REALISMO NATURALISMO

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1 REALISMO NATURALISMO

2 Pra começo de conversa... A poesia do final da década de 1860 já anunciava o fim do Romantismo; Castro Alves, Sousândrade e Tobias Barreto faziam uma poesia romântica na forma e na expressão, mas os temas estavam voltados para uma realidade político-social. O mesmo se pode afirmar de algumas produções do romance romântico, notadamente a de Manuel Antônio de Almeida, Franklin Távora e Visconde de Taunay. Na década de 70 surge a chamada Escola de Recife, com Tobias Barreto, Sílvio Romero e outros, aproximando-se das ideias europeias ligadas ao Positivismo, ao Evolucionismo e, principalmente, à filosofia alemã. São os ideais do Realismo que encontravam ressonância no conturbado momento histórico pelo Brasil, sob o signo do abolicionismo, do ideal republicano e da crise da Monarquia.

3 Pra começo de conversa... A segunda metade do século XIX foi marcada por um grande avanço nas ciências naturais, na filosofia, na política e na economia. Não havia mais espaço para as idealizações românticas, por isso a literatura do período procurou expressar objetivamente a realidade, descrevendo o mundo de maneira, por vezes, distanciada e racional. As escolas realista/naturalista e parnasiana combateram o Romantismo e propuseram uma nova forma de análise da sociedade.

4 Contexto histórico geral Positivismo: criado por August Compte, parte do princípio de que o único conhecimento válido é o oriundo das ciências. É uma filosofia empírica, que se baseia na observação do mundo físico e, por isso, rejeita a metafísica. Determinismo: criado por Taine, parte do princípio que o comportamento humano é determinado por três aspectos: raça, meio e momento histórico. Darwinismo: teoria da seleção natural: a natureza ou o meio selecionam, entre os seres vivos, aquelas variações que estão mais aptas a sobreviver e a perpetuar-se. Assim, os mais fortes sobrevivem e procriam e os mais fracos são eliminados.

5 Contexto histórico geral Liberalismo (Adam Smith): existe uma ordem natural para os fenômenos econômicos, cujo equilíbrio é conquistado pela manutenção da livre concorrência e pela não intervenção do Estado na economia. Psicanálise (Freud): psicologia associada à fisiologia, medicina se torna experimental Manifesto Comunista: Em 1848, os economistas e filósofos alemães Karl Marx ( ) e Friedrich Engels ( ) publicaram suas teses.

6 O REALISMO

7 O termo Realismo é de origem francesa. Ele foi usado pela primeira vez em 1855 pelo pintor Gustave Coubert, que intitulou sua exposição de arte, realizada em Paris, como Le Réalisme. Em 1857, o mesmo ano em que no Brasil era publicado O Guarani, de José de Alencar, na França é publicado Madame Bovary, de Gustave Flaubert, considerado o primeiro romance realista da literatura universal. Em 1865, Claude Bernard publica Introdução à medicina experimental, com uma tese sobre a hereditariedade. Em 1867 Émile Zola publica Thérèse Raquin, inaugurando o romance naturalista. O primeiro romance que refletiu essa nova tendência foi Madame Bovary (Realismo 1857) de Gustave Flaubert, seguido por Thèrese Raquim (Naturalismo 1867), de Emile Zola.

8 CARACTERÍSTICAS GERAIS Retrato fiel da personagem Lentidão Narrativa Materialismo Determinismo REALISMO Cientificismo Verossimilhança Objetividade narrativa Crítica e denúncia social

9 CARACTERÍSTICAS GERAIS Visão determinista e mecanicista do homem Cientificismo Descrição minuciosa NATURALISMO Retrato fiel da personagem Determinismo, evolucionismo, positivismo Personagens patológicas

10 REALISMO E NATURALISMO Combate ao Romantismo, resgate ao objetivismo e gosto pelas descrições. Esgotamento da proposta romântica de literatura com os seus diversos tipos de idealizações e com sua visão parcial e subjetiva da realidade. A função da arte era educar e retratar a sociedade. CAILLEBOTTE, Gustave. Jeune homme à la fenêtre. (1875)

11 REALISMO E NATURALISMO Marco inicial: Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), de Machado de Assis, e O mulato (1881), de Aluísio Azevedo Marco final: Missal e Broquéis (1893), de Cruz e Sousa

12 REPRODUÇÃO Machado de Assis ( ) Fases de Machado de Assis Primeira fase/romântica: apresenta traços da estrutura formal da estética romântica, mas também a crítica à hipocrisia, à valorização das aparências e dos interesses financeiros. Ressurreição (1872), A mão e a luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878) fazem parte da primeira fase machadiana. Apresentam estrutura das narrativas românticas, com princípio, meio e fim, construídas com o objetivo de provocar surpresa e emoção. Essa estrutura demonstra uma intenção evidente de divertir e moralizar, muito presa à forma imposta pelo folhetim.

13 REPRODUÇÃO Machado de Assis ( ) Fases de Machado de Assis Segunda fase/realista: análise dos interesses obscuros que marcam as relações humanas, da vaidade, do convencionalismo e da prevalência do poder financeiro. Em geral, os romances dessa fase rompem com a ordem cronológica da narrativa, nas digressões feitas pelo narrador e na análise psicológica das personagens. Memórias póstumas de Brás Cubas (1881) Quincas Borba (1891) Dom Casmurro (1899) Esaú e Jacó (1904) Memorial de Aires (1908)

14 Machado de Assis ( ) Conto: A Carteira; Miss Dollar; O Alienista; Noite de Almirante; O Homem Célebre; Conto da Escola Uns Braços ; A Cartomante; O Enfermeiro; Trio em Lá Menor; Missa do Galo; Teoria do Medalhão; A Chinela Turca; Na Arca; D. Benedita; O Segredo do Bonzo; O Anel de Polícrates; O Empréstimo; A Sereníssima República; O Espelho; Um Capricho Brincar com Fogo; Uma Visita de Alcibíades; Verba Testamentária; O Caso da Vara; Almas Agradecidas; A Igreja do Diabo. Coletânea de contos: Contos Fluminenses (1870); Histórias da Meia-Noite (1873); Papéis Avulsos (1882); Histórias sem Data (1884); Várias Histórias, (1896); Páginas Recolhidas (1899); Relíquias da Casa Velha (1906).

15 Machado de Assis ( ) Poesias: Crisálidas (1864); Falenas (1870); Americanas (1875); Ocidentais (1880); Poesias Completas (1901). Teatro: Hoje Avental, Amanhã Luva (1860); Queda que as Mulheres têm para os Tolos (1861); Desencantos (1861); O Caminho da Porta, (1863); O Protocolo (1863); Teatro (1863); Quase Ministro (1864); Os Deuses de Casaca (1866); Tu, Só Tu, Puro Amor (1880); Não Consultes Médico (1896); Lição de Botânica (1906). Obras Póstumas: Crítica (1910); Teatro coligido (1910); Outras Relíquias (1921); Correspondência (1932); A Semana, (1914); Páginas Escolhidas (1921); Novas Relíquias (1932); Crônicas (1937); Contos Fluminenses - 2º. Volume; (1937); Crítica Literária; (1937); Crítica Teatral; (1937). Histórias Românticas; (1937); Páginas Esquecidas (1939); Casa Velha; (1944); Diálogos e Reflexões de um Relojoeiro (1956); Crônicas de Lélio (1958); Conto de Escola (2002).

16 DOM CASMURRO O personagem principal é Bentinho, que, ao chegar à velhice, decide contar em livro episódios marcantes de sua infância e juventude. Trata-se de um homem atormentado pela suposta traição de sua falecida esposa, Capitu. Passando sua vida a limpo, Bentinho espera compreender por que se tornou um homem amargurado um casmurro. Até aqui, temos um enredo tipicamente romântico uma história de adultério. O problema é que a história não é contada em terceira pessoa, e sim em primeira pessoa. Então, em lugar de um narrador onisciente, temos um narrador que relata os fatos de um ponto de vista muito pessoal, por isso não podemos ter certeza da traição de Capitu, o que torna o romance totalmente ambíguo. Isso acaba frustrando as expectativas daquele leitor educado pela tradição, que não se contenta com a incerteza. Então, em vez da objetividade realista, temos um romance impregnado de subjetivismo.

17 DOM CASMURRO. Abane a cabeça, leitor; faça todos os gestos de incredulidade. Chegue a deitar fora este livro, se o tédio já não o obrigou a isso antes; tudo é possível. Nessa passagem, observamos uma característica marcante da linguagem machadiana: o diálogo com o leitor. Observe que o narrador parece zombar do leitor comum, ansioso pela continuidade da história. E nisto está outra marca machadiana a metalinguagem.

18 MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS O personagem principal é Brás Cubas, que, assim como Bentinho de Dom Casmurro, decide escrever sua autobiografia. O problema é que Brás Cubas está morto. Ora, um romance ter um defunto como narrador não é nada realista. Livre da opinião alheia, o falecido Brás Cubas sente-se à vontade para contar episódios nada edificantes de sua trajetória. Um deles é o relacionamento amoroso como Marcela, que o amou durante quinze meses e onze contos de réis. Com isso, Machado desconstrói a visão idealizada do amor, fazendo uma sátira aos romances românticos do tipo água com açúcar. Então, temos outra questão: se alguém se propõe a escrever a própria história, é porque entende que sua vida foi exemplar. Mas não é o que acontece com Brás Cubas, que termina o livro reconhecendo a inutilidade de sua existência. Logo, o pessimismo de Brás Cubas não leva ao desespero, como acontece no Romantismo. Ele é transformado em ironia outra marca da linguagem machadiana

19 QUINCAS BORBA O personagem principal é Rubião, que recebe a herança de um amigo filósofo. Mas, para fazer jus ao testamento deixado por Quincas Borba, ele tem que cumprir uma condição: cuidar do cão do falecido, também chamado Quincas Borba. Então, Rubião deixa a vida pacata no interior para ingressar na alta sociedade do Rio de Janeiro, onde se torna uma presa fácil para o casal Cristiano Palha e Sofia, verdadeiros alpinistas sociais. Rubião termina sem nada, comprovando a tese do Humanitismo, o sistema filosófico criado por Quincas Borba, segundo o qual a vida é um campo de batalha onde só os mais fortes sobrevivem.

20 QUINCAS BORBA Na verdade, o Humanitismo é uma sátira ao modo como o darwinismo foi interpretado pelos nossos intelectuais. Na teoria criada por Darwin, os indivíduos mais fortes são aqueles com capacidade de adaptação ao meio. Mas, no campo social, essa teoria serviu, equivocadamente, para justificar a opressão das classes dominantes sobre as outras. A intenção satírica de Machado fica evidente se pensarmos que o Humanitismo foi criado por um louco, e não por alguém equilibrado. Portanto, é com extrema ironia que o romance machadiano dialoga com as teorias científicas de seu tempo.

21 O estilo de Machado de Assis Machado extrapola os limites da escola realista ao utilizar as seguintes técnicas: O narrador em 1ª pessoa. Fuga ao determinismo e à descrição exterior exagerada Tempo psicológico (quebra da linearidade do enredo) Linguagem ambígua, irônica Visão pessimista sobre o homem Digressão: diálogo com o leitor e metalinguagem

22 Raul Pompeia ( ) Pompeia se imortalizou pelo romance O Ateneu crônica de saudades (1888). Nele, Sérgio narra sua trajetória no internato Ateneu em tom impressionista, particularidade que destoa das narrativas realistas/naturalistas. A instituição é retratada como uma metonímia da sociedade. Romance: Uma Tragédia no Amazonas (1880); O Ateneu (1888) - narrativa de confissão, espécie de regresso psicanalítico; As Joias da Coroa (1888) - antimonarquista é publicado sob a forma de folhetins na Gazeta de Notícias; Agonia (inacabado). Conto: Microscópicos (1881). Novela: Uma Tragédia no Amazonas (1880) 1ª obra. Poema em Prosa: Canções sem Metro (1900). Panfleto Satírico: As joias da Coroa (1882).

23 Visconde de Taunay( ) Alfredo Maria Adriano d'escragnolle Taunay, foi escritor, crítico, sociólogo, músico, artista plástico, professor, engenheiro militar, político, historiador brasileiro. Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, foi o primeiro e único Visconde de Taunay, título concedido por D. Pedro II, em Figura multifacetada, na carreira literária Visconde de Taunay, destaca-se com o romance regionalista "Inocência", publicada em 1872 retrata pessoas e os costumes do interior do país, mais precisamente da cidade de Paranaíba no Sertão do Mato Grosso.

24 O Realismo: a realidade desnuda Em lugar do egocentrismo romântico, verifica-se um enorme interesse em descrever, analisar e até em criticar a realidade. A visão subjetiva e parcial da realidade é substituída pela visão que procura ser objetiva, fiel, sem distorções. Em lugar de fugir da realidade, os realistas procuram apontar suas falhas como forma de estimular a mudanças das instituições e dos comportamentos humanos. Em lugar dos herois, surgem pessoas comuns, cheias de problemas e limitações como qualquer um de nós.

25 ROMANTISMO X REALISMO Subjetivismo Idealização ROMANTISMO Linguagem poético em estilo metafórico Amor sublime e puro, anjo e perfeição Casamento como felicidade Herói íntegro, de caráter irrepreensível Personagens planas Culto do eu Passado Objetivismo REALISMO Captação do real Linguagem direta Amor subjugado aos interesses sociais Casamento como instituição falida Herói problemático, cheio de fraquezas Personagens trabalhadas psicologicamente Universalismo Presente

26 FUVEST 2012 Leia o trecho de Dom Casmurro, de Machado de Assis, para responder ao que se pede. Um dia [Ezequiel] amanheceu tocando corneta com a mão; dei-lhe uma cornetinha de metal. Comprei-lhe soldadinhos de chumbo, gravuras de batalhas que ele mirava por muito tempo, querendo que lhe explicasse uma peça de artilharia, um soldado caído, outro de espada alçada, e todos os seus amores iam para o de espada alçada. Um dia (ingênua idade!) perguntou-me impaciente: - Mas, papai, por que é que ele não deixa cair a espada de uma vez? - Meu filho, é porque é pintado. - Mas então por que é que ele se pintou? Ri-me do engano e expliquei-lhe que não era o soldado que se tinha pintado no papel, mas o gravador, e tive de explicar também o que era gravador e o que era gravura: as curiosidades de Capitu, em suma.

27 FUVEST 2012 a) Se estabelecermos uma analogia ou um paralelo entre a gravura, de que se fala no excerto, e o romance Dom Casmurro, os termos gravador e gravura corresponderão a que elementos internos do romance? b) Continuando no mesmo paralelo entre gravura e Dom Casmurro, pode-se considerar que a lição dada pelo pai ao filho, a respeito da gravura, serve de advertência também para o leitor do romance? Justifique sua resposta.

28 O NATURALISMO PELEZ, Fernand. Sans asile ou Les Expulsés (1883)

29 Características do Naturalismo O homem é um caso, um objeto a ser cientificamente estudado. Linguagem naturalista: exatidão das descrições, apelo à minúcia: linguagem simples, coloquial. Determinismo: para os naturalistas, o homem é uma máquina guiada pela ação de leis físicas e químicas, pela hereditariedade e pelo meio físico e social. Os seres aparecem, então, como produtos, como consequências de forças preexistentes que lhes roubam o livre arbítrio, que limitam sua responsabilidade e os tornam, em casos extremos, verdadeiros joguetes nas mãos do destino. Despreocupação com a moral.

30 Características do Naturalismo Preferência por temas de patologia social: os escritores naturalistas não hesitaram em ressaltar os efeitos de taras, das doenças e dos vícios na formação do caráter, juntando-lhes ainda os efeitos complementares da formação familiar, da educação e do nível cultural. Interessam-se por temas como miséria, adultério, criminalidade, desequilíbrio psíquico, etc. Preferência pelo proletariado, que é trazido ao centro do romance.

31 DEUTSCHES HISTORISCHES MUSEUM, BERLIM Naturalismo No Naturalismo os personagens são aprisionados às leis que regem a natureza. Nessas narrativas, privilegiam-se o retrato do proletariado e os fenômenos coletivos. A greve, de Robert Koehler, 1886

32 Aluísio Azevedo( ) Com a publicação de O Mulato (1881), Aluísio Azevedo consagrou-se como um escritor naturalista. A publicação dessa obra marca o início do Naturalismo brasileiro. O livro (que não é a nossa obra naturalista mais marcante) causou impacto na sociedade, principalmente entre o clero e a alta sociedade de São Luís do Maranhão. O Mulato aborda temas como o puritanismo sexual, o anticlericalismo e o racismo. Em 1890, o Naturalismo atinge o seu ápice com a publicação de O cortiço (obra repleta de personagens marginalizados).

33 Aluísio Azevedo( ) Sua principal obra é O cortiço (1890), marcada pela defesa da tese de que o ser humano é fruto do meio em que está inserido. Romance Romântico: Uma Lágrima de Mulher (1880); Mistérios de Tijuca (1882); Memórias de um Condenado (1882); A Condessa Vésper (1882); Filomena Borger (1884); O Esqueleto (1890); A Mortalha de Alzira (1894). Romance Naturalista: O Mulato (1881), estudo sobre o preconceito racial; Casa de Pensão (1884), versa sobre a conduta e a morte de um estudante; O Coruja (1885); O Homem (1887); O Cortiço (1890); O livro de uma Sogra (1895). Conto: Demônios.

34 Inglês de Souza ( ) Em 1891, Inglês de Souza publicou O Missionário, obra que aborda a influência do meio sobre o individuo. Adolfo Caminha ( ) Publicou as obras A Normalista, em 1892 e O bom crioulo, em 1895 que falam sobre desvios sexuais e mais especificamente, o homossexualismo em O bom crioulo. Também escreveu No País dos Ianques (1894); Cartas Literárias (1895); Ângelo (romance inacabado); O Emigrado (romance inacabado). A ficção regionalista (iniciada no Romantismo) teve continuidade durante o naturalismo. As principais obras regionalistas são: Luzia-Homem de Domingos Olímpio e Dona Guidinha do poço, de Manuel de Oliveira Paiva.

35 DETERMINISMO Teoria filosófica que afirma que as escolhas e ações humanas acontecem por relações de causalidade, e não em virtude do livre-arbítrio. Os seres não possuem vontades, são apenas fantoches nas mãos do destino: " É esta! disse aos soldados que, com um gesto, intimaram a desgraçada a segui-los. Prendam-na! É escrava minha! A negra, imóvel, cercada de escamas e tripas de peixe, com uma das mãos espalmada no chão e com a outra segurando a faca de cozinha, olhou aterrada para eles, sem pestanejar. Os policiais, vendo que ela se não despachava, desembainharam os sabres. Bertoleza então, erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto e, antes que alguém conseguisse alcançá-la, já de um só golpe certeiro e fundo rasgara o ventre de lado a lado. E depois embarcou para a frente, rugindo e esfocinhando moribunda numa lameira de sangue (...). O cortiço Aluísio Azevedo

36 PREFERÊNCIAS POR TEMAS DE PATOLOGIA SOCIAL De acordo com a concepção naturalista, o homem é apenas um animal cujo destino é determinado pelo meio ambiente e pela hereditariedade. Outros aspectos, como a educação e o nível cultural, também são tidos como responsáveis pela formação do caráter do homem: (...) Não era a inteligência nem a razão o que lhe apontava o perigo, mas o instinto, o faro sutil e desconfiado de toda fêmea pelas outras, quando sente seu ninho exposto (...). O cortiço Aluísio Azevedo

37 OBJETIVISMO CIENTÍFICO E IMPESSOALIDADE Entre as características da linguagem naturalista estão a impessoalidade e a objetividade com que as situações são descritas. Apenas são considerados os fatos, sendo eles descritos minuciosamente por meio de uma linguagem simples e direta, tal qual um documento científico: A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. Estava horrível; nunca fora tão bruxa. O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia que nem metal em brasa; a sua crina preta, desgrenhada, escorrida e abundante como as das éguas selvagens, dava-lhe um caráter fantástico de fúria saída do inferno. E ela ria-se, ébria de satisfação, sem sentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio daquela orgia de fogo, com que ultimamente vivia a sonhar em segredo a sua alma extravagante de maluca. O cortiço Aluísio Azevedo

38 ENEM Abatidos pelo fadinho harmonioso e nostálgico dos desterrados, iam todos, até mesmo os brasileiros, se concentrando e caindo em tristeza; mas, de repente, o cavaquinho de Porfiro, acompanhado pelo violão do Firmo, romperam vibrantemente com um chorado baiano. Nada mais que os primeiros acordes da música crioula para que o sangue de toda aquela gente despertasse logo, como se alguém lhe fustigasse o corpo com urtigas bravas. E seguiram-se outra notas, e outras, cada vez mais ardentes e mais delirantes. Já não eram dois instrumentos que soavam, eram lúbricos gemidos e suspiros soltos em torrente, a correrem serpenteando, como cobras numa floresta incendiada; eram ais convulsos, chorados em frenesi de amor: música feita de beijos e soluços gostosos; carícia de fera, carícia de doer, fazendo estalar de gozo. AZEVEDO, A. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1983 (fragmento).

39 ENEM No romance O Cortiço (1890), de Aluísio Azevedo, as personagens são observadas como elementos coletivos caracterizados por condicionantes de origem social, sexo e etnia. Na passagem transcrita, o confronto entre brasileiros e portugueses revela prevalência do elemento brasileiro, pois A) destaca o nome de personagens brasileiras e omite o de personagens portuguesas. B) exalta a força do cenário natural brasileiro e considera o do português inexpressivo. C) mostra o poder envolvente da música brasileira, que cala o fado português. D) destaca o sentimentalismo brasileiro, contrário à tristeza dos portugueses. E) atribui aos brasileiros uma habilidade maior com instrumentos musicais.

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