TRIBUNAL DE JUSTIÇA VIGÉSIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL/CONSUMIDOR

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Paulo Aranha Sá
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1 TRIBUNAL DE JUSTIÇA VIGÉSIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL/CONSUMIDOR AGRAVO INTERNO NA APELAÇÃO CÍVEL Nº AGRAVANTE: RODNEY NIEGESKI MONSAO AGRAVADO: BANCO SANTANDER BRASIL S/A RELATORA: DESEMBARGADORA LEILA ALBUQUERQUE SESSÃO DE JULGAMENTO: 03 DE JULHO DE 2014 APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C INDENIZATÓRIA. CONTRATO BANCÁRIO. Decisão monocrática reformou a sentença de procedência dos pedidos de declaração de inexistência de débito e de indenização por danos morais por falta de prova de que a negativação do nome do Autor tenha sido feita de forma indevida, eis que o Autor fez uso da conta após o seu alegado encerramento. RECURSO DE AGRAVO INTERNO. (artigo 557, 1º, Código de Processo Civil). O Autor recorre insistindo em que o débito a ele imputado decorreu de cobrança de tarifas bancárias em conta corrente sem movimentação, não tendo também, data venia, comprovado que tenha rescindido o contrato formalmente. DESPROVIMENTO DO RECURSO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo Interno na Apelação Cível n

2 em que é Agravante RODNEY NIEGESKI MONSAO e Agravado BANCO SANTANDER BRASIL S A; ACORDAM os Desembargadores que compõem a Vigésima Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Trata-se de recurso de Agravo Interno interposto da decisão de fls. 207/212, que reformou a sentença de procedência dos pedidos de declaração de inexistência de débito e de indenização por danos morais por falta de prova de que a negativação do nome do Autor tenha sido feita de forma indevida. A fls. 214/222, ele insiste em que o débito a ele imputado decorreu de cobrança de tarifas bancárias em conta corrente sem movimentação. É o relatório. Cuida-se de inconformismo com a decisão proferida nos seguintes termos: O Autor alega que seu nome foi negativado pelo Réu em razão de débito oriundo da cobrança de tarifas em conta corrente encerrada desde 2003, com o que buscou o pagamento de indenização por danos morais e declaração de inexistência de relação jurídica e de débito. E narra na inicial: Entretanto, muitos anos depois, em 2010, o Demandante, ao celebrar um contrato de seguro de automóvel com a seguradora Tokio Marine (empresa do grupo econômico Real), foi surpreendido com a informação de que o prêmio de seu seguro havia entrado em débito automático no Banco Santander. Tal comunicado gerou extrema estranheza ao Demandante, posto que, nunca havia aberto nenhuma conta junto ao Banco Santander, e, tampouco fez, à época, alguma associação relacionada à fusão entre o Banco Santander e o 2

3 Banco Real, até mesmo porque, em virtude do tempo decorrido, sequer lembrava daquela antiga conta, já, há muitos anos, inativa e encerrada. Deste modo, ao informar à seguradora Tokio Marine que desconhecia a existência de quaisquer contas abertas junto àquela instituição bancária, concluiu que, em virtude de um equivoco, seu prêmio havia sido debitado em conta de terceiro, requerendo a imediata substituição de débito automático para pagamento do prêmio através de carnê. Data venia, em desacordo com o alegado, verifica-se que o Demandante cobriu o débito do valor do prêmio com transferência de dinheiro depositado em conta poupança: Além disso, em que pese o Autor informar ter tido o nome negativado em fevereiro de 2012 pelo Réu, o último extrato que acostou aos autos foi de dezembro de 2010, cujo saldo devedor era de R$1.594,65: Ocorre que o apontamento foi por débito de R$ 6.200,94, referente a contrato de financiamento: 3

4 Assim, depreende-se que o Demandante não se desincumbiu de seu ônus de provar os fatos alegados, ônus que lhe cabe mesmo nas relações consumeristas, como se verifica da seguinte decisão deste Tribunal: AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONSUMIDOR. APLICAÇÃO DO ART. 6º, VIII DO C.D.C. POSSIBILIDADE DE INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. CRITÉRIO SUBJETIVO DO MAGISTRADO. DEMONSTRAÇÃO ADEQUADA DA RAZÃO. DESTINATÁRIO FINAL DA PROVA. A regra protetiva do direito do consumidor, contida no art. 6º, VIII do C.D.C., não o exime de trazer aos autos um lastro probatório mínimo que permita ao julgador assentar seu entendimento acerca do ocorrido. Desta forma, cabe a este instruir a demanda com documentos que comprovem um mínimo de verossimilhança do alegado. Demonstrado o fato constitutivo do direito pelo autor, pode o magistrado, como destinatário final da prova, inverter o ônus da prova a fim de facilitar a defesa do consumidor em juízo. Recurso conhecido e negado provimento. ( AGRAVO DE INSTRUMENTO - DES. LUCIA MIGUEL S. LIMA Julgamento: 11/04/ DECIMA SEGUNDA CAMARA CIVEL) Ante o exposto, nos termos do artigo 557, 1º-A, do Código de Processo Civil, dá-se provimento ao recurso do Réu para reformar a sentença e julgar improcedentes os pedidos, condenando o Autor ao pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios de R$ 500,00. Para obter sua reforma, o Autor alega: 4

5 Data venia, o Autor também não fez prova de que tivesse rescindido formalmente o contrato de depósito de dinheiro em conta corrente, além de ter ocorrido débito de seguro e resgate de valor de conta poupança após o alegado encerramento da conta. Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso. Rio de Janeiro, 03 de julho de Desembargadora Leila Albuquerque Relatora 5

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