10/09/2013 SEGUNDA TURMA : MIN. GILMAR MENDES

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1 Ementa e Acórdão Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 8 10/09/2013 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO SÃO PAULO RELATOR AGTE.(S) : MIN. GILMAR MENDES :CONCESSIONÁRIA ECOVIAS DOS IMIGRANTES S/A ADV.(A/S) :SEBASTIÃO BOTTO DE BARROS TOJAL E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :WILSON OLIVEIRA DO NASCIMENTO JUNIOR ADV.(A/S) :PEDRO LUIZ TEIXEIRA Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Administrativo. 3. Falha na segurança da rodovia. Responsabilidade civil objetiva do Estado. 4. Consumidor. Indenização por danos morais. Necessidade de revolvimento da matéria fático-probatória. Impossibilidade. Incidência do Enunciado 279 da Súmula do STF. 5.A agravante não trouxe argumentos suficientes para infirmar a decisão agravada. 6. Agravo regimental a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os ministros do, em Segunda Turma, sob a presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Brasília, 10 de setembro de Ministro GILMAR MENDES Relator Documento assinado digitalmente documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

2 Relatório Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 8 10/09/2013 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO SÃO PAULO RELATOR : MIN. GILMAR MENDES AGTE.(S) :CONCESSIONÁRIA ECOVIAS DOS IMIGRANTES S/A ADV.(A/S) :SEBASTIÃO BOTTO DE BARROS TOJAL E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :WILSON OLIVEIRA DO NASCIMENTO JUNIOR ADV.(A/S) :PEDRO LUIZ TEIXEIRA R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): Trata-se de agravo regimental em recurso extraordinário com agravo contra decisão que negou seguimento ao recurso, da qual transcrevo o seguinte trecho: Nos presentes autos, o Tribunal a quo assentou que a responsabilidade de empresa prestadora de serviço público é objetiva, prescindindo da comprovação de culpa pelo evento danoso, a teor do artigo 37, 6º, da Constituição Federal. No acórdão recorrido, fundamentou-se, ainda, que a relação estabelecida entre a concessionária da rodovia e o usuário da estrada é de consumo, o que determina o reconhecimento da responsabilidade pelo fato do produto, conforme artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor. A decisão impugnada está em consonância com a jurisprudência desta Corte, segunda a qual a concessionária de serviço público responde objetivamente por danos em razão de falha na segurança na rodovia. (edoc 4). Nas razões do agravo regimental, repisa-se a ofensa ao art. 144, II, da Constituição Federal, ao seguinte argumento: A segurança pertinente ao dever de manter a integralidade dos bens concedidos, tais como manter a documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

3 Relatório Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 8 ARE AGR / SP segurança viária retirando objetos e removendo animais na pista, são providências executadas pela Concessionária com o fim de garantir a segurança no tráfego perante as Rodovias. Entretanto, tal segurança jamais pode ser confundida com a segurança pública com fim de reprimir assaltos, cuja atividade é afeta à Polícia Militar (edoc 6, p. 8). Requer-se, por fim, reconsideração da decisão agravada. É o relatório. 2 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

4 Voto - MIN. GILMAR MENDES Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 8 10/09/2013 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): Nas razões do agravo regimental, não ficou demonstrado o desacerto da decisão agravada. Verifico que as alegações da parte são impertinentes e decorrem de mero inconformismo com a decisão adotada por este Tribunal. A agravante não trouxe argumentos suficientes para infirmá-la, visando apenas à rediscussão da matéria. Conforme já demonstrado na decisão ora agravada, esta Corte firmou entendimento no sentido de que concessionária de serviço público responde objetivamente por danos, em razão de falha na segurança na rodovia. Nesse sentido, destacam-se o seguintes julgamentos: 1. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Responsabilidade civil. Concessionário de rodovia. Assalto a pedágio. Omissão reconhecida. Indenização. Dano moral. Necessidade de reexame do conjunto fático-probatório. Inteligência da Súmula 279. Ausência de razões consistentes. Decisão mantida. Agravo regimental improvido. Nega-se provimento a agravo regimental tendente a impugnar, sem razões consistentes, decisão fundada em jurisprudência assente na Corte. 2. RECURSO. Agravo. Regimental. Jurisprudência assentada sobre a matéria. Caráter meramente abusivo. Litigância de má-fé. Imposição de multa. Aplicação do art. 557, 2º, cc. arts. 14, II e III, e 17, VII, do CPC. Quando abusiva a interposição de agravo, manifestamente inadmissível ou infundado, deve o Tribunal condenar o agravante a pagar multa ao agravado. (AI- AgR , rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe ). documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

5 Voto - MIN. GILMAR MENDES Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 8 ARE AGR / SP CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DE CONCESSIONÁRIA PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO. FALHA DE SEGURANÇA EM RODOVIA. REPARAÇÃO DE DANOS. ART. 37, 6º, DA CF/88. FATOS E PROVAS. SÚMULA O Tribunal a quo, diante da análise do conjunto fático-probatório da causa, concluiu pela responsabilidade objetiva, porquanto comprovadas a falha na segurança da pista e a causação de prejuízos ao autor, evidenciando, portanto, o nexo causal a ensejar o direito à reparação. Precedentes. 2. Incidência da Súmula 279 para aferir alegada ofensa ao artigo 37, 6º, da Constituição Federal - responsabilidade objetiva da concessionário de serviço público. 3. Pedido recursal contido no agravo regimental não pode, por si só, alterar aquele originariamente deduzido no recurso extraordinário. 4. Agravo regimental improvido. (RE-AgR , rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe ). Registro ainda que o acórdão impugnado pelo recurso extraordinário, no tocante à responsabilidade da Concessionária (art. 37, 6º, da CF/88), bem como ao dever de indenizar, consignou o seguinte: (...) Há casos em que o dano resulta de caso fortuito ou força maior, ou ainda de ato exclusivo de terceiro, e não de qualquer atividade ou omissão do Poder Público, configurando estes causas excludentes de responsabilidade. ( ) não se evidencia nos autos qualquer fator capaz de excluir essa responsabilidade, pois houve clara prestação defeituosa do serviço (artigo 14, 1º, Código de Defesa do Consumidor), circunstância que reafirma a incidência da norma constitucional supra referida. Com efeito, em contrapartida ao pedágio que cobra, a empresa concessionária de serviço público assume o encargo de 2 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

6 Voto - MIN. GILMAR MENDES Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 8 ARE AGR / SP não só oferecer boas condições de tráfego, mas também de prestar serviços aos usuários, auxiliando-os sempre que algum imprevisto possa colocar em risco a incolumidade física do condutor de um veículo, ou dos usuários da via. Essa incolumidade física certamente vai além da simples eficiência e segurança no tocante à garantia de boa circulação dos veículos no sistema por ela operado, mas também de segurança pessoal dos usuários nos casos em que riscos dessa natureza são conhecidos e previsíveis e, portanto, passíveis de serem evitados. ( ) ( ) ao invés de de preocupar também com a segurança pessoal do usuário, encaminhando-o para outro ponto da via em que este pudesse contar com apoio de policiais, ou outra forma de assistência, como é norma de procedimento da concessionária, preferiu o preposto da ré simplesmente cuidar da segurança da pista de rolamento, removendo o veículo para outro local onde não interferisse no fluxo dos demais veículos. A respeito, o próprio representante da empresa, inquirido às fls. 155/156, admite que o atendimento não foi prestado adequadamente, porque cumpria ao funcionário conduzir o usuário a local seguro. ( ) Não resta a menor dúvida portanto, que o atendente deveria ter agido com maior cautela e removido o carro (ou ao menos o cliente) para local de melhor vigilância. Houve negligência na atuação do funcionário, que concorreu culposamente para o evento danoso, qual seja, o assalto sofrido pelo apelante, cabendo à empresa responder pelos atos do preposto, nos termos do artigo 932, III, do Código Civil. (edoc 2, p. 67/68). Assim, para chegar à conclusão diversa da Corte de origem, seria imprescindível o revolvimento do conjunto fático-probatório (Enunciado 279 da Súmula do STF), bem como análise da legislação infraconstitucional aplicável (CDC e Código Civil), providências vedadas 3 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

7 Voto - MIN. GILMAR MENDES Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 8 ARE AGR / SP no âmbito do recurso extraordinário. Ante o exposto, mantenho o que decidido anteriormente, por seus próprios fundamentos, para negar provimento a este agravo regimental. 4 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

8 Extrato de Ata - 10/09/2013 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 8 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. GILMAR MENDES AGTE.(S) : CONCESSIONÁRIA ECOVIAS DOS IMIGRANTES S/A ADV.(A/S) : SEBASTIÃO BOTTO DE BARROS TOJAL E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : WILSON OLIVEIRA DO NASCIMENTO JUNIOR ADV.(A/S) : PEDRO LUIZ TEIXEIRA Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello. 2ª Turma, Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à sessão os Senhores Ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Teori Zavascki. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello. Subprocurador-Geral da República, Dr. Francisco de Assis Vieira Sanseverino. Ravena Siqueira Secretária Substituta Documento assinado digitalmente conforme MP n /2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número