UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

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1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PROGRESSÃO DE REGIME NOS CRIMES HEDIONDOS Stephanie Principe Boneff de Pina Carlos Afonso Leite Leocadio Rio de Janeiro 2009

2 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PROGRESSÃO DE REGIME NOS CRIMES HEDIONDOS OBJETIVO: O foco principal da temática está em torno da inconstitucionalidade, do p. 1º do art. 2º, da lei 8.072/90. A análise foi feita em conjunto com a lei que a alterou (lei /07), a Lei de Execução Penal (lei 7.210/84) e a Carta Magna.

3 AGRADECIMENTO À minha mãe com gratidão e carinho por todos os momentos de apoio e compreensão e principalmente pela força e confiança que sempre depositou em mim para que eu pudesse trilhar meu caminho.

4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho à minha família que é a base da minha vida e sempre esteve ao meu lado em todos os momentos. Ao meu padrinho Sidney e à minha madrinha Clarice pela força e pelo carinho. E a Deus por me abençoar e me iluminar sempre nas minhas escolhas.

5 "Ao vedar a progressão de regime de cumprimento de pena, a lei de crimes hediondos volta aos primórdios do direito penal para relevar o crime e ignorar por completo o homem. (Carmen Silvia de Moraes Barros, 2001: pag. 77)

6 RESUMO O fito deste trabalho é demonstrar uma relação entre o desenvolvimento das cidades e o aumento da criminalidade, que gerou o desencadeamento de problemas sociais gritantes, fazendo com que nossos governantes viessem a buscar alternativas para o combate à onda de violência que se propagava. O surgimento de práticas criminosas de elevada perversidade fez com que o legislador, com o intuito de conter o aumento da criminalidade no país, promulgasse a Lei dos Crimes Hediondos (Lei n 8.072/90), e através da nova lei, atribuiu-se penas bem mais rigorosas aos crimes tidos como hediondos (aqueles que provocavam maior clamor social) e equiparados. Num breve relato sobre a evolução das penas, é observado que, com o decorrer dos séculos, as penas tenderam ao abrandamento, pois antigamente eram muito rigorosas. Com o decorrer do tempo, observou-se que o diploma penal hediondo não atingiu seu objetivo. Desta forma, o presente estudo aborda alguns aspectos introduzidos no ordenamento jurídico pela Lei dos Crimes Hediondos e suas conseqüências na aplicação do direito bem como na execução da pena, destacando a questão da exclusão do sistema progressivo existente até a pouco tempo.

7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 07 CAPÍTULO I SISTEMAS PRISIONAIS E PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE Aspectos Gerais Das penas privativas de liberdade Dos regimes prisionais Da progressão de regime Da regressão 20 CAPÍTULO II - LEI DE CRIMES HEDIONDOS E SEU REFLEXO NA EXECUÇÃO PENAL Histórico da Lei de Crimes Hediondos Crimes Hediondos Conceito A Lei de Crimes Hediondos e a Progressão de Regime 28 CAPÍTULO III - DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO 1, ART. 2 DA LEI 8.072/90 AO SURGIMENTO DA LEI / O HABEAS CORPUS Nº DA LEI / LEI Nº /2007 E A APLICAÇÃO DA PROGRESSÃO DE REGIME AOS CRIMES HEDIONDOS PRATICADOS ANTES DE SUA VIGÊNCIA 35 CONCLUSÃO 37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40

8 7 INTRODUÇÃO O tema abordado refere-se ao campo do direito penal, em especial à fase de execução da pena (regida pela lei 7.210/84 Lei de Execuções Penais), e apresenta um exame acerca da lei 8.072/90, criada especificamente para regular crimes considerados como hediondos, sendo feito um apanhado pela evolução por que passou, desde sua edição, e seus reflexos no sistema penal. Para melhor compreensão do conteúdo do presente estudo, faz-se imprescindível salientar como são definidos os crimes hediondos em nosso ordenamento jurídico, bem como trazer a lume os aspectos que envolvem a progressão de regime. A Lei de Execuções Penais reza que a execução penal deverá seguir um sistema progressivo, pela qual uma vez iniciado o cumprimento da pena no regime estabelecido na sentença condenatória, possibilita-se ao preso a transferência para regime menos gravoso, desde que seja respeitado o lapso temporal mínimo determinado (requisito objetivo) e seja demonstrado bom comportamento carcerário bem como capacidade psicológica (requisitos subjetivos). Desta forma, podemos definir a progressão de regime como um benefício garantido ao condenado à pena privativa de liberdade, de modo a ampliar, paulatinamente, o seu status libertatis. Ao observar a Lei 8.072/90, percebe-se que o legislador somente determinou quais seriam os tipos de crimes que deveriam ser considerados como hediondos, sem explicar ou fundamentar as razões que o levaram a tomar tal medida, ficando os doutrinadores com a incumbência de taxar a natureza destes crimes, ou seja, definir o que seria crime hediondo. Damásio Evangelista de Jesus, por exemplo, definiu que hediondo é o crime que, pela forma de execução ou pela gravidade objetiva do resultado, provoca intensa repulsa (1993, p. 28). Muito embora a sociedade de um modo geral vislumbre crime hediondo como qualquer crime cuja prática é embebida de extrema violência, crueldade, desprovida de qualquer piedade por parte do autor, para o sistema judiciário nada mais são do que aqueles rotulados pelo legislador como tal, por entender que merecem maior reprovação, em decorrência da repulsa que causam ao meio social.

9 8 Nesse sentido Alberto Silva Franco faz a seguinte consideração: Não é hediondo o delito que se mostre repugnante, asqueroso, sórdido, depravado, objeto, horroroso, horrível por sua gravidade objetiva, ou por seu modo ou meio de execução, ou pela finalidade que presidiu ou iluminou a ação criminosa, ou pela adoção de outro critério válido, mas sim aquele crime que, por um verdadeiro processo de colagem, foi rotulado como tal pelo legislador (1994, p. 45) E assim, através da lei 8.072/90, envolvendo normas de natureza material e processual, que o legislador determinou em rol taxativo o que seria considerado como crime hediondo. Valendo-se do critério enumerativo, informou as figuras criminosas que deveriam receber o rótulo de hediondo, preservada, integralmente, à respectiva estrutura típica. Nesse momento denota-se que a lei observou apenas o crime praticado, cabendo ao Juiz competente a responsabilidade de analisar o modus operandi do autor do delito. Em que pese na teoria os crimes hediondos figurarem em nosso ordenamento desde a promulgação da Constituição Federal (art. 5, inciso XLIII), instituindo esta que os crimes assim definidos, bem como a prática da tortura, do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo eram considerados inafiançáveis e insuscetíveis de anistia, graça ou indulto, apenas no ano de 1990, 2(dois) anos após a promulgação da Carta Magna, o legislador definiu o que seria crime hediondo. Após esta análise primitiva de progressão de regime e de crime hediondo, torna-se notória que a conjugação destes rendeu intensas discussões no plano acadêmico bem como em várias instâncias do Judiciário. Desde quando foi sancionada para regular especificamente os Crimes Hediondos, a lei 8.072/90 foi muito polemizada e criticada. Isto porque, em seu texto original, trazia no artigo 2, 1, vedação à progressão de regime (benefício de direito de um apenado) em se tratando de crime hediondo, devendo a pena ser cumprida em regime integralmente fechado. O debate subsistiu em razão de que os ditames do parágrafo supracitado eram considerados inconstitucionais por uma gama de juristas, alegando, estes, ferimento ao princípio constitucional de individualização da pena (art.5º, inc. XLVI da CF/88). E por diversas vezes intentaram junto ao STF a

10 9 ratificação de tal entendimento, através de ações diretas de inconstitucionalidade, não logrando êxito. No entanto, mister se faz ressaltar que o seu conteúdo e a forma como foi editada foram fortemente influenciados pelo alto escalão da sociedade, em decorrência dos acontecimentos que ocorriam àquela época, em especial o crime de extorsão mediante seqüestro à empresários expoentes. Outro fato que merece destaque foi o advento da Lei de Tortura (lei 9.455/97), que desencadeou novo impasse ao cenário jurídico. Isto porque seu artigo 1º, parágrafo 7º, concedia a progressão de regime nos crimes de tortura. E sendo o objeto desta lei um crime hediondo por equiparação, operadores do direito desenvolveram a tese de que o artigo supracitado teria revogado o parágrafo 1º do artigo 2º da Lei de Crimes Hediondos, que vedava a progressão de regime. Uma vez estabelecida nova discussão, o Supremo Tribunal Federal tratou de pacificar o entendimento, por meio da súmula 698, de que o direito de progredir de regime constante na Lei 9.455/97 não alcançava os demais crimes elencados na Lei 8.072/90. A nova composição do STF, após 16 anos, ainda que de maneira não unânime, deferiu pedido de habeas corpus (HC , Relator: Ministro Marco Aurélio) num processo cujo crime praticado carregava consigo o rótulo de hediondo, declarando a inconstitucionalidade do art. 2, 1 da lei 8.072/90, que vedava a progressão de regime e instituía o cumprimento integral da pena imposta em regime fechado. Foi então que a jurisprudência iniciou nova fase. Mesmo a decisão não possuindo efeito erga omnes, pois havia sido dada em sede de habeas corpus (efeito inter partes), o que se observou foram decisões sucessivas a este caso concedendo liminares para progressão de regime nos casos de crime hediondo, sob a égide da decisão dada no habeas corpus supracitado, isto é, não embasadas em uma legislação específica, que efetivamente codificasse tal benefício, bem como o tempo mínimo de cumprimento de pena para obtê-lo. Iniciava-se uma nova polêmica. Diante disto e da ocorrência de crimes bárbaros de elevada repercussão na mídia e na sociedade como um todo, surgiu a necessidade de se alterar, ou revogar, o dispositivo em litígio da lei 8.072/90.

11 10 E foi o que aconteceu em 2007, quando foi aprovada a lei , que alterou o 1 do art.2 da lei 8.072/90, concedendo a progressão de regime para os apenados por crime hediondo, e, ainda, dispondo o tempo mínimo de cumprimento da pena para solicitação do benefício. Deste modo, o presente trabalho tem o objetivo de elucidar a evolução pela qual passou a Lei de Crimes Hediondos desde sua promulgação, em especial no que concerne ao instituto da progressão de regime, delineando os tipos de regimes prisionais, forma de progressão, o posicionamento do STF e sua alteração ao longo dos anos.

12 11 CAPÍTULO I - SISTEMAS PRISIONAIS E PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE 1.1 ASPECTOS GERAIS A pena privativa de liberdade é considerada a sanção mais gravosa prevista em um ordenamento jurídico, da qual pode se valer o Estado, detentor do ius puniendi, perante determinado delito cometido. Porém, ao buscar a origem das penas, nota-se que esta possuía um caráter totalmente diverso do que vigora hoje. As penas remontam aos primórdios da vida em sociedade. Nas palavras de Cezar Roberto Bitencourt é tão antiga quanto a História da Humanidade (2004, pág. 459). Todavia, vislumbrar a privação de liberdade como cumprimento de pena pelo delito cometido, só ocorreu no final do século XVIII. Antes, a finalidade da prisão restringia-se à custódia dos réus (geralmente em condições subumanas) até a execução das respectivas condenações, que praticamente esgotavam-se em morte, penas corporais e infamantes. Já durante a Antiguidade e Idade Média a prisão não era vista como sanção penal autônoma, mas tão somente como local de custódia para manter os transgressores que seriam submetidos a castigos corporais e à pena de morte, garantindo, dessa forma, o cumprimento das punições. No entanto, mister ressaltar que no período da Idade Média observouse o surgimento de dois tipos de prisão, quais sejam a prisão de Estado e a prisão Eclesiástica. Conforme ensinamentos de Bitencourt (2004, pág. 462), nesta, destinada aos clérigos rebeldes, o internamento possuía caráter de penitência e meditação em resposta aos ideais de caridade, redenção e fraternidade da Igreja, enquanto que naquela, recolhiam-se os inimigos do poder, real ou senhorial, que tivessem cometido delitos de traição, ou os adversários políticos dos governantes. Na Idade Moderna, com o desenvolvimento das cidades e consequentemente o aumento da criminalidade, a autoridade do direito penal viu-se

13 12 obrigada a limitar os casos de adoção da pena de morte, permitindo assim o surgimento das casas de correção, com o objetivo de reformar o infrator, através de um regime de disciplina e trabalho. Hodiernamente, a sanção penal pode ser definida como repressão a uma conduta imposta pelo Estado, mediante a restrição de um direito. No entanto, a doutrina apresenta vários outros conceitos de pena. Fragoso define a sanção penal como a perda de bens jurídicos imposta pelo órgão da justiça a quem comete crimes (2003, p.348) Sobre o assunto Celso Delmanto ensina que: A função e a razão de ser da pena encontram-se umbilicalmente vinculadas à função e à razão do Direito Penal, como instrumento excepcional e subsidiário de controle social, visando proteger bens considerados essenciais à vida harmônica em sociedade. (2007, p. 123) Mirabete por sua vez afirma que a pena: Substancialmente, consiste na perda ou privação de exercício de direito relativo a um objeto jurídico; formalmente está vinculada ao principio da reserva legal, e somente é aplicada pelo poder judiciário, respeitando o contraditório; e teleologicamente mostra-se, concomitantemente, como castigo e defesa social. (2002, p.297) Assim são espécies de pena: a reclusão, a detenção e a prisão simples (para as contravenções penais) DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE Existem duas espécies distintas de penas privativas de liberdade no Código Penal: reclusão e detenção. Com as alterações trazidas ao Código Penal pela Lei 7.209/84, a diferença entre a reclusão e a detenção fica mais clara. A reforma de 1984 adotou penas privativas de liberdade, como gênero, e manteve a detenção e a reclusão como espécies.

14 13 A reclusão é destinada aos crimes considerados mais graves, e somente pode iniciar em regime fechado. Já a detenção está reservada para os crimes de menor gravidade e jamais poderá iniciar seu cumprimento em regime fechado. Sobre o tema Fernando Capez afirma: A diferença consiste em que a reclusão implica no cumprimento inicial em regime fechado, para penas aplicadas superior a 8 (oito) anos, e em regimes semiabertos para pena maior que 4(quatro) anos e não superior a 8 (oito) anos, quando não reincidentes, enquanto na detenção o regime inicial é o semi-aberto e a pena aplicada é superior a 4 anos. (2007, pág. 261) Cabe citar outras diferenças entre reclusão e detenção, tais como: 1. Quanto ao regime de cumprimento delas (CP, art. 33, caput); 2. Na ordem de execução, quando aplicadas cumulativamente, em concurso material (CP, art. 69, caput); 3. Na incapacidade para o exercício do pátrio poder (CP. Art. 92, II); 4. Quanto à possibilidade de substituição do internamento por tratamento, na medida de segurança (CP, art. 97, caput); 5. Na limitação ou não para fiança (CPP, art. 323, I); 6. Nos pressupostos para prisão preventiva (CPP, art. 313, I e II). 1.3 DOS REGIMES PRISIONAIS O regime prisional no qual o condenado deverá inicialmente cumprir a pena, será estabelecido na sentença, consoante os ditames do art. 110 da Lei de Execuções Penais, devendo ser observado também o art.33 do Código Penal no que concerne à espécie de pena: reclusão ou detenção. Caso o juiz deixe de expressamente fazer menção quanto ao regime inicial, aplica-se sempre o regime mais benéfico ao réu, desde que seja cabível. Existem três regimes para o cumprimento das penas privativas de liberdade: fechado, semi-aberto e o regime aberto. De acordo com o caput do art. 33 do Código Penal, a pena de reclusão pode ser cumprida em qualquer desses três regimes, já a pena de detenção, em regra, somente nos dois últimos.

15 14 No regime fechado, o condenado cumpre a pena em estabelecimento de segurança máxima ou média (penitenciária), conforme art.33, parágrafo 1º, a, CP, ficando sujeito a isolamento no período noturno e trabalhando no período diurno (art. 34, parágrafo 1º). A atividade laboral será em comum dentro do estabelecimento, de acordo com as suas aptidões, desde que compatíveis com a execução de pena (art. 34, parágrafo 2º), sendo a remuneração não inferior a 3/4 do salário mínimo (art.39 do CP e 29 da LEP). Terá o benefício da previdência social, porém não é considerado um empregado celetista, ou seja, não é amparado pelas normas da CLT e a legislação trabalhista, mas sim sujeita-se a regime de direito público conforme art. 28, parágrafo 2º da LEP. É considerada falta grave a recusa ao trabalho. Na atribuição do trabalho será observada a habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso, conforme o art. 32 da LEP. A jornada de trabalho não será inferior a 6 horas e nem superior a 8 horas, com descansos domingos e feriados, podendo ter horários especiais quando o serviço for de manutenção e conservação do estabelecimento penal. Não pode freqüentar cursos de instrução ou profissionalizantes, admitindo-se o trabalho externo apenas em serviços ou obras públicas, devendo-se, porém, tomar todas as precauções para se evitar a fuga. Caso a pena de reclusão imposta seja superior a 8(oito) anos, inicia-se o seu cumprimento em regime fechado. Já no regime semi-aberto não há previsão para o isolamento durante o repouso noturno. Nesse regime, terá o condenado direito a freqüentar cursos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. Também ficará sujeito ao trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou em estabelecimento similar. No regime semi-aberto é admissível o trabalho externo, inclusive na iniciativa privada, ao contrário do que ocorre no regime fechado. Conforme o caput do art. 36, CP, o regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado, isto porque ele somente ficará recolhido (em casa de albergado ou estabelecimento adequado) durante o período noturno e os dias de folga, devendo trabalhar, freqüentar curso ou praticar outra atividade autorizada fora do estabelecimento e sem vigilância (art.36, parágrafo 1º, CP). Com responsabilidade e disciplinadamente, o detento deverá demonstrar que merece a adoção desse regime e que para ele encontra-se

16 15 preparado, sem frustrar os fins da execução penal, sob pena sofrer regressão do regime (art. 36, parágrafo 2º, CP). Se a pena de reclusão for igual ou inferior a 4 (quatro) anos, inicia-se em regime aberto e sendo a pena de detenção igual ou inferior a 4 (quatro) anos, caberá também este mesmo regime. A questão no regime de reclusão é em relação ao reincidente que em regra deve cumprir sua pena sempre em regime inicial fechado, não importando a quantidade da pena lhe imputada. Sobre o assunto, Cezar Bitencourt diz que o fator reincidência quando se tratar de reclusão, influi no regime inicial quando for de até 4 anos, que poderá ser semi-aberto ou fechado, e quando for superior a 4 anos até 8, que deverá ser necessariamente fechado.(2009, p. 155) Nesse sentido, Fernando Capez afirma que: Se o condenado for reincidente inicia sempre em regime fechado, não importando a quantidade da pena imposta. Há, contudo, uma possibilidade excepcional de o juiz conceder o regime aberto ao sentenciado à reclusão mesmo que reincidente. O Supremo Tribunal Federal permitiu que, embora reincidente, o sentenciado anteriormente condenado à pena de multa pudesse iniciar o cumprimento da pena em regime aberto. Desde que sua pena fosse inferior ou igual a 4 anos. Baseou-se no art. 77, Par. 1º, do Código Penal, que permite a concessão de sursis ao sentenciado que embora reincidente, foi condenado anteriormente apenas a pena de multa (RT 651/360). O Superior Tribunal de Justiça também flexibilizou o rigor dado a regra que impõe regime inicial fechado ao reincidente independentemente da quantidade da pena de reclusão fixada, ao editar a súmula 269, publicada no DJU de 29 de maio de 2002, estabelecendo que, mesmo no caso de reincidente, o juiz poderá fixar o regime inicial semi-aberto, e não o fechado, quando a pena privativa de liberdade imposta na sentença condenatória não exceder a 4 anos. (2007: 361) O Supremo Tribunal Federal no teor de sua súmula 719 diz: a imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea. O entendimento desta Súmula é de que quando as circunstâncias do art. 59 do CP não forem favoráveis ao réu, este deverá então iniciar em regime fechado, sendo que esta imposição do regime fechado necessitará

17 16 de adequada fundamentação em face das alíneas a, b e c do parágrafo 2, e do parágrafo 3, do art. 33 c/c art.59, todos do CP. Os art. 34, caput, e 35, caput, ambos do CP afirmam que no início de cumprimento da pena, o condenado será submetido a exame criminológico de classificação e individualização da execução. Tal exame consiste numa perícia a ser realizada no centro de observação criminológica (art.96, LEP) ou pela comissão técnica de classificação onde aquele não existir (art.98, LEP) a fim de se obter informações reveladoras da personalidade do condenado. Para tanto, engloba exames clínicos, morfológicos, neurológicos, eletro-encefálico, psicológico, psiquiátrico e social. Cabe ressaltar que o juiz não fica vinculado a ele, podendo decidir de forma contrária, desde que fundamentadamente. No que tange a obrigatoriedade de realização do exame, o Código penal determina a sua realização tanto para o condenado à prisão em regime fechado quanto semi-aberto; já a LEP obriga para o regime fechado e faculta para o semi-aberto. A realização será facultativa, nesse sentido afirma Fernando Capez:... Diante da indisfarçável contradição entre o art.35 do Código Penal que estabelece ser compulsório e imprescindível o exame criminológico para que o detento ingresse no regime semi-aberto e o parágrafo único do art. 8 da lei que dispõe, expressamente, ser facultativo tal procedimento, ao usar o vocábulo < poderá> -, deve prevalecer a regra da lei de Execução Penal, que é posterior, dado que o direito material sempre precede ao formal. (2007, p. 377) Em relação ao trabalho no regime semi-aberto, este segue as mesmas regras do regime fechado, sendo que é dado em maior liberdade do que é dado dentro do estabelecimento carcerário. O juiz da condenação, na própria sentença, poderá conceder o serviço externo. Da mesma forma, o juiz da execução poderá posteriormente concedê-lo, desde o início do cumprimento da pena. Ressalta-se que a exigência de um sexto da pena verifica-se apenas quando tal benefício for concedido pela direção do estabelecimento penitenciário, que dependerá também da aptidão, disciplina e responsabilidade do apenado (art. 37 LEP).

18 17 O benefício comum presente tanto no regime semi-aberto quanto no regime fechado é a autorização de saída, subdividida em: permissão de saída e saída temporária, esta última somente para o regime semi-aberto. A permissão de saída é concedida pelo diretor do estabelecimento quando houver falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão, ou quando houver necessidade de tratamento médico. Mas como salienta Julio Mirabete, nada impede que o juiz da execução, tendo a competência administrativa originária para as autorizações de saída (art.66, VI), possa conceder a permissão em caso de injusta recusa por parte da autoridade administrativa. Conforme art. 122 da LEP, somente os condenados que estão cumprindo sua pena em regime semi-aberto terão direito a saída temporária do estabelecimento (sem vigilância direta) nos casos de visita direta, freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do segundo grau ou superior, na comarca do juízo da execução, ou participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social. No regime semi-aberto, exige-se a comprovação de trabalho ou sua possibilidade de fazê-lo, apresentar mérito para a progressão e aceitar as condições impostas pelo juiz, tendo tal regime também como pressuposto a aceitação pelo condenado do seu programa e das condições impostas pelo juiz. As condições para o regime aberto podem ser gerais ou obrigatórias, e especiais. As condições gerais e obrigatórias são aquelas previstas no art. 115, I a IV, da LEP que deverão ser impostas pelo juiz, obrigatoriamente. São elas: 1. permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga; 2. sair para o trabalho e retornar nos horários fixados; 3. Não se ausentar da cidade onde reside sem autorização judicial; 4. Comparecer a juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determinado. As condições especiais são as que o juiz pode estabelecer de livre arbítrio, levando em consideração a natureza do delito e as condições pessoais do autor.

19 18 Pela nova redação do art. 52 da LEP, atribuída pela Lei n /2003, os condenados definitivos e os presos provisórios que cometerem crime doloso capaz de ocasionar subversão da ordem ou disciplinas internas, ficarão agora sujeitos ao regime disciplinar diferenciado. Regime também aplicado ao condenado ou preso provisório, nacional ou estrangeiro, que apresente alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade; ou, ainda, sobre os quais há indícios de envolvimento com organização criminosa, quadrilha ou bando, conforme art. 52 parágrafos 1 e 2 da LEP também com nova redação a partir da lei n /03. Essa medida só poderá ser aplicada por prévio e fundamentado despacho do juiz competente, não se tratando de uma decisão meramente administrativa. Exige-se que o ato judicial de inclusão nesse regime diferenciado seja amparado de manifestação do Ministério Público e da defesa. O regime disciplinar diferenciado terá duração máxima de 360 (trezentos e sessenta) dias, sem prejuízo de repetição da sanção por no falta grave da mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada. O recolhimento é feito em cela individual, podendo admitir visitas semanais de duas pessoas, com duração de 2 (duas) horas. O detento terá direito a sair da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol. São competentes para construir tais penitenciárias a União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios conforme art. 87 da LEP com nova redação pela lei / DA PROGRESSÃO DE REGIME A reforma de 84 idealizou um sistema de execução progressiva das penas privativas de liberdade. Através desse sistema as penas fiam sujeitas à progressão ou regressão. Desta forma, após o juiz da condenação estabelecer o

20 19 regime inicial de cumprimento, a execução passa a ser progressiva, sob os cuidados do juiz da execução. A progressão de regime consiste na transição de um regime mais gravoso para um regime menos rigoroso, de acordo com o mérito do condenado (bom comportamento carcerário), para fins de cumprimento de pena, desde que satisfeita as exigências legais, permitindo a aquisição da liberdade paulatinamente. Ao tratar da execução da pena, o legislador previu a possibilidade de um apenado, ao cumprir sua pena em um regime mais gravoso, como o fechado e o semi-aberto, e preenchendo alguns requisitos, passar para um regime mais brando de execução. Acerca do tema, comenta Fernando Capez que a sentença penal condenatória, ao transitar em julgado, o faz com cláusula rebus sic stantibus, ou seja, será imutável apenas enquanto os fatos permanecerem como se encontram. A alteração da situação fática existe ao tempo da condenação e faz com que o juízo da execução promova as necessárias adaptações a fim de adequar a decisão à nova realidade. Os requisitos para a progressão de regime dividem-se em objetivos e subjetivos. O objetivo consiste no tempo de cumprimento de pena no regime anterior (1/6 da pena). Entendimento pacificado pelo STJ, para cada nova progressão exigese o requisito temporal. O novo cumprimento de 1/6 da pena, porém, refere-se ao restante da pena e não à pena inicialmente fixada na sentença. Já o subjetivo: com a modificação do art. 112 da LEP, pela lei /2003, o bom comportamento carcerário será assim atestado pelo diretor do estabelecimento, tais como autodisciplina, sendo de responsabilidade do sentenciado e esforço voluntário dentre outros requisitos de ordem pessoal. Era necessário também que a decisão motivada fosse precedida de parecer da comissão técnica de classificação e do exame criminológico. Nesse sentido, afirma Fernando Capez: Atualmente, a lei n.º /2003, suprimiu o referido parágrafo único, criando dois novos parágrafos,

21 20 passando a dispor no parágrafo 1º que, na progressão de regime, a decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do ministério público e de defensor. Portanto, a lei em questão passou a dispensar o parecer da CTC e o exame criminológico. (2007, pág. 378) 1.5 DA REGRESSÃO A regressão nada mais é do que a volta ao regime mais severo, quando houver prática de crime doloso ou falta grave, ou ainda quando sofrer condenação por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, tornar incabível o regime mais brando. Cabe ressaltar que o condenado antes de sofrer a regressão, deverá ter seu direito de defesa respeitado. Em outras palavras, é o reverso da progressão de regime, ou seja, é a volta do condenado ao regime mais rigoroso, por ter descumprido as condições impostas para ingresso num regime menos rigoroso. Apesar da vedação da progressão por salto, ou seja, saltar diretamente do fechado para o aberto, não há qualquer vedação na regressão do regime aberto diretamente para o fechado. São hipóteses de regressão: a prática de falta grave (as faltas tidas como graves estão relacionadas no art. 50 da LEP); a prática de fato definido como crime hediondo (a regressão ficara a critério do juiz da execução); sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (conforme já mencionado); frustrar os fins da execução, no caso de estar em regime aberto.

22 21 CAPÍTULO II A LEI DE CRIMES HEDIONDOS E SEU REFLEXO NA EXECUÇÃO PENAL A Lei de Crimes Hediondos teve sua criação baseada na necessidade que o legislador à época sentia de robustecer o tipo de tratamento penal direcionado àqueles crimes cuja prática configurava maior austeridade e, por conseguinte, maior repulsa por parte da sociedade. Mister ressaltar, que o clamor da sociedade (o alto escalão em especial) e a mídia, face o surto de crimes de extorsão mediante seqüestro contra empresários expoentes que assolavam o país, tiveram influência direta sobre a promulgação da Lei 8.072/90. Conseqüentemente, o que aparentemente seria uma resposta célere e eficaz à sociedade, apresentou-se controversa, em razão de não abarcar determinados crimes de grande relevância, como o homicídio, e incluir outros, como atentado violento ao pudor mediante violência presumida e apresentou-se ainda abusiva, uma vez que instituía o cumprimento integral da pena em regime fechado, colidindo com alguns princípios constitucionais, em destaque o da proporcionalidade e da dignidade da pessoa humana. Desta forma, a mudança ocorrida no cenário jurídico daquele período tornou evidente a nova forma com que o Estado passou a tratar os crimes rotulados como hediondos, através da Lei 8.072/90: agressiva e inflexível. Face ao exposto, esboça-se a Lei de Crimes Hediondos a partir de um levantamento histórico, trazendo à baila, inclusive, as leis posteriores a sua edição que alteraram alguns de seus artigos, e sua relação com o instituto da progressão de regimes. 2.1 HISTÓRICO DA LEI DE CRIMES HEDIONDOS A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5, inciso XLIII, foi o ponto de partida para o surgimento da Lei 8.072, determinando em seu bojo que:

23 22 "A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem". No entanto, até a efetiva promulgação, inúmeros foram os projetos de lei com o fito de regular os crimes hediondos, sendo os primeiros conhecidos no ano de 1989, a saber: Projeto n.º Propunha o agravamento das penas para aos crimes de roubo, seqüestro e estupro seguido de morte, excluindo dos réus qualquer tipo de direito na fase de execução de pena; Projeto n.º Previa regras mais rigorosas para o tráfico ilícito de entorpecentes, inclusive com prisão preventiva obrigatória; Projeto n.º Previa aplicação em dobro às penas cominadas e estabelecia que os crimes hediondos seriam o estupro, seqüestro, genocídio, violências praticadas contra menores impúberes, delitos executados com evidente perversidade e assalto com homicídio ou periclitação de vida dos passageiros de quaisquer veículos de transporte coletivo; Elaborado também no ano de 1989 pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, o projeto 3.754, encaminhado pelo então Presidente da República ao Congresso Nacional, ressaltava a necessidade de dar sentido ao termo "crimes hediondos" através da enumeração de determinadas figuras criminosas que deveriam receber este rótulo, além de definir conceitualmente a referida expressão como sendo todo o delito que se pratique com violência à pessoa, provocando intensa repulsa social, e cujo reconhecimento decorra de decisão motivada de juiz competente, considerando o evento gravoso ou a forma de execução. Os projetos de n e surgiram no mesmo ano. O primeiro buscava estabelecer penas superiores a 20(vinte) anos de reclusão a variados crimes previstos na legislação penal, rotulados como hediondos pelo mesmo, além dos que causavam grande aversão no meio social. Já o segundo, visava incluir o tempo de pena supracitado no artigo 159, parágrafo 5, que versa sobre a extorsão

24 23 mediante seqüestro, e no artigo 213, parágrafo único, que trata do estupro, os quais afirmavam ser estes crimes hediondos. Já em 1990, o sensível crescimento do crime de extorsão mediante seqüestro embasou o projeto de número 5.270, que trazia consigo proposta de aumento de pena para este tipo de crime, uma vez que, aos olhos do legislador, estava se tornando uma indústria lucrativa à custa das famílias das vítimas. E, consequentemente, através do projeto número 5.281, o seguinte texto era proposto para tal crime: "Seja qual for sua duração, proibidos o livramento condicional, a prisão semi-aberta e a prisão-albergue, mesmo nos estágios finais da execução". Ainda em 1990, foi apresentado o projeto 5.355, cujo teor priorizava a utilização do procedimento criminal da Lei Antitóxicos para os casos de extorsão mediante seqüestro. Ademais, instituía a não concessão de prazo dilatório para conclusão durante a fase do inquérito policial, devendo ser o mesmo acompanhado pelo Ministério Público, bem como que, em se tratando da prática do crime através de quadrilha ou bando, aquele integrante que denunciasse, de maneira voluntária, de modo a proporcionar a desarticulação desta, obteria redução da pena de um a dois terços. Após os fatos descritos, em 25 de junho de 1990, alicerçada pelo projeto de autoria do então Deputado e Relator da Comissão de Constituição e Justiça Roberto Jéferson, sendo este projeto corolário da mensagem presidencial 546/89 (então projeto 3.754/89), concatenada aos demais projetos, promulgou-se a lei ordinária de número 8.072, que surgia, entrementes, com caráter de lei complementar. Cabe ressaltar que no período de votação, os líderes de partidos políticos fizeram um acordo, e, sem nenhuma discussão acentuada, proporcionaram aprovação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Na fase de sanção presidencial, houve apenas o veto parcial, por parte do então Presidente da República Fernando Collor. Alberto Silva Franco, sobre toda essa trajetória, desde a Constituição de 1988, até a lei de crimes hediondos em 1990, se posiciona:

25 24 "O que teria conduzido o legislador constituinte a formular o nº XLIII do art. 5º da CF? O que estaria por detrás do posicionamento adotado? Nos últimos anos, a criminalidade violenta aumentou do ponto de vista estatístico: o dano econômico cresceu sobremaneira, atingindo seguimentos sociais que até então estavam livres de ataques criminosos; atos de terrorismo político e mesmo de terrorismo gratuito abalaram diversos países do mundo; o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins assumiu gigantismo incomum; a tortura passou a ser encarada como uma postura correta dos órgãos formais de controle social. A partir desse quadro, os meios de comunicação de massa começaram a atuar por interesses políticos subalternos, de forma a exagerar a situação real, formando uma idéia de que seria mister, para desenvolvê-la, uma luta sem quartel contra determinada forma de criminalidade ou determinados tipos de delinqüentes, mesmo que tal luta viesse a significar a perda das tradicionais garantias do próprio Direito Penal e do Direito Processual Penal". (2000: 163) Esta posição se positiva por meio da análise das razões do anteprojeto 3.754/89, cuja autoria é de Damásio E. de Jesus, e que continham o seguinte parágrafo: "A criminalidade, principalmente, a violenta, tinha o seu momento histórico de intenso crescimento, aproveitando-se de uma legislação penal excessivamente liberal. Surgiram duas novas damas do direito criminal brasileiro: justiça morosa e legislação liberal, criando a certeza da impunidade". Isto posto a lei passou a viger a partir do dia 25 de julho de Em seu texto original, classificava quais eram os crimes considerados hediondos no artigo primeiro, que possuía apenas o caput, onde eram elencados todos os referidos delitos, in verbis: "Art. 1º São considerados hediondos os crimes de latrocínio (art. 157, 3º, in fine), extorsão qualificada pela morte, (art. 158, 2º), extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput e seus 1º, 2º e 3º), estupro (art. 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único), atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único), epidemia com resultado morte (art. 267, 1º), envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal, qualificado pela morte (art. 270,

26 25 combinado com o art. 285), todos do Código Penal (Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940), e de genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei n.º 2.889, de 1º de outubro de 1956), tentados ou consumados." Paralelo à Carta Magna, o bojo original da referida lei, em seu artigo segundo, caput, instituiu que, os crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e o terrorismo, se equiparam aos crimes hediondos nas hipóteses citadas dentre os incisos e parágrafos do mesmo artigo. Em 1992, ocorreu a primeira alteração na Lei de Crimes Hediondos. Mais uma vez influenciado pela mídia e o clamor social, em razão do assassinato da atriz de expoente emissora de televisão Daniela Peres, visando uma resposta rápida à sociedade, o legislador editou a lei 8.930, que entrou em vigor em 07 de outubro de 1994, e conferiu nova redação ao artigo primeiro da lei Esta nova redação incluiu o homicídio praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente e homicídio qualificado, excluindo, em contrapartida, o envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal, qualificado pela morte. Destarte, o rol dos crimes rotulados como hediondos passou a ser formado por homicídio, latrocínio, extorsão qualificada pela morte, extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada, estupro, atentado violento ao pudor, epidemia com resultado morte, todos previstos no Código Penal. Além disto, a mesma lei incluiu o parágrafo único, que se referiu ao genocídio, crime tipificado em lei esparsa. A lei 9.695, que passou a vigorar em 21 de agosto de 1998, alterou a Lei 8.072/90, para incluir, dentre os crimes hediondos, o de "falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais", previstos no art. 273 do Código Penal. Esta lei, em seu artigo primeiro, inseriu os itens VII A e VII B, ao artigo 1º da Lei de Crimes Hediondos. O primeiro inciso mencionado foi revogado, sendo que o segundo, inseriu a falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais dentre o rol dos crimes hediondos. Esse mesmo art. 273, 1º-B, sujeita às penas quem expõe a venda,

27 26 tem depósito para vender, ou de qualquer forma distribui ou entrega ao consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado em qualquer das seguintes condições: I sem registro quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente; II em desacordo com a fórmula constante do inciso anterior; III sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização; IV com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; V de procedência ignorada; VI adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente. os seguintes : Desta forma, na atualidade, os crimes classificados como hediondos são "I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, 2 o, I, II, III, IV e V); II - latrocínio (art. 157, 3 o, in fine); III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, 2 o ); IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e l o, 2 o e 3 o ); V - estupro (art. 213 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único); VI - atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único); VII - epidemia com resultado morte (art. 267, 1 o ). VII-A (vetado) VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e 1 o, 1 o -A e 1 o -B, com a redação dada pela Lei n o 9.677, de 2 de julho de 1998). Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1 o, 2 o e 3 o da Lei n o 2.889, de 1 o de outubro de 1956, tentado ou consumado." Art.2º. Os crimes hediondos, a pratica de tortura, o trafico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: I- Anistia, graça e indulto II- Fiança e liberdade Provisória 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida em regime integralmente fechado. 2º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidira fundamentalmente se o réu poderá apelar em liberdade. 3º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a lei 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

28 27 Este artigo teve sua redação alterada pela lei /07, conforme será abordado mais adiante. 2.2 CRIMES HEDIONDOS - CONCEITO O legislador ordinário ficou responsável pela tarefa de escolher um critério para classificar e escolher os crimes hediondos. Foram, então, propostos três sistemas: o legal, o judiciário e o misto. O sistema legal reza que somente a lei pode indicar, em rol taxativo, quais são os crimes considerados hediondos. O juiz não pode deixar de considerar hediondo um delito que conste da relação legal, do mesmo modo que nenhum delito que não seja enumerado pode receber essa classificação. Desta forma, não resta nenhuma avaliação discricionária ao juiz. Já o sistema judicial propõe o inverso, isto é, na lei não haveria nenhuma enumeração, devendo o juiz reconhecer ou não se o crime deverá ser considerado hediondo. Nesse sistema, haveria discricionariedade plena por parte do juiz. Por fim, o sistema misto, que contém uma proposta intermediária, diz que na lei haveria um rol exemplificativo, ficando a critério do juiz reconhecer em outros casos a hediondez do crime. O critério que foi utilizado pela lei 8.072/90 foi o legal, cabendo, portanto, à lei definir quais são os crimes hediondos, cabendo ao julgador somente promover a adequação típica e aplicar as conseqüências legais. Nesse sentido, o sistema legal sendo tão rígido não abriu muito espaço para a avaliação discricionária da especial repugnância da conduta no caso concreto. Foi assim que a Lei 8.072/1990 entrou em vigor cumprindo o mandamento constitucional e adotando o critério exclusivamente legal. Desta forma, seu art. 1º enumerou taxativamente todos os crimes hediondos, ficando excluídos os crimes não indicados na disposição.

29 A LEI DE CRIMES HEDIONDOS E A PROGRESSÃO DE REGIME Uma vez relatados os crimes hediondos e os a eles equiparados, cabe focar a impossibilidade inicial de progredir de regime na execução da pena privativa de liberdade, imposta aos apenados pelo tipo de crime ora em comento, a partir do surgimento da lei. O artigo 2, parágrafo 1, da Lei dos Crimes Hediondos instituía que: "a pena por crime previsto neste artigo será cumprida integralmente em regime fechado". Diante disto, o referido parágrafo, já em seu sentido jurídico tem o significado de que a pena, em toda a sua execução, será cumprida em um só regime: o regime fechado. Com isso, surgem duas correntes, à nível jurisprudencial e doutrinário, que oscilam em torno da constitucionalidade ou não dos ditames do parágrafo supramencionado. Fabrini Mirabete: Dentre os que defendem a constitucionalidade do assunto, cita-se Júlio "Trata-se de regra em perfeita harmonia com os estudos de penalogia que indicam a necessidade dessa progressão para os condenados que apresentem sinais de recuperação e que a transferência para regime semiaberto e, posteriormente, aberto, facilita ou pelo menos possibilita a reintegração progressiva do condenado ao meio social".(1993; 66) Fernando Capez segue o mesmo posicionamento afirmando que não há que se falar em ofensa ao princípio constitucional da individualização da pena (art. 5º, XLVI), uma vez que o próprio constituinte autorizou o legislador a conferir tratamento mais severo aos crimes definidos como hediondos, ao tráfico ilícito de entorpecentes, ao terrorismo e à tortura, não excluindo desse maior rigor a proibição da progressão de regime. Tratamento mais severo é aquele que implica em maior, e não igual severidade. Trata-se de mandamento superior específico para esses crimes, que deve prevalecer sobre o princípio genérico da individualização da pena (CF, art. 5º. XLVI).

30 29 referido dispositivo: Carmen Silvia de Moraes Barros demonstra a inconstitucionalidade do Em que pesem as vozes em contrário, é obvio que, ao impedir a progressão de regime de cumprimento de pena, a lei de crimes hediondos inviabiliza a individualização da pena na execução penal e contraria o preceito constitucional que garante o direito à pena individualizada", e ainda comenta: "Ao vedar a progressão de regime de cumprimento de pena, a lei de crimes hediondos volta aos primórdios do direito penal para relevar o crime e ignorar por completo o homem. (2001, p. 77) Somente no final de 2007 tal discussão chegou ao fim, com o julgamento do habeas corpus de nº e o surgimento da lei /07 que são assuntos do próximo capítulo.

31 30 CAPÍTULO III - DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO 1, ART. 2 DA LEI 8.072/90 AO SURGIMENTO DA LEI /07 Conforme já mencionado, a progressão de regime nos crimes hediondos e equiparados, prevista no 1º do art. 2º da lei 8.072/90, dizia que a pena seria cumprida em regime integralmente fechado. O que foi alterado pela lei /07, e que possui relevância com a temática trabalhada, foi parágrafo supracitado, notadamente influenciado pelo habeas corpus nº , que havia declarado a inconstitucionalidade do artigo por sede de controle difuso, dando assim nova redação, através da qual permitia-se a progressão de regime para os crimes hediondos e equiparados. Consequentemente, a súmula 698 do STF, ficou prejudicada. Considerando que foi criada para pacificar a polêmica gerada pela Lei de Tortura (lei 9.455/97), que permitia a progressão de regime para tal crime, e por esse motivo, passou a ser interpretada extensivamente, donde auferiu-se que, por ser a tortura um crime hediondo por equiparação, o benefício da progressão de regime poderia abarcar os demais crimes constantes do rol taxativo do art. 1 da lei 8.072, com o advento da lei /07, não fazia mais sentido esta súmula prosperar O HABEAS CORPUS Nº O habeas corpus impetrado por Oséas de Campos, condenado a 12 anos e 3 meses de reclusão por atentado violento ao pudor pleiteava a progressão de regime junto ao Supremo Tribunal Federal. Após longo debate o STF declarou por seis votos a cinco a inconstitucionalidade do 1º do art. 2º da lei nº 8.072/90. Decisão que teve como relator o ministro Marco Aurélio e foi proferida no dia 23 de fevereiro de Assim o Relator Marco Aurélio vota pela inconstitucionalidade do artigo: Esta matéria conduziu-me a afetar, na forma prevista no artigo 22 do Regimento Interno, o presente caso a este

32 31 Plenário. É que tenho como relevante a argüição de conflito do 1º do artigo 2º da Lei nº 8.072/90 com a Constituição Federal, considerado quer o princípio isonômico em sua latitude maior, quer o da individualização da pena previsto no inciso XLVI do artigo 5º da Carta, quer, até mesmo, o princípio implícito segundo o qual o legislador ordinário deve atuar tendo como escopo maior o bem comum, sendo indissociável da noção deste último a observância da dignidade da pessoa humana, que é solapada pelo afastamento, por completo, de contexto revelador da esperança, ainda que mínima, de passar-se ao cumprimento da pena em regime menos rigoroso. Preceitua o parágrafo em exame que nos crimes hediondos definidos no artigo 1º da citada Lei, ou seja, nos de latrocínio, extorsão qualificada pela morte, extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada, estupro, atentado violento ao pudor, epidemia com resultado morte, envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal, qualificado pela morte, genocídio, tortura, tráfico ilícito de entorpecente e drogas afins e, ainda, terrorismo, a pena será cumprida integralmente em regime fechado. Acompanharam o voto do relator, os Ministros Carlos Ayres Britto, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, Eros Grau e Sepúlveda Pertence. Contra a progressão, além de Ellen Grace, votaram Carlos Velloso, Joaquim Barbosa, Celso Mello e Nelson Jobim. A decisão do habeas corpus se deu conforme transcrição abaixo: Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão plenária, sob a presidência do ministro Nelson Jobim, na conformidade da ata do julgamento e das notas taquigráficas, por maioria, em deferir o pedido de habeas corpus e declarar, incidenter tantum, a inconstitucionalidade do 1º do artigo 2º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, nos termos do voto do relator, vencidos o ministros Carlos Velloso, Joaquim Barbosa, Ellen Gracie, Celso de Mello e Nelson Jobim, Presidente. O Tribunal, por votação unânime, explicitou que a declaração incidental de inconstitucionalidade do preceito legal em questão não gerará conseqüências jurídicas com relação às penas já extintas nesta data, pois esta decisão plenária envolve, unicamente, o afastamento do óbice representado pela norma ora declarada inconstitucional, sem prejuízo da apreciação, caso a caso, pelo magistrado competente, dos demais requisitos

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