1. Apresentação. Aplicação do Formulário IPM. Foto: Arquivo AfroReggae. Aplicação do IPM no bairro do Caju. Foto: Arquivo AfroReggae.

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2 1. Apresentação Este relatório apresenta os resultados do trabalho do Mutirão AfroReggae no complexo de favelas do Caju, durante o mês de abril. São desafios enfrentados dia a dia pela Equipe de Técnicos sociais e instrutores das oficinas itinerantes com o objetivo de permitir a travessia das famílias mais carentes para uma vida mais digna. São áreas muitas vezes sem o atendimento dos principais equipamentos de assistência às famílias, deixando os moradores vulneráveis à situações de risco como falta de renda, problemas de saúde, evasão escolar das crianças, entre outros. Durante o mês de abril, os técnicos sociais foram em busca de parcerias com CRAS e escolas da região para que se cumpram todos os compromissos com as famílias para a resolução e acompanhamento das privações entre os atendidos de Parque São Sebastião, Ladeira dos Funcionários e Clemente Ferreira. As dificuldades de circular pelas comunidades cariocas impostas pelo tráfico de drogas e pela precariedade da mobilidade, por exemplo, não podem impedir o trabalhador social de executar o seu trabalho. Vamos em frente trabalhando com seriedade e compromisso de transformação. Aplicação do Formulário IPM. Foto: Arquivo AfroReggae. Aplicação do IPM no bairro do Caju. Foto: Arquivo AfroReggae.

3 2. Visitas Porta à Porta No mês de Abril o Mutirão AfroReggae focou no acompanhamento das privações identificadas nas comunidades onde o porta a porta já ocorreu (Vila dos Sonhos, Parque São Sebastião e Clemente Ferreira). O trabalho de visita às famílias ocorre no período de acompanhamento das privações entretanto apenas entre as famílias que já estão sendo acompanhadas pela equipe técnica. Em comunidade como Vila dos Sonhos, o trabalho porta a porta e de acompanhamento já foi concluído, entretanto ainda são necessários alguns acompanhamentos de casos que não foram solucionados, como a emissão de documentação e o monitoramento das pessoas que foram encaminhadas para o mercado de trabalho. Visitas dos técnicos às famílias beneficiadas. Foto: Arquivo AfroReggae.

4 3. Acompanhamentos Realizados A partir do trabalho de visita dos Técnicos Sociais do Mutirão em cada casa das famílias atendidas pelo AfroReggae, percebeu-se que uma em cada 4 famílias possui pelo menos uma pessoa desempregada, ao todo são 60 famílias com que enfrentam o problema. Domicílios com Pelo Menos um Morador Desempregado 74,4% 25,6% Com pelo menos um desempregado Sem desempregados A equipe técnica, em cada visita, conversa com os moradores desempregados e os encaminham para o Projeto Empregabilidade, responsável pela inclusão no mercado de trabalho. Além de conversar com o candidato e identificar qual a melhor vaga de emprego para o atendido, a equipe também acompanha o processo de seleção, a documentação para o contrato de trabalho bem como os primeiros dias de trabalho do candidato. Com o objetivo de atender um maior número de pessoas, o Projeto Empregabilidade desenvolveu na principal praça da comunidade do Caju uma ação para atendimento às famílias.

5 Foram apresentadas vagas em diferentes áreas para Jovens Aprendizes, lanchonetes Rei do Matte e em hotéis da cidade do Rio de Janeiro. Ao todo foram atendidos 89 candidatos de perfis variados. Ação Empregabilidade em Caju. Foto: André Santos. Ação Empregabilidade em Caju. Foto: André Santos.

6 Muitas vezes, os moradores encaminhados não possuem escolaridade mínima para concorrer às vagas disponibilizadas pelo Empregabilidade. A Equipe Técnica Social orienta às famílias sobre a importância em concluir os Ensinos Fundamental e Médio e apresentam escolas próximas e outros projetos disponibilizados para a alfabetização e escolarização dos candidatos. O trabalho de acompanhamento das famílias é um dos passos essenciais para que o Mutirão de fato cumpra o seu objetivo de transformação de vidas entre as comunidades atendidas. A realização do MUTIRÃO tem o compromisso de resolver as privações e desproteções sociais e educacionais. Uma questão que deve ser prioritária da equipe sem qualquer adiamento diz respeito às crianças e adolescentes fora da Escola. O compromisso do MUTIRÃO AfroReggae quando esta questão é encontrada é imediatamente garantir a inclusão da criança ou adolescente na sala de aula. Para ações como estas, é preciso que a Equipe Técnica Social tenha uma forte rede de relacionamentos com todos os equipamentos do estado, principalmente com o Centro de Referência da Assistência Social. A equipe desenvolveu reuniões de articulação com o CRAS XV de maio, responsável por atender a região do Caju, com funcionários da Previdência Social, para o acompanhamento das privações em relação à aposentadoria, além de se articular com as associações de moradores e outros parceiros.

7 Visita da Equipe ao CRAS XV de Maio. Foto: Arquivo AfroReggae. O trabalho de revisita ocorre a partir do momento em que um dos técnicos já esteve presente no domicílio, aplicou o formulário do IPM e desenvolveu, junto à família a agenda de compromissos, ou seja, quais os principais caminhos pelos quais as famílias deverão passar para suprir todas as privações identificadas. Após esta visita, os técnicos retornam ao domicílio em momentos específicos, como por exemplo, no dia seguinte à algum dos atendidos ter comparecido à entrevista de emprego. Durante o mês de abril a equipe realizou 133 revisitas nas comunidades de Parque São Sebastião, Ladeira dos Funcionários e Clemente Ferreira. Entre os encaminhamentos realizados pelas equipes, destacam-se os pedidos para inserção no mercado de trabalho, além da ação em que diversas famílias foram atendidas, como descrito acima, os técnicos realizaram 59 encaminhamentos para o Projeto Empregabilidade. O monitoramento do trabalho foi realizado pela Equipe Técnica Social e pela Gestão de Informação e Monitoramento do AfroReggae.

8 Visita de Acomapanhamento das Famílias Atendidas no Complexo de Favelas do Caju. Foto: Rafael Pires. 4. Rede socio assistencial A equipe do Mutirão AfroReggae entede que o sucesso do seu trabalho de acompanhamento das famílais e resolução das privações depende diretamente de um bom relacionamento com outros órgãos públicos e atores sociais. Dessa forma, uma das etapas essenciais no processo de mapeamento são os levantamentos de informações sobre a rede socioassistencial disponível na região, além de conhecer um pouco sobre as características do público a ser beneficiados.

9 No bairro do Caju o IBGE identificou pelo Censo Demográfico de 2010 um total domicílios. Pôde-se observar um crescimento do número dos domicílios, em 2000 eram domicílios, ou seja, um aumento de 32% no número de domicícilios. Gráfico 1: Pessoas Residentes por Sexo ,3% 47,7% Masculino Feminino Fonte: Censo Demográfico IBGE. Gráfico 2: Pessoas Residentes por Grupos de Idade Caju ,9% 8,0% 9,0% 10,4% 9,7% 8,1% 8,5% 7,5% 6,7% 5,9% 4,7% 4,0% 3,0% 2,2% 1,7% 1,2% 1,7% 0 a 4 5 a 9 10 a anos a a a a a a a a a a a a a anos ou mais Fonte: Censo Demográfico IBGE.

10 O quantitativo populacional de residentes no bairro do Caju, divide-se em 52,3% de mulheres e 47,7% de homens como se observa no Gráfico 1. Observa-se que o bairro do Caju é habitado por um quantitativo muito grande de jovens, com maior incidência na idades entre 20 a 24 anos. No Gráfico 2 pode-se observar que a maior parte dos habitantes do bairro tem menos de 35 anos. Apenas 9,8% dos habitantes do bairro têm mais de 60 anos, o que pode mostrar que a expectativa de vida dos habitantes da região é muito pequena, e junto isso que os serviços de saúde oferecidos para os moradores são ineficazes para que tenham uma vida longinqua. Equipe Mutirão em acompanhamento das famílias atendidas. Foto: Arquivo AfroReggae.

11 4.1 Educação O AfroReggae entende que a educação é um dos pilares para a saída de uma situação de vulnerabilidade assim como a cultura tem um papel fundamental neste processo. Ambas podem trabalhar juntas para que o o aluno esteja cada vez mais presente em sala de aula e aprenda com qualidade. Para isso, torna-se essencial conhecer toda a rede escolar disponível. Na área da educação conseguimos contato com sete escolas públicas do bairrro. Estão listadas na tabela abaixo. Escolas Públicas do Caju CAIC Joaquim Jose da Silva Xaver - O TIRADENTES CE Professor Clovis Salgado Ciep Henfil Escola Municipal Felix Mielli Venerando Escola Municipal Marechal Esperidião Rosas Escola Municipal Marechal Mascarenhas de Moraes Escola Municipal Professor Walter Carlos de Magalhães Fraenkel O contato com as escolas se dá por meio dos pedagogos da Equipe Técnica Social para o acompanhamento dos alunos nas escolas. Além das escolas, também é importante o contato com a associação de moradores para facilitar a divulgação do trabalho nas comunidades a serem atendidas. A equipe do AfroReggae buscou identificar as associações de moradores bem como os líderes locais para articular a rede de apoio ao nosso trabalho.

12 CONTATOS DE PRESIDENTES DAS ASSOCIAÇÕES DE MORADORES DO CAJU 1. CHICO PRESIDENDE VILA DOS SONHOS (TERRA ABENÇOADA) 2. FATIMA PRESIDENTE PARQUE SÃO SEBASTIÃO 3. COPERNICO PRESIDENTE VILA CLEMENTE FERREIRA 4. BILLY PARQUE CONQUISTA (950) 5. ANDRÉIA PRESIDENTE PARQUE BOA ESPERANÇA 6. WILLIAN PRESIDENTE LADEIRA DOS FUNCIONÁRIOS 7. ORIDAM PRESIDENTE PARQUE NOSSA SENHORA DA PENHA (MANILHA) 8. CÉLIA PRESIDENTE QUINTA DO CAJU A parceria permite um tipo de ação coletiva em inclusão social, produzindo alianças entre parceiros de conhecimentos e práticas diferentes, mas que se complementam e facilitam as travessias sociais da exclusão, para a inclusão social.

13 5. Oficinas Itinerantes As Oficinas Itinerantes tem atuado de forma constante e bastante atuante com as crianças de diferentes comunidades do complexo de favelas do Caju. Como passar do tempo, temos recebido um maior número de crianças e muitos dos alunos se tornam frequentes, o que possibilita a equipe do Mutirão AfroReggae acompanhar essas crianças de forma mais efetiva. Oficinas Itinerantes de Samba em Vila dos Sonhos. Foto: Arquivo AfroReggae. O contato das crianças com as oficinas itinerantes se mostra uma estatrégia fundamental de sucesso para o acompanhamento familiar a partir de um momento em que elas trazem muitos problemas enfrentados em casa para a equipe de instrutores. No mês de abril foram atendidas um total de 379 crianças em oficinas de circo, percussão, hip-hop e dança livre.

14 Oficinas Itinerantes de Dança/Percussão em Vila dos Sonhos. Comemoração Carnaval Foto: Arquivo AfroReggae. A Equipe Técnica Social desenvolve, mensalmente, atividades de capacitação entre os instrutores e monitores que trabalham em nossas oficinas culturais. Em abril, contamos com a presença da psicóloga Janine Rodrigues, que tem projetos educacionais relacionados ao tema do Bullying. Janine apresentou aos nossos instrutores alguns de seus projetos, bem como sua publicação infantil "no reino de pirapora" que também trata do assunto. Além disso, conversou com os instrutores das oficinas itinerantes sobre algumas definições como: Bullying, auto-estima, preconceito e como os vivenciamos nos espaços educacionais. Capacitação dos Intrutores em relação a Bullying e Auto-Estima.Foto: Arquivo AfroReggae.

15 6. Mobilização e Evento de Integração Em abril realizamos uma comemoração de Páscoa com as crianças e jovens das Oficinas Itinerantes. Após a Oficina de Percussão deste dia, as crianças pintaram o rosto, conversaram sobre valores como Compaixão e solidariedade e junto com a Equipe Técnica Social confeccionaram as lembrancinhas de Páscoa que foram oferecidas às crianças. Esta ação é de grande importância para o propósito de mobilização das crianças e das famílias para que conheçam e se envolvam com o AfroReggae e como uma forma de divulgarmos a parceria com a Natura. Atividade de Páscoa no Complexo do Caju.

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