle como pode-se perceber na Figura 2. Estes relatórios têm sido analisados com frequência para sinalizar uso dos recursos, acessos dos participantes e o efetivo uso das ferramentas do Moodle. Figura 2: Exemplo de relatório de atividades do Moodle para controle de uso. O envolvimento e participação dos componentes dos grupos também é percebido pelo número de inscritos nos grupos de estudos do Moodle demonstrados na figura 3. Figura 3: Demonstração da quantidade de participantes dos grupos da Facensa. Revista itec Vol. II, Nº 2, Jul Página 37
7 6. Considerações Finais Neste artigo foram apresentados os principais recursos utilizados pelos mediadores dos grupos de estudos e áreas de interesses no sentido de utilização prática entre o ambiente de aprendizagem colaborativa (Moodle) e as ferramentas computacionais do Google. Todo o processo de convocação, apresentação e definição das áreas de interesses foram mediadas pela ferramenta Moodle. Os alunos envolvidos no processo apresentaram suas áreas de interesses e iniciaram suas pesquisas documentando-as nos Wikis respectivos. A ferramentas Moodle e Google APP s apresentaram várias alternativas interessantes nesse processo: (a) criação e compartilhamento de informação on-line; (b) colaboração e integração dos trabalhos e seus resultados; (c) histórico das participações e colaborações. Um dos principais resultados apresentados foi o envolvimento dos participantes, pois a ferramenta possibilitou além da documentação das tarefas a criação de um ambiente de retro-alimentação das ideias, resultados e disseminação do conhecimento. Um dos trabalhos futuros apontados é a integração nas ferramentas Moodle e Google no sentido de autenticação dos alunos de forma única com o e senha do domínio ( Referências Belloni, M.L. (1999) O que é Mídia-Educação. Campinas, Editora Autores Associados. Dias, P., Processos de Aprendizagem Colaborativa nas Comunidades online (2004). In Ana Augusta da Silva Dias e Maria João Gomes (Coords.), E-Learning para E- Formadores. Guimarães: TecMinho/Gabinete de Formação Contínua, Universidade do Minho. Dillenboug, P., Schneider, D. K. &Syntela, P. (2002) Virtual Learning Environments. In A. Dimitracopoulou (Ed). Proceedingsofthe 3rd HellenicConference Information& Communication Technologies in Education (pp. 3-18). KastaniotisEditions, Greece. Fuks, H., Raposo, A. B. and Gerosa, M. A. (2003) Do Modelo de Colaboração 3C à Engenharia de Groupware, In: Simpósio Brasileiro de Sistemas Multimídia e Web, Salvador-BA, Brasil. Google Apps, < Acessado em abril Moodle, < Acessado em abril Moran, J. M. (1997) Como utilizar a internet na educação. Ciência da Informação, v. 26, n. 2, p , ago. Disponível em: Acessado em abril Orbi Facensa, < Acessado em abril Revista itec Vol. II, Nº 2, Jul Página 38
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